Você está na página 1de 5

História da dança no Brasil

Como foi que o Brasil se tornou um país tão rico em ritmos e danças diferentes?

Para entender a história da dança por aqui, é preciso caminhar junto com a própria história
brasileira. Dessa forma, é possível, e nada absurdo, considerar que as primeiras manifestações
culturais de dança no Brasil são as danças indígenas.

Em seguida, esse processo teve sequência com a influência africana, que trouxe diferentes
instrumentos, movimentos e ritmos.

A mistura, principalmente, dessas três culturas foi a responsável por dar o tom do que são as
danças tradicionais brasileiras que nós conhecemos hoje.

Danças brasileiras: origens, influências e ritmos

Vai ser difícil encontrar carioca que não se sinta em casa quando os batuques do pandeiro e do
tamborim anunciam aquela roda de samba característica do Rio de Janeiro.

Tanto o samba como o frevo são representações do que são as danças populares do Brasil com
grande relevância em suas regiões.

Afinal, os ritmos, os instrumentos e os movimentos são de origens diversas.

Como a dança surgiu no Brasil?

Foi a partir da chegada de outros povos ao Brasil que se tornou possível falar sobre o
surgimento da dança em nosso país. Mesmo assim, podemos falar que as manifestações de
dança ocorreram a partir desse encontro de culturas e a inserção dos primeiros instrumentos
junto às tradições vindas com os povos que chegaram ao país.

Quais as principais danças brasileiras?

Alguns ritmos são facilmente reconhecidos como tipicamente brasileiros, basta apenas que
sejam tocadas as primeiras notas nos instrumentos para estabelecermos essa ligação. Existem
várias danças com profundas raízes regionais que são parte importante da nossa identidade
cultural, do nosso folclore.

1. Samba

Entre todas as danças brasileiras, samba pode ser considerado a maior representação do nosso
país mundo afora quando o assunto são os ritmos de cada lugar. Embora seja visto por muitos
como uma dança típica do Rio de Janeiro, o samba tem suas raízes em outro estado, a Bahia.
Aliás, a presença desses instrumentos é característica marcante do nosso samba. Samba de
roda, samba de gafieira e o samba-enredo são algumas das variantes que temos no Brasil e
que levam o estilo aos quatro cantos do nosso país.
2. Carimbó

Quem vê um casal dançando o carimbó pode até pensar que ainda estamos no samba, seja
pelos movimentos ou pelos instrumentos que ditam o ritmo das músicas.

Mas aqui nós estamos falando de uma das genuínas danças do norte do Brasil, com origens em
Belém do Pará.

Apesar das semelhanças, tanto que é conhecido como Samba de Roda do Marajó, o carimbó
tem a sua identidade própria. O nome vem do curimbó, principal instrumento dessa
expressão.

A coreografia também tem seus próprios elementos: o homem bate palmas para tirar a mulher
para dançar, enquanto elas fazem movimentos circulares com saias rodadas e coloridas,
formando um lindo espetáculo para quem nunca viu a dança.

3- Bumba-meu-boi

Cores vibrantes, cenas teatrais e a presença da figura do boi são os elementos mais marcantes
do bumba-meu-boi, ou boi-bumbá, como a dança também é conhecida.

Ela é considerada uma das principais danças folclóricas do Brasil e muito difundida nas regiões
Norte e Nordeste.

O bumba-meu-boi carrega influências portuguesas e espanholas, africanas e indígenas.

A lenda dessa dança gira em torno da morte e ressurreição do boi mais bonito que um
fazendeiro tinha em suas terras.

A importância dessa manifestação é tão grande na construção da identidade brasileira que o


boi-bumbá foi listado pela Unesco como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade.

Na cidade de Parintins, no Amazonas, acontece a maior festa brasileira dedicada ao estilo, o


Festival Folclórico de Parintins, com o desfile dos bois Caprichoso e Garantido.

4. Frevo

Fonte: Prefeitura de Olinda, via wikimedia commons

No Brasil inteiro, o Carnaval é uma festa marcada pela mistura de ritmos. Mas em
Pernambuco, o que toma conta das ruas nessa época do ano é o frevo!

Sem letras, marcado apenas pela coreografia agitada dos dançarinos com suas roupas e
guarda-chuvas coloridos, o estilo é contagiante e diverte os foliões nas ruas.

A origem do frevo data do início do século XX e marca a mistura de gêneros diferentes, como a
marchinha, a contradança e a polca.

Vai viajar para Pernambuco no início do ano? Não perca a chance de conhecer o frevo de
pertinho e, quem sabe, se arriscar nos saltos e malabarismos que formam movimentos que
parecem impossíveis de ser executados por “meros mortais”.
5. Forró

Quando os instrumentistas juntam a sanfona, o triângulo e a zabumba, corra para tirar o seu
par e prepare-se para arrastar o pé ao som do forró.

Embora seja uma das principais danças da região Nordeste, o ritmo conquistou fãs do norte ao
sul, de leste a oeste.

Sempre em pares, o forró pode ser dançando em movimentos circulares, ou com os pés indo
para trás e para frente.

Quanto maior a experiência da dupla, mais elementos são incorporados à dança — giros e
aberturas para os lados são alguns deles.

Essa é a manifestação que toma conta das Festas Juninas nos estados do Nordeste,
especialmente na Paraíba e em Pernambuco.

Na região Sudeste, o Festival Nacional de Forró de Itaúnas, no Espírito Santo, também move
uma legião de fãs do estilo para danças em terras capixabas.

6. Maracatu

Ainda em Pernambuco, não podemos deixar de falar de outra manifestação de destaque entre
as danças regionais do Nordeste, o maracatu.

Surgida durante o período colonial, a dança tem raízes nos cultos religiosos africanos, portanto
é marcada pela espiritualidade.

O termo maracatu é associado a “dança” ou “batuque” para os africanos, o que explica a


utilização de tambores, caixas e ganzás durante a celebração.

Vestidos a caráter em roupas coloridas, os participantes saem pelas ruas dançando, cantando e
tocando os ritmos em devoção às figuras que fazem parte do folclore do maracatu.

7. Baião

Como estilo de dança, o baião é quase um “irmão gêmeo” do forró, já que existem muitas
semelhanças entre essas duas manifestações.

Ambas são dançadas em pares, possuem movimentos muito parecidos e tratam da mesma
temática, o jeito de viver e as dificuldades encontradas no sertão nordestino.

O que diferencia um pouquinho os dois ritmos são as influências indígenas e caipiras


encontradas no baião.

O estilo tem em Luiz Gonzaga seu principal nome, tanto que o artista, um dos principais nomes
da música popular brasileira, ficou conhecido no mundo como o “Rei do Baião”.

8. Jongo
Talvez você nunca tenha escutado falar, mas o jongo é outro tipo de dança cultural brasileira
com raízes nas celebrações africanas.

Acompanhados por instrumentos de percussão e pelas palmas dos participantes, um par


realiza movimentos no meio da roda e terminam sua dança com a “umbigada”.

No Brasil, essa manifestação ainda pode ser vista em cidades da região cafeeira de Minas
Gerais, onde é conhecido como “caxambu”, e na região do Vale do Paraíba, na divisa entre Rio
de Janeiro e São Paulo.

9. Coco

O coco é um estilo de dança tradicional na cultura nordestina, principalmente nos estados de


Pernambuco, Alagoas e Paraíba.

Nascido dentro dos quilombos, o ritmo mistura a influência dos batuques africanos com o som
da quebra dos cocos para a retirada das amêndoas.

Além de propagar o canto e a dança, o coco se tornou uma manifestação cultural importante
na valorização da cultura quilombola no país.

Danças de origem indígena

influência das tradições indígenas na dança brasileira pode ser vista em alguns dos ritmos
muito conhecidos pelo país, como o maracatu e o bumba-meu-boi.

A catira, ou cateretê, é um tipo de dança em que os passos, batidas de pés e palmas que
compõem a coreografia carregam tal influência. O xote, ritmo nordestino próximo do forró, é
outro estilo brasileiro que absorveu a influência da cultura indígena em seus elementos.

Danças de origem européia

Algumas das danças típicas da região Sul do Brasil carregam forte influência européia, trazida
junto dos imigrantes de lugares como Itália e Alemanha.

O Fandango, dança popular no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, traz o sapateado e
coreografias executadas ao ritmo da viola, da rabeca e do acordeão.

Outra dança popular no Brasil de origem européia, mais precisamente, portuguesa, é a


caninha verde.

Ela se popularizou durante o Ciclo do Açúcar na região do Rio. Os participantes bailam em


rodas, uma de homens e outra de mulheres, enquanto os violeiros improvisam as canções.

Danças de origem africanas


Dessa forma, foram criados diversos gêneros musicais e estilos de dança no país com grande
influência africana. Alguns deles são:

Capoeira: mistura música, dança, luta e jogo;

Congada: que possui caráter religioso;

Jongo: ritmo que teve bastante influência na criação do samba;

Maracatu: muito presente na região nordeste do Brasil;

Samba de roda: surgida na Bahia, no século XVII, hoje é integra o Patrimônio Imaterial da
Humanidade.

Você também pode gostar