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Introdução - Caio

A definição da arte é um dos debates mais antigos e persistentes na história da


filosofia e da estética. Ao longo dos séculos, filósofos, artistas e teóricos tentaram
abordar a questão complexa de "o que é arte?". Esta indagação transcende as
fronteiras da estética e se estende para campos como a sociologia, a psicologia e a
antropologia.

Manel -

As teorias que pretendem responder a essa questão podem ser essencialistas ou


não essencialistas.
As teorias essencialistas procuram identificar as características intrínsecas à obra,
que definem o que é arte. Acreditam que existe uma essência fundamental que
todas as obras de arte compartilham, independentemente do contexto.
Já as teorias não essencialistas argumentam que não há uma essência da arte. No
entanto, admitem que há características extrínsecas (relacionadas com o contexto
social que envolve as obras)que podem associar a todas as obras de arte.

Bárbara -

A teoria institucional foi proposta pelo filósofo norte americano George Dickie
Segundo Dickie, é possível definir arte, ou seja, indicar condições necessárias e
suficientes da arte.
Não se trata, contudo, de características que façam parte das próprias obras de
arte, mas sim do contexto em que estas se situam.
A teoria institucional é, portanto, uma teoria não-essencialista.
A primeira das condições necessárias da arte é a artefactualidade, isto é, só
artefactos podem ser obras de arte. Um artefacto é algo feito, produzido, criado ou,
de algum modo, transformado por um artista.
A segunda condição necessária é a atribuição do estatuto de candidato a
apreciação por alguém do mundo da arte.
Para Dickie, a arte não é simplesmente uma questão de algo ter certas
características; é antes uma questão de adquirir um certo estatuto.
Ser candidato a apreciação é ser apresentado para que seja apreciado, mas não é
o mesmo que ser apreciado. Há muitos candidatos a apreciação que quase
ninguém aprecia.

Já o mundo da arte é uma instituição de que fazem parte artistas, apresentadores,


público (especialista)

Esta teoria é classificativa e não avaliativa uma vez que apenas pretende definir oq
é ou não arte e não distinguir a boa e a má arte.
Caio-
Objeções
A teoria de Dickie tem dificuldade em lidar com obras que são habitualmente
consideradas artísticas, mas cujos autores não fazem parte do mundo da arte.
Emily Dickinson é considerada uma das maiores poetisas norte-americanas. Nunca
publicou nenhuma obra.
Após a sua morte, a família descobriu centenas de poemas que ela tinha escrito e
guardado e que hoje são celebrados como obras-primas. Vamos supor que a família
não tinha descoberto os poemas e estes se perdiam, só tendo sido lidos pela sua
autora. Nesse caso, segundo a teoria institucional, os poemas nunca teriam sido
obras de arte.
Outros possíveis contra exemplos são objetos de arte pré-histórica, período durante
o qual não é credível que tenha existido algo semelhante a uma instituição social
como a do chamado mundo da arte.

Além disso, o conceito de “mundo da arte” é vago, não é uma instituição bem
definida. Não se sabe exatamente quais são as suas regras, o que é legítimo ou não
um membro fazer etc.

Manel-
Opinião
Uma crítica à teoria institucional de George Dickie é a sua falta de atenção à
qualidade intrínseca da obra de arte. A teoria, ao confiar na definição de arte por
instituições e designadores, parece ignorar a avaliação artística com base em
critérios externos e sociais, negligenciando elementos cruciais como originalidade,
habilidade técnica e expressividade. Isso pode levar a uma visão da arte como algo
submetido a acordos sociais, subestimando a contribuição genuína do artista e o
impacto estético da obra no espectador. Essa perspectiva desvaloriza a
autenticidade e a excelência artística, colocando mais ênfase na instituição como
árbitro da validade artística em detrimento da apreciação individual da arte.

Outro problema notório da definição de Dickie, é a sua manifesta circularidade: as


obras de arte são definidas como objetos que são aceites como tais pelas pessoas
que entendem de arte; e as pessoas que entendem de arte são definidas como as
que aceitam certos objetos como sendo obras de arte.

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