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1- INTRODUÇÃO:............................................................................................................................4
2- AÇÃO:...........................................................................................................................................5
3- ESPAÇO:......................................................................................................................................8
4- TEMPO:........................................................................................................................................9
5- PERSONAGENS:......................................................................................................................10
6- FOCO NARRATIVO:................................................................................................................12
7- INTERPRETAÇÃO/MENSAGEM:..........................................................................................13
8- OPINIÃO:....................................................................................................................................13
9- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:.....................................................................................14
1- INTRODUÇÃO:
A obra em estudo é “Marília de Dirceu”, escrita pelo autor Tomaz Antônio
Gonzaga. Publicada pela editora Ática Didática, 9° edição, Brasil, 2009.
2- AÇÃO:
Marília de Dirceu, o livro mais famoso de Tomás Antônio Gonzaga, conta o
amor idealizado entre Dirceu e Marília. O poeta apaixonado assim declara seu amor
por Marília, apenas na certeza do amor da mulher que ele ama.
Ele também faz elogios à Marília e a todo momento evidência sua beleza e
perfeição com detalhes, que em alguns momentos são contraditórios, como a forma
em que Dirceu descreve dois aspectos completamente antagônicos sobre o cabelo
de Marília. Numa lira ele descreve como “fios de ouro”, ou seja, loira, e em outras
liras descreve como cabelos negros, como a noite estrelada.
Para ilustrar seu próprio estado de amor, Dirceu usa uma alegoria. Ele disse
que um dia conheceu o deus "descuidado" do amor sem flechas na mão. Logo "a
raiva acende no coração", Dirceu matou o Cupido. Marilia, porém, teve pena dele, e
chorou de forma que lavou suas feridas com suas lágrimas e acabou ressuscitando
o Cupido, que é o amor.
“Marília Bela,
E ao semblante a graça.”
Além disso, ele usa Gloucester como interlocutor, dizendo que sua amada
Eulina não é tão boa quanto Marília.
Na primeira parte da obra, ele também insinua que uma certa pastora está
interessada nele, o que deixa Marília com ciúmes. Ele então a confortou dizendo:
“Nunca receies,
Dano daquela
Isso prova mais uma vez a superioridade de Marília aos olhos de Dirceu.
Novamente ele relatou incidentes envolvendo o Cupido.
Na segunda parte da obra, Dirceu, apesar de estar preso numa prisão, onde
ele descreve como “cruel masmorra tenebrosa”, e alega que uma “vil calúnia”,
(calúnia desprezível) o levou até lá. Dirceu se entrega ao amor e continua falando
sobre seus sentimentos por Marília
Nesse caso, seu cabelo loiro fica grisalho e cai, e seu rosto muda de cor e
ganha rugas. Ele se lembra de viver com sua amada, segurando uma ovelha no colo
em um cenário idílico e dizendo a ela "mil coisas ternas". Mas Marília percebeu que
as palavras eram dirigidas a ela, não à ovelha.
Então ele alterna sua realidade cruel com memórias de sua amada, a única
coisa que o impede de desistir.
Ainda assim, pela memória e pelas cartas de Marília, foi acompanhado por ela
que, além de lhe prometer lealdade, lhe disse para seguir seu destino.
3- ESPAÇO:
A obra se passa no Brasil do século XVIII, período em que ocorre a
Inconfidência Mineira ao qual o livro indiretamente retrata. Os espaços narrativos
são expostos tanto de maneira poética quanto literal, mas dependendo da lira, o
sentido antes aplicado a palavra é trocado, como vemos no verso onde Dirceu diz:
“Busco o sítio aonde moras”; que passa ideia de ser o local onde Marília mora, e nos
capítulos seguintes ele muda a ideia antes aplicada, dizendo: “O sítio beija, e lhe
mostra o nome”; que personifica o que antes era apenas um local.
Os locais literais do texto são três, sendo eles: Vila Rica (atual Ouro Preto),
onde se passa o capítulo I; a masmorra, onde se passa o capítulo II; e o exílio em
Moçambique, onde se passa o III e último capítulo.
4- TEMPO:
Por se tratar de um livro escrito em liras pouca história direta é contada, ele
mais se assemelha a um diário, sem citações de datas ou de qualquer referência
direta ao tempo em que a obra se passa.
Embora a maior parte do livro se passe no tempo atual em que o autor está
vivendo, na lira V ele relembra o passado, contando como um sítio no qual ele
conheceu costumava ser, e a partir disso o narrador usa essa mudança para mostrar
a alteração do próprio homem.
5- PERSONAGENS:
Os seguintes personagens se encontram citados na obra:
Marília (Maria Doroteia)
A musa de Dirceu é uma jovem e humilde pastora, alvo de todo o amor do
protagonista. Pouco de sua personalidade é revelada, é citado que ela possui
bondade, atrai a atenção de muitos homens e é ciumenta com relação a outras
pretendentes do homem citada na primeira parte. É citado por Dirceu que ela resiste
às empreitadas do homem, mas também segundo ele a mulher acaba cedendo e
correspondendo.
Sobre sua aparência, ele possui cabelos loiros que caem durante sua prisão,
na mesma época seu rosto ganha rugas.
saudades do amigo, sem saber de seu paradeiro. Na vida real, nesta época
Cláudio havia cometido suicídio, fato que Tomás não tinha conhecimento.
Cupido
Um personagem da mitologia romana frequentemente citado por Dirceu, em
sua primeira aparição ele é uma ferramenta utilizada para descrever a aparência de
Marília, e futuramente para criar uma metáfora sobre como Marília reviveu o amor no
interior de Dirceu que ele próprio havia assassinado. No livro ele também é citado
como o responsável por aproximar ambos os amantes, e o motivo de Dirceu ter se
apaixonado por Marília.
Eulina
Eulina é citada como a amada de Glauceste, também uma pastora de bela
aparência, com cabelos crespos e louros, olhar divino e lábios de cor púrpura. Ela
chega a ser comparada com uma deusa por Dirceu, e sua alma é ditada como a de
uma fera. Sua função na história é ser comparada com Marília, e dita como não
sendo tão boa quanto ela.
Laura
Laura é uma personagem que aparece no soneto XI, na terceira parte do livro.
É citado durante a passagem do personagem na prisão que a falsidade da mulher o
libertou, de tal forma que a razão já não mais lhe fazia. Segundo fontes externas,
Laura é um pseudônimo para uma amante de Tomás, Maria Joaquina Anselma de
Figueiredo. Ela teria dito que Tomás era pai de seu filho, mas ele não acreditou,
sendo assim o poeta se libertou de sua ilusão, ainda que por meio de uma mentira
da mulher.
Vênus
Tal como Cupido, Vênus é uma personagem da mitologia romana, contraparte
de Afrodite da mitologia grega. Sua função é basicamente ser uma ferramenta para
metáforas e analogias ligadas ao amor, e ter sua beleza comparada com a de
Marília.
6- FOCO NARRATIVO:
Contextualizando, foco narrativo é uma técnica literária utilizada pelo autor
para determinar quem é o narrador da história e como ele se relaciona com os
personagens e eventos da obra. Em "Marília de Dirceu", o foco narrativo é em
primeira pessoa, o que significa que o narrador participa da história. O que fica
evidenciado já que a obra se assemelha a um diário escrito pelo autor, onde ele é o
personagem principal, caracterizando assim o narrador por narrador-personagem.
O livro inteiro se trata de um grande monólogo, pois em nenhum momento
existe algum diálogo de Marília, ou se quer alguma resposta da moça as palavras de
Dirceu, ou sequer uma conversa com qualquer outro personagem.
Um monólogo é um longo discurso proferido por uma única pessoa,
destacando que este texto não é um diálogo. O autor e o narrador são um e o
mesmo, falando diretamente ao leitor. As falas desse texto traduzem os sentimentos
do autor que usa o pseudônimo de Dirceu, em relação ao seu amor por Marília, sua
musa inspiradora.
Ao usar o foco narrativo em primeira pessoa, o autor pode explorar diferentes
perspectivas e pontos de vista por meio da voz do próprio personagem que narra a
história. O personagem narrador pode descrever o que está acontecendo na história
com base em suas próprias percepções, pensamentos e emoções, o que permite ao
leitor uma compreensão mais profunda da personalidade e motivações do
personagem.
7- INTERPRETAÇÃO/MENSAGEM:
A destreza poética de Tomás Antônio Gonzaga transparece no uso magistral
e elegante do lirismo. Ele combina habilmente estética e emoções em suas histórias
de amor, criando obras-primas atemporais que superam o gênero árcade. Esta obra
se destaca como uma bela declaração de amor explícito, misturando a estética de
seu tempo com o profundo sentimentalismo do Eu Lírico.
8- OPINIÃO:
Embora Marília de Dirceu possa não agradar a todos os gostos de leitura, ela
não ressoa particularmente entre os adolescentes que tendem a subestimar as
palavras de Dirceu como um amor imaturo e não correspondido. No entanto, a
autenticidade da qualidade da obra não deve ser posta em dúvida.
Inegavelmente, este trabalho não envelheceu bem; mesmo suas edições mais
recentes empregam terminologias que são consideradas “ultrapassadas” e que, em
alguns casos, nem sequer o leitor conhece as palavras. Atualmente, a literatura em
forma de poesia tem um apelo mínimo para a maioria dos leitores.
Dentro de Lira VIII, Dirceu lamenta de como Marília se queixa de que ele
roubou seu coração, (dissipando assim qualquer noção de que o amor deles seja
platônico). Dirceu lamenta ainda a aparente relutância de Marília em retribuir seu
afeto e contrariando a ideia de diversos filósofos ele tenta provar como o amor existe
até mesmo entre os animais.
Ao examinar esta obra-prima, Manoel Bandeira nota que ela teve uma
abundância de edições, rivalizada apenas por “Os Lusíadas”. Isso destaca o
significado da obra no reino da literatura, fornecendo uma valiosa contribuição para
nossas percepções literárias.
9- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
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2006
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Disponívelem: <
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