Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Modernismo:
O modernismo brasileiro foi um amplo movimento cultural que
repercutiu fortemente sobre a cena artística e a sociedade brasileiras
desde a primeira metade do século XX, e resultou, em grande parte, da
assimilação de novas tendências artísticas e culturais lançadas pelas
vanguardas européias anteriores à Primeira Guerra Mundial.
Tradicionalmente, considera-se a Semana de Arte Moderna realizada em
São Paulo, em 1922, o ponto de partida do modernismo no Brasil.
Didaticamente, divide-se o Modernismo em três fases: a primeira fase, mais radical e fortemente oposta a tudo que foi
anterior, cheia de irreverência e escândalo; uma segunda mais amena, que formou grandes romancistas e poetas; e uma
terceira, também chamada Pós-Modernismo por vários autores, que se opunha de certo modo a primeira e era por isso
ridicularizada com o apelido de neoparnasianismo.
• Primeira Geração (1922-1930) Rebelde e iconoclasta.
Caracteriza-se por ser uma tentativa de definir e marcar posições. Período rico em manifestos e
revistas de vida efêmera. É a fase mais radical, justamente em conseqüência da necessidade de
definições e do rompimento de todas as estruturas do passado. Caráter anárquico e forte sentido
destruidor. Principais autores desta fase: Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Manuel Bandeira,
Antônio de Alcântara Machado, Menotti del Picchia, Cassiano Ricardo, Guilherme de Almeida e
Plínio Salgado.
Características
Busca do moderno, original, irreverente e polêmico.
“Língua brasileira” - falada pelo povo nas ruas.
Paródias - tentativa de repensar a história e a literatura brasileira. Poema-Pílula e Poema -Piada.
• Segunda Geração (1930-1945) Social e politicamente engajada Duas fases de Tarsila do Amaral:
Estende-se de 1930 a 1945, sendo um período rico na produção poética e também na prosa. O acima o Abaporu (Antropofagia)
e ao lado, abaixo, Operários
universo temático se amplia e os artistas passam a preocupar-se mais com o destino dos homens, o (Social).
estar-no-mundo. “A segunda fase colheu os resultados da
precedente, substituindo o caráter destruidor pela intenção construtiva, “pela
recomposição de valores e configuração da nova ordem estética”. (Cassiano Ricardo)
A poesia prossegue a tarefa de purificação de meios e formas iniciada antes, ampliando
a temática na direção da inquietação filosófica e religiosa, com Vinícius de Moraes, Jorge
de Lima, Augusto Frederico Schmidt, Murilo Mendes, Carlos Drummond de Andrade, ao
tempo em que a prosa alargava a sua área de interesse para incluir preocupações novas
de ordem política, social e econômica, humana e espiritual. À piada sucedeu a gravidade
de espírito, a seriedade da alma, propósitos e meios. Uma geração grave, preocupada com
o destino do homem e com as dores do mundo, pelos quais se considerava responsável,
deu à época uma atividade excepcional.
Características (Poesia)
Nova postura temática - questionar mais a realidade e a si mesmo enquanto indivíduo;
Tentativa de interpretar o estar-no-mundo e seu papel de poeta;
Literatura mais construtiva e mais politizada.
Surge uma corrente mais voltada para o espiritualismo e o intimismo (Cecília Meireles, Murilo Mendes, Jorge de Lima e Vinícius
de Moraes);
Aprofundamento das relações do eu com o mundo (Carlos Drummond de Andrade)
Consciência da fragilidade do eu - "Tenho apenas duas mãos / e o sentimento do mundo" (Carlos Drummond de Andrade -
Sentimento do Mundo).
Características (Prosa)
Romances caracterizados pela denúncia social, verdadeiro documento da realidade brasileira, atingindo elevado grau de tensão
nas relações do eu com o mundo. O regionalismo ganha importância, com destaque às relações do personagem com o meio
natural e social.
Os escritores nordestinos Graciliano Ramos, Raquel de Queiroz e José [e Lins do Rego merecem destaque especial, por sua
denúncia da realidade da região pouco conhecida nos grandes centros. O 1° romance nordestino foi "A Bagaceira" de José
Américo de Almeida (1928). Esses romances retratam o surgimento da realidade capitalista, a exploração das pessoas,
movimentos migratórios, miséria, fome, seca etc.
• Terceira Geração (1945 - 1970) Existencial e introspectiva. Social.
A prosa, tanto no romance quanto nos contos, busca uma literatura intimista, de sondagem psicológica, introspectiva, com
destaque para Clarice Lispector e Lygia Fagundes Telles. Ao mesmo tempo, o regionalismo adquire uma nova dimensão com
Guimarães Rosa e sua recriação dos costumes e da fala sertaneja, penetrando fundo na psicologia do jagunço do Brasil central.
Um traço característico comum a Clarice e Guimarães Rosa é a pesquisa da linguagem, por isso são chamados instrumentalistas ou
estruturalistas.
Na poesia, surge uma geração de poetas que se opõem às conquistas e inovações dos modernistas de 22. Assim, negando a
liberdade formal, as ironias, as sátiras e outras “brincadeiras” modernistas, os poetas de 45 buscam uma poesia mais “equilibrada
e séria”. Os modelos voltam a ser os Parnasianos e Simbolistas. Principais autores (Ledo Ivo, Péricles Eugênio da Silva Ramos, Geir
de Campos e Darcy Damasceno). No fim dos anos 40, surge um poeta singular, pois não está filiado esteticamente a nenhuma
tendência: João Cabral de Melo Neto.
Estrutura
O poema Morte e Vida Severina é dividido em 18 partes, como se fossem 18 “estações” visitadas pelo narrador, o “Severino
Retirante”. João Cabral preferiu estruturar seu longo poema utilizando-se de versos com ritmo e sonoridade da Medida Velha, ou
seja, dos versos mais simples que eram utilizados tanto na Idade Média, como na Literatura de Cordel, que tanto influenciou o
autor, desde seus primeiros anos enquanto leitor.
A simplicidade dos versos, atrelada a um enorme poder descritivo e à abordagem social/engajada, garantem ao poema um
destaque na moderna Literatura Brasileira.
O/ meu/ no/me é/ Se/ve/ri/no, (7 e que foi o mais antigo Somos muitos Severinos
SP*) senhor desta sesmaria. iguais em tudo na vida:
Não/ te/nho/ ou/tro/ de/ pi/a. (7 Como então dizer quem falo na mesma cabeça grande
sílabas) ora a Vossas Senhorias? que a custo é que se equilibra,
Como há muitos Severinos, Vejamos: é o Severino no mesmo ventre crescido
que é santo de romaria, da Maria do Zacarias, sobre as mesmas pernas finas
deram então de me chamar lá da serra da Costela, e iguais também porque o sangue,
Severino de Maria. limites da Paraíba. que usamos tem pouca tinta.
Como há muitos Severinos Mas isso ainda diz pouco: E se somos Severinos
com mães chamadas Maria, se ao menos mais cinco havia iguais em tudo na vida,
fiquei sendo o da Maria com nome de Severino morremos de morte igual,
do finado Zacarias. filhos de tantas Marias mesma morte severina:
Mas isso ainda diz pouco: mulheres de outros tantos, que é a morte de que se morre
há muitos na freguesia, já finados, Zacarias, de velhice antes dos trinta,
por causa de um coronel vivendo na mesma serra de emboscada antes dos vinte
que se chamou Zacarias magra e ossuda em que eu vivia. de fome um pouco por dia
(de fraqueza e de doença suando-se muito em cima, e melhor possam seguir
é que a morte severina a de tentar despertar a história de minha vida,
ataca em qualquer idade, terra sempre mais extinta, passo a ser o Severino
e até gente não nascida). a de querer arrancar que em vossa presença emigra.
Somos muitos Severinos alguns roçados da cinza. SP* - Sílabas Poéticas
iguais em tudo e na sina: Mas, para que me conheçam
a de abrandar estas pedras melhor Vossas Senhorias
O trecho principal começa quando o retirante diz: “Somos muitos Severinos/iguais em tudo na vida:/na mesma cabeça
grande/que a custo é que se equilibra, /no mesmo ventre crescido/sobre as mesmas pernas finas/e iguais também porque o
sangue, /que usamos tem pouca tinta.”. A partir daqui percebemos o quão difícil é a vida dos retirantes.
2ª PARTE: O RETIRANTE ENCONTRA DOIS HOMENS CARREGANDO UM DEFUNTO NUMA REDE, AOS GRITOS DE "Ó IRMÃOS DAS
ALMAS! IRMÃOS DAS ALMAS! NÃO FUI EU QUEM MATEI NÃO!"
Severino se depara com a primeira morte (por emboscada) e trava um diálogo com os dois homens que carregam aquele
defunto embrulhado em uma rede, repetindo o triste refrão "irmãos das almas", para se referir a essas pessoas de “irmandades
religiosas” que se encarregavam dos mortos. Nesta parte percebe-se a denúncia contra os que, abusando do poder, matam
para tomar a terra e jamais são punidos:
— Este foi morto de bala, — Ter uns hectares de terra, — Tinha somente dez quadras,
irmão das almas, irmão das almas, irmão das almas,
mas garantido é de bala, de pedra e areia lavada todas nos ombros da serra,
mais longe vara. que cultivava. nenhuma várzea.
— E quem foi que o emboscou, — Mas que roças que ele tinha, — Mas então por que o mataram,
irmãos das almas, irmãos das almas irmãos das almas,
quem contra ele soltou que podia ele plantar mas então por que o mataram
essa ave-bala? na pedra avara? com espingarda?
— Ali é difícil dizer, — Nos magros lábios de areia, — Queria mais espalhar-se,
irmão das almas, irmão das almas, irmão das almas,
sempre há uma bala voando os intervalos das pedras, queria voar mais livre
desocupada. plantava palha. essa ave-bala. (...)
3ª PARTE: O RETIRANTE TEM MEDO DE SE EXTRAVIAR POR SEU GUIA, O RIO CAPIBARIBE (QUE ESTÁ SECO)
Ao se deparar com o rio Capibaribe seco, Severino percebe que existe um novo tipo de morte: a morte do rio, que desaparece
na estação seca. Não se esqueça de que ele estava usando o Capibaribe como guia para chegar ao Recife.
4ª PARTE: NA CASA A QUE O RETIRANTE CHEGA ESTÃO CANTANDO EXCELÊNCIAS PARA UM DEFUNTO, ENQUANTO UM
HOMEM, DO LADO DE FORA, VAI PARODIANDO A PALAVRAS DOS CANTADORES
Mesmo com receio de perder, Severino segue sua viagem. Ouvindo uma ladainha e seguindo o som desta cantoria, Severino
Retirante se depara com um velório de “outro nordestino de vida Severina”. No momento das “excelências”, dois homens
começam a imitar o som das vozes dos que rezam.
5ª PARTE: CANSADO DA VIAGEM O RETIRANTE PENSA INTERROMPÊ-LA POR UNS INSTANTES E PROCURAR TRABALHO ALI ONDE
SE ENCONTRA
Severino retirante, cansado, interrompe a viagem e procura um trabalho. Severino volta a explicar os motivos que o fizeram
partir: está à procura da vida, pois em sua região de origem só existe a morte.
— Desde que estou retirando (aquela vida que é menos ao menos até que as águas
só a morte vejo ativa, vivida que defendida, de uma próxima invernia
só a morte deparei e é ainda mais Severina me levem direto ao mar
e às vezes até festiva; para o homem que retira). ao refazer sua rotina?
só a morte tem encontrado Penso agora: mas por que Na verdade, por uns tempos,
quem pensava encontrar vida, parar aqui eu não podia parar aqui eu bem podia
e o pouco que não foi morte e como Capibaribe e retomar a viagem
foi de vida Severina interromper minha linha? quando vencesse a fadiga. (...)
6ª PARTE: DIRIGE-SE À MULHER NA JANELA QUE DEPOIS, DESCOBRE TRATAR-SE DE QUEM SE SABERÁ
Severino vê uma senhora em uma janela e vai conversar com ela para saber se existe trabalho. Ela pergunta a ele o que ele
sabe fazer e ele explica, mas ela argumenta que nada daquilo serve ali. Ela é uma “rezadeira”, ou seja, uma mulher que reza, dá
bençãos, mas também reza pelos mortos. uma mulher.
7ª PARTE: O RETIRANTE CHEGA À ZONA DA MATA, QUE O FAZ PENSAR, OUTRA VEZ, EM INTERROMPER A VIAGEM
A Zona da Mata já tem um clima mais ameno e um solo mais rico, onde há plantio de lavouras. O verde e a beleza da região
empolgam Severino que não tinha conhecimento de tamanha riqueza.
Mas não avisto ninguém, somente naquela várzea tão fácil, tão doce e rica,
só folhas de cana fina um bangüê velho em ruína. não é preciso trabalhar
somente ali à distância Por onde andará a gente todas as horas do dia,
aquele bueiro de usina que tantas canas cultiva? os dias todos do mês,
Feriando: que nesta terra os meses todos da vida (...)
— Nunca esperei muita coisa, a vida de cada dia: esperei, devo dizer,
é preciso que eu repita. que sempre pás e enxadas que ao menos aumentaria
Sabia que no rosário foices de corte e capina, na quartinha, a água pouca,
de cidade e de vilas, ferros de cova, estrovengas dentro da cuia, a farinha,
e mesmo aqui no Recife o meu braço esperariam. o algodãozinho da camisa,
ao acabar minha descida, Mas que se este não mudasse ao meu aluguel com a vida. (...)
não seria diferente seu uso de toda vida,
10ª PARTE: CHEGANDO AO RECIFE O RETIRANTE SENTA-SE PARA DESCANSAR AO PÉ DE UM MURO ALTO E CAIADO E
OUVE, SEM SER NOTADO, A CONVERSA DE DOIS COVEIROS
Severino finalmente chega a seu destino: o Recife. Para um pouco para descansar na sombra de um muro (de um
cemitério) e ouve a conversa de dois coveiros sobre o exaustivo trabalho deles. No final um deles diz que os
retirantes só saem do sertão para morrerem ali. Em resumo, a morte não abandona o retirante.
O dia hoje está difícil Se trabalhasses no de Casa Amarela os defuntos que ainda hoje
não sei onde vamos parar. não estarias a reclamar. vão chegar (ou partir, não sei). (...)
Deviam dar um aumento, De trabalhar no de Santo Amaro
ao menos aos deste setor de cá. deve alegrar-se o colega — E esse povo de lá de riba
porque parece que a gente de Pernambuco, da Paraíba,
As avenidas do centro são melhores, que se enterra no de Casa Amarela que vem buscar no Recife
mas são para os protegidos: está decidida a mudar-se poder morrer de velhice,
há sempre menos trabalho toda para debaixo da terra. encontra só, aqui chegando,
e gorjetas pelo serviço é que o colega ainda não viu cemitério esperando.
e é mais numeroso o pessoal o movimento: não é o que se vê.
(toma mais tempo enterrar os ricos). — Não é viagem o que fazem
pois eu me daria por contente Fique-se por aí um momento vindo por essas caatingas, vargens;
se me mandassem para cá. e não tardarão a aparecer aí está o seu erro:
vêm é seguindo seu próprio enterro.
— Nunca esperei muita coisa, a vida de cada dia: esperei, devo dizer,
é preciso que eu repita. que sempre pás e enxadas que ao menos aumentaria
Sabia que no rosário foices de corte e capina, na quartinha, a água pouca,
de cidade e de vilas, ferros de cova, estrovengas dentro da cuia, a farinha,
e mesmo aqui no Recife o meu braço esperariam. o algodãozinho da camisa,
ao acabar minha descida, Mas que se este não mudasse ao meu aluguel com a vida. (...)
não seria diferente seu uso de toda vida,
12ª PARTE: APROXIMA-SE DO RETIRANTE O MORADOR DE UM DOS MOCAMBOS QUE EXISTEM ENTRE O CAIS E A
ÁGUA DO RIO
É um importante momento de transição, pois Severino se encontra com um senhor chamado José (mestre
Carpina/carpinteiro, como o pai de Jesus – mais um indicativo do subtítulo do poema ser “Auto de Natal”). No
entanto, o retirante quer saber se o rio ali é fundo, pois ele pensa em dar cabo da própria vida. Em um mundo com
tantas desgraças, no qual a morte fez seu império, só resta a ele cometer suicídio.
— Seu José, mestre carpina, — Seu José, mestre carpina, — Severino, retirante,
que habita este lamaçal, para cobrir corpo de homem não sei bem o que lhe diga:
sabes me dizer se o rio não é preciso muito água: não é que espere comprar
a esta altura dá vau? basta que chega o abdome, em grosso tais partidas,
sabes me dizer se é funda basta que tenha fundura mas o que compro a retalho
esta água grossa e carnal? igual à de sua fome. (...) é, de qualquer forma, vida.
— Severino, retirante, — Seu José, mestre carpina, — Seu José, mestre carpina,
jamais o cruzei a nado; e que interesse, me diga, que diferença faria
quando a maré está cheia há nessa vida a retalho se em vez de continuar
vejo passar muitos barcos, que é cada dia adquirida? tomasse a melhor saída:
barcaças, alvarengas, espera poder um dia a de saltar, numa noite,
muitas de grande calado. comprá-la em grandes partidas? fora da ponte e da vida?
13ª PARTE: UMA MULHER, DA PORTA DE ONDE SAIU O HOMEM, ANUNCIA-LHE O QUE SE VERÁ
Enquanto os dois estão ali conversando, do mocambo em que saiu o Mestre Carpina José, sai uma mulher para
anunciar a ele a chegada de seu filho, a simbologia cristã do renascer (NATAL) da esperança. O filho do carpinteiro,
"saltou para dentro da vida".
16ª PARTE: FALAM AS DUAS CIGANAS QUE HAVIAM APARECIDO COM OS VIZINHOS
Ao tomarem a palavra, as duas ciganas tecem suas previsões. A primeira antecipa o mesmo destino de seu pai:
viver no mangue, sujo de lama, caçando caranguejos e se alimentando de restos. Já a segunda cigana diz que ele
terá um destino melhor para a criança “lá para os lados” do Beberibe: será um operário e estará sujo da lama das
fábricas.
18ª PARTE: O CARPINA FALA COM O RETIRANTE QUE ESTEVE DE FORA, SEM TOMAR PARTE DE NADA
No último trecho, após a celebração da vida da criança; José, o mestre carpina toma a palavra e diz a Severino
que mesmo frágil, pobre, sofrida, SEVERINA, a VIDA se REFAZ e merece ser vivida. Por isso o Auto (métrica simples
em Media Velha) de Natal (nascimento de uma criança simbolizando o renascer da esperança para todos)
Pernambucano (pois é ambientado naquele estado, apesar da universalidade da temática do renascer da
esperança). Além disso, ainda há em destaque a questão social relacionada às questões da seca e às disputas de
terra.
É difícil defender, com sua presença viva. vê-la brotar como há pouco
só com palavras, a vida, E não há melhor resposta em nova vida explodida
ainda mais quando ela é que o espetáculo da vida: mesmo quando é assim pequena
esta que vê, severina vê-la desfiar seu fio, a explosão, como a ocorrida
mas se responder não pude que também se chama vida, como a de há pouco, franzina
à pergunta que fazia, ver a fábrica que ela mesma, mesmo quando é a explosão
ela, a vida, a respondeu teimosamente, se fabrica, de uma vida severina.