Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Metade Cara, Metade Máscara. 3ª ed. Rio de Janeiro, Grumin Edições, 2018.
nossa identidade,
diluída na história.
pajés e curacas
mantêm a palavra
do povo cabeça-chata.
em ritos sagrados,
em templos erguidos,
em todas as manhãs!
KAMBEBA, Márcia Wayna. Ay kakyri Tama. Manaus: Grafisa, 2013.
Fonte: Língua Portuguesa – Estações – Ensino Médio – Volume Único. 1ª edição, São
Paulo, 2020 – editora Ática – p. 296.
Entendendo o poema:
01 – Por que a voz do eu lírico pode ser identificada à voz da própria autora? Que efeito essa
identificação provoca na leitura do poema?
A voz lírica se faz presente já no primeiro verso (“[Eu] Sou filha da selva, minha fala é
Tupi.”), confirmando-se nos demais. Assim, essa identificação provoca o efeito de
“testemunho”, de uma história vivida que é, nos versos, poeticamente recriada.
02 – Qual é a principal ideia desenvolvida pelo eu lírico na segunda estrofe? Explique a partir
de trechos do poema.
A segunda estrofe tem início com o verso: “Sou Kambeba e existo sim:” – a partir dele, o
eu lírico afirma a força de resistência de seu povo, pois a “dança guerreira tem começo, / mas
não tem fim!”, e apresenta algumas de suas tradições, que estão vivas, pois “na dança dos
tempos / pagés e curacas / mantêm a palavra / dos espíritos da mata”. Portanto, a principal
ideia desenvolvida na estrofe é a afirmação identitária.
03 – A terceira estrofe expressa um desejo do eu lírico. Qual é esse desejo? De que forma
ele expressa um ideal de resistência dos povos indígenas?
A terceira estrofe expressa o desejo de que o canto do povo Omágua ecoe pelos ares,
como um grito de clamor a Tupã, em ritos sagrados, em templos erguidos, em todas as
manhãs. Esse desejo expressa um ideal de resistência na medida em que revela o desejo de
perpetuação das tradições (canto, grito de clamor a Tupã, ritos sagrados, templos erguidos)
do povo Omágua ao longo do tempo (em todas as manhãs).