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6. O pintor James Whistler escreveu o seguinte: «Se aquele que pinta apenas a árvore, a
flor ou outra superfície que vê diante dele fosse um artista, o rei dos artistas seria o
fotógrafo». Com isto, Whistler pretende mostrar que a arte não é essencialmente
(A) representação das coisas.
(B) expressão de sentimentos.
(C) clarificação de emoções.
(D) forma significante.
7. O artista português Pedro Cabrita Reis considera que «A arte é um comboio ao qual
cada um de nós chega num determinado momento. Recebemos uma luz, levantamo-la
na mão e continuamos até a passar a outros». Esta caracterização da arte está de
acordo com a perspetiva
(A) formalista da arte.
(B) expressivista da arte.
(C) institucional da arte.
(D) histórica da arte.
12. Os céticos acerca da definição de arte consideram que esta não pode ser definida
porque
(A) todas as tentativas anteriores de a definir falharam.
(B) o conceito de arte é aberto.
(C) qualquer coisa pode ser arte.
(D) as pessoas têm ideias diferentes acerca da arte.
15. Perante a mesma obra de arte, a Rita reage dizendo que ela é irónica. Por sua vez, o
Miguel diz que é arrebatadora, ao passo que a Sara considera-a harmoniosa. A julgar
apenas pelos termos usados por cada um deles, é correto afirmar que
(A) a Rita adota uma perspetiva representacional, o Miguel uma perspetiva expressivista e a
Sara uma perspetiva formalista.
(B) a Rita adota uma perspetiva expressivista, o Miguel uma perspetiva representacional e a
Sara uma perspetiva formalista.
(C) a Rita e o Miguel adotam uma perspetiva representacional, e a Sara adota uma perspetiva
expressivista.
(D) a Rita e a Sara adotam uma perspetiva formalista, e o Miguel adota uma perspetiva expres-
sivista.
16. É correto afirmar que as teorias de arte defendidas por Tolstói, por Bell e por Levinson
têm em comum o facto de
(A) exigirem que as obras de arte sejam belas.
(B) exigirem que as obras de arte causem prazer.
(C) proporem condições necessárias e suficientes da arte.
(D) proporem uma descrição do que constitui a essência da arte.
17. Para alguns filósofos, o que permite classificar um objeto como obra de arte não são
as suas características intrínsecas, mas o modo como esse objeto adquire tal estatuto.
Esta perspetiva é defendida pelos defensores da teoria
(A) institucional.
(B) formalista.
(C) da expressão.
(D) da representação.
18. A teoria formalista é muitas vezes criticada por
(A) ser elitista.
(B) nem todas as obras de arte terem forma.
(C) haver coisas que têm forma e não são arte.
(D) não referir a beleza.
21. Fernando Pessoa diz que «o poeta é um fingidor». A qual das definições de arte estudadas
esta afirmação de Pessoa se opõe? Justifique.
22. Concorda com Fernando Pessoa quando ele considera, dando o exemplo do poeta, que o
artista é um fingidor? Porquê?
Leia o texto seguinte e responda às questões 23 e 24.
Uma pessoa que pretenda despertar emoções afeta o seu público de um modo em
que ela própria não é necessariamente afetada. [...] Pelo contrário, uma pessoa que
exprima emoções está a tratar-se a si própria e ao seu público da mesma maneira.
Está a tornar as suas emoções claras para o público e faz o mesmo em relação a si
própria.
Segue-se daqui que a expressão da emoção, simplesmente como expressão, não
se dirige a nenhum público em particular. Dirige-se, em primeiro lugar, ao próprio lo-
cutor e, em segundo lugar, a todo aquele que o puder compreender.
23. O autor do texto, que é um dos defensores da teoria da arte como expressão, afirma que a
arte exprime emoções, mas não as desperta. Esclareça esta distinção.
24. No texto, Collingwood considera a expressão «dirige-se, em primeiro lugar, ao próprio locu-
tor». Concordaria Tolstói com isso? Porquê?
Que ninguém pense que a representação é má em si; uma forma realista pode ser
tão significante, enquanto parte do desenho, como uma forma abstrata. Mas, se uma
forma figurativa tem valor, é como forma, e não como representação. O elemento fi-
gurativo numa obra de arte pode ou não ser prejudicial; é sempre irrelevante.
Clive Bell, Arte, p. 27.
25. Por que razão Bell considera que a representação é irrelevante para a arte?
Quando um artista de tempos passados pintava um quadro, fazia algumas das se-
guintes coisas (ou todas elas): representava um ser humano, retratava determinado
homem, satisfazia uma encomenda, trabalhava para sua subsistência, etc. Além
disso, também era um agente do mundo da arte e conferia o estatuto de arte à sua
criação. Os filósofos da arte só prestavam atenção a algumas das propriedades que
os objetos adquiriam por intermédio destas ações, como por exemplo as suas carac-
terísticas figurativas ou expressivas. Ignoravam completamente a propriedade não
exibida do estatuto. No entanto, quando os objetos são bizarros, como são os objetos
dadaístas, a nossa atenção é obrigada a desviar-se das suas propriedades óbvias
para uma consideração dos objetos no seu contexto social. Como obras de arte, os
ready-made de Duchamp podem não valer grande coisa, mas como exemplos de arte
são extremamente valiosos para a teoria da arte.
George Dickie, «O que é a arte?» in Carmo D’Orey (Org.) O Que é a Arte? p. 118.
28. Por que razão o autor diz que as obras de Duchamp são exemplos de arte valiosos para a
teoria da arte, mesmo que não valham grande coisa?
29. O autor faz referência ao «mundo da arte». O que é, de acordo com Dickie, o mundo da arte?
Dê exemplos.
31. Concorda com a resposta do defensor da teoria institucional a essa pergunta? Porquê?
O conceito de obra de arte parece não ter limites previamente fixados em termos
de características intrínsecas, nem mesmo flexíveis – por contraste com carro, ca-
deira, pessoa. […] O facto de um potencial objeto contar como arte tem de ser uma
questão de este estar relacionado de algum modo com aqueles objetos acerca dos
quais isso já se decidiu ou determinou. Para que algo seja arte, tem de ser ligado pelo
seu criador ao repositório da arte existente na altura, em vez de ser por ele alinhado
com algum modelo abstrato de características estipuladas. O que afirmo é que, em
última análise, o conceito de arte não tem conteúdo além do que a arte tem sido.
[…] Fazer uma obra de arte é um ato consciente que envolve uma conceção de
arte. O produtor de arte ciente da arte é assim aquele que liga a sua criação a tal
conceção e que, ao fazer isso, faz arte.
33. O Processo é um romance do escritor Franz Kafka, um dos autores mais relevantes da lite-
ratura do século XX. A obra foi publicada depois da morte do autor, apesar de este ter mani-
festado, em testamento, a sua vontade de que o manuscrito original fosse destruído, de modo
a que o romance nunca viesse a ser lido ou publicado. Contrariamente à sua vontade, o seu
amigo e testamenteiro, Max Brod, acabou por publicá-lo. Será que O Processo satisfaz as
condições necessárias indicadas pela definição histórica para poder ser classificado como
arte?
FIM