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Metas da aula
Apresentar abordagens teóricas relativas ao conceito
de liberdade, visando à compreensão da ideia de
liberdade ética.
Objetivos
Esperamos que, após o estudo do conteúdo
desta aula, você seja capaz de:
Pré-requisitos
Para que você encontre mais facilidade na compreensão
desta aula, é importante recordar alguns conceitos trabalha-
dos nas Aulas 1, 2 e 3, como juízo de valor e juízo de fato,
moralidade, concepções sobre o corpo etc.
Aula 4 • Liberdade e responsabilidade: entre escolhas e deveres
Introdução
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Liberdade e moralidade
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detectar que uma mercadoria não foi paga. Nesse caso, se sua
escolha estiver deliberadamente de acordo com a regra, seu ato
será considerado moral. Se, mesmo correndo risco ou sabendo
das regras, você decidir deliberadamente furtar, cometerá um ato
imoral. Mas, se escolheu não furtar por uma imposição, ou seja,
só se decidiu por causa da possível punição, seu ato também
será considerado imoral, uma vez que sua motivação nada teve
a ver com uma consciência ética.
Podemos também frisar que, quando alguém age sem se dar
conta da regra, sua atitude poderá ser considerada amoral. Apro-
veitando o exemplo citado, se uma pessoa entra numa loja e avista
sobre o balcão alguns folhetos ilustrativos, pode julgar que são de
distribuição gratuita e, por isso, decidir levar alguns. No entanto, de-
pois de já tê-los colocado na bolsa, é informada de que tais folhetos
não podem ser levados, mas apenas consultados na própria loja.
Desse modo, não se pode considerar que a pessoa cometeu um fur-
to, ou seja, um ato de imoralidade, mas sim um ato de amoralidade,
por ela não ter tido a consciência de que seu ato foi leviano.
Contudo, cabe aqui uma ressalva com relação aos deveres
do cidadão. É muito comum, especialmente no contexto do Turis-
mo, alguns turistas, ao cometerem atos que podem ser conside-
rados imorais nos lugares em que os praticam, declararem que
desconhecem as leis ou os costumes do determinado país. Muito
embora essa colocação seja tantas vezes verdadeira, do ponto de
vista legal eles não poderão ser isentos de responsabilidade.
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Atividade
Atende aos Objetivos 1 e 2
1. O ato moral é constituído de dois aspectos: o normativo (nor-
mas ou regras de ação e os imperativos que enunciam o “de-
ver ser”) e o fatual (atos humanos enquanto se realizam efeti-
vamente). O ato efetivo poderá ser considerado moral, imoral,
amoral ou não moral. Estabeleça a distinção entre cada uma des-
sas posturas, relacione liberdade e moralidade e discorra sobre a
relevância de se estudar liberdade, segundo a Ética.
Resposta Comentada
Você deverá descrever os quatro tipos de atos que foram destacados
nesta aula, explicando que um ato poderá ser considerado moral
quando vai ao encontro das regras; imoral quando o ato vai de en-
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Édipo Rei
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a que estamos sujeitos, estaríamos, por isso, “determinados” a Surge no século XIX com
base nas análises feitas
não ser de alguma forma livres. Isso equivale a perguntar: mes- por Franz Brentano sobre
mo que haja causas que atuem sobre nós, sejam elas conhecidas a intencionalidade da
consciência humana.
ou desconhecidas, não poderíamos realizar uma ação transfor- Sua proposta era buscar
descrever, compreender e
madora sobre elas? Haveria mesmo uma faticidade insolúvel
interpretar os fenômenos
no sujeito, ou seja, um conjunto de determinações que definem que se apresentam à
percepção. Não separa
coisas e humanos de forma imutável? Ou o ser seria dotado da mais sujeito e objeto,
opondo-se ao pensamento
capacidade de agir, na qual essa ação geraria um movimento que
positivista do século XIX,
superasse as determinações, dando-lhes novos sentidos, mesmo e examina a realidade a
partir da perspectiva de
que não pudessem ser negadas totalmente? primeira pessoa.
Se alguns teimassem em dizer que essa seria apenas uma Alguns dos principais filó-
sofos fenomenologistas
falsa chance de escolha diante de alternativas dadas, ainda assim
do século XX são Edmund
poder-se-ia argumentar que o ser humano não está no mundo do Husserl, Martin Heide-
gger, Jean-Paul Sartre e
mesmo jeito que todas as coisas, pois é dotado de imaginação Maurice Merleau-Ponty.
e, portanto, de imprevisibilidade. Inventar-se, criar e produzir a
construção de um mundo seria, então, a cabal expressão e di-
mensão da liberdade.
Recordando a Aula 3, na parte em que tratamos do fim da
dicotomia entre corpo e espírito, afirmamos que o corpo humano
é o que permite nossa relação com o mundo. É o filósofo Maurice
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Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Maurice_Merleau-
Ponty
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Atividade
Atende ao Objetivo 3
2. Descreva as noções de liberdade incondicional, livre-arbítrio,
determinismo e liberdade situada e crie situações para exempli-
ficar cada um dos conceitos.
Resposta Comentada
Você deveria responder que a noção de liberdade incondicional é a
decisão e a ação deliberada do sujeito, independente de quaisquer
determinações, sejam elas exteriores ou interiores. Poderia explicar
o livre-arbítrio como a faculdade que o indivíduo possui de deter-
minar sua própria conduta, de acordo com sua consciência. Citaria
o determinismo como a doutrina filosófica, baseada no princípio da
causalidade, que implica a negação do livre-arbítrio e segundo a qual
tudo, no universo, inclusive a vontade humana, está submetido à ne-
cessidade. Também poderia destacar que a liberdade situada afirma
que a liberdade não se faz no plano teórico, segundo um conceito
de liberdade abstrata, nem conforme uma concepção racionalista
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Conclusão
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Atividade Final
Atende ao Objetivo 4
Em um determinado município, os recursos naturais configu-
ram-se como atrativos turísticos e o ciclo do turismo ocorre justa-
mente com relação aos efeitos ambientais, sociais e econômicos.
Um certo meio de hospedagem integra a infraestrutura turística
desta localidade, porém o gerente não se preocupa com a gestão
ambiental local e despeja toda a carga de esgoto gerada no em-
preendimento em um curso d’água, que é tributário do maior rio
e onde se localizam os principais atrativos turísticos. O gestor
tem plena consciência de que despejar esgoto in natura em um
curso d’água pode resultar em contaminação e em consequên-
cias graves para todos que têm contato com a água contaminada.
Considerando o contexto apresentado e a afirmação “é quando
escolho que me torno humano, e escolho não apenas para mim,
mas a toda a humanidade” (SARTRE apud GALLO, 2003), faça
uma análise crítica utilizando-se dos conceitos de liberdade e re-
sponsabilidade.
Resposta Comentada
Você poderia começar a responder analisando a situação, destacan-
do os perigos que um turismo descontrolado pode causar do ponto
de vista ambiental, social e econômico. Depois, destacaria o estado
de consciência do gestor no ato cometido, mostrando que, ao estar
consciente e que conhece os riscos de sua atitude, está praticando
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Resumo
Liberdade significa independência do sujeito. Ser livre é uma
qualidade do humano e, segundo a Ética, essa liberdade é con-
quistada pela autonomia do sujeito moral. Sujeito moral é aque-
le que age de acordo com sua consciência e sua liberdade. Apre-
sentamos duas posturas distintas do sujeito: uma que se refere
ao sujeito autônomo (ou sujeito ativo) e outra, ao sujeito heterô-
nomo (ou sujeito passivo).
É a consciência crítica que discerne o valor moral dos nossos
atos. O ato moral envolve liberdade de escolha por parte do su-
jeito, consciência moral, intencionalidade em praticá-lo, solida-
riedade para com os outros e responsabilidade. Os atos podem
ser normativos ou fatuais. Os normativos estão relacionados
com as regras e, portanto, com os deveres. Os fatuais são os
atos propriamente ditos, praticados pelo homem. O ato poderá
ser considerado moral (quando o ato vai ao encontro das re-
gras), imoral (quando o ato vai de encontro às regras), amoral
(quando o ato se realiza à margem das regras, sem referência
aos valores e sem consciência da moral) e não moral (quando se
usam outros critérios de avaliação que não pertencem à esfera
da moral ou quando não há nenhum tipo de moralismo envolvi-
do, significando uma busca pela neutralidade).
Merecem destaque as noções de liberdade incondicional (deci-
são e ação deliberada, independente de quaisquer determina-
ções, sejam elas exteriores ou interiores), livre-arbítrio (faculda-
de que o indivíduo possui de determinar sua própria conduta, de
acordo com sua consciência), determinismo (doutrina filosófica,
baseada no princípio da causalidade, que implica a negação do
livre-arbítrio e segundo a qual tudo, no universo, inclusive a von-
tade humana, está submetido à necessidade) e liberdade situada
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