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CONTRIBUIÇÃO

DO CAIPIRA PARA
A CULTURA
BRASILEIRA
QUEM É O CAIPIRA?
As primeiras alusões ao caipira e ao seu dialeto, são relativas aos antigos aldeamentos situados ao redor da vila
de São Paulo: São Miguel de Ururaí, Carapicuíba, Barueri, Nossa Senhora da Escada, Pinheiros, Itapecerica,
Embu.
É muito interessante um livro do século XVIII, do padre Manuel Bernardes, sobre a vida do Padre Belchior de
Pontes, um atestado muito interessante do nascimento da cultura caipira. Importantes núcleos humanos de
persistência dessa cultura, em São Paulo, são o Alto Paraíba, principalmente em Cunha e São Luís do
Paraitinga; a Baixa Mojiana, especialmente em Bragantina, Bragança Paulista, Pinhalzinho, Socorro, Pedra
Bela, Amparo, Serra Negra, Lindoia, Águas de Lindoia; e na região de Piracicaba, Capivari, Itu, Porto Feliz,
Raffard, Rio das Pedras.
Na região dos municípios de Campinas, Piracicaba, Botucatu e Sorocaba, no médio rio Tietê, o caipira sofreu
muitas transformações, influenciado pela maciça imigração italiana para as fazendas de café do interior de São
Paulo. Mas o caipira, aculturou o imigrante, tanto nessa região quanto na região de Santo Amaro, na capital,
onde os alemães imigrados logo depois da Independência acabaram conhecidos como “os caipiras alemães de
Santo Amaro”.
No livro “Capitão Furtado, viola caipira ou sertaneja? ” há a seguinte citação sobre as origens caipiras:
(…) Há, contudo, inúmeros traços de semelhança física e cultural entre caboclos concentrados em boa
parte das regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil (Paraná, Minas Gerais, São Paulo, Mato
Grosso e Goiás), tendo-se, no atual século, generalizado para estes a uma designação
tipicamente paulista: ‘caipiras’. Caipira, para muitos filólogos, é expressão de etimologia
desconhecida. Silveira Bueno, todavia, atribui o vocábulo à contração das palavras tupis caa
(mato) e pir (que corta), no sentido completo de cortador de mato.
Origem da cultura caipira no Brasil e dos
seus respectivos sotaques. Fonte:
página Orgulho de Ser Paulista.
A CULTURA
CAIPIRA
A cultura caipira é muito caracterizada pelo bucolismo e pelo catolicismo
decorrente das inovações do Concílio de Trento, uma religiosidade de rezadores,
apoiada nos valores do compadrio, e nas manifestações religiosas cujo calendário se
combina com o calendário agrícola. A mais importante manifestação da
religiosidade caipira é a festa do Divino Espírito Santo, anualmente anunciada pelas
casas da roça e pelos bairros rurais.
O caipira tem um falar característico: o dialeto caipira, que conserva elementos do falar do
português arcaico e, principalmente, do tupi, da língua geral paulista e do nheengatu. Os
missionários do século XVI, observaram que os índios da costa tinham enorme dificuldade para
pronunciar as consoantes dobradas das palavras portuguesas (como em “palha”, “mulher”,
“colher”, “orelha”, “olhos” etc.) e as palavras terminadas em consoantes, como o infinitivo dos
verbos. Organizada gramaticalmente pelo padre Anchieta, foi língua de conversação cotidiana e
também língua literária.
Devido à dificuldade da pronúncia, a população caipira passou a falar a língua portuguesa com
sotaque nheengatu: “paia”, “muié”, “cuié”, “oreia”, “zoio”, “fulô” etc., e “falá”, “cantá”, “pitá”,
“vê”, “senti”, “oiá”, “rezá” etc.. A língua nheengatu ainda continuou sendo falada em casa pela
população mestiça, não só a população pobre, mas também a elite, até pelo menos o começo do
século XIX. Ainda hoje persiste em regiões do Mato Grosso e no Alto Rio Negro. Em São Gabriel
da Cachoeira, no estado do Amazonas, o nheengatu é uma das três línguas oficiais, junto com o
português e o baniwa: todos os atos oficiais são obrigatoriamente publicados nessas três línguas.
PERMANENCIAS

DA
CULTURA
COMIDAS

GALHINADA DE FAZENDA

BROA CROCANTE DE FUBÁ


Características da culinária caipira:
Milho, o feijão, e a abóbora formam o tripé vegetal da cozinha caipira;
O arroz de suã, o arroz de frango com quiabo, o arroz com linguiça, o arroz de pequi,
surgiram do hábito de misturar arroz a alguma carne de produção local; E nesse ponto, vale
destacar uma dica super importante do Guia Alimentar, que é: "a opção por vários tipos de
alimentos de origem vegetal e pelo limitado consumo de alimentos de origem animal
implica indiretamente a opção por um sistema alimentar socialmente mais justo e menos
estressante para o ambiente físico, para os animais e para a biodiversidade em geral."
É traço dessa culinária as várias farofas e os tantos derivados do milho como o curau, a
pamonha, os bolos e bolinhos, o viradinho, os angus; os mexidos cuja base é o
aproveitamento das sobras de um almoço ou outra refeição;
Em razão das condições naturais da região, era a farinha do milho quem fazia às vezes do
pão, substituindo o trigo, que estragava por conta da umidade;
A banha de porco era usada largamente para frituras e conservação de alimentos.
MÚSICAS
A música caipira é um estilo musical popular brasileiro. Surgiu no início do século XX em São
Paulo, mas que se desenvolveu no sertão. A sua implantação na cultura brasileira foi tão grande que
é um género musical muito popular mesmo em centros urbanos.
A música caipira é, no seu formato clássico, cantada por uma dupla masculina num intervalo de
terça, normalmente em registo tenor, e que se denomina com o nome de cada um de forma aliterada
e ritmo próprio: Tonico e Tinoco, Liu e Léu, Vieira & Vieirinha. As vozes são acompanhadas com
uma viola caipira e um violão.
Os temas da música caipira de raiz são a vida no campo, a luta do homem com a natureza, com
outros homens, o amor proibido, a traição, e outras histórias do dia a dia das pessoas do sertão e,
muitas vezes, tem um lado cómico para aliviar as dificuldades.
A primeira gravação de uma moda caipira, feita por Cornélio Pires em 1929, conta como Jorginho
do Sertão está para casar com três irmãs e acaba por não casar com nenhuma.
É de sonho e de pó
O destino de um só
Feito eu perdido em pensamentos
Sobre o meu cavalo Descasei, joguei, investi, desisti
É de laço e de nó Se há sorte eu não sei, nunca vi
De gibeira o jiló Sou caipira, pira, pora
Dessa vida cumprida a sol Nossa Senhora de Aparecida
Sou caipira, pira, pora Ilumina a mina escura
E funda o trem da minha vida
Nossa Senhora de Aparecida E funda o trem da minha vida
Sou caipira, pira, pora
Ilumina a mina escura Sou caipira, pira, pora
Nossa Senhora de Aparecida
E funda o trem da minha vida Nossa Senhora de Aparecida
Ilumina a mina escura
Sou caipira, pira, pora Ilumina a mina escura
E funda o trem da minha vida
Nossa Senhora de Aparecida E funda o trem da minha vida
Sou caipira, pira, pora
Ilumina a mina escura Me disseram, porém, que eu viesse aqui
Nossa Senhora de Aparecida
E funda o trem da minha vida Pra pedir de romaria e prece
Agora cês fica com os mano véi' aqui
O meu pai foi peão, minha mãe solidão Paz nos desaventos
Ouvindo a
Meus irmãos perderam-se na vida Como eu não sei rezar, só queria mostrar
A essência da beleza da música caipira
A custa de aventuras Meu olhar, meu olhar, meu olhar
Pena Branca e Xavantinho
Sou caipira, pira, pora
Maior dupla caipira desse país
Nossa Senhora de Aparecida
Nossa Senhora
Ilumina a mina escura
Oh orgulho
De mais, tá?
https://www.youtube.com/watch?v=GHJQ97J7zZg Compositores: Renato Teixeira
FESTAS CAIPIRAS

Uma das festas de origem caipira mais


conhecida e reconhecida no Brasil
são as

FESTAS JUNINAS
Historiadores assinalam que a origem de estas festas é europeia e está relacionada a festividades pagãs de mudança de estação:
da primavera para o verão, com a intenção de afastar maus espíritos durante a época da colheita.
Após a consolidação do catolicismo como principal religião europeia, esta festa foi incorporada ao calendário católico, o que
explica a relação de nossas festas com os santos: Santo Antônio (13 de junho), São João (24 de junho) e São Pedro (29 de
junho).
Acredita-se que as festas juninas tenham sido trazidas ao Brasil pelos colonizadores portugueses durante o período colonial. Os
portugueses celebram o mês de junho em honra a esses três santos e estas festas são marcadas por procissões, missas, danças e
comemorações populares.
Com o decorrer do tempo as festas juninas no Brasil foram também influenciadas pelas tradições indígenas e afro-brasileiras,
incorporando elementos culturais locais e se tornando uma mistura única de diferentes influências.
A cultura indígena contribuiu com elementos como o uso de fogueiras e rituais relacionados à agricultura e à fertilidade. Já a
influência africana trouxe as danças, músicas e instrumentos típicos, como o tambor e a zabumba, que se tornaram parte
essencial das festas juninas brasileiras.
De um modo geral, as festas juninas no Brasil são caracterizadas por danças tradicionais, como a quadrilha, em que as pessoas
se vestem com trajes caipiras, dançam em pares e seguem uma coreografia.
Além disso, há uma variedade de comidas típicas, como: milho cozido, pamonha, curau, pipoca, canjica, quentão, vinho quente,
maçã do amor, arroz doce, paçoca, pé-de-moleque e bolo de milho.
“Diz o ditado que "devagar se vai longe",
por isso mesmo eu gosto da vida simples do
campo no ritmo lento. Se eu quisesse ganhar
maratona estava na correria da cidade”.

—DITADO POPULAR
CAIPIRA
SITES CONSULTADOS NA PESQUISA

https://journals.openedition.org/caravelle/310

https://conhecimentocientifico.r7.com/caipira/

https://mundocaipira.com.br/caipira/

https://idec.org.br/dicas-e-direitos/qual-e-verdadeira-historia-da-culinaria-caipira

https://www.salaomusical.com/pt/blog-instrumentos-musicais/444_o-que-e-musica-caipira.html
TRABALHO REALIZADO PARA
CULTURA E EXPRESSÃO PORTUGUESA
II
Professora: Nelcia Díaz
Aluna : Nilda Henderson dos Santos

Setembro, 2023

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