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Um registro do que aconteceu

nos 20 anos de Sambas de Enredo


na Passarela do Samba
01 BRASIL, MARCA TUA CARA E MOSTRA PARA O MUNDO • 1986

Mauro Diniz • Ary do Cavaco • Junior Escafura • Marquinhos de Oswaldo Cruz • Naldo

O brasileiro é nosso maior tesouro Brasil, arte numa tela multicor


A Portela vem mostrar É crença que a fé espalhou
Através da História, nossa formação Exemplo para o mundo inteiro
Fatos que marcaram a Nação A alegria e o talento brasileiro
Contam que outras civilizações
Também estiveram por aqui É o povo que faz a marca desse país
Deixaram marcas que estão no tempo Risonho, capaz, feliz
Antes da cobiça invadir (meu Brasil) Com os olhos da águia
Eu vejo a nossa inspiração
A lua banhava de prata Raiando o dia num azul de emoção
As matas, os rios e o mar
Será que tanta beleza
De nativa riqueza
Refletiu num povo singular?

Invasão que deixou neste chão


O traço europeu
Alma e raça africana
Que tanto sofreu
Se misturou com sabor imigrante
Deixando heranças culturais
Incomparável mistura, só aqui se faz
02 LENDAS E MISTÉRIOS DA AMAZÔNIA • 2004

Catoni • Jabolô • Waltenir

Nesta Avenida colorida Quando chegava a primavera


A Portela faz seu Carnaval A estação das flores
Lendas e mistérios da Amazônia Havia uma festa de amores
Cantamos neste samba original Era a tradição das amazonas
Dizem que os astros se amaram Mulheres guerreiras
E não puderam se casar Aquele ambiente de alegria
Só terminava ao raiar do dia
A lua apaixonada chorou tanto
Que do seu pranto nasceu o rio-mar Ô, esquindô, lá, lá
Ô, esquindô, lê, lê
E dizem mais Olha só quem vem lá
Jaçanã É o saci-pererê
Bela como uma flor
Certa manhã viu ser proibido seu amor

Pois um valente guerreiro


Por ela se apaixonou
Foi sacrificada pela ira do pajé
E na vitória-régia
Ela se transformou
03 ONTEM, HOJE, SEMPRE CINELÂNDIA – O SAMBA EM CENA
NA BROADWAY BRASILEIRA • 2003

Caixa D´Água • Alexandre Fernandes • Lilian Martins • Julio Alves

De um sonho fez-se um gesto de amor, amor, amor Que o vento não levou
Das luzes uma "cidade" criou Somos o "cais", emblema da paz
O Rio assiste em cena Velas ao vento, vem, "navegar"
O "mundo" que o "maestro" imaginou Voar no azul mais bonito, buscar no infinito
Um chão de estrelas vai surgindo A alegria dos meus carnavais
Envolvendo os corações
Cinemas, night and day, teatros, felicidade é a lei (Voa, voa)
No palco da paixão a Cinelândia "faz opinião" Voa, voa, divina luz de Madureira
Boêmios, cantores, um beijo roubado ao luar O samba na praça, no embalo da massa
A poesia sorrindo em cada mesa de bar A Portela não é brincadeira

A voz não pode calar


A gente tem que lutar
O povo "faz a hora" de mudar

(É, mas onde)


Onde o amor faz morada
Já é madrugada
Deixa o dia clarear
É bom estar com você
Do Bola Preta a gente vai ver
O sol, a rua, o filme
04 AMAZONAS, ESSE DESCONHECIDO – DELÍRIOS E VERDADES DO
ELDORADO VERDE • 2002

David Corrêa • Grillo • Naldo

Meu coração está em festa Poema odisséia


Enlouqueceu Emergiu e conquistou o país
No seu rio-mar Vai meu barco deslizando
Meu rio azul vai desaguar Vou pintando esse matiz
Sob o verde desse olhar É o presente consciente no porvir
O ajuricaba seu canto ecoou Que a vida se preserve
A cunhatã se banhou no lago Assim serei feliz
Na índia-flor se transformou Como a natureza quis

Amazonas, seiva na mata a jorrar É boi-bumbá


Alumia, candeeiro, São José do Rio Negro É boi-maneiro
Vai caboclo seringar Garantido e Caprichoso
Teatro, sinfonia No meu Rio de Janeiro
Zona Franca e o industrial
Portela faz a festa nesse enredo
Universo tropical

Gira mundo a respirar


Dentro do meu coração
Nesse Eldorado verde
Na palma da minha mão
05 TRABALHADORES DO BRASIL – A ÉPOCA DE GETÚLIO VARGAS • 2000

Amilton Damião • Ailton Damião • Edynel • Zezé do Pandeiro • Edinho Leal

O raiar de um novo dia E no Palácio das Águias


Desafia meu pensar Ecoou um grito a mais
Voltando à “época de ouro” Vai à luta,meu Brasil
Vejo a luz de um tesouro Pela soberana paz
A Portela despontar (lálalaiá) Quem foi amado e odiado na memória
Aclamado pelo povo, o Estado Novo Saiu da vida para entrar na História
Getúlio Vargas anunciou Meu Brasil-menino
A despeito da censura Foi pintado em aquarela
Não existe mal sem cura Fez do meu destino
Viva o trabalhador, ô, ô, ô O destino da Portela

Nossa indústria cresceu (e lá vou eu...)


Jorrou petróleo a valer...
No Carnaval de Orfeu
Cassinos e MPB

O rei da noite, o teatro, a fantasia


No rádio as rainhas, a baiana de além-mar
Tantas vedetes, Cadilacs, brilhantina
Em outro palco o movimento popular
06 DE VOLTA AOS CAMINHOS DE MINAS GERAIS • 1999

Noca da Portela • Colombo • J. Rocha • Darcy Maravilha

Lá vem o trem, lá vem, lá vem Lá teve escrava que se fez rainha


Nesse balanço eu vou também E a feiticeira lá em Araxá... E Sinhá...
Com minha Portela e você, meu bem Um rei... Com seu toque de bola encantou o mundo
Guerreira, com o canto de um sabiá
Viajei... Pelos caminhos de Minas Pura magia e poesia popular
Encontrei obras bem-feitas pela mão divina
Solo rico em minerais e belezas sem iguais Traz o tempero desse teu quitute
E essa gente hospitaleira Um cafezinho pra adoçar o paladar
Trabalhando com bravura e amor Vem pra congada, marujada, cavalhada
Pela cultura brasileira Toca sanfona nesse arrasta-pé
Canta pro santo um canto de fé
Poetas, cantores, escritores geniais
Mago da escultura e figuras imortais Luz com seus raios divinais
Heróis inconfidentes e presidentes Iluminai nossa Portela
Que deram o coração Que vem cantar Minas Gerais
Pelo progresso da nossa nação

Ô, ô, Minas Gerais, ô, ô, Minas Gerais


Quem te conhece não te esquece mais
Quem te conhece não te esquece jamais
07 OS OLHOS DA NOITE • 1998

Noca da Portela • Colombo • J. Rocha • Darcy Maravilha • Celino Dias

A noite se vestiu de azul-e-branco


Abriu seu manto, com encanto e poesia
Seus olhos, são a luz do luar
Que ilumina a passarela, para a "Portela" brilhar

Poetas, trovadores, canções de amores


Sonhos, fantasias, mistério, magia
E a noite veio seduzir o dia

Vem me beijar, amor, te quero só pra mim


Maravilhosa flor, que enfeita o meu jardim

Vem (vem-vem-vem!)
Sem medo de ser feliz
Mariposas, travestis, dama da noite faz a vida
Tem lendas, fascínio e sedução
É a "Portela" na avenida

(O que é, o que é)
É uma noite de paixão
É lua cheia, amor, sai dessa fossa
Cai no meu samba que hoje a festa é nossa
08 ESSA GENTE BRONZEADA MOSTRA SEU VALOR • 1996

Jorginho Don • Picolé da Portela • Renatinho do Sambola • Carlinhos Careca

Chegou a hora Vou me expressar mostrando todo o meu valor


Portela alegremente vem cantar (lá, laiá, lá) Eu sou a arte que embala a esperança
Com um brilho atraente de swing irreverente Onde passo sou bonança
Fazendo assim o mundo inteiro "delirar" (ô, delirar) Bela "Aquarela brasileira" decantou
Melodias que se tornaram marcantes
De artistas delirantes A Portela demorou, mas abalou
Iluminados pela estrela do criar E o povo canta novamente, já ganhou
Como "Memórias" de Paulinho da Viola
Ismael, mestre Cartola
Eu vou cantando para os males espantar

Canta iaiá pra ioiô, canta ioiô pra iaiá


Um samba quente, um chorinho de amor (eu vou)
Na onda do iê-iê-iê, eu sou o rei pra você
Fazendo a festa até o dia amanhecer

"Chega de saudade"
Meu peito invade, eu lembro do meu amor
Linda é a "Garota de Ipanema"
Seu gingado é um poema
Na "Asa branca" sou eterno sonhador
"Pra não dizer que não falei das flores"
09 GOSTO QUE ME ENROSCO • 1995

Noca da Portela • Colombo • Gelson

É Carnaval Chuva de confete e serpentina


O Rio abre as portas pra folia Dos bondes ficou a saudade
É tempo de sambar Ah! Que saudade do luxo das sociedades
Mostrar ao mundo a nossa alegria
Veio bailando pelo mar Abram alas, deixa a Portela passar
E de lá pra cá nasceu essa magia É voz que não se cala
Samba, que me faz feliz É canto de alegria no ar
Em sua raiz tem arte e poesia

Bate o bumbo, lá vem Zé Pereira


E faz Madureira de novo sonhar
A Portela não é brincadeira
Sacode a poeira, faz o povo delirar

Gosto que me enrosco de você, amor


Me joga seu perfume, hoje eu tô que tô

Praça Onze, berço das nossas fantasias


Deixa falar, deixou no peito a nostalgia
Dos ranchos, blocos e cordões
Dos mascarados nos salões
Pierrot beijando a colombina
10 QUANDO O SAMBA ERA SAMBA • 1994

Wilson Cruz • Cláudio Russo • Zé Luiz

África, encanto e magia Resistência que a força não calou


Berço da sabedoria Arte de improvisar
Razão do meu cantar
Nasceu a liberdade a ferro e fogo Capoeira
A mãe negra abriu o jogo O samba vai levantar poeira
Fez o povo delirar Tem zoeira
Em Oswaldo Cruz e Madureira
Deixa falar, ô, ô, ô
Deixa falar, ô, iaiá
Esse batuque gostoso não pode parar
Entra na roda, ioiô
Entra na roda, iaiá
Lá vem Portela, é melhor se segurar

Axé vem de Luanda


Sacode negritude a cidade
Trazendo a bandeira do samba
N'Apoteose da felicidade

Samba é nó na madeira
É moleque mestiço
Foi preciso bancar
11 TODO AZUL QUE O AZUL TEM • 1992

Carlinhos Madureira • Café da Portela • Ary do Cavaco

Olha nós aí de novo


Com a Portela azulando o seu astral

É dos deuses, é divinal


Vem da Pérsia tradicional

Quero a alegria de um azulão


Sobrevoando o lindo azul do mar
Dei bilhete azul para a tristeza
Amor, vem comigo sambar
Oh! Estrela, soberana, triunfal
Cor de pedra preciosa
Traz a nobreza para o Carnaval

Que saudade, que felicidade


Novamente encontrar
Eu sou o rio que passou em sua vida
Tem corações se deixando levar
12 LENDA CARIOCA, OS SONHOS DO VICE-REI • 1988

Mauro Silva • Luizinho • Isaac • Carlinhos Madureira • Neném

Está fazendo um centenário Suzana, musa deste mar de lama


A Portela em louvação Simplesmente a tua chama
Voa com a liberdade Queima o peito de quem ama
A águia e o negro num só coração Valentim, foi ele sim
Tece versos de amor Sim, quem esculpiu
Que o vice-rei sonhou A Fonte dos Amores
Neste cenário de paixão... de paixão Recanto tão sutil
A hora é esta
De irmanar a multidão Briga, eu, eu quero briga
Hoje eu venho reclamar
Canta, meu povo (O que que tem, o que que há)
Canta, meu povo Esta praça ainda é minha
Vem no embalo Eu também estou fominha
Que a lenda é carioca (canta, canta) Jacaré quer me abraçar
Canta, meu povo
Vem sambar de novo

(Peripécias)
Peripécias do amor, ô, ô
O vice-rei sofreu
Foi Vicente quem casou, ô, ô
O sonho se acabou
13 ADELAIDE, A POMBA DA PAZ • 1987

Neném • Mauro Silva • Arizão • Isaac • Carlinhos Madureira

Como se fosse magia Pomba, entre na floresta


Nosso poeta alcançou Aproveite, a hora é esta
O afã da poesia De aliviar a sua dor
Foi aí que clareou Ilumine a escuridão
Faz feliz o coração
Clareou, é do infinito De qualquer sofredor, ô, ô, ô
Oh! Que tema tão bonito
Adelaide, a pomba da paz São quatro letras
Está escrito Que fazem sonhar
É o amor, que se espalha no ar
Voa, voa, voa Neste dia de folia
Deixa a tristeza de lado Sigam o exemplo desta pomba
Voa, voa, voa Desativem esta bomba
Vai levar o seu recado Pra ninguém se machucar

Leia esse matutino Amar é bom, amar é bom


Vai mudar o seu destino É bom demais, é felicidade
Disse o tucano falador É sinônimo de paz
Preciso de um mensageiro
Que seja bem ligeiro
Que leve a paz aonde for
14 MORFEU NO CARNAVAL – A UTOPIA BRASILEIRA • 1986

Ary do Cavaco • Carlito Cavalcante • Nilson Melodia • Vanderlei • Paulinho

Eu hoje só quero saber O índio em sua selva a sorrir


De esfriar minha cabeça Feliz nesse torrão
Cantar, sorrir, pular Livre do FMI e da poluição
E esquecer minha tristeza (oh, Morfeu) Como é triste o despertar dessa ilusão
Deixa Morfeu me levar
Nos seus braços, sonhador Que pesadelo
Quero fugir da realidade Meu Deus, quanta taxa pra pagar
Desse mundo sofredor É trem lotado, que sacrifício danado
Nessa noite eu vou Desempregado e com criança pra criar
Fazer da dor minha alegria O nosso ouro lá da serra tá pelado
Sepultar eu vou o dissabor Já que está tudo arrombado
Do dia-a-dia Deixa o leão se arrumar
Ver o meu irmão plantando
No verde sertão No país da bola
Descolar um troco e pagar Só deita e rola
Geral pro meu patrão (que é vacilão) No país da bola
Ver minha Portela estourando Quem vem com dólar...
A boca do balão

Vai, meu time, arrebenta


Até parece o escrete de setenta

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