O Problema do livre arbítrio: é possível conciliar a experiência de liberdade com a
existência de leis naturais? O ser humano pode autodeterminar-se, ou já está
determinado? Liberdade consiste na possibilidade de escolha e autodeterminação, de querer e fazer algo. No entanto, podemos ver que existem provas da inexistência do livre- arbítrio não tendo liberdade total sobre tudo e todos- Se essa escolha é determinada por forças que não dependem das decisões humanas, por exemplo, não podemos contornar os nossos instintos humanos, presentes na nossa espécie à milénios, tais como as necessidades básicas humanas, da mesma forma que também não é possível contornar as leis da gravidade. Estamos sujeitos às leis naturais, mas sabemos por experiência que podemos fazer opções. Se não tivermos livre-arbítrio, então é difícil compreender como poderíamos possivelmente ser responsáveis por aquilo que fazemos: como podemos ser culpados de algo? Ou como nos podem julgar ou elogiar? Podemos sofrer as consequências de alguma coisa, se não somos livres, logo não responsáveis. O problema do livre-arbítrio é um problema filosófico que não tem uma resposta certa, logo considerando que a discussão é importante, porque, para por exemplo podermos aplicar a justiça, para podermos classificar um atitude; será que somos realmente livres, ou a ‘’liberdade’’ é apenas uma utopia? Em resposta a este problema, existe, o determinismo radical, compatibilismo e o libertíssimo. No entanto, vamos só falar do determinismo radical.
Determinismo é a vertente filosófica que defende que todos os acontecimentos estão
relacionados em “causa-efeito’’, e em seres não livres. Dentro do Determinismo, existe o determinismo radical, Não temos livre-arbítrio. Todos os acontecimentos são determinados. Todos os acontecimentos e todas as ações humanas são provocados por acontecimentos anteriores e remotos, relativamente aos quais não temos qualquer responsabilidade. Se tudo tem uma causa, então não há ações livres; Se não há ações livres, não podemos ser responsabilizados pelas nossas ações; Considera que, se um acontecimento causa outro, quando o primeiro acontece o segundo tem que acontecer também(existência de cadeias causais). A existência de livre-arbítrio, contraria o determinismo radical, logo, isto preza que o mundo é regido por leis e ações consequentes, que podemos ou não saber da existência, não podendo interferir, porque não está nas nossas mãos. Formando uma tese, que, nos diz, que, tudo o que acontece é uma consequência do passado, sendo a nossa ‘’vida’’ totalmente controlado por acontecimentos anteriores e leis naturais. Esta tese, engloba: • O incompatibilismo, que o determinismo radical tem com o livre-arbítrio; • A afirmação do livre arbítrio como uma ilusão; Portanto, as decisões dos sujeitos são sempre resultado de algo que influencia a decisão, mesmo que queiramos tomar uma decisão, essa decisão já foi influenciada, e ‘’decidida’’. Dentro do determinismo existem duas condicionantes, • Mitológica/Religiosa: Afirma que as cadeia de consequências, são fruto, de motivos ‘’superiores’’ • Científica: Afirma, que, as ações são consequência de leis naturais e metafisicas.
Como apoio ao Determinismo Radical, podemos analisar os seguintes argumentos:
• Todos os acontecimentos do mundo são causados por fenómenos que os determinam (relação causa-efeito) .As ações são acontecimentos. Logo, também são causadas por fenómenos que as determinam- consideramo-nos livres porque ignoramos as causas que causam as nossas ações; • Se um agente age da Y forma por escolha, poderia ter agido de modo diferente (ou seja, poderia feito algo muito diferente do anterior). As pessoas não podem praticar ações diferentes daquelas que de facto praticam, e para as que estão destinadas a praticar. Logo, as pessoas nunca agem livremente; • Estar determinado, não significa sermos obrigados a fazer aquilo que não queremos. Por isso temos sensação, falsa, de livre-arbítrio, porque ninguém nos impede de fazermos ‘’aquilo que quisermos’’.
Para contradizer esta tese:
• Segundo a perspetiva determinista (radical) a liberdade é uma ilusão, resultante da ignorância que temos das causas que, em cada momento estão a determinar o nosso comportamento e aquilo que nos acontece------fazemos parte da natureza, e nada nela acontecer por acaso; • Os juízos morais, estes que consiste nas ‘’regras socias’’ que herdamos ao longo da vida perdem qualquer valor no sistema do determinismo—Pois a moralidade não é usada para decidir nada, pois tudo está programado.
Existem diversas evidências na nossa realidade que afirmam a relevância e
veracidade desta teoria, podemos usar como exemplo a sorte e o azar, forças baseadas na superstição sem nenhum tipo de origem conhecida. Deste modo, na nossa opinião, podemos presumir com certeza que não existe alguma possibilidade de decisão exercida pelo ser humano e muito menos liberdade de escolha, que já não esteja predefinida a acontecer no universo. Em suma, a teoria do determinismo, baseada numa ideia de “ação-reação”, o que significa que toda a ação tem uma consequência. Essa consequência é originada a partir de uma decisão, fruto das leis da natureza e não das decisões humanas. O que nos leva à teoria do Determinismo Radical, que consiste no facto de não existir nenhuma forma de decisão possível e tudo o que nos acontece já está predefinido e é inevitável. Esta teoria, como qualquer outra, tem os seus argumentos a favor e contra. Contudo, o importante é ressaltar a ideia de que mesmo que seja real, toda a ação tem a sua consequência e não devemos nunca fechar os olhos sobre o mundo que nos rodeia, pois caso a teoria seja real, todos os acontecimentos possíveis a acontecer já estão ‘’programadas’’ muito antes das próprias ações de facto, acontecerem. Fimmmmmmmmm.
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