Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
A Chimarrita
A Chimarrita-Balão, ai...!
Não é pra todos dançar
É pra quem tem o pé leve, ai meu bem!
Pra quem sabe sapatear. (bis)
A Chimarrita-Balão, ai...!
Não é pra todos dançar
É pra quem tem o pé leve, ai meu bem!
Pra quem sabe sapatear. (bis)
Dança do Pau-de-Fitas
Cacumbi
A tradicional dança do Cacumbi é também conhecida como Ticumbi ou
Catumbi. É uma dança de origem africana e que hoje é exemplo claro do sincretismo
entre as tradições oriundas da África com as práticas religiosas brasileiras, atividade
esta bastante presente nas ações de catequização promovidas pela Igreja Católica. Esta
manifestação cultural e religiosa recebe outras nomenclaturas fora do estado de Santa
Catarina. No nordeste brasileiro, por exemplo, recebe o nome de Festa dos Congos ou
Congada.
Em suas primeiras manifestações, o Cacumbi era uma representação da luta
entre duas nações africanas, sendo elas os Congos e os Bombos, também chamados de
Bambas. Contudo, hoje esta dança típica catarinense exprime também uma forma de
culto a São Benedito e a Nossa Senhora do Rosário. Dança-se o Cacumbi nas
proximidades dos dias de celebração a estes santos, sempre nas igrejas freqüentadas
pelos devotos dos mesmos.
Os cantos que regem o Cacumbi são dois, denominados respectivamente de
Marchas e Marchas-Fogo. O cantar destas marchas é acompanhado de instrumentos
como a viola e violão, e de percussão, sendo eles majoritariamente tambores e pandeiros
e chocalhos .
Segundo a pesquisadora Rosane Volpatto1, O grupo quando se apresenta, veste
longas batas brancas e rendadas, com traspasse de fitas coloridas, calças compridas
brancas, com friso lateral vermelho, ou sem este; na cabeça, amarram um lenço branco,
todo enfeitado de flores de papel de seda e fitas longas de várias cores. Alguns colocam
1
http://www.rosanevolpatto.trd.br/cacumbi2.htm acessado em 14 de julho de 2009
sobre o lenço um chapéu de palha também enfeitado com fitas e flores. Os reis trazem
coroas de papelão, ricamente ornamentadas com papel dourado ou prateado, peitoral
vistoso com espelhinhos e flores de papel brilhante, capa comprida de adamascado ou
de cetim lamê e, na mão ou na cinta, longa espada do “tempo do Império”. Os dois
secretários ou sacratários diferenciam-se dos "congos" por portarem capa e espada
como seus reis. As duas cores escolhidas pelos reis para sua corte variam. O vermelho
quase sempre está presente em alguma das cortes, por ser uma cor forte e realçar os
mantos reais.
O cerimonial que possui a dança do Cacumbi era iniciado com um grande
cortejo, onde o rei e a rainha das nações Congos e Bombos eram coroados pelo Capitão
Marinheiro, sendo eles cobertos por mantos e faixas que os identificavam de acordo
com a nação que representavam. Outro elemento de grande importância no momento da
coroação e a bandeira de Nossa Senhora do Rosário, tida como protetora dos homens de
cor. Após a coroação dos reis e rainhas, o cortejo seguia ao som dos batuques dos
instrumentos de percussão e pela dança Cacumbi, que se dava de forma coreografada.
Hoje o cortejo não é mais realizado, e a dança do Cacumbi se apresenta somente
na encenação da Embaixada da Guerra, a qual é composta pelos marinheiros, também
chamados de embaixadores, acompanhados de uma Porta-Bandeira. Neste momento, a
guerra é motivada pelo fato dos dois reis quererem realizar a festa de Santo Benedito.
Eis então que um guerrear coreografado de espadas se dá entre os representantes de
cada grupo. O conflito se estende até o momento em que o Rei Bamba é derrotado e
submete a si e seus vassalos ao batismo.
O vinculo com a Igreja continua existindo e as apresentações, quando
realizadas, são feitas prioritariamente em espaços públicos, contudo, ao ar livre, e não
mais nas Igrejas dos santos padroeiros.
Veja uma cantiga que representa uma das marchas cantadas da encenação do
Cacumbi. Estes versos estão registrados no livro Folclore Catarinense de Doralécio
Soares.
"A Nossa Senhora Mandou me chamá
Saiu hoje na rua Com sua licença
Mandando seus filhos Queremos chegá...
Fazê meia lua
A calçada é alta
O dono da casa Não posso "assubi"
Tem pedra miúda Quedê o dinheiro da nossa ração.
Podemos cair.
Já que tu não soubeste
O capitão mandante Pra que não me dão
O chefe general A metade do queijo
O nosso batalhão Fatia de pão.
Quem mandou marchar.
Vai-te embora sordado -cap.
Nós chegamos hoje Não me venha atentar
Saudar nossa praça Com essa espada
Oh! São Benedito sejais Não se pode brincar.
Nossa Senhora da Graça.
O que pode essa espada
Santo Antônio Disfarce do corte
"Arripica" o sino Eu te tiro o pescoço
Leva a bandeira No primeiro corte.
Lá no caminho.
Não tenho dinheiro - cap.
O neguinho do ganho Não tenho nada
Que quer ganhar Tenho é a ponta
Um tostão por dia Da minha espada.
Pra gastar.
Vai-te embora sordado
Avoou uma ave - cap. Não me venha atentar
Daquela janela - coro Com essa espada
É um papagaio siá dona - cap Eu te posso furar.
Da pena amarela - coro
Vorte aqui meu sordado
Não me venha atentar
Com essa espada
O Sinhô, sinhô, sinhô Capitão Não se pode brincar.
Ratoeira
A Ratoeira não é somente uma dança típica em Santa Catarina, mas também é
uma boa forma de se formal um casal apaixonado! Os casais apaixonados aproveitavam
deste bailado para fazerem suas declarações por meio de versos recitados ao centro da
roda da Ratoeira. Esta dança, infelizmente, esta sendo praticada cada vez menos. A
brincadeira que acontecia nos bailes de antigamente está praticamente esquecida do
imaginário popular de hoje. Somente alguns grupos de folclore, que através de seus
esforços e apresentações, vem perpetuando esta saudável tradição.
O valsado da Ratoeira era, em tempos antigos, era executada durante os bailes
mais tradicionais do estado catarinense. Dançada por jovens em sua maioria, este
bailado exigia um ritual que deveria ser seguido durante o mesmo. Geralmente, por
volta da meia noite, os rapazes se aproximavam dos pais de suas bem-amadas e pediam
permissão para dançarem com elas. Aceito o convite, os casais dançam naturalmente
uma valsa, e assim que todos se apresentassem para a dança, uma grande roda era
formada, todos de mãos dadas.
Neste momento, um rapaz ou uma moça, eram escolhidos voluntariamente, ou a
pedido de uma pessoa mais velha, para se postarem ao centro da roda, e por meio de
versos, geralmente em quadras, manifestavam os seus sentimentos. Após recitarem,
voltavam à roda e continuavam a dançar. Um novo casal seguia ao centro e também
fazia suas declarações. Desta forma a dança seguia até o fim da Ratoeira. A Ratoeira
não era destinada unicamente às declarações apaixonadas. Nela podia ser expressa
qualquer sentimento. Tristeza, alegria, lembrança, despeito, paixão, saudade, uma vez
que era uma possibilidade da pessoa manifestar direta ou indiretamente o que sentia.
Havia também ocasiões onde alguém lembrava de algum fato vivido por outra
pessoa na roda e tornava a mesma pública. Nestes momentos a roda pegava fogo! Para
cada quadra na Ratoeira lançada, certamente haveria a réplica na seqüência.
Vale lembrar que o mais interessante desta dança é que tudo acontece de
improviso. As declarações, em sua maioria, eram criadas no momento da dança, o que
exigia uma atenção e uma perspicácia impressionante, especialmente nos momentos de
respostas aos versos previamente ditos.
Veja alguns dos versos cantados em rodas de Ratoeira.2
A Dança do Vilão
3
http://www.rosanevolpatto.trd.br/dancavilao.htm acessado em 15 de julho de 2009
A preservação das tradições ligadas à Dança do Vilão está hoje relacionadas aos
grupos folclóricos e de danças tradicionais, tanto no estado de Santa Catarina, como em
demais regiões do território nacional.
A Quadrilha
O nome, assim como a dança, possuem suas raízes ligadas à França, onde era
tratada como Quadrille. Segundo Eugéne Giraudet4 este é um diminutivo do vocábulo
italiano squadra, que significa companhia de soldados disposta em quadrado. Este nome
foi dado posteriormente à formação de um grupo de quatro pares, passando assim a ser
denominado Quadrille.
Na França, a Quadrilha era dançada nos bailes da aristocracia, já nas Américas,
ela ganhou caráter popular, e rapidamente anexou novos símbolos e costumes em sua
prática. No Brasil, ela chegou ainda no período imperial, via mestres de orquestras, que
tinha como intenção alegrar os bailes das cortes nacionais. Como a França era tida como
referencia de bom gosto e modernidade pela elite brasileira, a aceitação neste meio foi
bastante rápida.
A Quadrilha posteriormente saiu do ambiente palaciano e ganhou as ruas das
cidades brasileiras. Rapidamente houve o entrelaçamento da tradição francesa com o
colorido e a musicalidade brasileira. Hoje, a quadrilha que aqui praticamos tem
elementos suficientes para qualificá-la como genuinamente brasileira.
Esta dança é praticada em Santa Catarina geralmente nos meses de junho e
julho, assim como nas demais regiões do Brasil. A Quadrilha foi incorporada como
elemento das festas juninas que ocorrem por todo país. Nela é comum a homenagem a
Santo Antonio, tido como “Santo Casamenteiro”, assim como a São João e São Pedro.
Os instrumentos que acompanham a quadrilha são a sanfona, podendo haver
mais de uma, a viola e o violão, além de alguns instrumentos de percussão, como o
pandeiro. O ritmo que marca esta dança é bastante cadenciado e com suas marcações
bem destacadas. Juntamente com o coro que rege as cantigas, aparece também a voz do
marcador, uma espécie de regente da coreografia a ser feita durante a dança. É ele que
determina a seqüência a ser realizada pelos dançarinos.
4
http://www.jangadabrasil.com.br/junho/fe10060a.htm acessado em 15 de julho de 2009
Muito comum no meio rural, a Quadrilha hoje adota as vestimentas de nosso
“caipira”. Os homens de calças remendadas e camisas coloridas, chapéu na cabeça e
botina no pé. As mulheres com logos vestidos coloridos, cabelos trançados e rosto
maquiado.
Normalmente, antes da dança é realizado um casamento simbólico entre um
casal de noivos caipiras. Durante a encenação é comum a presença de elementos como o
padre e os pais da noiva. O noivo de inicio não quer se casar, mas com a “pressão” dos
presentes aceita se casar com sua dama. Logo após o fim da cerimônia é dado inicio a
apresentação da Quadrilha, com os noivos sendo o casal que conduz os demais.
Os comandos mais utilizados na dança são5:
5
http://www.brasilcultura.com.br/cultura/danca-de-quadrilha-aprenda-os-passos acessado em 15 de julho
de 2009
passa por baixo e levanta os braços em arco. O terceiro casal passa pelos dois e faz o
mesmo. O procedimento se repete até que todos tenham passado pela ponte.
CAMINHO DA ROÇA - Damas e cavalheiros formam uma só fila. Cada dama à
frente do seu parceiro. Seguem na caminhada, braços livres,balançando. Fazem o
BALANCË, andando sempre para a direita.
OLHA A COBRA - Damas e cavalheiros, que estavam andando para a direita,
voltam-se e caminham em sentido contrário, evitando o perigo.
Vários comandos são usados para este passo: “Olha a chuva , “Olha a inflação , Olha o
assalto , “Olha o (cita-se o nome de um político impopular na região). A fileira deve ir
deslizando como uma cobra pelo chão.
CARACOL - Damas e cavalheiros estão em uma única fileira. Ao ouvir o
comando, o primeiro da fila começa a enrolar a fileira, como um caracol.
A GRANDE RODA - A fila é único agora, saindo do caracol. Forma-se uma
roda que se movimenta, sempre de mãos dados, à direita e à esquerda como for pedido.
Neste passo, temos evoluções. Ouvindo “Duas rodas, damas para o centro ; as mulheres
vão ao centro, dão as mãos.
Na marcação “Duas rodas, cavalheiros para dentro , acontece o inverso, As rodas
obedecem ao comando,movimentando para a direita ou para esquerda. Se o pedido for
“Damas à esquerda e “Cavalheiros à direita ou vice-versa, uma roda se desloca em
sentido contrário à outra, seguindo o comando.
COROAR DAMAS - Volta-se à formação inicial das duas rodas, ficando as
damos ao centro. Os cavalheiros, de mãos dados, erguem os braços sobre as cabeças das
damas. Abaixam os braços, então, de mãos dados, enlaçando as damas pela cintura.
Nesta posição, se deslocam para o lado que o marcador pedir.
COROAR CAVALHEIROS - Os cavalheiros erguem os braços e, ao abaixar,
soltam as mãos. Passam a manter os braços balançando, junto ao corpo. São as damas
agora, que erguem os braços, de mãos dados, sobre a cabeça dos cavalheiros. Abaixam
os braços, com as mãos dados, enlaçando os cavalheiros pela cintura. Se deslocam para
o lado que o marcador pedir.
DESPEDIDA - De um ponto escolhido da roda os pares se formam novamente,
Em fila, saem no GALOPE, acenando para o público. A quadrilha está terminada. Nas
Festas Juninas Mineiras, Paranaenses e Paulistas, após o encerramento da quadrilha, os
músicos continuam tocando e o espaço é liberado para os casais que queiram dançar.