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Teoria Institucional

Gonçalo Guimarães Nº7 11ºCT2

João Cabrita Nº9 11ºCT2

Rui Santos Nº18 11ºCT2


O que é a Arte?
Superficialmente, a arte é o conceito que engloba todas as criações
realizadas pelo ser humano para expressar uma visão/ abordagem sensível
do mundo, seja esta real ou fruto da imaginação. Através de recursos
plásticos, linguísticos ou sonoros, a arte permite expressar ideias ou até
mesmo emoções.

Contudo, definir explicitamente o que é arte, é algo complicado.


Primeiramente porque o termo “arte” refere algo que é socialmente
construído, mas também porque este conceito aplica-se a uma grande
diversidade de objetos e práticas sociais.

Uma definição explicita de arte tem de incluir um conjunto de condições


necessárias e suficientes para que possamos considerar algo como arte. Por
exemplo, ser realizada com intervenção do ser humano é uma característica
que todas as obras de arte possuem, isto quer dizer que é uma condição
necessária de todas as obras de arte, mas as portas de nossa casa também
foram produzidas por seres humanos, mas não são “obras de arte”. Isto
quer dizer que não é suficiente afirmar que tudo o que é produzido pelo ser
humano é uma obra de arte.

Existem duas teorias principais que tentam definir o que é arte, são elas:

-Teorias essencialistas da arte: Defendem que a definição correta de arte é


a que descreve a sua essência, revelando as características intrínsecas,
necessárias e suficientes, que fazem com que algo seja arte. A teoria da arte
como representação, como expressão e como forma são exemplos destas
teorias.

-Teorias não essencialistas da arte, que dizem que algo é arte em virtude
das suas propriedades extrínsecas. Isto quer dizer que algo é arte
relativamente ao contexto em que se encontra inserido. A teoria
institucional e da história da arte são exemplos destas teorias.

Teoria institucional.
A teoria institucional da arte surgiu na década de sessenta, sendo o seu
mais famoso defensor George Dickie, filósofo americano e professor
emérito da universidade de Chicago. Esta teoria defende que algo é arte se
e só se é um artefacto criado para ser apresentado a um publico da arte,
sendo que existem duas versões desta teoria.

A versão antiga chamada assim por George Dickie, recebeu inúmeras


críticas e ele reformulou-a para a tornar mais consistente. Ela apresentava
duas condições necessárias, em conjunto suficientes, para que algo seja
considerado uma obra de arte.

A primeira condição era de que a obra de arte é um artefacto, ou seja,


produzida pelo ser humano. A segunda condição – as obras de arte são
aqueles artefactos que têm um conjunto de propriedades que adquiriram um
certo estatuto no interior de um enquadramento institucional chamado “o
mundo da arte” - foi mais problemática. Alguns filósofos interpretaram que
Dickie defendia a existência de uma instituição que definisse o que era arte
embora Dickie não quisesse defender isso, mas antes ao mundo da arte
como uma instituição informal, e não no sentido formal.

Para ultrapassar esta confusão Dickie apresentou uma segunda versão que é
assente em cinco definições, que individualmente são condições
necessárias, mas em conjunto são suficientes, para definir “arte”.

1- Um artista é uma pessoa que participa, como conhecimento de causa, na


produção de uma obra de arte.
Isto é, o artista tem de possuir conhecimentos da arte em que está inserido,
requer conhecimento sobre as técnicas e processos em que está envolvido.
A produção de arte tem de ser intencional.

2- Uma obra de arte é um artefacto de uma espécie criada para ser


apresentada a um público do mundo da arte.

Ser uma obra de arte implica possuir um estatuto ou uma posição dentro de
uma sociedade/ cultura. Elas são objetos intencionalmente criadas para
serem alvo de apreciação pelo público, mesmo que isso não venha a
acontecer.

3- Um público é um conjunto de pessoas que estão preparadas, em certo


grau, para compreender um objeto que lhes é apresentado.

O publico da arte está necessariamente ligado aos artistas e às obras de arte.

4- O mundo da arte é a totalidade de sistemas ligados ao mundo da arte.

A expressão “mundo da arte” designa o sistema de cada uma das artes, o


sistema literário, o teatral, etc. É um conjunto muito diversificado e
desorganizado e Dickie considera essa desorganização como um facto
natural ao contrário das teorias tradicionais que tentaram encontrar um
elemento que as unisse. A teoria institucional orienta a atenção para os
aspetos culturais e relacionais de cada objeto.

5- Um sistema do mundo da arte é um enquadramento para a apresentação,


por um artista, de uma obra de arte a um publico do mundo da arte.

Cada sistema, ou seja, cada arte, é o enquadramento necessário para que o


artefacto, que foi criado para ser apresentado ao público, é compreensível
como obra de arte.
Assim, para além de ser preciso ligar todos estas definições para as
compreendermos, só em conjunto é que são condição suficiente para definir
“arte”. O conceito de arte também não pode ser compreendido
separadamente da “instituição da arte”.

Críticas

1- Tudo Pode ser arte?

A primeira grande crítica á teoria institucionalista é o facto de esta


não permitir distinguir a boa arte da má arte, pois propõe apenas um
critério classificativo (separar o que é arte do que não é arte). No
entanto para parte dos filósofos este critério classificativo é
insuficiente para definir algo como arte, estes pensam que uma teoria
devia incluir alguma forma de explicação acerca dos motivos que
nos levam a valorizar mais umas obras de arte e não outras. Embora
Dickie pense que este critério classificativo é mais do que suficiente,
para muitos filósofos o facto da teoria institucional não dar uma
resposta a este aspeto valorativo é tido como uma enorme
insuficiência na sua tese. Havendo um entendimento entre membros
do mundo da arte qualquer coisa pode ser classificada como sendo
arte. O único limite que Dickie estipula é a artefactualidade, o que
exclui apenas a natureza.

2- A tese é demasiado vaga:

A segunda grande critica que é feita a Dickie é de apenas ter


apresentado ideias vagas e genéricas sobre o que pode ser
considerado como arte. Referem que falta á teoria institucional
como determinar com clareza e objetivamente os critérios que
tornam um objeto, artístico. Quando determinado objeto é
considerado como “arte”, existem razões para justificar tal
classificação, ou seja, se um objeto adquire o estatuto de “arte”
este facto tem algum fundamento ou justificação. Se não a tem,
então esse estatuto é arbitrário e a palavra “arte” deixa de ter
sentido e utilidade. Se a palavra arte é utilizada de uma forma
arbitrária então dizer que um certo objeto é artístico é o mesmo
que dizer que este objeto não passa de algo comum. Sendo então
obrigatório uma justificação válida para tal classificação, se o
estatuto de arte se baseia em razões, uma teoria da arte deveria
revelá-las, e a teoria institucional não o faz. Logo, não é uma
teoria aceitável.

Bibliografia.

https://classroom.google.com/u/1/c/NTUzNzUxMTIwNDMz/m/
NjA4OTI5NTg1NzM5/details . Consultado em 13 de maio de 2023.

https://conceito.de/arte . Consultado em 11 de maio de 2023.

AREAL, Rui; RIBEIRO, Isabel; SOUSA, Susana (2021). Ágora. Porto:


Porto editora, pp. 225-229.

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