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Problema: O que é a arte?

Teorias não essencialistas

TEORIA INSTITUCIONAL
TEORIA HISTÓRICA
As teorias não essencialistas:
Anti-essencialismo: a “arte”
como conceito aberto:
consideram que o conceito de
arte não tem uma essência.
A teoria institucional da
arte-G.Dickie

Este autor , baseado na trabalho crítico de Arthur


Danto, defende que encontrar uma definição de arte
não é inevitável.
Teoria institucional da arte-
G.Dickie (pág.197)
UMA OBRA DE ARTE É UM
1)ARTEFACTO (ESCULTURA DE MÁRMORE DE M. ÂNGELO,
OU UMA PEDRA SAÍDA DO RIO EXPOSTA NUMA
GALERIA…

2)COM UM CONJUNTO DE ASPETOS QUE ADQUIRIRAM UM


ESTATUTO NO INTERIOR DE UM DETERMINADO
ENQUADRAMENTO INSTITUCIONAL.
O que são artefactos?
Lê a pág. 197 e responde:
O que significa para G. Dickie o
conceito “Artefactos”?
Este autor centra-se no conceito de
“Mundo da arte”. O que é ?(pág. 197)

 Esta expressão designa uma instituição social


formada pelos artistas, críticos, historiadores
de arte, os galeristas, o próprio publico.
De acordo com a Teoria Institucional a “Fonte”,
1917, de Marcel Duchamp é uma obra de arte?
(Lê o texto de Nigel Warburton, da pág. 170 do
manual)

A definição de arte
para Duchamp passa por se
elaborar algo diferente,
impensado e irreverente, daí a
sua obra estar integrada
numa corrente artística,
o Dadaísmo.

Assinou como R. Mutt


Alberto Carneiro e a pedra granítica no Cento Cultural de Belém.
De acordo com a Teoria Institucional a “pedra” pode ser uma obra
de arte? Porquê?

 Foi a um ribeiro e trouxe um


uma pedra granítica com
três toneladas e meia.
 No rio não era uma obra de
arte;
 No CCB era obra de arte;
 Voltou para o rio e não era,
de novo, obra de arte.
Uma cama por fazer – Tracy Emin –instalação que
retrata a concretude da intimidade feminina.
Como justificar que “a cama por fazer” seja uma obra
de arte?
Exposição em Londres eleva sapatilhas ao
estatuto de obra de arte

18/05/2021
O Museu do Desenho de Londres
inaugurou uma exposição que pretende
apresentar as sapatilhas como o
resultado de um desenho comparável a
uma obra de arte e não apenas um
calçado mais informal.
Sapatilhas ao estatuto de
obra de arte
 As sapatilhas, mais altas, mais
baixas, monocromáticas, com todas
as cores possíveis, com ou sem
cordões, estão em destaque na
exposição, que pretende elevar
aquilo que utilizamos diariamente
nos pés à condição de obra de arte,
semelhante, por exemplo, a uma
escultura.
Tubarão – Damien Hirst-animal verdadeiro
conservado em formaldeído
Acreditam pois, que uma obra é arte desde que haja
uma teoria que afirme que aquele objeto é uma obra
de arte.
É arte quando alguém a classifica
como tal? E quem o pode fazer?

Escolas de Arte;
Revistas
especializadas;
Círculos artísticos.
Andy
Warhol
Quem lhes confere esse
estatuto?
 Estaatribuição é feita por aqueles que,
pela sua ligação ao mundo da arte-
sejam proprietários de galerias,
editores, produtores ou artistas-, têm
autoridade para reconhecer que um
determinado artefacto é um candidato
à apreciação.
Dickie põe a tónica não nas caraterísticas da obra
mas no contexto convencional ou institucional que
rodeia essas obras de arte.
Este reconhecimento é de ordem cultural,
dependendo apenas das instituições de épocas
específicas e das relações que se estabelecem
entre os artistas e o “mundo da arte”.

A teoria institucional é uma teoria classificativa,


(não avaliativa) pois, pretende dizer o que é arte ou
não é arte, e não distingue a boa arte da má
arte.(pág. 198)
UMA OBRA DE ARTE É RECONHECIDA COMO ARTE SE ESTÁ DE
ACORDO COM O CONTEXTO CULTURAL EM QUE A OBRA SE
DESENVOLVE E APRESENTA.

Fez uma analogia com o que se passa no batismo ou no


casamento, há a atribuição de um novo estatuto pela comunidade
associada.

Exemplo:
G. DICKIE- CONSTATOU QUE OBJETOS DE USO QUOTIDIANO,
SEM QUALQUER VALOR ESTÉTICO(“O URINOL”)ERA ELEVADO À
CONDIÇÃO DE ARTE,APENAS POR SER APRESENTADO EM
ESPAÇOS ESPECIALIZADOS.
É O CONTEXTO CULTURAL EM QUE A OBRA SE
DESENVOLVE E APRESENTA QUE FAZEM COM QUE
SEJA RECONHECIDA COMO ARTE.
Outros consideram que deveria
antes perguntar-se :- quando é
que um objeto é arte?
A PEDRA NO RIO….NÃO É “ARTE”.
Objeção-pág. 199 do manual

 A teoria de Dickie tem dificuldades em lidar com


obras que são consideradas arte, mas cujos os
artistas só foram reconhecidos como tal, após a
sua morte.
Objeção: A Arte adventícia:
artistas que não sabem que
o são…
São pessoas fora do “mundo da
arte “ que por passatempo criam
artefactos que quando
descobertos por membros deste
“mundo” são considerados obras
de arte de pleno direito.
Arte em bruto ou arte pura. Naïf.
Ex: Alfred Wallis
Arte naïf
Objeção:Circularidade e falta
de informatividade

Há uma petição de princípio quando se define arte


usando esse mesmo conceito na noção de “mundo da
arte”.
Dickie reconhece a circularidade da definição mas
esclarece que para ele é um círculo virtuoso e não
vicioso.
Arbitrariedade ou critérios
ocultados?

As pessoas do “mundo da arte” decidem que um


determinado objeto é arte porque “lhes apetece ou
porque vêm nele algumas caraterísticas ou critérios
para sustentar a sua avaliação?
Se for esta última então voltamos à questão anterior,
é só arte o que possui essas caraterísticas.
E quando é que um objeto
funcionará como símbolo estético?

 “Um campo depois da


colheita para deleite
estético do nosso
corpo”-Arte
ecológica-LandArt
A teoria histórica- intencional da arte –
Jerrold Levison
A teoria histórica- intencional

 É a teoria mais resistente a


objeções;
 Centra-se em aspetos que têm a ver
com a intenção do artista para com
a obra de arte e com a relação
desta com a história da arte até aí.
A teoria histórico-intencional(pág. 203)

TESE:
Algo é uma obra de arte , se e só se é um objeto acerca do
qual uma pessoa (o artista), possuindo o direito de
propriedade sobre a obra, tem ou teve uma intenção
duradoura de que ela seja vista como obra de arte, tal como
as obras de arte anteriores.
A teoria histórico-intencional(pág. 203)

- O direito à propriedade é uma condição necessária


para haver arte;
- Segundo Levinson, um objeto é arte na medida em
que o seu autor quer que este seja encarado como o
foram as obras de arte do passado…(pág.201)
A teoria histórico-intencional

 Seo artista cria obra com a intenção séria


e consistente de que ela possa ser
considerada como arte numa dessas
diversas formas de a definir, presentes ou
passadas, então ela será considerada uma
obra de arte.
Objeção:Contra-exemplos
pág.204
 O direito de propriedade: mesmo que o
direito de propriedade não seja pedido
pelo proprietário, será que essa obra
deixa de ser considerada uma obra de
arte?
 Os garffiters-street art- que fazem
criações artísticas em fachadas, muros
… que não lhes pertencem, não é
considerada arte?
 Os artistas podem não ter direito à
propriedade sobre algumas obras.
Objeção:

 Ausência de intencionalidade: há obras


que não foram, de modo algum,
concebidas intencionalmente para serem
publicitadas ou apreciadas (as de doentes
de hospício ou naïf por exemplo) deixam
de ser obras de arte por isso?
Objeção: o problema da primeira
obra de arte

O problema da primeira arte: como


se criou a primeira arte se não havia
uma definição passada para a inserir
ou catalogar?
Objeção:

 Excesso de inclusividade: é possível


inserir aqui obras que não são arte como
as selfies ( era arte como imitação).

A prof: Natália Santos


FIM

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