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Texto narrativo

No texto narrativo existe um narrador que narra, ou seja, que conta uma
história.

A estrutura da narrativa é composta por introdução, desenvolvimento e


conclusão. Na maioria dos textos narrativos, é na introdução que é
realizada a localização da ação no tempo e lugar, bem como a
apresentação e descrição das personagens e a apresentação do motivo
que leva ao desenrolar da ação.

As personagens são elementos que intervêm, interagem e se


desenvolvem na ação e podem ser principais, secundárias ou figurantes.

Personagem principal ou protagonista: a mais importante da obra. A


ação desenvolve-se à sua volta.

Personagem secundária: não tem um papel um papel decisivo na ação,


mas auxilia a personagem principal.

Figurante: ilustra o ambiente, não intervindo diretamente no desenrolar


da ação.

A ação é a sequência de acontecimentos que acontece num determinado


momento e lugar. Existem três momentos a considerar que fazem parte
da ação: situação inicial, desenvolvimento e situação final. Na situação
inicial determina-se a causa que origina um eventual problema, a fase de
desenvolvimento é a parte mais extensa da narrativa e apresenta o modo
como as personagens interagem na ação, atuando nas causas para
tentar ultrapassar as dificuldades e a situação finalCORRESPONDE à
resolução do problema.

No final, a situação é encaminhada até ao desfecho da narrativa, a


conclusão, provocando no leitor um determinado tipo de emoções e
sentimentos.

No texto narrativo existem relações de agente-ação, causa-efeito,


problema-solução que potenciam o desenvolvimento da narrativa.

No caso do texto “O Gigante Egoísta”, de Oscar Wilde, o narrador conta


a história de um gigante e da sua relação com algumas crianças e com o
seu jardim.
Excerto do texto “O Gigante Egoísta”, de Oscar Wilde

“Todas as tardes, quando vinham da escola, as crianças costumavam


irBRINCAR para o jardim do Gigante. Era um grande e belo jardim, todo
atapetado de macia e verde relva.
(…)
– O jardim é meu – disse o Gigante.
Construiu então um alto muro a toda a roda e afixou nele este aviso:
É proibida a entrada.
Proceder-se-á contra
os transgressores.
Era um Gigante muito egoísta. As pobres crianças não tinham agora
onde se divertir.
(…)
– Como éramos felizes lá dentro! – diziam umas para as outras.
Chegou então a Primavera, e por todos os lados haviaFLORES e
chilreavam as avezinhas. Só no jardim do Gigante Egoísta era ainda
Inverno.
(…)
Uma bela manhã, estava o Gigante ainda deitado, mas já desperto,
quando ouviu música muito suave. (…) O Granizo deixou então de bailar
sobre a sua cabeça, o Vento Norte deixou de rugir e um perfume
delicioso veio até ele pelaJANELA aberta.
–PARECE que a Primavera chegou finalmente – exclamou o Gigante.
Saltou da cama e olhou para fora.
Que viu ele? Um espetáculo maravilhoso. Por um buraco pequenino do
muro, as crianças tinham entrado e estavam sentadas nos ramos as
árvores. Em todas as árvores ele viu uma criancinha. E as árvores
ficaram tão contentes ao vê-las de novo, que se cobriram de flores e
agitavam suavemente os ramos sobre as suas cabecitas.
(…)
E oCORAÇÃO do Gigante enterneceu-se quando olhou para fora.
– Como tenho sido egoísta! – disse ele. – Agora compreendo a razão
porque a Primavera não queria vir para aqui.
(…)”

WILDE, Oscar – 'O Gigante Egoísta' in O Gigante Egoísta seguido de O Príncipe Feliz. Lisboa: Nova
Vega, 2008.

(Nota: O nome das estações do ano apresenta-se comLETRA


maiúscula porque correspondem a personagens do texto.)
Tomando como exemplo o excerto do texto, podemos elaborar os
seguintes quadros.

Localização noTEMPO Quando? Todas as tardes, no fim das aulas.


Localização no espaço
Onde? Num jardim belo, com relva macia e verde.
(lugar)
Personagens Quem? Crianças felizes, Gigante egoísta e infeliz.

Situação inicial As crianças brincam alegremente no jardim.


(O quê?) O Gigante Egoísta apercebe-se da situação e não gosta.
Desenvolvimento O Gigante constrói um muro alto e proíbe a entrada no jardim.
(Como) As crianças ficam tristes. O Inverno ocupa o jardim.
As crianças invadem o jardim, a Primavera chega finalmente.
Situação final
O Gigante deixa de ser egoísta. Todos ficam felizes.

Causa Efeito Problema Solução


Perda do
Egoísmo do Proibição da Inverno constante
egoísmo por
Gigante entrada no jardim no jardim
parte do Gigante

O egoísmo causou a proibição da entrada das crianças no jardim. Para


solucionar o problema do inverno constante, o Gigante teve deDEIXAR
de ser egoísta.
Texto poético

A poesia distingue-se da prosa devido à sua composição em verso e


organização rítmica das palavras, aliada a recursos expressivos.

Esta explora a expressividade e a pluralidade de significados das


palavras, isto é, utiliza palavras que podem ter vários sentidos e surge
envolta em ritmo e musicalidade.

Estes dois conceitos estão presentes no texto poético devido à presença


da rima (correspondência de sons, geralmente no final dos versos) e
devido a uma certa regularidade no número de sílabas das palavras que
formam os versos, o que sugere uma certa cadência.

O texto poético é composto por versos (linhas do poema), os quais


podem formar estrofes.

Designamos de estrofe cada conjunto de versos separados por uma linha


em branco e estas podem ser classificadas quanto ao seu número de
versos.

A pessoa que escreve poesia é o poeta, mas a voz do poema – quem


expressa os seus sentimentos, emoções e vivências – é o sujeito
poético.
Excerto do texto “Baile de sábado”, in Mistérios, de Matilde Rosa
Araújo

ARAÚJO, Matilde Rosa — 'Baile de sábado' in Mistérios. Lisboa: Livros Horizonte, 1988.
Texto dramático

O texto dramático é uma produção textual escrita por um dramaturgo e


que se destina a ser representado ou dramatizado. Por este motivo
apresenta uma estrutura específica.

A nível da estrutura externa, encontra-se, na maioria dos casos, dividido


em atos e cenas.

Ato – divisão do texto dramático que


corresponde à mudança de cenários.

Cena –
divisão do ato que corresponde à entrada ou saída de uma ou mais pers
onagens.

A nível da estrutura interna, o texto dramático divide-se em:

Exposição – apresentação de personagens e dos antecedentes da


ação.

Conflito – conjunto que acontecimentos que fazem avançar a ação.

Desenlace – desfecho da ação dramática

O texto dramático é composto por dois tipos de texto. Apresenta o texto


principal que corresponde à identificação das falas das personagens
(diálogos, monólogos e apartes) e o texto secundário, também
designado por didascálias (referência a atos e cenas, nome das
personagens e indicações cénicas, nomeadamente sobre o cenário, a
caracterização das personagens, a entoação de voz, os gestos,
movimentos e atitudes destas, o tipo de luz, entre outros).

As didascálias ou indicações cénicas são apresentadas em itálico, por


vezes entre parênteses, pois não são ditas pelos atores no momento da
dramatização.
Tal como em outras tipologias textuais, no texto dramático surgem vários
tipos de personagens:

Personagem principal ou protagonista: a mais importante da obra. A


ação desenvolve-se à sua volta.

Personagem secundária: não tem um papel um papel decisivo na ação,


mas auxilia a personagem principal.

Figurante: ilustra o ambiente, não intervindo diretamente no desenrolar


da ação.

Quanto ao espaço, este corresponde ao lugar, ambiente, meio social ou


cultural onde se desenrola a ação. A mudança de espaço é visível pela
mudança de cenários.

Por sua vez, o tempo dá conta do momento do desenrolar da ação. No


palco de um teatro, o tempo pode ser recriado através das mudanças
cénicas, efeitos de luz e som.

Excerto do texto “A raposa e o corvo”, in Teatro às Três Pancadas,


de António Torrado

(...)
A raposa continua, cheirando sempre o ar. O corvo, lisonjeado, endireita-
se, com um ar pomposo. ⇒ Didascália
Raposa: ⇒ Didascália (nome da personagem)

'Creio bem que se tiver


voz igual ao seu parecer,
canto brando que estremeça
as fibras todas do ser ⇒ Fala da personagem
e enlouqueça o juízo
a linda ave que eu vejo
seria do Paraíso.'

Torrado, António – “A raposa e o corvo” in Teatro às Três Pancadas. Alfragide: Editorial Caminho, 2010.
Texto informativo

O texto informativo é, habitualmente, uma produção escrita em prosa,


que tem por objetivo apresentar informação sobre um determinado
assunto de forma clara, ordenada e objetiva.

O principal propósito deste tipo de texto é, então, esclarecer as pessoas


dando indicações,
apresentando e explicando assuntos, situações e ideias.

O texto informativo está presente em dicionários, enciclopédias,livros


escolares, revistas, jornais, avisos, etc, e há vários tipos de texto
informativo.

Exemplos
– Um texto informativo sobre uma doença, geralmente, disponibiliza
informação sobre formas de prevenção da doença, sintomas e
tratamento. Será um texto de cariz científico, pois contém informação que
advém da ciência.

– Um manual de instruções de um brinquedo elétrico corresponde a um


texto informativo de caráter técnico. Poderá dar informações sobre a
montagem, modo de utilização e os cuidados a ter com o objeto em
questão.

– Uma bula de um medicamento informa a pessoa sobre a composição


do medicamento, as indicações terapêuticas, a posologia indicada para
cada indivíduo, as contraindicações, os efeitos adversos, entre outros
aspetos.

– Os textos informativos surgem muitas vezes sob a forma de notícias,


reportagens ou entrevistas em revistas ou jornais.

Da estrutura do texto informativo faz parte:


– uma pequena introdução, onde é apresentado o assunto que será
abordado;
– uma parte relativa ao desenvolvimento, para se efetuar uma
exposição dos factos, pormenores e informações detalhadas sobre o
assunto (o desenvolvimento é a parte mais longa do texto);
– uma conclusão, que consiste num resumo sobre o tema em questão e
procura envolver o recetor numa chamada de atenção para o assunto.

A linguagem utilizada neste tipo de texto deve ser direta, objetiva e de


fácil interpretação, para que a informação possa chegar de uma forma
clara a todos os leitores.

A carta

A carta é um tipo de texto escrito que se utiliza para se comunicar com


alguém. A pessoa que escree a carta corresponde ao remetente e a
pessoa a quem se dirige a carta corresponde ao destinatário.

A carta deve ser enviada num envelope subscrito com um selo,


devidamente fechado, onde é necessário incluir informações sobre o
nome e morada completos do remetente e destinatário.

Exemplo
A estrutura da carta inclui diversos elementos, como o local onde se
escreve a carta e a data, a saudação inicial, a introdução,
desenvolvimento e conclusão, a despedida e a assinatura. Pode ainda
incluir o P.S. (Post Scriptum), caso o remetente necessite
acrescentar alguma informação extra.

A carta que se escreve a pessoas com quem se tem laços afetivos –


parentes ou amigos – designa-se por carta pessoal ou familiar; a que
utiliza a língua escrita para finalidades relacionadas com negócios ou
com profissão pode classificar-se como comercial, de cortesia ou de
apresentação (e de candidatura ou pedido de emprego). Enquanto a
primeira faz parte da correspondência particular, a segunda pode
pertencer à denominada correspondência empresarial ou à
correspondência oficial, conforme acontece no âmbito das empresas ou
dos órgãos da administração pública. O tom ou modo de estruturar ou
formular o que se escreve, permite distinguir o tipo formal do informal.
A carta comercial, de cortesia ou de apresentação é mais formal que a
familiar, embora, em qualquer uma delas, deva haver amabilidade e
cortesia.

Por exemplo, na carta informal pode-se encontrar expressões que


evidenciam intimidade e informalidade, como “muitos beijinhos” ou “um
abraço apertado”, enquanto na carta do tipo formal, a despedida faz-se,
habitualmente, com recurso a expressões como “Com os melhores
cumprimentos” ou “Com votos de um bom trabalho”, as quais
evidenciam um discurso mais formal.
Sons e letras

São várias as relações que se podem estabelecer entre as palavras e


que assentam no significado, na pronúncia e na grafia das mesmas.

► Palavras homónimas

► Palavras homófonas

► Palavras homógrafas

Sinais de pontuação

Quando falamos, pronunciamos as palavras e as frases com uma


determinada entoação, a qual é acompanhada por expressões faciais ou
gestos. Ao escrevermos um texto temos de utilizar sinais de
pontuação e sinais auxiliares de escrita para que o leitor possa
entender a entoação e expressividade das nossas frases.

A importância dos sinais de pontuação é evidente no excerto do texto de


António Botto:

O João Pateta
“Era uma vez uma pobre viúva que tinha um filho pateta.
Tudo quanto lhe mandavam fazer, fazia, mas mal.
– Valha-me Deus, com este rapaz! – queixava-se a pobre mãe.
– Por que não o habitua mais à vida? – perguntava uma vizinha. –
Obrigá-lo a trabalhar em qualquer coisa; tudo, menosESTA
malandrice…”

BOTTO, António – “O João Pateta” in Histórias do Arco da Velha. Lisboa: Editorial Minerva

Para garantir que o leitor entende a expressividade das frases, o escritor


utiliza diferentes sinais de pontuação.

Assim, as frases com ponto final sugerem declarações e devem ser


lidas com uma pausa no final.

A frase que contém o ponto de exclamação deve ser lida com alguma
emoção e aquela que apresenta um pontode interrogação no final
deverá ser lida com a entoação de uma pergunta.

O texto apresenta, ainda, vários travessões, que indicam o início e o


final das falas das personagens, bem como avírgula e
o ponto e vírgula. Estes indicam pausas que devem ser tidas em conta
aquando da leitura do texto.

O excerto termina com reticências, o que sugere que a ideia da


personagem não tinha ainda sido finalizada

Além disso, o excerto está apresentado entre aspas. Este sinal auxiliar
de escrita é utilizado para que se perceba que foi escrito por outra
pessoa e que, consequentemente, é uma citação.
Sinais de pontuação

Sinais auxiliares de escrita

Translineação

Quando se escreve um texto, pode acontecerchegar ao fim de uma linha


e não se conseguir escreveruma palavra na sua totalidade. Deve-se,
então, 'partir' a palavra, ou seja, separar as suas sílabas.

Para isso, deve-se colocar um hífen na linha de cima e escrever o resto


da palavra na linha imediatamente a seguir. Esta separação chama-
se translineação e existem algumas regras que se têm de ter em conta
para efetuar este processo.

Para se fazer corretamente a translineação, é fundamental saber separar


as sílabas, que por sua vez se juntam para formar palavras.
Normalmente, no português, as sílabas são compostas por uma
consoante e uma vogal, mas há exceções. Quanto ao número de sílabas,
as palavras classificam-se em:
Geralmente, as palavras dividem-se sílaba a sílaba:
ex.: ma-tu-tar

Quando a palavra que pretendes dividir tem um hífen, deves repeti-lo em


ambas as linhas:
ex.: lufa-lufa deverá ser dividido como lufa-/-lufa

Nota
Apesar de não ser errado, evita dividir uma vogal sozinha no princípio ou
fim da sílaba.
ex.: apos-tar
Nome

Os nomes são palavras que designam seres, objetos, locais, sentimentos


ou ideias, e constituem o núcleo do grupo nominal.

A classe do nome é uma classe aberta de palavras, por ser constituída


por um número potencialmente ilimitado de palavras, à qual a evolução
da língua acrescenta constantemente novos elementos.

Existem nomes próprios, comuns e comuns coletivos. Os nomes


próprios escrevem-se com letra maiúscula e dizem respeito a uma
entidade individualizada; os nomes comuns designam entidades ou seres
não individualizados e os nomes comuns coletivos referem-se a
conjuntos de seres ou entidades da mesma espécie ou grupo.

Exemplos:
Nomes próprios Nomes comuns Nomes comuns coletivos
Frederico chávena enxame
Coimbra barco vara
Europa lápis turma

Os nomes podem variar em género e grau e flexionar em número.

Quanto ao género, estes podem apresentar-se no género masculino ou


no género feminino, mas também há nomes uniformes, ou seja, que
apenas têm uma forma paradesignar entidades do género feminino e do
masculino. A criança, o cônjuge ou a testemunha são exemplos de
nomes uniformes, bem como jovem ou doente, cujo género se distingue
através do determinante que antecede o nome.
Além disso, há nomes de animais que não variam em género, colocando-
se as palavras “macho” e “fêmea” para distinguir o género. É o caso de
águia-macho e águia-fêmea.

Na formação do feminino há certas regras que se deve ter em conta. Na


maioria dos casos, a formação do feminino faz-se através da substituição
do “o” final por um “a” (padeiro – padeira). Mas há casos, onde o
feminino é formado através da substituição de “ão” por “oa” (leão – leoa),
por “ã” (irmão – irmã) ou por “ona” (brincalhão – brincalhona).

Muitas vezes, o feminino é formado através da terminação “esa”


(princesa), “ina” (heroína), “isa” (poetisa), “essa” (condessa), “eira”
(cantadeira) ou “iz” (atriz).
Em relação à flexão em número, os nomes podem apresentar-se no
singular ou no plural.
Há vários modos deformar o plural dos nomes, como, por exemplo,
acrescentando “s” (urso – ursos) ou “es” (pintor – pintores) ou
substituindo “ão” por “ões” ou “ães” (anão – anões; capitão – capitães).

Quanto à variação em grau, os nomes podem apresentar-se no grau


normal casa), diminutivo (casinha) ou aumentativo (casarão).

Adjetivo

O adjetivo é uma palavra variável que exprime uma qualidade ou


característica do ser ou objeto designado pelo nome a que se refere. Há
adjetivos qualificativos, como “bela”, e adjetivos numerais, como
“primeiro”.

Tal como os nomes, estas palavras também permitem a variação em


género (masculino/feminino) e em grau (normal, comparativo e
superlativo), bem como a flexão em número (singular/plural). No entanto,
há adjetivos que possuem uma só forma para o masculino e para o
feminino, como é o caso de inteligente ou audaz.

Exemplos:
Variação em género e flexão em número

ESTA sopa está deliciosa.⇒ adjetivo qualificativo, género feminino,


número singular
O leite está frio. ⇒ adjetivo qualificativo, género masculino, número
singular
As minhas tias são simpáticas. ⇒ adjetivo qualificativo, género feminino,
número plural
Os meus sapatos estão velhos. ⇒ adjetivo qualificativo, género
masculino, número plural
Variação em grau

Grau normal – exprime a qualidade do nome.


> O cão é esperto.

Grau comparativo – permite a comparação de qualidades ou


propriedades de uma entidade com as de outra.
Grau comparativo de igualdade
> O cão é tão esperto como o gato.

Grau comparativo de superioridade


> O cão é mais esperto do que o gato.

Grau comparativo de inferioridade


> O cão é menos esperto do que o gato.

Grau superlativo – apresenta as propriedades ou qualidades de uma


entidade num dado grau elevado.
Grau superlativo relativo de superioridade
> O cão é o mais esperto.

Grau superlativo relativo de inferioridade


> O cão é o menos esperto.

Grau superlativo absoluto analítico


> O cão é muito esperto.

Grau superlativo absoluto sintético


> O cão é espertíssimo.

Quanto aos adjetivos numerais, estes correspondem a palavras que


indicam a posição que o nome ocupa numa determinada sequência
ordenada.

Exemplos:
Eu tinha dez anos quando fui a um concerto pela primeira vez.
Este é o meu segundo par de óculos.
Fiquei em terceiro lugar no campeonato de xadrez.
Pronome

Os pronomes são palavras que se utilizam para substituir os nomes.


Existem pronomes pessoais, possessivos e demonstrativos.

Pronomes pessoais
Os pronomes pessoais indicam as pessoas que intervêm numa
determinada ação. Variam em número e em pessoa.

Exemplos:
Ela vai para Lisboa amanhã. E tu?
Dei-lhe um bilhete para ir convosco ao circo.
Se quiseres, podes levar o boneco contigo.

Pronomes possessivos
Os pronomes possessivos substituem os nomes, indicando a quem
pertencem os objetos ou seres. Variam em género e em número.

Exemplos:
O que fizeram os cães?
O meu entornou o prato de comida. ⇒ O pronome possessivo “meu”
refere -se ao nome “cão” e refere que este pertence a alguém, neste
caso, “eu”.
Os teus dormiram a tarde toda.⇒ O pronome possessivo “seus” refere-
se ao nome “cães” e refere que estes pertencem a alguém, neste caso,
“tu”.
Pronomes demonstrativos
Os pronomes demonstrativos substituem nomes e informam sobre a
posição que determinado objeto ou ser ocupa em relação ao emissor ou
recetor.

A maior parte dos pronomes demonstrativos variam em género e em


número. No entanto, existem exemplos que são invariáveis. É o caso dos
pronomes “isto”, “isso” e “aquilo”.

Exemplos
Os meus sapatos são aqueles ali. à ⇒O pronome demonstrativo
“aqueles” refere-se ao nome “sapatos”. Mostra que os objetos “sapatos”
estão longe quer do emissor quer do recetor.

Estes que estão debaixo da mesa? ⇒ O pronome demonstrativo “estes”


mostra que os objetos “sapatos” encontram-se próximo do emissor.

Não, são os outros. ⇒ O pronome demonstrativo “os outros” refere que


os objetos “sapatos” apresentam uma posição relativa a objetos
semelhantes que se encontram próximos dos primeiros.
Verbo

O verbo é uma palavra que pertence a uma classe aberta de palavras e


que exprime situações/factos, ações, eventos, processos ou estados.

Os verbos variam em número, pessoa, tempo e modo e constituem o


núcleo do grupo verbal. Há verbos principais, auxiliares e copulativos

Conjugações
Os verbos agrupam-se em três conjugações, de acordo com a vogal
temática que apresentam.

Pessoa e número
Os verbos apresentam variação em número, podendoESTAR no
singular ou no plural e tomam formas diferentes de acordo com a pessoa
que fala, a quem se fala ou de quem se fala: a 1.ª, 2.ª ou 3.ª pessoas (do
plural ou do singular), respetivamente.

Exemplos
Eu toco piano. ⇒ toco – 1.ª pessoa do singular.
O Hugo e o Filipe tocaram guitarra. ⇒ tocaram – 3.ª pessoa do plural.
Tempo e Modo
O modo verbal exprime a atitude (de certeza, de dúvida, de suposição,
de mando…) do locutor em relação ao facto de que fala.

Modo Indicativo
No modo indicativo, a ação corresponde àquilo que se passa na
realidade, num determinado momento, ou seja, apresenta ações/factos
considerados como certos, reais.

Presente – Localiza uma ação que está a decorrer.


Pretérito Imperfeito – Apresenta uma ação prolongada ou repetida no
passado.
Pretérito Perfeito – Indica uma ação terminada, ocorrida no passado.
Futuro –Refere uma ação que ainda não ocorreu.

Exemplos
Eu toco piano. ⇒ Presente
Ele tocava piano, enquanto eu lia um livro. ⇒ Pretérito Imperfeito
Tu tocaste piano na aula de música. ⇒ Pretérito Perfeito
Para o ano eles tocarão no coliseu. ⇒ Futuro

Modo conjuntivo
Exprime ações/factos incertos, duvidosos, possíveis, desejáveis, mas
que ainda não foram realizados.

Exemplos
Não admito que amanhã cheguem atrasados ao recital de piano. ⇒
Presente
A Ana pediu ao irmão que tocasse piano. ⇒ Pretérito Imperfeito
Irei tocar piano quando chegar a casa. ⇒ Futuro

Modo Imperativo
Utilizam-se verbos no modo imperativo para expressar uma ordem, fazer
um pedido,avisar ou aconselhar alguém.

Exemplos
Toca já nessa guitarra!
Tocai, agora, em conjunto.
Modo condicional
O condicional é utilizado para indicar acontecimentos que ocorreriam no
presente ou no futuro, caso as condições necessárias estivessem
reunidas.

Exemplos
Eu tocaria piano se tivesse tempo livre.
Compraríamos uma guitarra, se tivéssemos dinheiro.

Advérbio e quantificador numeral

► Advérbios

Os advérbios são palavras que se utilizam para intensificar o sentido de


outras palavras ou de uma frase.
Estes são palavras invariáveis em género e número, mas alguns
admitem flexão de grau, tal como os adjetivos. Existem advérbios de
vários tipos.

Advérbio Exemplos
Afirmação sim, realmente, certamente
Negação não, nunca, nada, nem
Quantidade e grau muito, pouco, demais, bastante

► Quantificadores numerais

Os quantificadores numerais são palavras que dão informação acerca do


número de elementos numa frase, por exemplo. Existem vários tipos de
quantificadores numerais.

A menina colheu cinco margaridas e quatro girassóis. à As palavras


“cinco” e “quatro” correspondem aquantificadores numerais cardinais,
porque indicam uma quantidade numérica inteira precisa.

Eu tenho o dobro da idade do meu irmão. à A palavra “dobro”


corresponde a um quantificador numeralmultiplicativo, uma vez que
designa um múltiplo de uma dada quantidade.
Aquele rapaz ficou com um terço dos berlindes. à A expressão “um
terço” corresponde a um quantificador numeralfracionário, na medida
em que expressa uma fração precisa de uma quantidade.

Relação entre palavras

Na língua portuguesa, as palavras estabelecem relações entre elas.


Há palavras que estabelecem relações de sinonímia, uma vez que têm o
mesmo significado (sinónimos) e outras que estabelecem relações de
antonímia, porque apresentam significados opostos (antónimos).

Exemplos
saboroso, delicioso ⇒ Palavras sinónimas
salgado, insosso ⇒ Palavras antónimas

Também existem palavras que, tendo significados diferentes,


apresentam semelhanças na forma como se escrevem (grafia) ou ouvem
(fonia).
Palavras homónimas – palavras com a mesma grafia e mesma fonia,
mas significados diferentes;
Palavras homógrafas – palavras com a mesma grafia, mas se
pronunciam de maneira diferente;
Palavras homófonas – palavras que têm a mesma fonia, mas grafia
diferente.

Exemplos
saia (peça de vestuário) saia (verbo sair)
Palavras homónimas casa (habitação) casa (verbo casar)
dado (objeto de jogo) dado (verbo dar)

gelo (água no estado sólido) gelo (verbo gelar)


Palavras homógrafas
corte (do rei) corte (golpe)
segredo (algo secreto) segredo (verbo segredar)

pás (plural de pá) paz (tranquilidade)


Palavras homófonas
cozer (na panela) coser (um tecido)
assento (da bicicleta) acento (das palavras)
Família de palavras

Tal como existem relações familiares entre as pessoas ou animais,


também as palavras constituem famílias.
Uma família de palavras forma-se apartirde palavras que apresentam um
radical comum. Além disso, as palavras da mesma família estão
associadas a um mesmo tema.

Exemplos
sapato velho flor
sapataria velharia floreira
sapateiro velhadas florir
sapateado velhinho florzinha

Formação de palavras

As palavras podem ser simples ou complexas. As palavras simples


contêm um único radical.
As palavras complexas formam-se apartir de outras palavras, juntando
outros elementos ao radical.

Exemplos
água ⇒ Palavra simples
aguarela ⇒ palavra complexa

Palavras derivadas

As palavras complexas podem formar-se juntando afixos ao radical.


Nesta situação, dizemos que se formam palavras derivadas.
Um afixo pode ser um prefixo (elemento que se coloca no inicio da
palavra) ou um sufixo (elemento que se coloca no fim da palavra).

Exemplos

igual ⇒ Palavra simples. Neste caso, a palavra simples corresponde ao


radical.
desigual ⇒ Palavra derivada por prefixação (des + igual)
igualdade ⇒ Palavra derivada por sufixação (igual + dade)
desigualdade ⇒ Palavra derivada por prefixação e sufixação (des + igual
+ dade)

Palavras compostas

Existem palavras que se formam quando juntamos diferentes radicais ou


diferentes palavras. São as palavras compostas que podem ser formadas
por composição morfológica ou por composição morfossintática.
Na composição morfológica, os constituintes da palavra são radicais,
enquanto na composição morfossintática os elementos constitutivos são
palavras.

Exemplos
Luso-brasileiro ⇒ composto morfológico (junção do radical [lus], a vogal
“o”, o radical [brasil] e a terminação “eiro”.
Vaivém ⇒ composto morfossintático (junção das palavras vai e vem).

Tipos de frase

As frases podem ser classificadas em quatro tipos, de acordo com


a intenção comunicativa de quem a usa: declarativa, interrogativa,
exclamativa e imperativa.

A cada um dos tipos de frase está associado um ou mais sinais de


pontuação. Este sinal de pontuação corresponde, na oralidade,
à entoação com que a dizemos.

Exemplos
Hoje está um lindo dia de sol. ⇒ Frase declarativa.
Termina com um ponto final. A frase declara uma ação ou constata um
facto.

Queres vir comigo para o jardim? ⇒ Frase interrogativa.


Termina com um ponto de interrogação. A frase corresponde a uma
pergunta.

Que rica ideia! ⇒ Frase exclamativa.


Termina com um ponto de exclamação. A frase expressa emoções ou
sentimentos.
Põe o chapéu na cabeça e vem comigo! ⇒ Frase imperativa.
Este tipo de frases podem terminar com um ponto de exclamação ou
com um ponto final. Sugerem uma ordem, um pedido ou um conselho.

Discurso direto e indireto

O discurso direto e o discurso indireto são dois modos diferentes de


representar um discurso.

No discurso direto, as falas das personagens são reproduzidas tal


como foram ditas, enquanto no discurso indireto, reproduz-se o que foi
dito sem transcrição exata.

O discurso direto utiliza recursos gráficos como os dois pontos (:), aspas
(' '), travessão (–) ou mudança de linha para assinalar as falas e recorre a
verbos introdutores do discurso direto, tais como,responder, perguntar,
dizer, avisar,afirmar, gritar, propor…
No discurso indireto, o relato das falas também é introduzido por verbos
introdutores de relato de discurso, como dizer, afirmar, perguntar,
responder, etc, os quais podem ser seguidos dos vocábulos “que” ou
“se”.

Exemplo
Discurso direto

– Ontem vi o teu irmão – disse o Pedro. Estava a almoçar. Como estava


sozinho, resolvi sentar-me. Mas nesse momento chegou a namorada
dele e achei melhor deixá-los à vontade.

Discurso indireto
O Pedro disse que vira o seu irmão no dia anterior. Estava a almoçar e
como estava sozinho, resolveu sentar-se. Mas naquele momento
chegara a namorada dele e achou melhor deixá-los à vontade.

Na transformação do discurso direto para o indireto, há algumas


alterações devem ser tidas em conta, como a passagem das formas
verbais no presente, pretérito perfeito e futuro do indicativo para o
pretérito imperfeito, pretérito mais-que-perfeito do indicativo e condicional
respetivamente. As formas verbais no imperativo passam para o pretérito
imperfeito do conjuntivo. A 1.ª e 2.ª pessoas passam para a 3.ª pessoa,
havendo também alterações a nível dos pronomes e determinantes
demonstrativos e dos advérbios.

Exemplos
Discurso direto
– Volta cá na próxima semana – implorou o
João.
– Chegaste ontem, Alice? – Perguntou o tio.
– Eu não gosto deste pão – disse a Sofia.

Discurso indireto
O João implorou que voltasse lá na semana seguinte.
O tio perguntou à Alice se ela tinha chegado no dia anterior.
A Sofia disse que não gostava daquele pão.

Funções sintáticas

As frases são constituídas por grupos de palavras que exercem funções


sintáticas. É o caso do sujeito e dopredicado. O sujeito corresponde a
quem pratica a ação e o predicado corresponde à ação exercida pelo
sujeito. O sujeito pode ser simples ou composto.

Exemplos
Determinante

Os determinantes são palavras que se utilizam paraAPRESENTAR os


nomes. Existem vários tipos de determinantes: artigos (definidos e
indefinidos), possessivos e demonstrativos.

Determinantes artigos
Existem determinantes artigos definidos e indefinidos, que variam em
género e em número.

Determinantes artigos definidos Determinantes artigos indefinidos


o, a, os , as um, uma, uns, umas

Exemplos
A leoa do circo comeu um prato de carne.
a ⇒ determinante artigo definido, género feminino, número singular.
um ⇒ determinante artigo indefinido, género masculino, número singular.

Uns senhores procuravam as chaves do carro.


uns ⇒ determinante artigo indefinido, género masculino, número plural.
as ⇒ determinante artigo definido, género feminino, número plural.

Determinantes possessivos
Os determinantes possessivos antecedem os nomes, indicando a quem
pertencem os objetos ou seres. Variam em género e em número.

Exemplos
O meu pai chegou ontem do Brasil.
meu ⇒ determinante possessivo, género masculino, número singular.

A tua bicicleta é amarela.


tua ⇒ determinante possessivo, género feminino, número singular.

Os seus olhos são cor de avelã.


seus ⇒ determinante possessivo, género masculino, número plural.
Determinantes demonstrativos
Os determinantes demonstrativos antecedem os nomes e informam
sobre a posição que determinado objeto ou ser ocupa, em relação ao
emissor ou recetor. Além disso também podeSUGERIR uma relação
entre o objeto em questão e alguma informação previamente conhecida.
Os determinantes demonstrativos variam em género e em número.

Exemplos
Aquelas meninas são minhas amigas. ⇒ O determinante
demonstrativo aquelas evidencia que as meninas estão longe quer do
emissor como também do recetor.

Estas camisolas estão molhadas. ⇒ O determinante


demonstrativo estas mostra que as camisolas encontram-se próximas do
emissor.

Eu preferia comer a tal sobremesa que me falaste.⇒ O determinante


demonstrativo a tal sugere uma determinada sobremesa, relacionando-a
com algo que já se sabia anteriormente.
Preposição

As preposições e as locuções prepositivas constituem o núcleo dos


grupos preposicionais e também podem introduzir orações.

Exemplos:
Ulisses partiu com os companheiros.
A mãe repreendeu-o por ele ter chegado tarde a casa.

► Há preposições simples e preposições contraídas. Estas últimas são


aquelas que se ligam a um determinante, a um pronome ou a um
advérbio.

Exemplos:
Ele abandonou a sala após o discurso do diretor.
Ela foi caminhando pelo parque.
Exemplos:
Foram às compras àquela loja, porque a Sofia precisava
mesmo daqueles patins.
Seguiam indiferentes, enquanto passavam pelos destroços. Via-se que
tinham a mente noutro lugar.

Locuções prepositivas

Exemplo: Ele encontrou um gatinho perto de casa.

Texto narrativo e descritivo

Quando se escreve um texto deve-se relacionar os assuntos de uma


forma correta e organizada para que o leitor entenda aquilo que está
escrito.
Para isso são utilizados vários tipos de palavras, como nomes, verbos,
adjetivos, pronomes, advérbios, determinantes ou preposições, sendo
que se deve diversificar o vocabulário utilizado.

Algumas destas palavras desempenham o papel de conetores e ajudam


a organizar o texto no tempo. É o caso de palavras ou expressões como
“depois”, “de seguida”, “posteriormente”, “no dia seguinte”. Outras têm
por objetivo relacionar ou juntar ideias, como “porque”, “portanto”, “sendo
assim”, “com efeito”.

Para que o texto seja percetível, deve-se optar por escrever frases
curtas, bem construídas e bem articuladas, tendo o cuidado de fazer
corresponder o sujeito ao predicado quer em género quer em número.

Por vezes, é necessário fazer várias referências ao mesmo conceito ou


ideia ao longo de um texto. Para evitar repetições de palavras, pode-se
recorrer a sinónimos ou a expressões com sentido equivalente ao
utilizado anteriormente.
Ao escrever um texto deve-se seguir os seguintes passos:
►Pensar primeiro no que se vai escrever e fazer um rascunho, antes de
começar o texto propriamente dito;

► apresentar a situação inicial e as personagens;

► introduzir algumas peripécias no desenvolvimento do texto;

► encerrar o texto com uma conclusão.

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