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Danças folclóricas do estado do Pará

Batuque Amazônico

O batuque é de origem Africana. Foi implantado na amazônia na era colonial. Batuque era a denominação geral dada
pelos portugueses para toda e qualquer dança de negros da África, ou qualquer dança de tambor, de caráter religioso
ou não. No Pará e no Amazonas é a denominação comum para os cultos afro-brasileiros.

O batuque amazônico é uma homenagem para a cabocla Jurema, uma entidade encantada da umbanda que vive no
fundo de uma lagoa. Segundo a lenda, a cabocla reina no período da lua nova.

A dança começa com a cabocla Jurema sendo invocada pelos dançarinos, que pedem proteção dela para a Amazônia,
região intimamente ligada à entidade por causa da abundância do elemento água.

Carimbó

O nome vem dos índios Tupinambá - CURI (PAU OCO) e M`BÓ (FURADO). Na tradução seria "pau que propaga o
som". A influência africana deixou o ritmo do carimbó mais agitado e alegre. A roupa é simples: as mulheres usam
saia rodada estampada, blusa de cambraia branca, colares coloridos e uma flor no cabelo. Os homens, calça curta de
pescador e camisa estampada. Os dançarinos bailam descalços. Marapanim e Vigia são os municípios mais antigos na
execução desta dança.

O ato - A coreografia começa com o homem batendo palmas para a mulher. É o convite para a dança. O grupo forma
uma roda. As dançarinas fazem movimento circular com a saia. A intenção é atirar a saia sobre a cabeça de seu par. O
papel do homem é evitar que ela consiga. A vitória, dela, seria a desmoralização do homem, que seria obrigado a se
retirar do local da dança. A parte mais importante em uma roda de carimbó é a marcação coreográfica de um dos pés
sempre à frente do corpo.

Um ponto alto da dança é o momento em que um casal vai para o meio da roda, onde fazem a dança do peru, nessa
hora o cavalheiro é forçado a apanhar com a boca um lenço que a parceira estende no chão. Se conseguir pegar o
lenço, o homem é aplaudido. Caso contrário, a mulher atira-lhe a barra da saia no rosto e o cavalheiro é forçado a
abandonar a dança.

MARUJADA

A Marujada,  em Bragança,  teve inicio em 1798 quando os senhores brancos atendendo ao pedido de seus escravos,
permitiram a organização de uma Irmandade e a primeira festa em louvor a São Benedito. Em sinal de
reconhecimento, os negros foram dançar de casa em casa para agradecer a seus benfeitores.

A Marujada é constituída na maioria por mulheres, cabendo lhes a direção e a organização. Não há número limitado
de marujas, nem papéis a desempenhar. Nem uma só palavra é articulada, falada ou cantada como auto ou como
argumentação. Não há dramatização de qualquer feito marítimo. A Marujada é caracterizada pela dança, cujo ritmo
principal é o retumbão. A organização e a disciplina são exercidas por uma "capitoa" e uma "sub-capitoa". É a
"capitoa" quem escolhe a sua substituta, nomeando a "sub-capitoa", que somente assumirá o bastão de direção por
morte ou renúncia daquela.

A maruja traja saia vermelha, bem rodada, blusa de cambraia branca bordada e, sobre esta, uma faixa larga de fita
vermelha de gorgorão, com uma grande rosa do mesmo material. A parte mais vistosa é o chapéu. Este, é de palha,
forrado de tecido branco, com uma espécie de armação de arame onde ficam as flores feitas de penas de pato,
brancas. Essas flores cobrem inteiramente o chapéu, com abas que pendem fitas largas, de cores diversas, bem
compridas. A “Capitoa”, sempre a mais velha do grupo, carrega na mão um bastão dourado, o símbolo da sua
autoridade. Homens e mulheres dançam sempre descalços. Os homens, músicos e acompanhantes, são dirigidos por
um capitão. Eles se apresentam de calça e camisa brancas ou de cor, chapéu de folha de carnaúba revestido de pano,
sendo a aba virada de um dos lados. Os instrumentos musicais são: tambor grande e pequeno, cuíca, pandeiros,
rabeca, viola, cavaquinho e violino.

As apresentações são, preferentemente, no período de 25 de dezembro ao dia 6 de janeiro, do ano novo. No dia 25 as
mulheres dançam com saias azuis e os homens com camisas da mesma cor. Já no dia 26, quando São Benedito é
festejado, as mulheres usam as saias vermelhas, e os homens, a roupa branca. Além de Bragança a manifestação se
ramificou em outros municípios vizinhos como Quatipuru, Augusto Correa, Primavera e Tracuateua.

Dança da Angola

Em Belém, no bairro do Umarizal, existia um entreposto de escravos de onde eles eram distribuídos para vários
pontos do Estado. A dança da Angola, ou das pretinhas de Angola, é de origem africana e foi trazida pelos escravos
que se estabeleceram nas proximidades do rio Tapajós, mais precisamente em Santarém que, juntamente com o
Marajó, se transformou num dos principais locais de difusão da dança.

É dançada exclusivamente por mulheres, em pares. O movimento da dança baseia-se nos versos cantados pelos
músicos. O ritmo e a coreografia referem-se aos trabalhos realizados pelos negros, suas alegrias e suas mágoas.

Dança das Taieiras

 É uma dança estritamente feminina, cultivada no ritual afro-brasileiro. Seria uma variante das congadas do sul do
Brasil. Tem uma característica de devoção. É uma espécie de folguedo, dançada em louvor de São Benedito e Nossa
Senhora do Rosário. É o chamado “CACUMBI” ou “TUCUMBI” do Folclore Catarinense.

Cultivada em vários pontos do Brasil com o nome de taieiras. No Pará, é praticada principalmente nas regiões onde se
instalaram os negros escravos, com mais freqüência em Cachoeira do Arari, na Ilha do Marajó. Por seu ritmo de
samba chulado, recebeu a denominação de Chula Marajoara e pode ser denominada também de dança das Talheiras,
pois as escravas carregavam água do rio em talhas para seus senhores.
Lundu Marajoara

De origem africana, foi registrada inicialmente na ilha do Marajó. É a mais sensual dança folclórica paraense. O tema
está centrado no convite do homem à mulher para um encontro sexual. A dança desenvolve-se, a princípio, com a
recusa da mulher, mas diante da insistência do companheiro ela termina por ceder. O "ato sexual" acontece quando o
casais realiza a UMBIGADA - movimentos sensuais de requebro.

A movimentação coreográfica é tão plena de sensualidade que, na época do Brasil Império, a Corte e o Vaticano
proibiram que fosse dançada. Com o tempo, o decreto caiu no esquecimento e o Lundu voltou a ser praticado,
mantendo sua principal característica: a sensualidade.

A dança é acompanhada por instrumentos como rabeca, clarinete, reco-reco, ganzá, maracá, banjo e cavaquinho. As
mulheres normalmente se vestem com saias longas e coloridas, blusas curtas com rendado branco. Já os homens
vestem-se com calças largas, geralmente brancas, com as bainhas enroladas.

Maçarico

O Maçarico, ave pernalta e arisca, inspirou a dança originária de Cametá. O pássaro habita as margens dos rios
paraenses e amazonenses. O movimento coreográfico imita o saltitar acelerado da ave. Há também alguns passos
próprios das danças portuguesas.

A dança do maçarico é desenvolvida em pares, com velocidade acelerada.

Marambiré
Surgiu depois da abolição da escravatura e simboliza a esperança dos negros na constituição de uma sociedade livre e
justa. De acordo com pesquisas, a dança evoluiu dos cantos de outras manifestações populares de caráter religioso na
área do Baixo Amazonas, precisamente em Alter-do-Chão, Santarém.

O Marambiré dançado em Alter-do-Chão mistura elementos religiosos e profanos. O bailado constitui-se numa
simples marcha. A coreografia é meio complicada, dançada em pares com ritmo bem marcado. O Marambiré é
sempre apresentado no festival do Çairé.

CULINÁRIA
Considerada uma das culinárias mais "brasileiras" do País, a gastronomia do Pará tem sim a cultura indígena como
sua maior influência, mas também carrega consigo traços portugueses e africanos. Os elementos encontrados na
região da Amazônia formam a base de seus pratos, com o acréscimo do camarão, caranguejo, pato e dos peixes, todos
temperados com folhas e frutas nativas. Destacam-se: açaí, bacaba, cupuaçu, castanha-do-pará, bacuri, pupunha,
tucumã, muruci, piquiá e taperebá –, pimentas de cheiro e ervas. Os mais tradicionais são cozidos em panelas de
barro ou assados em moquéns e embebidos de tucupi, caldo amarelo extraído da mandioca. Aliás, a raiz é uma das
bases da culinária paraense, e sua farinha não pode faltar nos pratos locais. Entre os destaques da cozinha paraense
estão:

Pato no tucupi

Constituído de pato, tucupi e jambu. O tucupi é um caldo amarelo extraído da mandioca e por isso precisa ser cozido
durante uma semana. O pato, depois de assado, é cortado em pedaços e fervido no tucupi, onde fica de molho por
algum tempo. O jambu é fervido em água com sal, escorrido e posto sobre o pato. É servido com arroz branco e
farinha de mandioca.

Maniçoba
Do tupi Maní, deusa da mandioca. Usa-se tipicamente uma panela de barro ou de porcelana. O prato demora pelo
menos uma semana para ser feito, pois a folha da maniva ( a planta da mandioca), depois de moída, deve ser cozida
durante, pelo menos, quatro dias com a intenção de eliminar o ácido cianídrico que contém. Depois disso é
acrescentado o charque, toucinho, bucho, mocotó, orelha, pé e costelas salgadas de porco, chouriço, linguiça e paio,
praticamente os mesmos ingredientes de uma feijoada completa. É servido com arroz branco, farinha d'água e
pimenta de cheiro a gosto.

Caruru

Feito com quiabo, camarões secos e inteiros, tempero verde (alfavaca e chicória), farinha seca bem fina e azeite de
dendê. Após fervidos o quiabo, o tempero verde e os camarões na água, acrescenta-se a farinha e faze-se um pirão.
Estando pronto o pirão, adicionam-se os quiabos bem escorridos, o camarão já refogado com todos os temperos e, por
último, o azeite de dendê.

Tacacá

TacacáDe origem indígena, o Tacacá é um mingau quase líquido servido em cuias e vendido pelas "tacacazeiras",
geralmente ao entardecer, na esquina das principais ruas das cidades paraenses, sobretudo Belém. É constituído de
uma mistura que leva tucupi, goma de tapioca cozida, jambu e camarão seco.
Chibé
Vocábulo tupi, composto de Che - eu, meu - e Ibe ou Tibe- caldo. É considerada a mais
paraense de todas as comidas. Uma bebida com um gosto levemente acidulado. Leva
farinha de mandioca e água.

Mujica

É um prato de espécie cremoso que pode ser feita de farinha de peixe conhecida como
piracuí, massa de siri ou caranguejo.

Doces

As sobremesas paraenses são ricas em frutas, principalmente vindas da Amazônia, e


licores. Os principais frutos que marcam a culinária regional são: açaí, cupuaçu,
pupunha, guaraná e a manga. Há também outras frutas regionais de sabor peculiar, tais
como bacuri, taperebá, jaca, muruci, sapotilha, entre outras.

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