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A Floresta Amazônica está localizada na Região Norte do Brasil, e possui

uma área de cerca de 5,5 milhões de km². Fazendo parte de nove países:
Brasil, Venezuela, Colômbia, Peru, Bolívia, Equador, Suriname, Guiana e
Guiana Francesa, é a maior floresta tropical úmida do planeta e com a maior
biodiversidade. No Brasil, a Amazônia Legal se estende por nove estados
brasileiros: Amazonas, Pará, Roraima, Rondônia, Acre, Amapá, Maranhão,
Tocantins e parte do Mato Grosso, representando mais de 61 % do Território
Nacional.

Olha que legal, metade da maior floresta do mundo está localizada em nosso
território...
Fonte(s):

HISTÓRICO DE DANÇAS

Ritmos envolventes na terra do carimbó


Trajes coloridos, sons fortes de instrumentos de percussão e muita
expressividade corporal traduzem sonora e visualmente a herança folclórica
paraense.
Uma das principais manifestações folclóricas é o carimbó. A mais popular de
todas as danças paraense, traduz e simplifica o mesclado de raças que
compõem a origem do Pará: negros, portugueses e índios.
Outras danças também completam o rico universo folclórico paraense, como o
lundu, o siriá e o batuque amazônico.
Venha conhecer e ouvir os ritmos envolventes do Pará!

DANÇAS:
Batuque Amazônico
O batuque é de origem Africana. Foi implantado na amazônia na era colonial.
Batuque era a denominação geral dada pelos portugueses para toda e qualquer
dança de negros da África, ou qualquer dança de tambor, de caráter religioso
ou não. No Pará e no Amazonas é a denominação comum para os cultos afro-
brasileiros.
O batuque amazônico é uma homenagem para a cabocla Jurema, uma
entidade encantada da umbanda que vive no fundo de uma lagoa. Segundo a
lenda, a cabocla reina no período da lua nova.
A dança começa com a cabocla Jurema sendo invocada pelos dançarinos, que
pedem proteção dela para a Amazônia, região intimamente ligada à entidade
por causa da abundância do elemento água.

Carimbó
O nome vem dos índios Tupinambá - CURI (PAU OCO) e M`BÓ (FURADO). Na
tradução seria "pau que propaga o som". A influência africana deixou o ritmo
do carimbó mais agitado e alegre. A roupa é simples: as mulheres usam saia
rodada estampada, blusa de cambraia branca, colares coloridos e uma flor no
cabelo. Os homens, calça curta de pescador e camisa estampada. Os
dançarinos bailam descalços. Marapanim e Vigia são os municípios mais antigos
na execução desta dança.
O ato - A coreografia começa com o homem batendo palmas para a mulher. É
o convite para a dança. O grupo forma uma roda. As dançarinas fazem
movimento circular com a saia. A intenção é atirar a saia sobre a cabeça de seu
par. O papel do homem é evitar que ela consiga. A vitória, dela, seria a
desmoralização do homem, que seria obrigado a se retirar do local da dança. A
parte mais importante em uma roda de carimbó é a marcação coreográfica de
um dos pés sempre à frente do corpo.
Um ponto alto da dança é o momento em que um casal vai para o meio da
roda, onde fazem a dança do peru, nessa hora o cavalheiro é forçado a
apanhar com a boca um lenço que a parceira estende no chão. Se conseguir
pegar o lenço, o homem é aplaudido. Caso contrário, a mulher atira-lhe a barra
da saia no rosto e o cavalheiro é forçado a abandonar a dança.

Dança da Angola
Em Belém, no bairro do Umarizal, existia um entreposto de escravos de onde
eles eram distribuídos para vários pontos do Estado. A dança da Angola, ou das
pretinhas de Angola, é de origem africana e foi trazida pelos escravos que se
estabeleceram nas proximidades do rio Tapajós, mais precisamente em
Santarém que, juntamente com o Marajó, se transformou num dos principais
locais de difusão da dança.
É dançada exclusivamente por mulheres, em pares. O movimento da dança
baseia-se nos versos cantados pelos músicos. O ritmo e a coreografia referem-
se aos trabalhos realizados pelos negros, suas alegrias e suas mágoas.

Dança das Taieiras


É uma dança estritamente feminina, cultivada no ritual afro-brasileiro. Seria
uma variante das congadas do sul do Brasil. Tem uma característica de
devoção. É uma espécie de folguedo, dançada em louvor de São Benedito e
Nossa Senhora do Rosário. É o chamado “CACUMBI” ou “TUCUMBI” do Folclore
Catarinense.
Cultivada em vários pontos do Brasil com o nome de taieiras. No Pará, é
praticada principalmente nas regiões onde se instalaram os negros escravos,
com mais freqüência em Cachoeira do Arari, na Ilha do Marajó. Por seu ritmo
de samba chulado, recebeu a denominação de Chula Marajoara e pode ser
denominada também de dança das Talheiras, pois as escravas carregavam
água do rio em talhas para seus senhores.

Lundu Marajoara
De origem africana, foi registrada inicialmente na ilha do Marajó. É a mais
sensual dança folclórica paraense. O tema está centrado no convite do homem
à mulher para um encontro sexual. A dança desenvolve-se, a princípio, com a
recusa da mulher, mas diante da insistência do companheiro ela termina por
ceder. O "ato sexual" acontece quando o casais realiza a UMBIGADA -
movimentos sensuais de requebro.
A movimentação coreográfica é tão plena de sensualidade que, na época do
Brasil Império, a Corte e o Vaticano proibiram que fosse dançada. Com o
tempo, o decreto caiu no esquecimento e o Lundu voltou a ser praticado,
mantendo sua principal característica: a sensualidade.
A dança é acompanhada por instrumentos como rabeca, clarinete, reco-reco,
ganzá, maracá, banjo e cavaquinho. As mulheres normalmente se vestem com
saias longas e coloridas, blusas curtas com rendado branco. Já os homens
vestem-se com calças largas, geralmente brancas, com as bainhas enroladas.

Maçarico
O Maçarico, ave pernalta e arisca, inspirou a dança originária de Cametá. O
pássaro habita as margens dos rios paraenses e amazonenses. O movimento
coreográfico imita o saltitar acelerado da ave. Há também alguns passos
próprios das danças portuguesas.
A dança do maçarico é desenvolvida em pares, com velocidade acelerada.

Marambiré
Surgiu depois da abolição da escravatura e simboliza a esperança dos negros
na constituição de uma sociedade livre e justa. De acordo com pesquisas, a
dança evoluiu dos cantos de outras manifestações populares de caráter
religioso na área do Baixo Amazonas, precisamente em Alter-do-Chão,
Santarém.
O Marambiré dançado em Alter-do-Chão mistura elementos religiosos e
profanos. O bailado constitui-se numa simples marcha. A coreografia é meio
complicada, dançada em pares com ritmo bem marcado. O Marambiré é
sempre apresentado no festival do Çairé.

Marujada
Três apresentações marcam a Marujada: a primeira no dia de Natal, a
segunda no dia de São Benedito – 26 de dezembro. E a terceira acontece no
dia 1º de janeiro. A festa tem a mesma origem que a irmandade de São
Benedito: em 1798, quando os senhores atenderam ao pedido dos escravos
para a organização da irmandade. Nessa época, foi realizada a primeira festa
em louvor ao santo. A manifestação foi mantida e incorporou-se ao lado
profano da festa.
A festividade acontece no município de Bragança. Lá, homens "marujos" e
mulheres "marujas" percorrem a cidade imitando o balanço de um barco na
água. A dança é comandada pelas mulheres e acompanhada musicalmente
pelos homens, que usam violas, rabecas, violinos, tambores e cavaquinhos. A
Marujada de Bragança é dividida em várias danças, como: Contra Dança,
Retumbão, Mazurca, Valsa, Xote Bragantino, Chorado e Roda.

Obaluaiê
A dança, dos cultos de candomblé, surgiu na região Norte na era colonial. A
coreografia homenageia Obaluaiê. Segundo a cultura afro, o orixá rege o
mundo dos mortos, as doenças de pele. A entidade tem o corpo cheio de
chagas, por isso as vestes, feitas de palha, cobrem todo o corpo.
A dança inicia com uma invocação ao orixá que, no sincretismo religioso, é
São Lázaro ou São Roque. Depois, o canto é entoado pelo coro, seguindo-se
outros temas que invocam a proteção para Obaluaiê.

Retumbão
A festividade em devoção a São Benedito, em Bragança, deu origem à
Marujada, e com ela a mais conhecida e importante dança folclórica da
Marujada, o Retumbão.
O Retumbão pode ser considerado a dança favorita dos integrantes da
Marujada de Bragança. O ritmo seria uma variação do Lundu. Quanto à
coreografia, nada tem de semelhante. O ritmo e a forma como é dançado dão-
lhe uma característica própria e um isolamento que não permitiu acréscimos de
outros ritmos. Tem origem comum à fundação da irmandade da marujada de
Bragança, em 1978.
A dança recebeu o nome de Retumbão devido ao entusiasmo dos próprios
portugueses que, ao ouvirem de longe o ritmo e a linha melódica, diziam que
tudo “retumbava”, elogiando a execução.
A orquestra da dança do retumbão é composta de tambores grandes e
pequenos pandeiros, cuíca (onça), rabeca, viola, cavaquinho e violino. Não há
canto no retumbão.

Samba do Cacete
O Samba do Cacete surgiu no município de Cametá. Esta dança foi criada
para mostrar toda a sensualidade da região. O nome se origina do instrumento
que é usado para dar ritmo e marcação à música: os cacetes, dois pedaços de
pau que são batidos no Curimbó, para dar cadência ao ritmo.

Siriá
Originária de Cametá, a dança expressa gratidão dos índios e escravos
africanos por um milagre. Depois de um dia exaustivo de trabalho, os escravos
eram liberados, sob fiscalização, para conseguir algo para comer. Certo dia,
foram à praia e encontraram grandes quantidades de siris que se deixavam
apanhar facilmente. Em agradecimento, ensaiaram uma dança e deram o nome
de SIRIÁ, que narra o fato.
O siriá é uma variação do batuque africano, mas ao longo dos tempos sofreu
algumas pequenas alterações. A coreografia traz como principal característica o
ritmo lento, no início, que torna-se frenético em seguida. A dança obedece a
uma coreografia que evolui ao ritmo dos versos cantados. No refrão, os pares
fazem volteios com o corpo curvado para o lado esquerdo e para o lado direito.
O nome Siriá surgiu por distorção lingüística. A influência racial até hoje, em
alguns lugares da Amazônia, é refletida na pronuncia de determinadas palavras.
Um exemplo está na terminação de alguns nomes: "cafezal" chamam de
"CAFEZÁ", "milharal" chamam de "MILHARÁ". A abundância de siris foi batizada
de "SIRIÁ".
O siriá possui um vestuário parecido com o do carimbó. As mulheres usam
blusas de renda branca, saias rodadas, pulseiras, colares e enfeites coloridos na
cabeça. Os homens vestem calças em tons escuros e camisas coloridas
amarradas na frente. Eles também usam chapéus de palha enfeitados com
flores, que as damas retiram para demonstrar alegria.

Xote Bragantino
O xote é dança de origem húngara e foi trazido para Bragança pela
aristocracia da época, ganhando no local novos manejos coreográficos
tipicamente regionais. Conquistou peculiaridade e fama pelo jeito bragantino de
ser dançado.
Adelermo Matos, no livro “Música na Mata”, escreveu que o xote bragantino é
a transformação de uma antiga dança chamada “escocesa”, também conhecida
como “valsa escocesa”, e fez muito sucesso por volta do ano de 1830. Foi
introduzida na marujada de Bragança como manifestação e louvor, atendendo
aos pedidos dos senhores locais.

CARIMBÓ
A dança mais conhecida de nossa região, originada da mistura de três raças : Os
Índios, Os escravos e os Imigrantes Europeus, mais precisamente os portugueses. A
dança do carimbó foi originada na ilha do Marajó, em alguns municípios
comoMarapanin, Cametá, Ponta de Pedras. O ritmo acentuado e envolvente do
Carimbó adveio das danças indígenas, porém, teve uma leve mudança quando houve o
contato com os ritmos mais agitados, de andamentos rápidos e movimentados dos
escravos africanos. O nome Carimbó é de origem Tupi Guarani , seu nome se deve
principalmente aos principais instrumentos usados para dar ritmo e marcação à
dança : o "CURIMBÓ". O nome Curimbó é formado por duas palavras da lingua Tupi,
(curi = pau ôco) e (m'bó = escavado), assim, "o pau que conduz som", e
do CURIMBÓdenominou-se CARIMBÓ a dança desenvolvida pelo ritmo oferecido. A
coreografia da dança inicia-se com fileiras de casais, onde os homens aproximam-se
das mulheres e batem palmas de modo a convida-las para a dança. Elas aceitam o
convite e iniciam um movimento circular, formando ao mesmo tempo, uma grande
roda, e fazendo movimentos com a saia, com o único intuito de atira-la sobre a cabeça
de seu par. O homem dança o tempo todo, tentando se livrar da saia da mulher, pois
se ela conseguir tal façanha, é a desmoralização total para ele, onde então é vaiado
pelos companheiros. Depois de muitos volteios, a mulher atira um lenço no chão e o
homem é obrigado a apanhar esse lenço usando apenas a boca, mais conhecida como
adança do Peru do Atalaia. Trata-se de um autêntico teste de equilíbrio. Se o
homem conseguir, é aplaudido, caso contrário, novamente é vaiado é posto para fora
da dança. A parte mais importante da dança é a marcação coreográfica de um dos pés
sempre à frente do corpo.

BANGUÊ
O BANGUÊ ou DANÇA dos ENGENHOS, teve origem após a abolição da
escravatura, através dos descendentes de escravos africanos,que habitavam a ilha do
Marajó, no município de Cametá, onde formaram um quilombo para a proteção dos
negros fugitivos, que conseguiam escapar do domínio Português, dos trabalhos
forçados e da vida de amargura e sofrimentos. Nenhum negro aceitava qualquer
aproximação com os brancos, mesmo de interesse puramente comercial, sendo o
comercio realizado no meio dos rios, através de pequenas embarcações. As
apresentações das manifestações artísticas, eram realizadas no Banguê (Engenho de
Açucar no dialeto Africano), deixando os brancos maravilhados.Nas explicações dadas,
os movimentos exagerados, se devem à imitação das ondulações feitas pela espuma
do tacho (caldeirão), onde se preparava o mel de cana.

DANÇA DO MAÇARICO
De acordo com o professor Aderlemos Mattos, a dança do Maçarico, é originária
deCametá, tem como figura central esta ave pernalta, pássaro arisco e assustadiço,
cujo andar é aceleradíssimo, sendo encontrado em quase todos os rios do Pará e do
Amazonas, principalmente naqueles onde há praias. O movimento coreógrafo lembra,
em vários sentidos, o alegre saltitar e correr da ave e também alguns passos próprios
das danças portuguesas.

PRETINHA DA ANGOLA
A Dança da Angola ou dança das pretinhas de Angola é de origem africana, sendo
trazidas pelos os escravos de Angola, que se estabeleceram nas proximidades do Rio
Tapajós, mais precisamente no município de Santarém. Essa dança foi muito
cultivada, até o inicio do século passado, quando as escravas africanas e suas
descendentes reuniam-se na praça matriz, em frente à igreja, para a interpretação
dessa belíssima manifestação coreográfica. De um modo geral, a formação para a
dança é de círculo. È exclusivamente dançada por mulheres e não há, de certo modo,
número limitado de participantes, embora seja necessário manter números pares por
causa dos movimentos gerais. Todo o desenvolvimento da dança baseia-se nos
próprios versos que vão sendo cantados pelos músicos, pois toda a dança não só o
ritmo, mas, também, na parte coreográfica é referente aos trabalhos realizados pelos
negros, sobre suas mágoas como escravos. Por isso, os gestos acompanham
exatamente a música que está sendo cantada.

SAMBA DE CACETE
O Samba do Cacete surgiu no município de Cametá. Esta dança foi criada para
mostrar toda a sensualidade da região, no nome se origina devido ao Instrumento que
é usado para dar ritmo e marcação à música, os cacetes, que são dois pedaços de
pau que são batidos no Curimbó, como forma de dar cadência ao ritmo.

DANÇA DO SIRIÁ
O Siriá é uma dança originária de Cametá. É considerada uma expressão impetuosa
de amor, de sedução e de gratidão ante um acontecimento que, para os índios,
escravizados pelos portugueses, foi algo sobrenatural, um milagre. Os escravos, após
um dia exaustivo de trabalho e mau tratos, eram finalmente liberados, sempre à
tardinha, sob fiscalização para caçarem, pescarem ou saírem à procura de frutos que
lhe matassem a fome. Certa vez, foram a uma praia na tentativa de encontrarem
peixes e extasiaram-se com a indescritível quantidades de siris por sobre a areia. O
mais estranho e maravilhoso é que aqueles crustáceos não ofereciam a menor
resistência ao serem apanhados. E assim aconteceu durante muito tempo. Então,
dominados por um imenso sentimento de gratidão por seus protetores, em curto
período, ensaiaram os movimentos da nova dança a que batizaram de Siriá. O nome
Siriá, surgiu devido a grande influencia do sotaque (distorção linguística) dos caboclos
e escravos da região. Normalmente, os interioranos não usam a correta pronuncia de
certas palavras, e aqui não foi diferente. Um dos exemplos é com relação ao final de
nomes de plantações : "cafezal" chamam de "CAFEZÁ", "milharal" chamam de
"MILHARÁ", "canavial" chamam de "CANAVIÁ" e aquele misterioso acontecimento onde
eles saciaram sua fome com grande quantidade de Siris denominaram de "SIRIÁ"

VAQUEIRO DO MARAJÓ
A Dança dos Vaqueiros do Marajó, foi criada, a principio, para uma coreografia do
professor Adelermo Mattos, utilizando uma música das vaquejadas do Rio Grande do
Sul, através de observações dos movimentos corporais dos vaqueiros, na tentativa de
laçar o boi, onde os movimentos realizavam um verdadeiro malabarismo para
conseguir o feito, tanto no seu dia-a-dia quanto nos dias festivos da exposição
pecuária emSoure, na Ilha do Marajó. Mais tarde, com o surgimento do Grupo
Parafoclórico "Asa Branca" (Icoaraci-PA), a professora Etelvina Cordeiro, inspirando-se
no "aboio" do Vaqueiro, bem como nos movimentos desenvolvidos pelo caboclo
marajoara nos campos e durante as feiras pecuárias, compôs um poema retratando o
dia-a-dia do nosso vaqueiro. Como nas festas de exposição pecuária na Ilha do Marajó
somente os homens participavam dos torneiros, a presença das mulheres também foi
excluída dessa dança, onde não há coreografia definida. O que a caracteriza são os
sons produzidos pelos tamancos de madeira usados pelos dançarinos e os movimentos
com o laço, como se fossem laçar um boi. É uma dança de belíssimo visual e que
empolga a todos.

XOTE BRAGANTINO
Dança de raiz européia originada do Schotinch, a mais famosa dança folclórica da
Escócia, a qual foi divulgada em toda a Europa, em torno de 1841. Os colonizadores
trouxeram a dança para o Brasil onde despertou um grande interesse na população.
Mas aqui a dança ganhou alguns acréscimos. No Pará, a dança foi trazida pelos
portugueses, que a cultivavam assiduamente em todas as reuniões festivas. De longe,
os escravos assistiam os movimentos e guardavam na memória. Em 1798 quando
emBragança, os escravos fundaram a Irmandade de São Benedito, a Marujada, o
Xote foi magnificamente aproveitado pelos escravos, tornando-se a mais
representativa dança do povo Bragantino. Nas festas populares o Xote é executado
inúmeras vezes

MARAMBIRÉ
Dança africana que surgiu após a libertação dos escravos. Segundo pesquisas, ela
teria evoluído dos cantos de cangadas e insulados na área do Baixo Amazonas que se
pontificou em Alter-do-Chão, distrito de Santarém. O Marambiré dançado em Alter-
do-Chão não representa uma dança tipicamente religiosa e sim uma mistura de
elementos religiosos e profanos. A dança do Marambiré constitui-se numa simples
marcha. A coreografia é meio complicada, o ritmo é alegre e excitante. Dança de pares
com ritmo bem marcado, apresentada na festividade do Sairé.

CIRANDA DO NORTE
A Ciranda é de origem portuguesa, tendo uma forma complexa e outra simples.
Dançada nos limites do Pará com o Amazonas, mais precisamente na cidade
de Tefé(AM). Em forma de cordão de pássaro, onde á frente eles levam o "carão"
(pássaro) que está presente à letra da música. É dançada durante o mês de junho nas
ruas onde são feitas pequenas paradas em frente a algumas casas a pedido do dono
da casa. Na dança folclórica Ciranda do Norte, em sua concepção, nota-se uma
variação de passos com diversificação rítmica (ciranda, xote e valsa), compreendendo
em uma só letra a dança Ciranda do Norte, com isso aparecendo as seguintes danças,
que a completam como um todo:
Ciranda - Seu Manezinho - Carão - Não se fie em mulher - Despedida da
Ciranda
A coreografia é feita de acordo com os versos cantados que narram o lazer, o
trabalho na agricultura, caça, pesca e outras atividades que se desenvolvem na região.
E dançado sempre em círculo.

CHULA MARAJOARA
É uma dança cultural no ritual afro-brasileira. Seria uma variante das congadas
cultivadas no sul do Brasil. Tem uma característica devocional em louvor a São
Benedito e Nossa Sr.ª. do Rosário. No Pará, é cultivada principalmente nas regiões
onde se instalaram os negros escravos, com mais freqüência em Cachoeira do
Arari, na Ilha do Marajó, por isso também conhecida com a denominação de Chula
Marajoara. É apresentada durante o ano todo, principalmente nas épocas de festejos,
como na quadra junina e comemoração a São Benedito e Nossa Sr.ª do Rosário. Dança
exclusivamente feminina, com movimentos coreográficos de acordo com os versos
cantados. Assim como na Dança da Angola é dançada em pares e número ilimitado de
participantes.

LUNDÚ MARAJOARA
O Lundu, é uma dança de origem africana e provoca muito interesse pela desenvoltura
de seus movimentos. O tema é o convite feito pelo homem à mulher para um encontro
sexual. A dança desenvolve-se, a princípio, com a recusa da mulher mas, ante a
insistência do seu companheiro, ela acaba por ceder. A movimentação é tão carregada
de sensualismo e lubricidade que a Corte e o próprio Vaticano, no século retrasado,
chegaram a proibir a dança em território pátrio. Depois, tudo foi caindo no
esquecimento, e o lundu voltou a ser praticado às escondidas, respeitando as
tradições, os gestos, os volteios e maneios, em três estados brasileiros: São Paulo,
Minas Gerais e no Pará, mais precisamente na Ilha do Marajó. No solo marajoara,
em Soure, é interessante registrar o trabalho do grupo de dança existente na Fazenda
"Tapera", de propriedade de D. Dita Acatauassu Nunes: a dança é apresentada sempre
para turistas, para os simples curiosos e para os estudiosos das danças folclóricas. O
Lundú é, veramente, uma dança belíssima e, sem sombra de dúvidas, umas das mais
interessantes do nosso folclore. A Coreografia, no seu todo, é constituída de
movimentos lúbricos e, em determinados momentos, os homens nos seus volteios,
imitam os machos rodeando uma fêmea no cio. As mulheres recuam e ignoram os
seus pretendentes mas, devido a grande insistência do mesmo terminam por aceitar o
convite. Neste momento da dança ambos se deixam levar pela vontade de realizarem
o ato sexual quando então os casais realizam a UMBIGADA, movimento este
representando o aceite da mesma e saem, entre requebros sensuais, seguidas por
seus companheiros.

BATUQUE AMAZÔNICO
O batuque é de origem Africana, manifestação que se ramificou do candomblé
Africano. Foi implantado na nossa região na era colonial da mesma forma como o foi
nas demais províncias e regiões Brasileiras. Batuque é a denominação genérica dada
pelos portugueses para toda e qualquer dança de negros da África ou qualquer dança
de tambor de caráter religioso ou não. No Pará e no Amazonas é a denominação
comum para os cultos Afro-Brasileiros. O Batuque Amazônico é uma homenagem
prestada a uma entidade encantada, a cabocla JUREMA, a qual, segundo as lendas,
mora um uma cidade que fica no fundo de uma lagoa. De acordo com os umbandistas,
essa entidade reina no tempo da lua nova.

DANÇA DO CÔCO
Seus versos mostram a mistura de expressão típica dos caboclos e dos escravos com
uma influência mínima do estilo lusitano. De acordo com a coreógrafa Nazaré Azevedo,
a dança do Coco, não tem local exato de onde se originou, pois era dançada em vários
municípios do estado e em outros estados também, tem como figura central um coco,
sendo encontrada em quase todos os lugares do Pará, do Amazonas e do Brasil,
principalmente naqueles onde há praias.

MARUJADA DE BRAGANÇA
A festividade nasceu de uma autorização dada a 14 escravos devotos de São Benedito,
que assinaram um compromisso e fundaram a Irmandade da Marujada, em 1798, no
município de Bragança do Pará. Neste ato, os senhores compreenderam aos escravos
o direito de divertir-se, direito à sua devoção, do santo de sua cor,dançar a seu modo,
rezar dançando etc...A marujada não tem raça, não tem cor, se não a bronzeada do
Paraense, embora entre marujas e marujos se encontrem pessoas de olhos tão azuis
quanto o céu. A festa de cunho folclórico-religioso, acontece durante vários dias do
mês de Dezembro, começando com a alvorada festiva, às 6 da manhã do dia 18, onde
homens "marujos" e mulheres "marujas", percorrem a cidade imitando o balanço de
um barco na água. A Marujada de Bragança é dividida em várias danças, como: Contra
Dança, Retumbão, Mazurca, Valsa, Xote Bragantino, Chorado e Roda.

OBALUAIÊ
O Obaluaiê, como o Batuque Amazônico, é de origem africana, manifestação que se
ramificou do candomblé africano. Foi implantado na região Norte na era colonial da
mesma forma como o foi nas demais províncias e regiões brasileiras. No Pará e em
outros estados é a denominação comum para se homenagear um determinado orixá
com cultos afro-brasileiros. O Obaluaiê é uma homenagem prestada a um orixá,
"Obaluaiê", o qual, segundo as lendas, é uma divindade das doenças e chagas e
simboliza a morte. De acordo com os iorubanos, esse orixá tem seu corpo todo cheio
de chagas. O Obaluaiê se inicia com uma invocação ao orixá que pertence à linha de
São Lázaro ou São Roque, com a repetição feita pelo coro, seguindo-se outros temas
que invocam a proteção para o grande orixá, e no final todos os 6 orixás que estão em
cena fazem reverencias ao orixá homenageado que é o Obaluaiê.

REGIÃO NORTE

Amazonas (AM)
Camaleão

Essa dança utiliza pares separados, que fazem uma coreografia com
passos distintos, chamados dejornadas. São duas fileiras de mulheres e homens, realizando diversos
passos, os quais terminam no passo inicial. As roupas também são importantes; os homens usam fraque
de abas, colete, meias longas, gravata e sapato preto. Já para as mulheres, a vestimenta é composta por
saias longas, meias brancas, sapatos e blusas folgadas. A música que embala os dançarinos utiliza o
violão, cavaquinho e rabeca.

Dança do Maçarico
Essa dança é constituída de dançarinos em duplas que fazem cinco movimentos durante a Dança do
Maçarico: Charola, Roca-roca, Repini-co, Maçaricado e 'Geleia de Mocotó'. Os passos variam entre lentos e
ligeiros e a umbigada. As músicas que embalam os dançarinos são tocadas com a ajuda da viola,
tambores, rabeca e sanfonas.

Desfeitera
Essa dança é constituída de pares que dançam de forma livre e os dançarinos devem apenas passar pelo
menos uma vez na frente do grupo musical. Caso a banda encerre a música no momento em que um
casal estiver passando, é feita a escolha do homem ou da mulher para que declame versos. Caso ele não
consiga esse feito, a pessoa será vaiada e terá que pagar uma prenda, ou seja, será 'desfeitado'.

Pará (PA)
Carimbó
O nome da dança é de origem indígena com os nomes Curi, que significa pau oco, e M'bó, que significa
furado. Os homens devem trajar uma calça curta no estilo pescador e uma camisa que contenha
estampas. As mulheres utilizam uma saia rodada e com estampas, uma blusa, colares e flores presas aos
cabelos. Os dançarinos a executam com os pés no chão.

Os homens batem palmas para as dançarinas e isso é o indício de que elas estão sendo chamadas para
dançar também. Em forma de roda, as mulheres balançam a saia para que ela atinja a cabeça de seu
parceiro. O ato é realizado no intuito de humilhar o homem para que ele saia da dança. Um dos
momentos mais importantes ocorre quando cada casal vai para o centro da roda e o homem deve apanhar
um lenço com a boca, que foi jogado no chão pelo seu par. Se o feito for satisfatório, ele recebe aplausos.
Caso ele não consiga, a mulher joga a saia em seu rosto e ele deve sair da dança.

Marambiré
Essa dança é considerada uma representante da alegria dos negros no Brasil após a Abolição da
Escravidão. Ela é caracterizada por uma marcha que mescla a religião e o profano. Ela é realizada por
duplas e sempre aparece durante os festivais no estado.

Lundu Marajoara
Tem origem africana e é muito sensual, pois a intenção dela é mostrar o convite do homem para ter um
encontro sexual com a mulher. Primeiro, há uma recusa; porém, ele insiste e ela aceita. A Lundu
Marajoaramostra o ato com o passo da umbigada, quando acontecem movimentos de dança mais
sensuais. As mulheres utilizam saias coloridas e blusas rendadas. Já os homens vestem calças de
preferência na cor branca. Essa dança também recebe a ajuda de instrumentos como o banjo, cavaquinho
e clarinete.

Marujada
A dança é uma homenagem a São Benedito e acontece em três ocasiões: Natal, dia de São Benedito e
no dia 1º de janeiro. Os homens e mulheres que participam recebem o nome de marujos e marujas. Eles
bailam pela cidade, reproduzindo o gesto de um barco na água. As mulheres ordenam a dança e os
homens participam com os instrumentos musicais, como tambores e violinos.

Outras danças típicas do Pará

 Dança do Siriá;

 Xote Bragantino;

 Samba do Cacete;

 Retumbão.
TERÇA-FEIRA, 15 DE MARÇO DE 2011

Baralho

O baralho era uma brincadeira que ocorria no antigo Carnaval maranhense. Eram grupos de
negros andrajosos, salpicados de polvilho de tapioca, a promover fortes algazarras pelas ruas
da cidade, em geral empunhando chapéus-de-sol e sombrinhas desmanteladas.

As mulheres desses grupos, pejorativamente chamadas de “negritas do baralho”, calçavam


sandálias e traziam flores no cabelo.

Não há referências a música nem a eventuais instrumentos acompanhadores da brincadeira.

O site CMF - Comissão Maranhense de Folclore escreve sobre o baralho:

"Brincadeira formada por grupos de negros que percorriam as ruas da cidade cantando
músicas com letras picantes de duplo sentido, tocando castanhola, sanfona, pandeiros, reco-
reco, tambores e remexendo as cadeiras (quadris) em danças lascivas que escandalizavam a
sociedade da época. Isso gerou termos depreciativos como "negras do baralho", "polvilho do
baralho" com a intenção de rejeitar as pessoas que brincavam o Baralho, por ser uma
brincadeira contagiante e alegre que atraia muita gente por onde passava.

Seu Augusto Aranha lembrava que "tinha o Baralho da Madre Deus, Baralho da Praia do Caju,
hoje Beira-Mar, o Baralho da Praia do Desterro. Eram os três célebres. Todos se reuniam na
hora do almoço nos lugares e saiam 2 horas da tarde. Era muita gente, muito pior que essa
banda que sai aí todo sábado" (ele se referia à extinta Banda do Baixo Leblon que saia da
Beira-Mar e animou os pré-carnavais de rua até o início da década de 90). O traje? " eles se
trajavam à vontade. Era aquelas saias grandes, as mulheres, e os rapazes de calça, chapéu de
palha, cara pintada, tudo cheio de pó. Antes tinha cabacinha. Eles compravam bexiga de boi,
esticavam bem e fabricavam a cabacinha com água e tinta colorida...atirava aquilo que
espocava e sujava a roupa do camarada todinha"

Fontes: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora; CMF - Comissão Maranhense de


Folclore.

http://dancasfolcloricas.blogspot.com.br/2011/03/baralho.html

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