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INTRODUÇÃO

O termo valor provem do verbo latino valere que significa ter saúde,
energia, estar forte. Pode ter significado figura ou concreto. O valor pode se referir
ao preço de alguma coisa, ao merecimento de algo, a valentia de alguém. Mas de
um modo geral os valores são as crenças que fazem parte da cultura de um povo
e que ajudam esse povo a viver em harmonia e interpretar melhor o mundo que
lhe rodeia. O termo também era utilizado para designar aquilo que faz com que
uma coisa seja boa pela filosofia contemporânea. Ou seja, o valor não se refere
diretamente a bondade de uma pessoa e sim a razão pela qual chamamos algo de
bom. Na antiguidade o termo valor foi usada para designar a utilidade ou o preço
de bens materiais ou méritos pessoais. Nesta época não tinha um sentido
filosófico e não gerava discussões ideológicas. Mas com o passar do tempo o
termo foi ganhando espaço dentro da filosofia.

A axiologia é a filosofia que estuda os valores. A filosofia dos valores se


encarrega de estudar as formas que o ser humano descobre e sente os valores.
Os valores são criações humanas que fazem com que as coisas adquiram um
novo sentido porque fazem parte da essência humana. O ser humano da valor as
coisas na intenção de encontrar um sentido para cada uma delas e desse modo
encontrar segurança na sua forma de viver. Os valores formam parte da cultura do
ser humano e é com este conhecimento que damos sentido a nossa existência
interpretando o mundo a nosso redor.

Os valores têm dualidade: podem ser negativos ou positivos. Algumas


correntes de filosofia acreditam que o valor é algo subjetivo, ou seja, faz parte da
consciência do ser humano. Outra corrente de pensamento acha que o valor tem
um caráter objetivo e está localizado fora das pessoas. Mas na verdade o valores
tem ambas dimensões, a concreta e a abstrata. Os valores se percebem, se
aprendem, se manifestam por vias tantos intelectuais como afetivas e são por
natureza objetivos e subjetivos. Os valores são um conjunto de ideias, normas e
conceitos criados por uma sociedade com a intenção de gerar situações de
respeito ao ser humano. São as crenças unida a toda a cultura de um grupo que
normalmente estão em consenso com todas elas.
Anti-valores são aqueles componentes morais que são considerados
incorretos porque geram o mal, gera problemas particulares, podem gerar rejeição
ou discriminação.

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Desenvolvimento
Valores são construções sociais que se formam no diálogo entre as
pessoas, com reflexão e debate, ao qual se soma a emoção que permeia a defesa
das próprias convicções e são assumidas no nível social quando são acordadas
por essa sociedade específica, em um determinado tempo, embora alguns desses
valores se constituam no nível universal e outros transcendem no tempo.
Do valor fundamental, que é o homem, como Karl Marx expressou, 18 há
outros valores: vida, dignidade como pessoa, justiça, liberdade, patriotismo,
saúde, educação, solidariedade, honestidade, honestidade, responsabilidade,
entre outros.
Os valores têm dimensões diferentes: pessoal, familiar, profissional, social
e sua construção é realizada nos próprios cenários onde os seres humanos
realizam sua vida material e espiritual. Como unidades funcionais cognitivo-
afetivas, produzem a regulação do comportamento dos seres humanos a partir da
formação de suas próprias convicções.
Relacionado com a área da sociedade, da ética e da moral, o conceito de
anti-valores são aqueles que se referem ao grupo de valores ou atitudes que
podem ser considerados perigosos ou prejudiciais para o conjunto da comunidade
que estão inseridos. Os anti-valores são o oposto dos valores tradicionalmente
considerados como apropriados para a vida em sociedade, aqueles que estão
naturalmente no ser humano e cuja presença assegura a convivência de uns com
os outros.
De acordo com as religiões e os diferentes sistemas sociais, os
considerados valores são a liberdade, a felicidade, a solidariedade, a honestidade,
o companheirismo, a paz, o amor, a tolerância, a injustiça e a fidelidade, entre
muitos outros. Assim, os anti-valores são aqueles opostos aos mencionados e
que envolvem sempre a presença de conflito. Alguns dos anti-valores mais
conhecidos e característicos do ser humano são: a inveja, o egoísmo, a traição, a
mentira, a violência, o racismo, a injustiça, a abandono e muitos outros.
Os anti-valores são valores que levam a comportamentos negativos ou
prejudiciais. Em uma sociedade, os antivalores não são desejados porque têm
resultados negativos para as pessoas e para a convivência.
Alguns antivalores comuns incluem vingança, sadismo, ideologia e
exclusividade. Essas atitudes não têm valor para a sociedade neste sentido, é
interessante esclarecer que embora os anti-valores como os valores possam
ocorrer em uma comunidade de maneira conjunta, há muitos casos históricos em
que somente um deles prevaleceu, por exemplo, como o racismo na Alemanha
nazista ou a violência em muitas sociedades atuais.

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Anti-valores são crenças, ideias e formas de comportamento que levam a
negativo ou comportamento prejudicial. Numa sociedade, esses tipos de valores
não são desejados, pois apresentam resultados negativos para as pessoas e para
a convivência.
Características anti-valor
– Os anti-valores são qualidades e também valores, apenas estes são negativos e
condenados pela sociedade. Ou seja, eles são a contraparte dos valores
mobiliários.
– Eles são componentes morais.
– Eles são considerados desnecessários e rejeitados pela sociedade; portanto,
leis, regulamentos e sanções são estabelecidas para combatê-los.
– Eles podem ser característicos das pessoas, mas também de outros seres e
objetos vivos.
– Cada sociedade ou cultura pode dar mais importância a um antivalor que a
outra. Por exemplo, a pontualidade é pior nos países anglo-saxões do que nos
latinos.
– Existem culturas nas quais um tipo de anti-valor pode predominar e isso nem
sequer é desaprovado. Por exemplo, na Nigéria, os gays podem ser presos ou
condenados à morte. Nesse caso, a nação defende um anti-valor.
Exemplos em destaque de anti-valores comuns

-O egoísmo é o desejo de manter e exagerar as opiniões positivas de uma


pessoa; muitas vezes inclui uma opinião inflada de si mesmo.

Uma pessoa egoísta tem um grande senso da centralidade do “eu” ou de


suas qualidades pessoais.

Egoísmo significa colocar as necessidades de alguém no centro de todos,


sem nenhuma preocupação ou consideração pelos outros, incluindo
aqueles considerados amados ou próximos.

Um egoísta sempre colocará suas próprias necessidades acima das


necessidades do todo.

- Homofobia
A homofobia envolve uma série de atitudes e sentimentos negativos
em relação à homossexualidade ou em relação a pessoas identificadas ou
percebidas como lésbicas, gays, bissexuais ou transgêneros.

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Pode ser definido como ressentimento, preconceito, aversão, ódio ou
antipatia por esse grupo de pessoas e geralmente é baseado no medo
irracional.

- violência
Violência é o uso intencional de forças físicas ou de poder ameaçadas ou
reais contra si próprio, outra pessoa, outro grupo ou outra comunidade que
pode ou resultou em ferimentos, morte, dano psicológico ou depravação.

- Escravidão
Escravidão é qualquer sistema no qual os princípios do direito de
propriedade são aplicados aos seres humanos, permitindo que indivíduos
sejam proprietários, comprem ou vendam outros indivíduos como uma
forma de propriedade. Um escravo é incapaz de se retirar deste contrato e
trabalha sem remuneração.

A religião cristã indica sete pecados capitais que marcam o ser humano e
que são considerados os anti-valores principais e mais prejudiciais para a
sociedade: a inveja, a gula, a luxuria, a avaricia, a ira, a preguiça e a soberba.
Todos eles representam um excesso e uma atitude negativa que pode gerar um
dano naquele mesmo que pratica como também em outros. Embora as religiões
sejam as que indicam de maneira mais clara e evidente uma ética relacionada
com o ser digno e humano, a noção de anti-valores ocorre também fora de
qualquer religião que se relacione diretamente com o bem-estar de uma
comunidade.

Problema de pesquisa
 Mundo contemporâneo e a inversão de valores na sociedade

No mundo contemporâneo, muitos dos valores que foram passados de


geração para geração estão se perdendo e nós percebemos em meio a uma
sociedade com valores invertidos, onde o certo e o errado se confundem, onde as
pessoas desenvolveram a capacidade de aceitar o errado como certo ou
simplesmente se omitir a perceber isso e a reagir diante de tais fatos.

O problema da natureza dos valores é um dos problemas mais importantes da


axiologia.

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Trata-se de saber qual o fundamento dos valores (o ser humano ou a
realidade?): os valores existem por em si e por si, de forma absoluta, ou só têm
uma existência relativa, dependendo, para existir e ganhar sentido, da valoração?
O valor em si (denominada axiologia, termo proveniente do grego axia que
significa valor) não pode ser definido pelo fato de não existir um único valor, mais
uma multiplicidade de valores, ou seja, o valor pode assumir tanto um caráter
subjetivo, quando está ligado à características das coisas em serem mais ou
menos valoradas ou estimadas por um indivíduo; como um valor objetivo, quando
uma determinada coisa contem características e que são desejadas para
satisfazer um certo fim.
a. Subjetivismo axiológico
O subjetivismo axiológico: afirma que os valores são o resultado das
reações individuais e coletivas dos seres humanos à realidade, aos
acontecimentos, às situações da vida. O subjetivista pergunta-se: pode alguma
coisa ter valor se ninguém o percebeu nem pôde percebê-lo? Evidentemente que
não; o valor, para o subjetivista, não pode ter sentido, ou existência, propriamente,
sem que exista o sujeito. A valoração real, ou potencial, parece ser um elemento
indispensável do valor. Em última instância, é impensável que algo tivesse valor
sem referência a nenhuma classe de sujeito (a um ser humano, ou a uma
comunidade).
Segundo o subjetivismo, os valores não existem em si e por si, ainda que
não sejam meras criações da mente, existem somente para mim; o que torna uma
coisa valiosa é o desejo e o interesse individual. O subjetivista pensa assim: “o
valor de um jantar requintado, não está nele, mas no meu paladar, que o saboreia
e lhe confere um valor determinado”.
b. Objetivismo axiológico
Esta corrente opõe-se terminantemente ao subjetivismo; sustenta que os
valores são objetivos, dependem do objeto e não do sujeito; a única coisa que o
sujeito faz é captar o valor.
O objetivismo reconhece que a valoração é subjetiva, mas isso não implica
que o valor o seja. Do mesmo modo que a percepção é subjetiva, mas não o
objeto conhecido, que mantém intactas as suas qualidades primárias quando
ninguém o percebe, assim ocorre com o valor. Não se pode confundir o objecto
com a sua captação, defende o objetivismo.
Já vimos que um dos argumentos citados pelos subjetivistas é o que se
denomina argumento das discrepâncias. Agora bem, face a este argumento, os
objetivistas sustentariam, em primeiro lugar, que a discrepância não se refere a
valores, mas antes aos bens.

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A discrepância refere-se à beleza ou à justiça de um ato, isto é, a bens; não
à beleza ou à justiça, que são valores independentes de todo o bem. Ao contrário
dos valores, os bens são imperfeitos; muitas vezes não conseguem encarnar
plenamente os valores, devido a uma cegueira estimativa dos homens concretos.
Isto explicaria, por exemplo, que os gregos tenham aceitado a escravatura; uma
limitação da consciência moral impediu-os de apreender o eterno e universal valor
da justiça.

Assim, o objetivismo assenta em dois argumentos fundamentais:


1. Acentuar a separação radical entre valor e realidade, ou a independência dos
valores em relação aos bens em que estes se plasmam.
2. Afirmar que os valores são absolutos, que existem em si e não para mim
(independência dos valores em relação a todo o sujeito).

c. Estruturalismo axiológico.
É a posição intermédia entre o objetivismo e o subjetivismo. O filósofo
argentino Risieri Frondizi pensa que tanto o objetivismo como o subjetivismo são
unilaterais. Pensa que o valor surge da relação entre o sujeito e o objeto e que
essa relação axiológica origina uma qualidade estrutural que pode ser
experienciada; esta qualidade não se dá no vazio, mas numa situação humana,
concreta, e a hierarquia axiológica é também situacional e complexa, não linear.
Segundo Frondizi, os valores servem de fundamento a normas éticas e
estas, tal como as normas jurídicas, são situacionais. O filósofo argentino
considera que a sua interpretação estrutural do valor abre a possibilidade de
superar o tradicional abismo entre o ser e o dever ser.
Nem o objetivismo nem o subjetivismo conseguem explicar
satisfatoriamente o modo de ser dos valores. Estes não se reduzem às vivências
do sujeito que valora, nem existem em si, como um mundo de objetos
independente cujo valor se determine exclusivamente pelas suas propriedades
naturais objetivas. Os valores existem para um sujeito, entendido este num sentido
puramente individual, ou como ser social; mas mesmo assim exigem um substrato
(uma base) material, sensível, separado do qual carece de sentido.

A aceitação neste caso não vem para favorecer, mas para contribuir com a
deturpação da ética, do conjunto de valores e princípios através do qual decidimos
entre o que queremos, o que devemos e o que podemos fazer.

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O mais triste diante desta inversão de valores dos dias atuais é que ninguém
mais faz as perguntas básicas para discernir o certo do errado: Eu quero, mas eu
posso? Eu devo?
As consequências negativas dessa inversão de valores surgem todos os dias.
A começar pelos sustentáculos da sociedade que é o lar e a escola.
Nos lares temos visto pais e mães que matam filhos, jogam pela janela, jogam
crianças no lixo, fazem filhos de refém.
Em contrapartida temos filhos que matam os pais, fazem de refém, batem,
fazem tortura física e psicológica. Se os valores não estivessem invertidos, esses
mesmos pais protegeriam seus filhos de todo e qualquer perigo, lhes supriria
todas as necessidades de atenção, amor, orientação, cuidados, educação.
Na escola que é o segundo pilar, o segundo sustentáculo, temos alunos
agredindo professores e professores batendo em alunos, temos alunos matando
colegas, enfim, temos o ambiente parceiro do lar na educação de um indivíduo
transformado em um verdadeiro campo de guerra, onde o aluno não está mais
seguro por estar em sala de aula e onde o professor perde o foco de educar e
passa a agredir.
A inversão de valores, vai além do ambiente familiar e além da escola,
porque já está impregnada na sociedade e o pior é que os indivíduos que
perderam os valores familiares, que desconhecem os princípios, a ética, a moral e
a noção do que é ser um ser humano toma realmente o errado como certo.
Uma das maiores crises que enfrentamos hoje nos dias hodiernos é nos
modelos e nas relações familiares. Que modelo de família foi passado para nós
pelos nossos antepassados? E qual modelo de família que a sociedade tem nos
apresentado hoje? Sendo na família o lugar onde nós adquirimos primeiramente
nossos valores. Nossas famílias hoje estão em crise, por essa mutabilidade de
modelos que temos hoje. Com o acelerado acréscimo da dissolução de
casamento, onde passam a existir novos tipos de uniões, onde nem os pais nem
mesmo a escola está preparada para ensinar aos filhos essa nova realidade
presente na sociedade.
Diante desta realidade onde os valores são relativos e subjetivos, e são
eles que regem o mundo, faz-se necessário termos uma nova conformidade
em torno dos valores e que este nos sirva de sinal para termos cada vez
mais uma sociedade pautada nos valores éticos e igualitários, para assim
conquistarmos consequentemente uma boa convivência quer seja particular
ou universal. Voltando-nos para a problemática da crise dos valores na
atualidade, percebemos que desde os primórdios o homem vive se
confrontando com diversas situações e consequentemente uma
multiplicidade de valores que os fazem ou mesmo os obrigam a conviver

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com aquilo que eles crêem e aquilo que eles sabem. Na sociedade atual
nossa vida é marcada por ter que fazer diariamente escolha, escolha estas
que nem sempre condiz com a moral ética exigida pela massa. Essa
escolha possibilitou a filosofia dos valores a cair no positivismo e neo
positivismo. Neste sentido os valores adquiriram nos dias atuais uma
grande importância e passou a ser objeto de tematização.
Este relativismo o qual falamos acima nos levou a não possuirmos critérios
seguros que nos leve a distinguir o bem do mal, o belo do feio, o certo e o errado,
tudo é relativo e depende da concepção de cada um. Tudo isso nos levou a uma
grande crise de valores. Eles não são mais como antes imutáveis e sim muda a
cada instante conforme o desejo da humanidade.
Nietzsche corrobora conosco quando vem afirmar que não existem valores
absolutos. Estes são sempre produto de veemência egoístas dos indivíduos.

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Conclusão
Assim, pois, os valores possuem uma objetividade peculiar que se distingue
da objetividade meramente natural ou física dos objetos que existem ou podem
existir à margem do homem, ou à margem da sociedade. A objetividade dos
valores não é, pois, nem a das ideias platónicas (seres ideais), nem a dos objetos
físicos (seres reais, sensíveis). É uma objetividade peculiar – humana, social –
que não pode reduzir-se ao ato psíquico de um sujeito individual nem às
propriedades naturais de um objeto real.
Trata-se de uma objetividade que transcende o marco de um indivíduo e de
um grupo social determinado, mas que não sai do âmbito do homem como ser
histórico-social. Os valores, em suma, não existem em si e por si à margem dos
objetos reais, cujas propriedades objetivas se dão então como propriedades
valiosas (quer dizer, humanas, sociais), nem ainda à margem da relação com um
sujeito (o homem social).
Os valores existem, pois, objetivamente, quer dizer, com uma objetividade
social. Os valores, por fim, unicamente se dão num mundo social, quer dizer por e
para o homem.

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Referência Bibliográfica

http://scielo.sld.cu/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0864-21412018000100007
https://maestrovirtuale.com/anti-valores-caracteristicas-exemplos-e-
consequencias/
https://filosofarliberta.blogspot.com/2015/02/o-problema-da-natureza-dos-
valores.html
https://www.webartigos.com/artigos/crise-de-valores-no-mundo-contemporaneo/
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