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Não espero menos de tua lápide. Toda fé concentrada numa nesga de clareira
Amigo, é vero, partiremos um dia. na neblina do caminho e essa fenda não desvenda
Num dia humano como outros, só desvela a cor de uma viagem entre duas mãos atadas
Fazendo coisas, como sempre, entre portas entreabertas
Olhando para trás e dizendo é verdade
Em silêncio, "é isso, a vida?" a noite morna e nua que desponta
E nisso que eu não compreendo é verdade
E estou fadado a compreender, a graça linda e tua que desperta.
Qual o meu quinhão, senão o de buscar?
Buscamos as formigas verdes dos campos ancestrais.
Não espero menos de tua lápide
Ou do sorriso na aurora
De teu futuro.
Todo composto de palavras
PASSOS se desfaz a medida que já lemos
#1 #2
Um, é tudo.
E tudo não é um número,
É apenas o sopro
De um lampejo
Que já se foi
Enquanto Ego
OZÔNIO Porque sim, és obra,
E um dia virá que saberás mais da terra.
O que me seduz é teu
Como poema. Mas por enquanto escreve,
Se dizes do demônio Sem dó da escrita,
Eu digo: sou alma; Sem dó da pele.
Se dizes mal das habitações dos homens
Eu digo: sou deserto.
Mas verdade é que sou
Oásis em deserto,
O que pode ser miragem também,
Mal sei.
O que me seduz
É a vida e a morte.
O que me conduz
É a poesia na tua textura
De obra que de madura cresce
A HORA DO EU Felicidade é amanhecer contendo
Se, em si e de fora
Na noite da noite Como remendo na meia,
Não dobram os sinos O tosco de um dedo de si mesmo
Os relógios batem um tic-tac estridente E um belo sorriso de Alice.
Eu, rangendo-dentes
E o meu pedaço de pizza fria
E o meu bagaço de cigarro incandescendo
E os meus pés gelando no frio
Uma gata que passa, tranquila
Entre as pernas tremendo
Nem angústia nem melancolia.
Acordo, em acordo com tudo
O que no clarão daquele dia
Supus verdadeiro
Mesmo ainda não vivendo.
É assim, uma aposta com os elementos;
É assim, mansidão estremecendo
O sono entrelaçado das aporias.
Felicidade é anoitecer sabendo
Um "se" de acaso, já se entrevia,
ENDOSCOPIA E seu acerto,
O belo,
Amo a feiura enigmática de Frida Kahlo. Enfeitiçado zelo pelo que, de graça,
Amo a leitura dos signos, Predispõe ao elo.
Daquilo que desdizia, aberto, cada passo,
O espaço entre um lugar e outro, Tempo, tempo, tempo,
A estrutura do bom senso, Ressuscita os vivos,
A beleza de um raio, Encharca os tecidos,
O espelho, o momento, Amolece as pedras e,
Aquilo que não compreendo. De volta, só me reconheço
Nas dobras dessas coisas
Amo a linha, Amáveis,
O alinhamento das cores Com o único propósito pelo que
Que perfazem um quadro. Permaneço.
Amo o que se faz moderno
E no entanto já constava dentro, Monalisa, espera,
Como reminiscência de um eu Helena, espera,
Passado. Madalena, Maria,
Minha avó em uma fotografia.
Num sorriso sem consenso, Carne e osso são demasiado
Frida condena o certo a errar Efêmeros.
Com que, então, decobriste tudo
A MELHOR HORA DO DIA E agora a paz das décadas,
Dos grisalhos
Falemos Desalucinados de todos os universos
Sobre o sublunar, Abandonados no caminho?
A confortável distração Mas que caminho? Que jornada?
Do tempo que passa Não.
Em afazeres, Agora é uma queda, no ar, no chão,
Contornos, pequenos No fogo, na água,
Estilos de morder os lábios, Queda no corpo que dorme,
Pequenas opiniões, alegrias No dia que nasce e morre,
Minimas em detalhes que Queda na vida que outrora
Só um olho amoroso enxerga, De uma feita se fez verbo,
O tempo que passa, E na manhã seguinte,
Palavras escassas, Nasceu Eros.
Desnecessárias ambições de
Dizer verdades ou alcançar
Estrelas que de tão imaginárias
Não se comparam ao nariz,
Aos pés, ao sussurro da
Melhor hora do dia.
ATITUDE IMPERATIVOS
Eu digo, eu ligo
Que o perfeito é dançar
Contigo no meio da sala
De casa
Imaginando piscarem luzes
E outros tantos djs
O perfeito