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Artes Plásticas

Aspectos gerais quanto a Arte

Em um estado tão rico culturalmente como Santa Catarina, seria praticamente


impossível não fazer menções às suas artes. São inúmeros os trabalhos artísticos que os
catarinenses tanto produzem quanto admiram. Focando este capítulo nas discussões
sobre as Artes Plásticas no estado, três questionamentos devem ser levados como
primordiais para um bom entendimento do assunto. São eles: O que é Arte? Como se
organizam os artistas? Onde e para quem seus expostos os seus trabalhos?
Visando responder a estas questões, daremos inicio a uma curta explanação
sobre os conceitos que levam esta forma de expressão cultural ao status de grande
relatora das expressões culturais de uma nação.
Para iniciarmos então, partiremos de uma busca, mesmo que bastante subjetiva,
a uma conceituação básica daquilo que podemos entender como sendo arte, ou mesmo
uma expressão artística. Esta dificuldade existe por vários motivos, dentre eles estão
aqueles relacionados às variabilidades interpretativas deste termo em cada sociedade,
em cada período histórico. Entre os gregos, por exemplo, a palavra arte, no sentido ao
qual a usamos nos dias de hoje, não existia. Para eles a arte seria uma manifestação de
uma técnica, “tekné”, na produção ou feitio de qualquer coisa que requeresse uma
habilidade especifica para tal. Neste sentido, para os gregos o ato de se fazer uma
escultura ou um barco pesqueiro não se diferenciavam no sentido da palavra arte.
O sentido deste termo durante o período moderno estava relacionado de uma
forma mais próxima às produções artísticas. Era uma visão mais romântica para esta
interpretação, até mesmo por questões de interesses pessoais e coletivos deste período,
uma vez que esta prática passou a ser vista como uma faculdade especial, a qual
requeria do artista um estudo especifico para tal. Em outras palavras, eles afirmavam a
necessidade de uma especialização, diria quase acadêmico, para a produção artística,
não bastando possuir a habilidade do fazer. Ou seja, nem todos poderiam ser artistas.
Este é um conceito mais restritivo, divide as opiniões de artistas e estudiosos.
Entre aqueles que defendem a visão descrita anteriormente é necessário sim que exista
esta limitação na prática da arte, pois não podemos simplesmente generalizar e atribuir a
qualidade de arte a qualquer produção que possa vir a surgir. As conseqüências de tal
posicionamento certamente acarretam, segundo eles, na desvalorização das obras
produzidas por aqueles que se dedicam a um estudo mais preciso destas expressões.
Já entre aqueles que são favoráveis a uma visão menos restritiva à prática desta
atividade, esta limitação vem em contraponto a aquilo que é uma característica natural
do homem, que é a capacidade de se expressar diante de sua visão de mundo. Em todo
período que está presente neste planeta o homem se manifesta por meio de símbolos,
contos ou documentos oficialmente registrados.
Estas discussões quanto à aplicabilidade da arte, ou mesmo da razão de sua
existência, pode acarretar em um problema, que é a desvalorização daquele que
verdadeiramente faz a arte, ou seja, o artista. Ele é quem consegue transpor os seus
sentimentos e pensamentos, entrelaçando-os com sua criatividade e imaginação, a fim
de mostrar que arte nada mais é do que uma forma de se interpretar a vida.
As obras que são produzidas por estes artistas merecem ser valorizadas e
divulgadas no meio social. Existem aquelas obras que receberam status grandiosos, e
hoje são expostas e comercializadas em grandes férias e salões. Em contraponto,
existem aqueles artistas que não possuem um espaço claro para mostrar ao público o seu
trabalho, como é o caso dos artistas de rua. Enquanto aqueles que estão com suas obras
sendo divulgadas e comercializadas em valores quase que irreais, estes trocam sua arte
por algumas moedas esquecidas nos carros que por algum acaso para nos semáforos de
nossas cidades.
Tornar estas artes acessíveis ao público é divulgar e valorizar o trabalho destes
personagens, independentemente de quem eles são, renomados ou anônimos. Isto deve
ocorrer por um simples motivo. Os artistas são verdadeiros porta-vozes dos sentimentos
da sociedade. Para além desta promoção do artista, a divulgação destas obras pode ser
entendida com um dos caminhos mais eficazes para o enriquecimento cultural e
intelectual de toda uma população.
Não importa qual a via teórica, o estilo plástico ou o valor estético ou monetário
de uma obra de arte. O que realmente nos interessa é o entendimento de que a arte veio
para ser a ferramenta que melhor expressa as inquietudes de nossos dias mais
agonizantes, onde as dúvidas nos sufocam com as exigências de suas respectivas
respostas, assim como é aquela que melhor exemplifica os prazeres mais banais,
fazendo com vida nos mostre a necessidade de valorizar os pequenos atos, os pequenos
gestos que nos lembram da importância de nos vermos como seres humanos, e de nos
identificar como tal.
Partindo deste pequeno posicionamento quanto ao posicionamento teórico
acerca da produção artística em um âmbito mais geral, vamos agora nos concentrar nos
personagens e nas atividades artísticas do estado de Santa Catarina. Para fazer esta
analise em âmbito estadual, acreditamos que o primeiro passo é conhecermos um pouco
mais sobre a Associação Catarinense dos Artistas Plásticos – ACAP, entidade esta
responsável por organizar, promover, expor e incentivar a prática dos artistas plásticos
catarinenses.

A Associação Catarinense dos Artistas Plásticos - ACAP

A Associação Catarinense dos Artistas Plásticos, ACAP tem a sua sede no


Prédio da Alfândega, localizado na Rua Conselheiro Mafra nº141, na região central de
Florianópolis. Esta entidade foi fundada no dia 18 de março de 1975, na capital do
estado de Santa Catarina. Esta data passou a ser considerada como o dia do Artista
Plástico Catarinense. Nesta oportunidade, fizeram parte do corpo de fundadores os
artistas plásticos Martinho de Haro, Franklin Cascaes, Ernesto Meyer Filho, Pedro
Paulo Viechietti, Rodrigo de Haro, Max Moura, Eli Heil e Vera Sabino.
Esta associação visa, além de reunir os artistas plásticos do estado, fazer com
que a esta prática consiga desempenhar um papel social bem claro, que é a promoção e
a valorização cultural entre os membros da comunidade.
No artigo terceiro do primeiro capítulo do regimento social desta instituição, nós
podemos encontrar as responsabilidades assumidas tanto por ela quanto pelos sócios a
ela vinculados. Vejamos1:

Art. 3º - Para a execução e concretização das finalidades a que se a Associação


deverá:
a) realizar exposição, congressos e encontros dos artistas plásticos;
b) incentivar e/ou promover cursos de artes plásticas;
c) fazer convênios com as instituições culturais do Município, do Estado e do
País, visando à divulgação e o prestigionamento das artes plásticas;
d) manter Galeria Permanente de vendas de obras de artistas plásticos
profissionais, diretamente de outros convênios com outras instituições.
1
http://www.acap.art.br/estatuto.htm acessado em julho de 2009
Como mencionado anteriormente, existe a possibilidade dos artistas plásticos
efetuarem suas respectivas associações a esta instituição, desde que estejam cientes e de
acordo com os compromissos declarados pela mesma. O número de associados é
limitado e por um espaço de tempo indeterminado.
Mesmo sendo reconhecida sua utilidade pública como uma instituição sem fins
lucrativos, como declarado na Lei Estadual nº. 7482 de 1988, aprovada pela Assembléia
Legislativa de Santa Catarina, a ACAP pode receber doações de qualquer espécie.
O edifício que abriga a ACAP é considerado por muitos como sendo o mais
importante entre aqueles de estilo neoclássico na região sul do país. Sua arquitetura
apresenta traços únicos, que lhes dão especial destaque no cenário urbano da capital
catarinense. Sua estrutura é dividida em três partes, senda a central um prédio de dois
pavimentos, e dois armazéns laterais.
Fundado em 1876, durante as celebrações do aniversario da Princesa Isabel,
então Regente Imperial, o edifício foi tombado pelo Governo Federal como um
monumento nacional. Hoje existe uma concessão federal ao Estado de Santa Catarina
para que nele delegue atividades de fundo cultural.
Para estas finalidades, o estado de Santa Catarina direcionou a este edifício o
IPHAN/SC (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), localizada no andar
superior de sua estrutura central. No andar inferior encontramos a cede da Associação
Catarinense de Artistas Plásticos juntamente com a Galeria de Artesanato da Casa da
Alfândega.
Vejamos agora alguns dos artistas plásticos catarinenses que estão associados à
Associação Catarinense de Artistas Plásticos:

 ZÉ CARLOS

O artista Zé Carlos, com é conhecido pelos de seu meio, nasceu na cidade


catarinense de Rodeio. Suas obras mais recentes apresentam uma grande
variedade de recursos estilísticos, como técnicas em óleo, acrílico e carvão.
Outras características encontradas em suas pinturas são a não presença de
assinatura na parte da frente da tela e a inexistência de títulos para os quadros
por ele produzidos. Os registros com o nome do autor são sempre postos na
parte de trás de cada obra.
 ELENICE APARECIDA SILVEIRA

Elenice Aparecida Silveira é natural da cidade de Florianópolis e nasceu no dia


17 de outubro de 1951. Entre os anos de 1975 e 2001, esta artista plástica
catarinense trabalhou como funcionaria pública na área de desenhos e pinturas.
Suas obras já participaram de grandes exposições nacionais e internacionais,
como no V Salão Internacional de Artes Plásticas Bento Gonçalves, no ano de
2001, VII Circuito Internacional de Arte Brasileira (Inglaterra, Espanha,
Portugal, Grécia) em 2002 e I Salão Internacional do Proyecto Cultural
SUR/Barcelona, também em 2002.

 SOLÍ

Solí é o nome Artístico de Salete Maria Farias de Oliveira. Ela nasceu em uma
região conhecida como Aririú, no município de Palhoça em Santa Catarina.
Desde seu casamento, em 1980, mora em São José, outro município catarinense.
Esta artista iniciou uma nova fase em suas produções artísticas quando passou a
trabalhar com materiais alternativos como o granito. Esta iniciativa recebeu o
apoio de familiares e de um grupo de freiras franciscanas, e suas obras estão
espalhadas por todo o mundo. Em um segundo momento, Solí passou a trabalhar
com pinturas em tela, atividade esta que desempenha até os dias atuais.

 LOISI KORMANN
Loisi Kormann é o nome artístico de Loisimar Kormann, artista plástica nascida
em Folrianapolis em 7 de dezembro de 1950. Desde sua infância Loisi já
apresentava sua habilidade para a pintura, e aos 13 anos de idade pinta sua
primeira tela. Sua técnica de pintura apóia-se no uso de materiais como o óleo, o
acrílico, e de cores bastante vivas, o que leva seu estilo para uma linha moderna,
tendendo para o expressionismo figurativo.

 AURÉLIA NATTIR DE BASTOS


Conhecida no meio artístico como Nattir, esta artista catarinense nasceu em 05
de fevereiro de 1936, na cidade de Curitibanos. Esta artista catarinense, hoje
membro da diretoria da Associação Catarinense dos Artistas Plásticos, tem seu
trabalho exposto e apreciado em varias partes do Brasil e do mundo, dentre as
quais a participação no ano 2000 em uma exposição de arte, denominada Art
Contemporain 2000, no espace d’Auteuil em Paris ganha especial destaque.

 HELENA MARIA WERNER

Helena Maria Werner é natural de Piratuba no estado de Santa Catarina. Ela


nasceu no dia 22 de setembro de 1951 e hoje mora em Florianópolis, capital do
estado. Helena se encontra aposentada do cargo de professora da rede estadual
de ensino deste estado. Ao longo dos últimos quinze anos, esta artista plástica
vem apresentando constantes exposições no estado, especialmente na capital
estadual, cidade onde reside.

 CIRLEY MACEDO LUDWIG

Maria Cirley Macedo Ludwig nasceu em Curitibanos e hoje reside na capital


catarinense. Ao longo de sua carreira Cirley participou de vários cursos
específicos da área artística, sendo primeiro deles o Curso de Desenho e Pintura
ministrado pela artista plástica Dircéia Binder em Florianópolis. Em 1995 esteve
em Nova York participando do “New York Project”, projeto este que envolveu
os principais museus e galerias de arte desta cidade. Suas exposições iniciaram
em 1978, também em Florianópolis e se estendem aos dias atuais.

Infelizmente não podemos aqui contemplar todos os artistas que compõem o quadro de
membros da Associação Catarinense de Artistas Plásticos. Fica aqui o gostinho de quero
mais, assim como o incentivo a uma visita para maior contato com estes profissionais de
tanto valor.

Museu de Arte de Santa Catarina


Seria totalmente inviável falar das artes plásticas do estado de Santa Catarina e
não falar do Museu de Artes de Santa Catarina. É sabido que no estado catarinense
existem outras instituições e associações que representam esta classe de artistas, porém,
não seria possível estender uma explanação sobre a história de cada uma destas. Logo, a
escolha do Museu de Arte de Santa Catarina, assim como das pessoas que ajudaram a
compor suas bases foi vista como a mais apropriada para este livro.
Fundado em Florianópolis no dia 18 de março de 1949 através da assinatura do
decreto nº. 433, o Museu de Arte Moderna de Florianópolis seguiu uma tendência
nacional, uma vez que em outros estados se via a fundação de outros museus que
seguiam esta mesma tendência, como foi o caso do MASP (Museu de Arte de São
Paulo), inaugurado em 1947, e o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, instalado
no ano seguinte.
A primeira grande exposição organizada no estado, a qual pode ser qualificada
como sendo a semente do futuro Museu de Arte de Santa Catarina, foi denominada
“Exposição de Arte Contemporânea”. Esta amostra deve ser credenciada ao escritor
carioca Marques Rabelo. Como ainda não existia um prédio que abrigasse o museu, a
exposição foi organizada em uma antiga escola da cidade, chamada Grupo Escolar
Modelo Dias Velho. Esta exposição se deu entre os dias 25 de setembro e 6 de outubro
de 1948.
Com a repercussão obtida com esta amostra, como descritas nas paginas da
Revista SUL, criada pelo Circulo de Arte Moderna, uma maior atenção foi voltada à
necessidade de se ter um espaço cultural voltado para as artes plásticas em Santa
Catarina, o que acabou por demonstrar aos políticos regionais da época a real
necessidade de se instalar permanentemente um Museu na capital do estado.
No decreto que legitimou a criação do Museu de Arte Moderna de Florianópolis
esta escrito que o espaço onde foi realizada a primeira grande exposição no estado
servira como sede provisória, e com esforços das pessoas envolvidas no projeto de
instalação do MAMF e de políticos, novas obras começam a enriquecer o acervo. A
Câmara Municipal de Florianópolis chegou a oferecer 13 reproduções de importantes
pintores internacionais, tais como Rembrandt, Valazquez, Brughel, Cézanne, , Renoir,
Gauguin, Van Gogh e Picasso. Em 1949, o MAMF recebe a doação de sua primeira
escultura pelas mãos de Bruno Giorgi. Trata-se de um peça em gesso com o nome de A
Mascara e a Face.
Após um ano de sua criação, mais especificamente no dia 15 de março de 1950,
o Museu de Arte Moderna de Florianópolis nomeia seu novo diretor. Trava-se de Sálvio
de Oliveira, professor e consultor técnico do Departamento de Educação do Estado.
Com sua nomeação, as lutas pela aquisição de um prédio próprio e adaptado às
finalidades do MAMF se intensificaram.
Mesmo com intervenções de alguns políticos engajados na mesma causa de
Sálvio de Oliveira, a solução para esta causa foi mais uma vez provisória, e com a ajuda
do também professor Henrique da Silva Fontes. Pelos próximos 16 anos, entre 1952 e
1968, o MAMF se abrigou em uma do antigo Clube Germânia, local onde hoje se situa
a Secretaria de Cultura Esporte e Turismo. Para inauguração deste novo espaço foi
organizada uma exposição das obras já contidas no acervo do museu.
Ao celebrar um ano na “nova casa”, o Museu de Arte Moderna de Florianópolis
organizou uma grande celebração, e durante a mesma uma grande coleção, 25 peças, foi
doada pelo então Deputado Jorge Lacerda. Destas 25 obras doadas pelo deputado, 8
ainda se encontram no acervo do MAMF.
Sálvio de Oliveira acaba se transferindo para o Rio de Janeiro e as atividades do
museu acabam por reduzir em quantidade. As atividades só voltam à suas condições
normais em 1955 com a formação de uma comissão dirigida por Martinho Haro. Entre
os maiores entraves que se apresentavam neste período era a questão da baixa verba
destinada ao museu para realização de novas exposições.
Mesmo com estas dificuldades, o MAMF ainda consegue promover uma
exposição em julho de 1955 e também recebe doações de mais algumas obras. Contudo,
em 1957 as condições do museu são declaradas como uma verdadeira calamidade. Um
completo estado de abandono é relatado pela mídia, com telas empilhadas e vazamentos
de água por todos os cantos. Com isto o acervo é recolhido e guardado no Porão do
Teatro Álvaro de Carvalho para que uma reforma do prédio tenha inicio.
A reforma termina em 1958 e dá ao MAMF uma maior área para atua, com três
salas de exposição, uma sala de deposito, e outra para a Escolhinha de Artes de
Florianópolis.
Em março do mesmo ano a direção do museu passou para as mãos de João
Evangelista de Andrade, Professor de História da Arte na Faculdade Catarinense de
Filosofia. Sua estada na diretoria se prolonga ate 1963, e neste período o MAMF retoma
suas atividades com exposições temáticas, exposições individuais, conferencias e
debates de diversas naturezas.
O próximo diretor foi Carlos Humberto Corrêa, de apenas 21 anos de idade.
Estudante de História na Universidade Federal de Santa Catarina. Carlos segue os
passos de seu antecessor e continua com uma grande quantidade de exposições,
aproximadamente 60, durante o período em que esteve na direção do museu, que
corresponde entre os anos de 1963 e 1969.
Uma terceira mudança foi obrigatória quando o prédio da antiga Casa de Santa
Catarina já não oferecia mais condições de uso e precisou ser demolido. Eis então que o
Museu de Arte Moderna de Florianópolis chega a uma casa localizada na Avenida Rio
Branco, onde ficaria por aproximadamente 10 anos.
As condições desta casa eram totalmente inapropriadas para o abrigo de um
museu. Salas minúsculas, com menos de 10 metros quadrados eram usadas para
exposições e um porão com um teto que não chegava aos dois metros de altura abrigou
a Escolinha de Artes. Durante o período em que ficou nesta casa, o museu esteve sob a
direção de Aldo Nunes, artista plástico e bacharel em Direito de Universidade Federal
de Santa Catarina. Aldo permaneceu na direção do museu até 1981.
Durante sua gestão, Aldo Nunes se viu diante de uma situação no mínimo
inusitada. No dia 4 de julho de 1970, durante o governo de Ivo Silveira, o Museu de
Artes de Moderna de Florianópolis muda seu nome para Museu de Artes de Santa
Catarina em decorrência de uma lei promulgada pela Secretaria de Educação e Cultura.
Enquanto esteve na direção, Aldo Nunes conseguiu intercalar exposições
individuais e coletivas, alem de mostras com acervos nacionais e internacionais, alem de
exposições anuais com as obras dos alunos.
Em janeiro de 1977 mais uma mudança esperava pelo museu. Desta vez uma
casa na Rua Tenente Silveira, e desta vez, as condições da casa se apresentavam ainda
piores que na casa anterior, forçando a mudança no local das exposições da Escolinha
de Arte, e por fim, o desmembramento desta com relação ao museu, e futura vinculação
destas aulas à Fundação Catarinense de Cultura.
Diante de uma situação tão emergencial, foi estipulado que no dia 30 de Março
de 1979, o Museu de Arte de Santa Catarina seria mais uma vez relocado, e seu novo
endereço seria o antigo prédio da Alfândega, espaço este que também abrigava o Museu
Histórico. Neste espaço foi possível retomar as atividades de forma mais tranqüila e em
melhores condições para tal.
No ano de 1981 o artista plástico José Silveira D’Ávila assume a direção do
museu por motivos de mudança de Aldo Nunes para a cidade mineira de Belo
Horizonte. Apaixonado pelo artesanato, D’Ávila buscou promover o incentivo a este
segmento através de cursos técnicos, oficinas e comercialização de peças, sendo esta
ultima atividade uma tentativa de reduzir os problemas de falta de recursos financeiros.
     Em 1983 mais uma alteração no quadro de diretoria, e Humberto José
Tomasini, pintor graduado em Letras pela Universidade Federal de Santa Catarina,
assume o cargo de diretor do museu, e também o conduz para sua sede finalmente
definitiva, localizada no Centro Integrado de Cultura.
     Em sua atual morada, o Museu de Artes de Santa Catarina dispõe de uma área
total de 1980m² e mais de 800 obras catalogadas em seu acervo. No cargo de diretor da
instituição esta o escritor e critico de arte Harry Laus, o qual assumiu este posto em
1985. A situação atual é bem tranqüila quando comparadas com as verdadeiras batalhas
ocorridas no passado.
Esta breve passagem veio para contar a trajetória deste museu que hoje é um
grande referencial não só das artes plásticas catarinenses, mas como de todo o Brasil. O
povo catarinense deve se sentir orgulhoso de possuir pessoas de tão grande valor e que
tanto lutam pela manutenção e melhoramento deste grande espaço cultural.
Vida longa ao Museu de Artes de Santa Catarina!

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