Você está na página 1de 4

IHI061 2023-2

História Política do Mundo Grego


Terças-feiras, 13:40-17:00

Profa. Marta Mega de Andrade – contato: mmegan@ufrj.br


Instituto de História – UFRJ

Estágio Docência: Profa ms. Anne Caroline Nunes – contato: anne-lyne@hotmail.com

Obrigatório: ingressar no Google classroom pelo link abaixo para ter acesso ao drive da turma, recursos audiovisuais e postagem de
atividades/provas:
https://classroom.google.com/c/NjE3NTU4NDIwMzIy?hl=pt_BR&cjc=ige52w2

TEATRO E POLÍTICA

Ementa: o curso tem como objetivo discutir os usos das comédias e tragédias atenienses como fontes para questionamentos políticos
sobre a história grega antiga e a história comparada, com leituras cruzadas antigos/modernos, trazendo para isso um debate sobre o teatro
como arena política na dimensão do espaço social, em que se conectam a cultura política políade, o lugar ocupado pelos teatros nas
estruturas físicas e institucionais de uma pólis como Atenas, as vivências cotidianas da política na vida social, dentre outros temas. O
foco incidirá sobre as abordagens políticas mediadas por vozes femininas.

Estrutura temática:
I- Debates
. Sobre o teatro, considerações contextuais
. Teatro e política: historiografia de uma questão
. Espaços livres / espaços outros: o teatro e a arena política
. Teatro, poesia e performance

II – O teatro trágico
. Exploração religiosa e questionamento político numa leitura de Ifigênia em Aulis
. A pólis e o poder dos cidadãos exemplificado: Édipo-Rei
. A polis e o poder dos cidadãos “confiscado”: Agamenon, Antígona e Medeia

III- O teatro cômico


. A cidade das mulheres: o trágico, o cômico
. O questionamento da política ateniense pelas mulheres: Lisístrata
. Mulheres e condução da vida pública: Assembleia de Mulheres
. Integração do feminino à vida pública via religião: As Tesmoforiantes

III - Leituras Cruzadas nós/eles


. Medéia e A Gota d’Água
. Duas Antígonas
. Lisístrata: a fonte das mulheres

Cronograma:

15/08/2023
Apresentação geral do curso

22/08/2023
Sobre o teatro, considerações contextuais
Bibliografia:
Segall, C. O ouvinte e o espectador. In: Vernant, J-P (ed.). O Homem Grego. Lisboa: Edl Presença, 1994, p. 173-198
Vernant, J-P. & Vidal-Naquet, Pierre. Mito e Tragédia na Grécia Antiga. São Paulo: Brasiliense. 1988. Cap. 1
ALMEIDA, J. E. L. O Teatro, a Pólis: Dioniso e seu Espaço Norteador da Identidade Políade. São Paulo, Labeca – MAE/USP, 2010.
p. 1-35.

29/08/2023
Teatro e Política: historiografia de uma questão
Bibliografia:
Moerbeck, G. Guerra, política e Tragédia na Atenas Clássica. Jundiaí, Paço edl, 2014, Introdução e cap. 1
———. Entre a religião e a política. Eurípides e a Guerra do Peloponeso. Curitiba: Prismas, 2017 cap. 1
Vernant, J-P. Um teatro da cidade. Entre Mito e Política. São Paulo: EDUSP, 2002, p. 347-358.
Sourvinou-Inwood, C. Tragedy and Religion. Tragedy and athenian religion. NY: Lexington, 1998, p. 1-14.

05/09/2023
Espaço e performance
Bibliografia:
Foucault, M. De espaços outros. https://doi.org/10.1590/S0103-40142013000300008
Vlassopoulos, K. Free spaces: identity, experience and democracy in classical Athens. Classical Quarterly, 57.1, 2007b, p. 33-52.
Moerbeck, G. Entre a religião e a política. Eurípides e a Guerra do Peloponeso. Curitiba: Prismas, 2017 cap. 2
A Poética, de Aristóteles
Valakas, K. O uso do corpo por atores nas Tragédias e peças satíricas. In: EASTERLING, P. & HALL, E. Atores gregos e romanos.São
Paulo: Odysseus, 2008, p.79-106.
Oliveira, J.K. de. “Mecanismo de performance cênica nas comédias de Aristófanes”. Acta Scientarium, Maringá, v. 39, n. 3, 2017, p.
281-290.

12/09/2023
Exploração religiosa e questionamento político numa leitura de Ifigênia em Aulis
Bibliografia:
Eurípides. Ifigênia em Aulis
Andrade, M. M. de. A cidade das mulheres. Rio de Janeiro: Lhia, 2001, cap 4.
Torrano, J. “A noção mítica de justiça nas relações de poder na tragédia Ifigênia em Áulida de Eurípides”. Letras Clássicas, 18 (2),
2014, pp. 16-24.

19/09/2023
A pólis e o poder dos cidadãos “exemplificado”: Édipo-Rei
Bibliografia:
Sófocles. Édipo-Rei
Foucault, M. Conferência II. A verdade e as formas jurídicas. Rio de Janeiro: NAU, 2002, p. 29-51.
Ober, J. Mass and Elite in Democratic Athens: Rhetoric, Ideology and the Power of the People. Princeton: Princeton University Press,
1989, p. 127-155.

26/09/2023
A polis e o poder dos cidadãos “confiscado”: Agamenon, Antígona e Medeia
Bibliografia:
Ésquilo. Agamenon
Sófocles. Antígona
Eurípides. Medeia
Andrade, M. M. de. Logos Gunaikos. In: Bustamante, R; Lessa, F (org.). Dialogando com Clio. Rio de Janeiro: Mauad, 2009. p. 111-
122.
———. Palavra de Mulher: sobre a “voz das mulheres” e a história grega antiga. Revista brasileira de história, v.40, p.119 - 140,
2020.
03/10/2023
A “cidade das mulheres” e as representações femininas no teatro trágico e cômico
Bibliografia:
Andrade, M. M. de. A cidade das mulheres. Rio de Janeiro: Lhia, 2001, cap. 5.
Gonçalves, T. N. O feminino como ‘outro’: uma abordagem acerca da alteridade na antiguidade grega. Hélade. v.3. n.3, 2017. p. 9-18.
Silva, M. F. S.e. “A posição social da mulher na comédia de Aristófanes”. Humanitas. Coimbra, n. 31, 1980, p.97-113.

10/10/2023
O questionamento da política ateniense pelas mulheres: Lisístrata
Bibliografia:
Aristófanes. Lisístrata.
Andrade. M. M. de. O Feminismo e a Questão do Espaço Político das Mulheres na Atenas Clássica. Anais do XXVI Simpósio Nacional
de História. ANPUH. São Paulo, julho, 2001.
Pompeu, A. M. C. A construção do feminino em Lisístrata de Aristófanes. Revista Letras, Curitiba, Editora UFPR, n 83, Jan/jun 2011,
p. 75-93.

17/10/ 2023
Mulheres e condução da vida pública: Assembleia de Mulheres
Bibliografia:
Aristófanes. Assembleia de Mulheres.
Sourvinou-Inwood, Christianne. Male and Female, Public and Private, Ancient and Modern. In: Reeder, Ellen (Ed.) Pandora: Women
in Classical Greece. Princeton: Princeton University Press, 1995, p. 111-120
Gonçalves, A. T. M; MATA, G. M. da. “Ritual de máscaras: teatro, cidadania e identidades”. Historiæ, Rio Grande, 2 (1), 2011. p. 65-
80.

24/10/2023
Integração do feminino à vida pública via religião: As Tesmoforiantes
Bibliografia:
Aristófanes. As Tesmoforiantes.
Cardoso, E. Do rito ao palco: inversão de gênero e performance nas Tesmoforiantes, de Aristófanes. Nunt. Antiquus, Belo Horizonte, v.
15, n. 2, 2019, p. 27-48.
Faria, M. Mica e Parente: uma análise sobre o poder feminino em As Tesmoforiantes. In: Cardoso, Z. A.; Duarte, A. Estudos sobre o
teatro antigo. São Paulo: Alameda, 2010. p.237-254.

31/10/2023
Leituras cruzadas nós/eles: Medeia e Gota d’Agua
Andrade, M. A Gota d’Água ou a Medéia em Nós. In: CHEVITARESE, A. et al. (orgs). A Tradição Clássica e o brasil. Brasília: Fortium,
2008.
———. A Gota d’Água ou a Medeia em nós: (re)visitando narrativas de gênero e usos do passado. Anais Eletrônicos do 31º SNH
ANPUH, 2021.
Meneses, U. B. Marcas da leitura histórica. A arte grega nos textos antigos, Manuscritica, 1998, p. 69-82.
Hollanda, F. B. de & Pontes, P. A Gota d’Água. São Paulo: Civilização Brasileira, 1975.

07/11/2023
As duas Antígonas
——— & TAVEIRA. D. O gesto de antígona, os vencedores e a morte dos vencidos. In: Novas pautas para a história social –
Ensaios, pesquisas e memórias do Programa de Pós-Graduação da Universidade Federal do Rio de Janeiro nos seus 40
anos (PPGHIS 40 anos). No prelo (nov 2023)
BUTLER, J. Antigone’s claim. Kinship between life and death. New York: Columbia UP, 2000.

14/11/2023
Lisístrata e a fonte das mulheres
Moura, A. J. F., & da Silva, C. A. V. (2016). A condição feminina em Lisístrata e em A Fonte das Mulheres. Literatura E Autoritarismo,
(28).

21/11/2023

28/11/2023 extra, caso necessária. Entrega do relatório final

NA SEMANA DE 04 A 07/12: avs suplementares durante o Ciclo de debates em H Antiga

Avaliação: seminários em grupo com apresentação de relatório final


Bibliografia geral e dinâmica (em construção):

ANDRADE, M. M. de. A cidade das mulheres. Rio de Janeiro: Lhia, 2001


———. A Gota d’Água ou a Medéia em Nós. In: CHEVITARESE, A. et al. (orgs). A Tradição Clássica e o brasil. Brasília: Fortium,
2008,
———. Logos Gunaikos. In: BUSTAMANTE, Regina; LESSA, Fábio (org.). Dialogando com Clio. Rio de Janeiro: Mauad, 2009. p.
111-122.
———. Palavra de Mulher: sobre a “voz das mulheres” e a história grega antiga. Revista brasileira de história, v.40, p.119 - 140,
2020.
———. A Gota d’Água ou a Medeia em nós: (re)visitando narrativas de gênero e usos do passado. Anais Eletrônicos do 31º SNH
ANPUH, 2021.
——— & TAVEIRA. D. O gesto de antígona, os vencedores e a morte dos vencidos. In: Novas pautas para a história social –
Ensaios, pesquisas e memórias do Programa de Pós-Graduação da Universidade Federal do Rio de Janeiro nos seus 40
anos (PPGHIS 40 anos). No prelo (nov 2023)
BLOK, J. Virtual Voices. Toward a Choreography of Women's Speech in Classical Athens. IN: LARDINOIS, A. & McCLURE, L.
(eds.) Making Silence Speak, Oxford: UP, 2001, p. 95-116.
BUTLER, J. Antigone’s claim. Kinship between life and death. New York: Columbia UP, 2000.
CARDOSO, E. Do rito ao palco: inversão de gênero e performance nas Tesmoforiantes, de Aristófanes. Nunt. Antiquus, Belo
Horizonte, v. 15, n. 2, 2019
CERTEAU, M de. A Invenção do Cotidiano. I- Artes de Fazer. Petrópolis: Vozes, 1994.
EASTERLING, P. & HALL, E. Atores gregos e romanos.São Paulo: Odysseus, 2008.
FLETCHER, Judith (2010). Sophocles' Antigone and the Democratic Voice. In S. E. Wilmer & Audrone Zukauskaite (eds.),
Interrogating Antigone in Postmodern Philosophy and Criticism. Oxford University Press. pp. 168.
FARIA, M. Mica e Parente: uma análise sobre o poder feminino em As Tesmoforiantes. In: CARDOSO, Z. A.; DUARTE, A. Estudos
sobre o teatro antigo. São Paulo: Alameda, 2010
FOLEY, H. The Politics of Tragic Lamentation. Female Acts in Greek Tragedy. Princeton: UP, 2001.
FOUCAULT, M. De espaços outros. https://doi.org/10.1590/S0103-40142013000300008
———. Conferência II. A verdade e as formas jurídicas. Rio de Janeiro: NAU, 2002, p. 29-51.
GREGORY, J. Euripides as social critic. Greece & Rome, 49, 2, 2002, p. 145-162.
GRIFFITH, M. Antigone and her Sister(s): embodying women in Greek Tragedy. IN: LARDINOIS, A. & McCLURE, L. (eds.) Making
Silence Speak, Oxford: UP, 2001, p.117-136
HALL, E. Lawcourt dramas: the power of performance in greek forensic oratory. Bulletin of the Institute of Classical Studies, 1995, v.
40, p. 39-58.
HOLLANDA, F. B. de & PONTES, P. A Gota d’Água. São Paulo: Civilização Brasileira, 1975.
KATZ, M. Ideology and the Status of Women in Ancient Greece. IN: HAWLEY, R. & LEVICK, B. Women in Antiquity: New
Assessments. London: Routledge, 1995, p. 21-43
KEULS, E.C. The Reign of the Phallus: Sexual Politics in Ancient Athens. Califórnia: University of California Press, 1993
LEFEBVRE, H. La Production de l'espace. Paris: Anthropos, 1973.
LORAUX, N. La cité, l'historien, les femmes. Pallas, vol 32, p. 7-39, 1985.
———. Les Expériences de Tirèsias: le féminin et l’homme grec. Paris: Gallimard, 1989
———. O elogio do anacronismo em história. A tragédia de Atenas: a política entre as trevas e a utopia. Tradução: Paula Sílvia
Rodrigues Coelho da Silva. 1a ed. São Paulo: Loyola, 2009, p. 137-156 e p. 187 - 204.
MENESES, U. B. Marcas da leitura histórica. A arte grega nos textos antigos, Manuscritica, 1998, p. 69-82.
MOERBECK, G. Guerra, política e Tragédia na Atenas Clássica. Jundiaí, Paço edl, 2014.
———. Entre a religião e a política. Eurípides e a Guerra do Peloponeso. Curitiba: Prismas, 2017.
MORALES, F. A. A Democracia Ateniense pelo Avesso. São Paulo: EDUSP, 2014.
MOURA, A. J. F., & da Silva, C. A. V. (2016). A condição feminina em Lisístrata e em A Fonte das Mulheres. Literatura E
Autoritarismo, (28).
OBER, Josiah. Mass and Elite in Democratic Athens: Rhetoric, Ideology and the Power of the People. Princeton: Princeton University
Press, 1989.
OLIVEIRA, J.K. de. “Mecanismo de performance cênica nas comédias de Aristófanes”. Acta Scientarium, Maringá, v. 39, n. 3, 2017,
p. 281-290.
REDFIELD, James. "Drama and Community: Aristophanes and Some of His Rivals". In:. WINKLER, J & ZEITLIN, F (eds.). Nothing
to do with Dionysos? Athenian drama in its social contexto. Princeton: UP, 1990, p.314-335.
———. O Homem e a Vida Doméstica. In VERNANT, Jean-Pierre (ed.) O Homem Grego. Lisboa, edl Presença, 1994, pp. 147-171.
SEGALL, C. O ouvinte e o espectador. In: Vernant, J-P (ed.). O Homem Grego. Lisboa: Edl Presença, 1994, p. 173-198
SOURVINOU-INWOOD, C. Male and Female, Public and Private, Ancient and Modern. In REEDER, E. (ed.). Pandora. Princeton:
Princeton University Press, 1995. p. 111-121.
———. Tragedy and Religion. Tragedy and athenian religion. NY: Lexington, 1998, p. 1-14.
TORRANO. J. “A noção mítica de justiça nas relações de poder na tragédia Ifigênia em Áulida de Eurípides”. Letras Clássicas, 18 (2),
2014, pp. 16-24.
VALAKAS, K. O uso do corpo por atores nas Tragédias e peças satíricas. In: EASTERLING, P. & HALL, E. Atores gregos e
romanos.São Paulo: Odysseus, 2008, p.79-106.
VERNANT, J. P. As Origens do Pensamento Grego. São Paulo: Difel, 1982.
———. & Vidal-Naquet, Pierre. Mito e Tragédia na Grécia Antiga. São Paulo: Brasiliense. 1988.
———. Entre Mito e Política. São Paulo: EDUSP, 2002.
VLASSOPOULOS, K. Free spaces: identity, experience and democracy in classical Athens. Classical Quarterly, 57.1, 2007b, p. 33-52.
WINKLER, John. The constraints of desire: the anthropology of sex and gender in Ancient Greece. New York, Routledge, 1990.
ZEITLIN, Froma. Playing the Other: gender and society in Classical Greek Literature. Chicago: UP, 1996.
SCOTT, Joan. Gender and the Politics of History. New York: Columbia University Press, 1999
WILLIAMS, R. Drama em cena. São Paulo, Cosac Naify, 2010.

Você também pode gostar