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Danças Típicas Paraenses. Artes. Prof. Ester. 2ano.

se aos trabalhos realizados pelos negros, suas alegrias e


Cheias de sensualidade e cores exuberantes as danças suas mágoas.
paraenses sempre chamaram atenção por sua vasta
variedades de ritmos quentes e chamativos, vou citar os Dança das Taieiras: É uma dança estritamente feminina,
ritmos que conheço e espero que gostem. São estas cultivada no ritual afro-brasileiro. Seria uma variante das
danças: congadas do sul do Brasil. Tem uma característica de
Batuque Amazônico: O batuque é de origem Africana. Foi devoção. É uma espécie de folguedo, dançada em louvor
implantado na Amazônia na era colonial. Batuque era a de São Benedito e Nossa Senhora do Rosário. É o
denominação geral dada pelos portugueses para toda e chamado “CACUMBI” ou “TUCUMBI” do Folclore
qualquer dança de negros da África, ou qualquer dança Catarinense. Cultivada em vários pontos do Brasil com o
de tambor, de caráter religioso ou não. No Pará e no nome de taieiras. No Pará, é praticada principalmente
Amazonas é a denominação comum para os cultos afro- nas regiões onde se instalaram os negros escravos, com
brasileiros. mais frequência em Cachoeira do Arari, na Ilha do
O batuque amazônico é uma homenagem para a cabocla Marajó. Por seu ritmo de samba chulado, recebeu a
Jurema, uma entidade encantada da umbanda que vive denominação de Chula Marajoara e pode ser
denominada também de dança das Talheiras, pois as
no fundo de uma lagoa. Segundo a lenda, a cabocla reina
no período da lua nova. A dança começa com a cabocla escravas carregavam água do rio em talhas para seus
Jurema sendo invocada pelos dançarinos, que pedem senhores.
proteção dela para a Amazônia, região intimamente Lundu Marajoara: De origem africana, foi registrada
ligada à entidade por causa da abundância do elemento inicialmente na ilha do Marajó. É a mais sensual dança
água. folclórica paraense. O tema está centrado no convite do
Carimbó: O nome vem dos índios Tupinambá - CURI (PAU homem à mulher para um encontro sexual. A dança
desenvolve-se, a princípio, com a recusa da mulher, mas
OCO) e M`BÓ (FURADO). Na tradução seria "pau que
propaga o som". A influência africana deixou o ritmo do diante da insistência do companheiro ela termina por
carimbó mais agitado e alegre. A roupa é simples: as ceder. O "ato sexual" acontece quando os casais realizam
mulheres usam saia rodada estampada, blusa de a UMBIGADA - movimentos sensuais de requebro. A
cambraia branca, colares coloridos e uma flor no cabelo. movimentação coreográfica é tão plena de sensualidade
Os homens, calça curta de pescador e camisa estampada. que, na época do Brasil Império, a Corte e o Vaticano
Os dançarinos bailam descalços. Marapanim e Vigia são proibiram que fosse dançada. Com o tempo, o decreto
os municípios mais antigos na execução desta dança. O caiu no esquecimento e o Lundu voltou a ser praticado,
ato - A coreografia começa com o homem batendo mantendo sua principal característica: a sensualidade. A
palmas para a mulher. É o convite para a dança. O grupo dança é acompanhada por instrumentos como rabeca,
clarinete, reco-reco, ganzá, maracá, banjo e cavaquinho.
forma uma roda. As dançarinas fazem movimento
circular com a saia. A intenção é atirar a saia sobre a As mulheres normalmente se vestem com saias longas e
cabeça de seu par. O papel do homem é evitar que ela coloridas, blusas curtas com rendado branco. Já os
consiga. A vitória, dela, seria a desmoralização do homens vestem-se com calças largas, geralmente
homem, que seria obrigado a se retirar do local da dança. brancas, com as bainhas enroladas.
A parte mais importante em uma roda de carimbó é a Maçarico: O Maçarico, ave pernalta e arisca, inspirou a
marcação coreográfica de um dos pés sempre à frente dança originária de Cametá. O pássaro habita as margens
do corpo. Um ponto alto da dança é o momento em que dos rios paraenses e amazonenses. O movimento
um casal vai para o meio da roda, onde fazem a dança do coreográfico imita o saltitar acelerado da ave. Há
peru, nessa hora o cavalheiro é forçado a apanhar com a também alguns passos próprios das danças portuguesas.
boca um lenço que a parceira estende no chão. Se A dança do maçarico é desenvolvida em pares, com
conseguir pegar o lenço, o homem é aplaudido. Caso velocidade acelerada.
contrário, a mulher atira-lhe a barra da saia no rosto e o
cavalheiro é forçado a abandonar a dança. Marambiré: Surgiu depois da abolição da escravatura e
simboliza a esperança dos negros na constituição de uma
Dança da Angola: Em Belém, no bairro do Umarizal, sociedade livre e justa. De acordo com pesquisas, a
existia um entreposto de escravos de onde eles eram dança evoluiu dos cantos de outras manifestações
distribuídos para vários pontos do Estado. A dança da populares de caráter religioso na área do Baixo
Angola, ou das pretinhas de Angola, é de origem africana Amazonas, precisamente em Alter-do-Chão, Santarém.
e foi trazida pelos escravos que se estabeleceram nas O Marambiré dançado em Alter-do-Chão mistura
proximidades do rio Tapajós, mais precisamente em elementos religiosos e profanos. O bailado constitui-se
Santarém que, juntamente com o Marajó, se numa simples marcha. A coreografia é meio complicada,
transformou num dos principais locais de difusão da dançada em pares com ritmo bem marcado. O
dança. É dançada exclusivamente por mulheres, em Marambiré é sempre apresentado no festival do Çairé.
pares. O movimento da dança baseia-se nos versos Marujada: Três apresentações marcam a Marujada: a
cantados pelos músicos. O ritmo e a coreografia referem- primeira no dia de Natal, a segunda no dia de São
Benedito – 26 de dezembro. E a terceira acontece no dia facilmente. Em agradecimento, ensaiaram uma dança e
1º de janeiro. A festa tem a mesma origem que a deram o nome de SIRIÁ, que narra o fato.
irmandade de São Benedito: em 1798, quando os
senhores atenderam ao pedido dos escravos para a O siriá é uma variação do batuque africano, mas ao longo
organização da irmandade. Nessa época, foi realizada a dos tempos sofreu algumas pequenas alterações. A
primeira festa em louvor ao santo. A manifestação foi coreografia traz como principal característica o ritmo
mantida e incorporou-se ao lado profano da festa. A lento, no início, que torna-se frenético em seguida. A
festividade acontece no município de Bragança. Lá, dança obedece a uma coreografia que evolui ao ritmo
homens "marujos" e mulheres "marujas" percorrem a dos versos cantados. No refrão, os pares fazem volteios
cidade imitando o balanço de um barco na água. A dança com o corpo curvado para o lado esquerdo e para o lado
é comandada pelas mulheres e acompanhada direito. O nome Siriá surgiu por distorção linguística. A
musicalmente pelos homens, que usam violas, rabecas, influência racial até hoje, em alguns lugares da
violinos, tambores e cavaquinhos. A Marujada de Amazônia, é refletida na pronuncia de determinadas
Bragança é dividida em várias danças, como: Contra palavras. Um exemplo está na terminação de alguns
Dança, Retumbão, Mazurca, Valsa, Xote Bragantino, nomes: "cafezal" chamam de "CAFEZÁ", "milharal"
chamam de "MILHARÁ". A abundância de siris foi
Chorado e Roda. Obaluaiê: A dança, dos cultos de
candomblé, surgiu na região Norte na era colonial. A batizada de "SIRIÁ". O siriá possui um vestuário parecido
coreografia homenageia Obaluaiê. Segundo a cultura com o do carimbó. As mulheres usam blusas de renda
afro, o orixá rege o mundo dos mortos, as doenças de branca, saias rodadas, pulseiras, colares e enfeites
pele. A entidade tem o corpo cheio de chagas, por isso as coloridos na cabeça. Os homens vestem calças em tons
vestes, feitas de palha, cobrem todo o corpo. A dança escuros e camisas coloridas amarradas na frente. Eles
inicia com uma invocação ao orixá que, no sincretismo também usam chapéus de palha enfeitados com flores,
religioso, é São Lázaro ou São Roque. Depois, o canto é que as damas retiram para demonstrar alegria.
entoado pelo coro, seguindo-se outros temas que Xote Bragantino: O xote é dança de origem húngara e foi
invocam a proteção para Obaluaiê. Retumbão. A trazido para Bragança pela aristocracia da época,
festividade em devoção a São Benedito, em Bragança, ganhando no local novos manejos coreográficos
deu origem à Marujada, e com ela a mais conhecida e tipicamente regionais. Conquistou peculiaridade e fama
importante dança folclórica da Marujada, o Retumbão. pelo jeito bragantino de ser dançado. Adelermo Matos,
O Retumbão pode ser considerado a dança favorita dos no livro “Música na Mata”, escreveu que o xote
integrantes da Marujada de Bragança. O ritmo seria uma bragantino é a transformação de uma antiga dança
variação do Lundu. Quanto à coreografia, nada tem de chamada “escocesa”, também conhecida como “valsa
semelhante. O ritmo e a forma como é dançado dão-lhe escocesa”, e fez muito sucesso por volta do ano de 1830.
Foi introduzida na marujada de Bragança como
uma característica própria e um isolamento que não
permitiu acréscimos de outros ritmos. Tem origem manifestação e louvor, atendendo aos pedidos dos
comum à fundação da irmandade da marujada de senhores locais.
Bragança, em 1978. A dança recebeu o nome de
Retumbão devido ao entusiasmo dos próprios
portugueses que, ao ouvirem de longe o ritmo e a linha
melódica, diziam que tudo “retumbava”, elogiando a
execução. A orquestra da dança do retumbão é
composta de tambores grandes e pequenos pandeiros,
cuíca (onça), rabeca, viola, cavaquinho e violino. Não há
canto no retumbão.
Samba do Cacete: O Samba do Cacete surgiu no
município de Cametá. Esta dança foi criada para mostrar
toda a sensualidade da região. O nome se origina do
instrumento que é usado para dar ritmo e marcação à
música: os cacetes, dois pedaços de pau que são batidos
no Curimbó, para dar cadência ao ritmo.
Siriá: Originária de Cametá, a dança expressa gratidão
dos índios e escravos africanos por um milagre. Depois
de um dia exaustivo de trabalho, os escravos eram
liberados, sob fiscalização, para conseguir algo para
comer. Certo dia, foram à praia e encontraram grandes
quantidades de siris que se deixavam apanhar

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