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Lívia Saraiva

Segunda geração
modernista: a
poesia de 1930
A poesia de 1930 na História
Os anos da década de 1930 foram de grande agitação econômica, política e social no Brasil e
no mundo.
A crise econômica que culminou com a quebra da Bolsa de Nova York, em 1929, e a ascensão
de governos totalitários na Europa formaram o quadro que levaria à Segunda Guerra Mundial
(1939-1945), com seu cenário de horrores nunca visto até então, e à imposição, no Brasil, da
ditadura de Getúlio Vargas, o Estado Novo (1937-1945), marcado pela repressão e por
perseguições políticas.
Esses fatos interferiram diretamente na percepção dos autores brasileiros que desenvolveram
e diversificaram o cenário da poesia produzida no país.
Depois da passagem da chamada “fase heroica” do Modernismo, que se concentrou em torno
da Semana de 22, as conquistas dos primeiros modernistas se consolidaram na literatura.
Na poesia, o uso de versos livres, a incorporação da linguagem coloquial, a elaboração de
paródias e a exploração de temas cotidianos, por exemplo, tornaram-se procedimentos
corriqueiros.
A poesia de 1930 na História
Destacam-se entre os autores dessa geração, além de Carlos Drummond de Andrade,
que é um dos escritores mais importantes e prestigiados de nossa tradição literária,
Jorge de Lima, Murilo Mendes, Vinicius de Moraes, Cecília Meireles e Mario Quintana.
Do ponto de vista ideológico, tanto concepções mais engajadas (denúncia da
exploração de operários e camponeses, por exemplo) como posições mais
conservadoras (literatura espiritualista, essencialista e metafísica).
Já do ponto de vista formal, observam-se tanto experiências estéticas radicais
quanto posturas mais convencionais, como o uso de formas fixas, em especial o
soneto.
Características da
segunda fase do
Modernismo
Influência do Realismo e Romantismo;
Nacionalismo, universalismo e regionalismo;
Realidade social, cultural e econômica;
Valorização da cultura brasileira;
Influência da psicanálise de Freud;
Temática cotidiana e linguagem coloquial;
Uso de versos livres e brancos.
Carlos Drummond de Andrade
(1902-1987): o lirismo na
apreensão da realidade
Drummond foi redator e colaborador em vários jornais brasileiros.
Além de escrever poesia, produziu crônicas e manteve uma
interessante correspondência com outros escritores, como Mário
de Andrade.
Escreveu obras fundamentais entre as décadas de 1930 e 1950 e
focalizou as várias faces de um Brasil que participava das
transformações getulistas, espantava-se com as atrocidades da
Segunda Guerra Mundial e percebia, perplexo, os descaminhos
do mundo no pós-guerra.
O desencanto com a destruição em massa causada pela guerra
marca a poesia de Drummond, mas permite acalentar um resto
de esperança, como se percebe no poema “Mãos dadas”.
"Mãos Dadas", Carlos Drummond de Andrade
Não serei o poeta de um mundo caduco.
Também não cantarei o mundo futuro.
Estou preso à vida e olho meus companheiros.
Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.
Entre eles, considero a enorme realidade.
O presente é tão grande, não nos afastemos.
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.

Não serei o cantor de uma mulher, de uma história,


não direi os suspiros ao anoitecer, a paisagem vista da
janela,
não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida,
não fugirei para as ilhas, nem serei raptado por serafins.
O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens
presentes, a vida presente.

ANDRADE, Carlos Drummond de. Poesia completa e prosa. Rio


de Janeiro: José Aguilar, 1973. p. 11 1.
Carlos Drummond de Andrade
(1902-1987): o lirismo na
apreensão da realidade
Poemas que refletem sobre a função social do poeta, bem como sua luta com
as palavras, ou seja, as dificuldades do próprio fazer poético são também
recorrentes na produção drummondiana. Essa busca incessante do poeta pela
palavra plena de significados é tema do poema “O lutador”.
Sobressaem ainda outros temas recorrentes, como as lembranças de Minas
Gerais, sua terra natal, o amor em suas múltiplas faces, como encontro e como
angústia, a homenagem aos amigos, e também a escritores e artistas com
quem dividia inquietações e preferências.
A marca mais acentuadamente moderna de sua poesia é o lirismo obtido pela
mistura do prosaico com o irônico, como se observa no poema “Cidadezinha
qualquer”. Nele, o olhar do poeta se volta para uma pequena cidade e revela a
vida por trás da paisagem, o cotidiano simples que se incorpora à matéria
poética à medida que ironiza a vida que passa devagar, aparentemente sem
sentido, dividida entre a “besteira” do tempo que finge passar, progredir e a
singeleza do retrato de um Brasil interiorano.
"O lutador", Carlos Drummond de Andrade
Lutar com palavras
é a luta mais vã.
Entanto lutamos
mal rompe a manhã.
São muitas, eu pouco.
Algumas, tão fortes
como um javali.
Não me julgo louco

Se o fosse,
teria poder de encantá-las.
Mas lúcido e frio,
apareço e tento apanhar algumas
para meu sustento
num dia de vida. [...]

ANDRADE, Carlos Drummond de. Antologia poética. Rio de


Janeiro: José Olympio, 1983. p. 172
"Cidadezinha qualquer", Carlos Drummond de Andrade
Casas entre bananeiras
mulheres entre laranjeiras
pomar amor cantar.

Um homem vai devagar.


Um cachorro vai devagar.
Um burro vai devagar.

Devagar... as janelas olham.

Eta vida besta, meu Deus.

ANDRADE, Carlos Drummond de.


Poesia e prosa. Rio de Janeiro: Nova
Aguilar, 1988. p. 21.
A poesia engajada de Jorge de
Lima
Filho de um senhor de engenho decadente, Jorge de Lima conheceu de perto a
realidade escravocrata nordestina que, sob vários aspectos, prevaleceu mesmo
depois da abolição. Assim, sua própria experiência forneceu elementos para a
composição de vários poemas em que esboçou interessantes painéis da
realidade brasileira.
No poema “Maria Diamba”, o autor discute as posturas que a mulher
escravizada tem de assumir para sobreviver na sociedade colonial, em que ela
é tratada como objeto.
Em contraponto a essa condição submissa à qual Maria Diamba, figura
retratada no poema, é forçada a se adaptar, encontra-se sua postura
resistente: quando encontra oportunidade, fala da possibilidade de fuga como
um desejo a consolar seus dias de sofrimento.
A elaboração rítmica e a incorporação de variedades linguísticas são
qualidades significativas dos poemas de Jorge de Lima, que focalizam os
resquícios da escravidão e a desigualdade dos modos de vida da população,
especialmente a nordestina. O autor também escreveu poemas de cunho
religioso, que apresentam fortes traços de misticismo.
"Maria Diamba", Jorge de Lima
Para não apanhar mais
falou que sabia fazer bolos:
virou cozinha.
Foi outras coisas para que tinha jeito.
Não falou mais.
Viram que sabia fazer tudo,
até molecas para a Casa-Grande.
Depois falou só,
só diante da ventania que ainda vem do Sudão;
falou que queria fugir dos senhores e das judiarias deste
[mundo
para o sumidouro.

LIMA, Jorge de. Poesia completa. Rio de Janeiro: Nova


Aguilar, 1997. p. 315
As várias faces de Murilo
Mendes
Sua poesia abarca tendências distintas: publicou poemas humorísticos e
paródicos, poemas de inspiração surrealista e também de cunho religioso.
Assim, o misticismo católico pode ser apontado como um dos traços mais
marcantes de sua obra.
Em parceria com Jorge de Lima, escreveu, em 1935, a obra Tempo e eternidade,
em que ambos tentaram “restaurar a poesia em Cristo”, pelo uso recorrente de
imagens e símbolos que fundem as dimensões do tempo e do espaço e visam
instaurar a ideia de unidade.
No poema transcrito a seguir, intitulado “Poema espiritual”, pode-se observar a
criatividade de Murilo Mendes, capaz de elaborar imagens que associam
religiosidade e sensualidade e de articular as dimensões material e espiritual
da vida, já que, em sua perspectiva, ambas seriam expressões de uma mesma
ordem universal.
"Poema espiritual, Murilo Mendes
Eu me sinto um fragmento de Deus
Como sou um resto de raiz
Um pouco de água dos mares
O braço desgarrado de uma constelação.
A matéria pensa por ordem de Deus,
Transforma-se e evolui por ordem de Deus.

A matéria variada e bela


É uma das formas visíveis do invisível.
Cristo, dos filhos do homem és o perfeito.

Na Igreja há pernas, seios, ventres e cabelos


Em toda a parte, até nos altares.
Há grandes forças de matéria na terra, no mar e no ar
Que se entrelaçam e se casam reproduzindo
Mil versões dos pensamentos divinos.
A matéria é forte e absoluta Sem ela não há poesia.

MENDES, Murilo. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Nova


Aguilar, 1994. p. 296
A sensibilidade poética de
Cecília Meireles
Contista, cronista, tradutora e poetisa, já na primeira obra
publicada Cecília Meireles anuncia a grande sensibilidade com
que trataria poeticamente alguns de seus temas fundamentais,
como a instabilidade da vida e a fragilidade do ser.
A musicalidade e a aparente espontaneidade de sua linguagem
poética são fundamentais em seus textos, que abordam temas
existenciais de maneira simultaneamente incisiva e delicada.
Entre as principais obras de Cecília Meireles estão Viagem
(1939), Vaga música (1942), Romanceiro da Inconfidência (1953),
em que reconstitui a história da Inconfidência Mineira, Canções
(1956) e Ou isto ou aquilo (1964), livro de poemas infantis.
"Motivo", Cecília Meireles
Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.

Irmão das coisas fugidias,


não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.

Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
— não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.

Sei que canto. E a canção é tudo.


Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
— mais nada.

MEIRELES, Cecília. Obra poética. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1987. p. 415-416.
Vinicius de Moraes: o poeta
apaixonado
Vinicius de Moraes foi um escritor profundamente lírico. Sua estreia
literária se deu em 1933, com a publicação do livro O caminho para a
distância, apontado pela crítica como “neossimbolista”.
Seus primeiros poemas, de caráter místico e religioso, logo evoluíram
para uma perspectiva mais material da existência, que abarca temas
da vida cotidiana e, de modo especial, focaliza o amor e a mulher.
Modernizando uma das mais conhecidas formas clássicas de
composição poética, o poeta carioca se empenhou em traduzir as
contradições inerentes ao sentimento amoroso, bem como as suas
dimensões sensual e carnal.
Também a temática social foi trabalhada pelo escritor. Em poemas
como “O operário em construção”, por exemplo, é mostrado o
processo de desalienação, ou seja, de tomada de consciência de um
trabalhador braçal.
"A Rosa de Hiroshima", Vinicius de Moraes
Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas oh não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroshima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A antirrosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa sem nada.

MORAES, Vinicius de. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1998. p. 411.
Vinicius e a música de matriz
africana
Com o músico Baden Powell (1937-2000), Vinicius de Moraes lançou, em
1966, o disco Os afro-sambas. Nele estão presentes canções como
“Canto de Ossanha”, “Canto de Xangô” e “Lamento de Exu”, que fundem
elementos das sonoridades africanas e do samba carioca, misturando
instrumentos usados nos rituais do candomblé e da umbanda. Em 1995, a
cantora Mônica Salmaso e o violonista Paulo Bellinati regravaram o
álbum, com interpretações bastante sensíveis e originais.
A importância de Vinicius de Moraes para a cultura brasileira é bastante
significativa. Com Tom Jobim (1927-1994) e João Gilberto, ele participou,
nos anos 1950, da criação do movimento musical Bossa Nova. Algumas de
suas principais obras são: Ariana, a mulher (1936), Poemas, sonetos e
baladas (1946), Orfeu da Conceição (teatro, 1956), Livro de sonetos
(1957), Antologia poética (1960), Para uma menina com uma flor
(crônicas, 1966) e A arca de Noé (poemas infantis, 1970).
Mário Quintana: lirismo e
simplicidade
A poesia de Mario Quintana é marcada pelo lirismo, pelo bom
humor e pela crítica voltada à massificação característica das
sociedades contemporâneas. Focalizando temas aparentemente
simples, como o amor, a vida, a morte, a velhice e a
religiosidade, seus poemas incorporam a fantasia e o universo da
infância, como pode ser observado no poema reproduzido a
seguir.
A obra poética de Mario Quintana apresenta grande diversidade
temática: ele se preocupou com a cidade e sua gente, com os
detalhes do ambiente, imprimindo simplicidade e profunda
reflexão na observação do cotidiano. Fez também a chamada
“poesia epigramática”, que mistura crítica com finíssimo senso de
humor.
"Se o poeta falar num gato", Mário Quintana
Se o poeta falar num gato, numa flor,
num vento que anda por descampados
e desvios e nunca chegou à cidade...
se falar numa esquina mal e mal iluminada...
numa antiga sacada... num jogo de dominó...
Se falar naqueles obedientes soldadinhos de chumbo que morriam de
verdade...
se falar na mão decepada no meio de uma escada
de caracol...
Se não falar em nada
e disser simplesmente tralalá... Que importa?
Todos os poemas são de amor!

QUINTANA, Mario. Esconderijos do tempo. Porto Alegre: L&PM, 1980. p. 35.


Exercícios
1) No poema a seguir, Drummond ironiza o fazer literário. Observando o título, explique o
tema do poema.

Política literária
A Manuel Bandeira

O poeta municipal
Discute com o poeta estadual
Qual deles é capaz de bater o poeta federal.

Enquanto isso o poeta federal


Tira ouro do nariz.
Exercícios
2) Leia o título desta matéria jornalística e observe como a moda e a mídia
mantêm um diálogo constante com a literatura.

No meio da passarela, havia uma pedra ...

A obra de Carlos Drummond de Andrade virou moda com o estilista Ronaldo


Fraga

Jornal Pampulha, Belo Horizonte, 15 a 21 jan. 2005. Estilo de vida, p. C3.

a) Explique o uso do recurso da intertextualidade no título jornalístico que


você leu.
Exercícios
3) (UFV-MG/2000 - adaptado) No poema "No meio do caminho'; de
Drummond, observamos algumas tendências do Modernismo. Registre no
caderno as alternativas que correspondem às características modernistas
evidenciadas no poema.

a) Linguagem coloquial e rejeição do verso perfeito dos parnasianos.


b)Jogo rítmico, que reflete o estado psicológico do movimento.
c) Visão dinâmica da vida expressa por uma poética de tendência
exclusivamente futurista.
d) Experimentação linguística expressa no verso intencionalmente
repetitivo. e) Tom revolucionário, que expressa a preocupação do poeta
com o homem e sua problemática político-social.
Exercícios
4) Leia o poema transcrito a seguir, do gaúcho Mario Quintana, e responda às questões
propostas.

Os poemas
Os poemas são pássaros que chegam
não se sabe de onde e pousam
no livro que lês.
Quando fechas o livro, eles alçam voo
como de um alçapão.
Eles não têm pouso nem porto alimentam-se um instante em cada par de mãos
e partem.
E olhas, então, essas tuas mãos vazias,
no maravilhado espanto de saberes
que o alimento deles já estava em ti...

QUINTANA, Mario. Esconderijos do tempo. Porto Alegre: L&PM, 1980. p. 9.


Exercícios
a) Como é a linguagem usada no poema?

b) Por que o eu lírico aproxima os poemas e os pássaros? O que


há em comum entre esses dois elementos?

c) Explique os versos finais do texto. O que significa dizer “que o


alimento deles [dos poemas/pássaros] já estava em ti...”?
Exercícios
5) (UEFJ)
Os poemas
Os poemas são pássaros que chegam
não se sabe de onde e pousam
no livro que lês.
Quando fechas o livro, eles alçam voo
como de um alçapão.
Eles não têm pouso
nem porto;
alimentam-se um instante em cada
par de mãos e partem.
E olhas, então, essas tuas mãos vazias,
no maravilhado espanto de saberes
que o alimento deles já estava em ti...
Mario Quintana
Exercícios
5) (UEFJ)
Os poemas
Os poemas são pássaros que chegam
não se sabe de onde e pousam
no livro que lês.
Quando fechas o livro, eles alçam voo
como de um alçapão.
Eles não têm pouso
nem porto;
alimentam-se um instante em cada
par de mãos e partem.
E olhas, então, essas tuas mãos vazias,
no maravilhado espanto de saberes
que o alimento deles já estava em ti...
Mario Quintana
Exercícios
Os versos destacados acima podem ser lidos como uma pressuposição do
autor sobre o texto literário. Essa pressuposição está ligada ao fato de que
a obra literária, como texto público, apresenta o seguinte traço:
a) é aberta a várias leituras
b) provoca desejo de transformação
c) integra experiências de contestação
d) expressa sentimentos contraditórios
Exercícios
6) Sobre a poesia de Mario Quintana, é incorreto afirmar:
a) Enquadra-se, cronologicamente, no terceiro tempo modernista, embora
essa classificação seja arbitrária, já que sua poesia crescia sob o clima da
década de 30 (segundo tempo modernista) no plano da literatura gaúcha.
b) Tem no Simbolismo sua maior inspiração, onde encontrou o gosto e a
técnica pelos poemas em prosa.
c) A escola parnasiana é sua maior inspiração. O poeta pregou o culto à
palavra e ao formalismo métrico.
d) Os temas frequentes da poesia de Mario Quintana são: valorização da
imaginação, o sonho, a fantasia, o devaneio, o encanto, o misticismo, a
humanidade, a existência, o carinho, a canção e o mundo infantil.
Exercícios
6) Sobre a poesia de Mario Quintana, é incorreto afirmar:
a) Enquadra-se, cronologicamente, no terceiro tempo modernista, embora
essa classificação seja arbitrária, já que sua poesia crescia sob o clima da
década de 30 (segundo tempo modernista) no plano da literatura gaúcha.
b) Tem no Simbolismo sua maior inspiração, onde encontrou o gosto e a
técnica pelos poemas em prosa.
c) A escola parnasiana é sua maior inspiração. O poeta pregou o culto à
palavra e ao formalismo métrico.
d) Os temas frequentes da poesia de Mario Quintana são: valorização da
imaginação, o sonho, a fantasia, o devaneio, o encanto, o misticismo, a
humanidade, a existência, o carinho, a canção e o mundo infantil.
Exercícios
7) (UEMA) O Surrealismo, movimento vanguardista, trazia como princípios a
prevalência do automatismo psíquico em estado puro e a expressão do
pensamento de maneira automática e espontânea, gerando, na escrita
literária, imagens impulsionadas pelo inconsciente.
As poesias de Mario Quintana, não muito raro, trazem imagens que dialogam
com a proposta surrealista, como se pode observar no seguinte conjunto de
versos, extraído do livro de poemas Esconderijos do tempo:
a) “O poeta é belo porque os seus farrapos / são do tecido da eternidade”
b) “E se me dessem – um dia – uma outra oportunidade, / eu nem olhava o
relógio”
c) “..., mas eu queria ter nascido numa dessas casas de meia-água / com o
telhado descendo logo após as fachadas”
d) “Eu queria escrever uns versos para Ray Bradbury, / o primeiro que, depois
da infância, conseguiu encantar- me com suas mágicas”
e) “As moças das cidades pequenas / com o seu sorriso e o estampado claro
de seus vestidos”
Referências
bibliográficas
SM, Edições (org.). Ser Protagonista. 3. ed. São Paulo: Sm, 2016, 352 p.

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