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A
Lê, com atenção, o texto.
5
Mário Laginha
por Paulo Costa Dias
Edição impressa | Mário Laginha cativa imediatamente pelo sorriso e, posteriormente, por
10 muito mais. Tudo nele parece natural, franco e amável. Da relação com o piano e com a
música, à forma como prepara uma refeição, a simplicidade e generosidade dos seus gestos
refletem uma personalidade inspirada que gosta de partilhar, sem medo; que é talentosa, sem
sobranceria; e que é alegre, com responsabilidade.
25 E depois tiveste o grande ato de revolta da tua adolescência, que foi querer tocar
guitarra e deixar o piano. Porquê? Porque era pop?
Não, porque é o instrumento por excelência da adolescência. Havia o fascínio dos grupos
de rock, onde a figura do guitarrista é simbólica, e é o instrumento que se toca à volta da
fogueira – embora eu, aos 11 anos, ainda não pudesse fazê-lo (risos). Não tive professor
30 nenhum, fui um autodidata, ao contrário do que aconteceu no caso do piano.
(...)
Mas cultivaste o rock sinfónico. O que sentes quando ouves essas bandas hoje?
Os heróis da época da minha adolescência eram os Genesis, os Emerson, Lake & Palmer, os
Gentle Giant, os Jethro Tull, os Yes, os Black Sabbath, os Deep Purple. Não os ouço por
35 sistema, mas, quando se proporciona, tenho aquela nostalgia típica, sinto-me transportado
para uma época que é sempre especial na nossa vida: a adolescência. Algumas coisas eram
chatas, mas havia grandes temas, grandes músicos, e acho que foi uma época que teve a sua
importância na história do rock.
(...)
40 Uma referência da época para ti, e não só, foi o Luiz Villas-Boas e o Cascais Jazz. O
que ficou desse tempo?
O Villas-Boas foi das pessoas mais importantes para que existisse jazz numa época em que
havia um enorme obscurantismo cultural. O Villas-Boas transmitiu o seu amor ao jazz a uma
população que não sabia nada de jazz, e fez isso contra tudo e contra todos, nadando contra
45 uma corrente muito forte, de frente, com grande sacrifício, usando o seu dinheiro sem
nenhum proveito próprio, coisa que eu acho sempre muito importante. Ele é o alicerce de
uma casa que agora tem muitos quartos, tem telhado e tudo.
(...)
Esta tua postura, para um músico, envolve riscos. Se passas a vida a correr esses riscos,
50 pergunto-te se o risco é a tua profissão.
(Risos) Por esse lado, sim. Uma das coisas que fui aprendendo com o tempo é que se nos
dedicarmos muito a sério a uma coisa e se essa coisa acabar por ter uma identidade forte – é
uma das coisas em que eu não sou modesto, o que eu tenho feito tem uma cara – há sempre
gente que acha incrível e há sempre gente que não gosta nada. Há de haver alguém que não
55 gosta nada daquilo que eu faço, mas acho isso natural. Se não incomodamos ninguém, então
é porque não fazemos nada que tenha realmente interesse. Ainda agora fiz um projeto com
guitarra portuguesa, entre o jazz e o fado – de que tem pouco, mas que é o que as pessoas
esperam da guitarra portuguesa. Gostei de o fazer, mas não tenho dúvida nenhuma de que
haverá gente que vai achar aquilo meio esquisito. (risos)
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(http://espiraldotempo.com/2015/08/19/mario-laginha-em-entrevista-exclusiva/ - consultado a 07/11/2020
Texto com supressões
65
5
1. Seleciona, de 1.1. a 1.4., a única opção correta de acordo com o sentido do texto.
1.2. A afirmação “O talento não é uma coisa tão rara como as pessoas pensam, mas, juntar o talento
com a vontade de trabalhar esse talento, isso, sim, é uma coisa mais rara.” (ll. 11 e 12) revela que
75 (A) o músico considera que muitas pessoas têm talento, mas não o aproveitam.
(B) o músico se sente superior aos outros, pois conseguiu juntar talento e vontade.
(C) o músico se sente particularmente feliz por ser diferente dos outros.
1.3. O motivo pelo qual o músico declara “fui um autodidata” (l. 22) prende-se com
1.4. Na expressão “Não os ouço por sistema” (ll.26 e 27), o pronome pessoal destacado refere-se
2. Justifica, de forma completa, a opção escolhida na questão 1.1., mencionando a estrutura dessa
tipologia textual.
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3. Apresenta três características que definem Mário Laginha enquanto músico, justificando com
95 expressões textuais.
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100 4. Explica o sentido da frase “Ele é o alicerce de uma casa que agora tem muitos quartos, tem
telhado e tudo.”, (ll. 38 e 39), considerando o contexto em que ocorre.
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Grupo III – Gramática
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1. Este músico é Mário Laginha. A. Complemento direto
2. O músico compôs muitas músicas. B. Complemento indireto
3. O jornalista fez-lhe várias perguntas. C. Sujeito simples
4. Caros leitores, apresento-vos Mário Laginha. D. Sujeito composto
5. Os leitores adoraram ler este texto. E. Vocativo
F. Predicado
2. Reescreve as frases que se seguem, substituindo as expressões sublinhadas por pronomes pessoais.
115 Faz as alterações necessárias.
145
10
4. Preenche a tabela, indicando a classe de palavras a que pertence cada um dos vocábulos
destacados na passagem que se segue:
150 “Uma das coisas que fui aprendendo com o tempo é que se nos dedicarmos muito a sério a uma
coisa e se essa coisa acabar por ter uma identidade forte – é uma das coisas em que eu não sou
modesto, o que eu tenho feito tem uma cara – há sempre gente que acha incrível e há sempre
gente que não gosta nada. Há de haver alguém que não gosta nada daquilo que eu faço, mas acho
isso natural. Se não incomodamos ninguém, então é porque não fazemos nada que tenha realmente
155 interesse. Ainda agora fiz um projeto com guitarra portuguesa, entre o jazz e o fado – de que tem
pouco, mas que é o que as pessoas esperam da guitarra portuguesa. Gostei de o fazer, mas não
tenho dúvida nenhuma de que haverá gente que vai achar aquilo meio esquisito.”
160 Grupo IV
“A música é tão importante na vida humana que existem pessoas que não conseguem viver sem
ela, desde a hora de acordar até à hora de ir dormir. Ao acordar para se sentirem com mais energia e
ao deitar para relaxarem e descansarem. Ou seja, a música torna-se num hábito diário.”
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Tony Aiex
Escreve um texto de opinião onde esclareças e comentes a afirmação anterior, utilizando, pelo
menos, dois argumentos a favor da música.
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190 __________________________________________________________________________________
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200 __________________________________________________________________________________
A
210 1. _____
1.1. (B)
1.2. (A)
1.3. (C)
1.4. (B)
215
2. O texto transcrito é uma entrevista, uma vez que contém uma introdução, onde se apresenta o entrevistado, Mário Laginha. Para além disso, sugere
a elaboração de perguntas e respostas. As primeiras, que se encontram a negrito, são realizadas pelo entrevistador (Paulo Costa Dias) e as segundas
correspondem às respostas dadas pelo entrevistado.
220 3. Enquanto músico, Mário Laginha é talentoso, (“Eu, realmente, tinha muito jeito e gostava muito de tocar piano.”, ll. 9 e 10), empenhado, (“(...) a
minha mãe tinha de me ir tirar do piano para ir jantar.”, ll. 13 e 14) e curioso (“(...)fui um autodidata (...)”, l. 22).
4. De acordo com o músico, Villas-Boas é um exemplo a seguir, visto que foi ele que, através do seu amor pela música jazz, a transmitiu e deu a
conhecer a grande parte da população. Para além disso, percebe-se que este nunca desistiu e enfrentou todos os obstáculos, daí que, hoje, este seja um
225 género musical aplaudido.
B
1. O narrador desta história é não participante, uma vez que não intervém na ação como personagem, narrando na 3.ª pessoa gramatical, tal como se
pode verificar nas seguintes expressões: “Os ratos desde sempre lá tinham estado e sempre lá haviam de estar.” e “Os valentes habitantes de Hamelin,
impacientes, começaram a dizer […]”.
230
2. “Foi o que aconteceu em Hamelin”, (l. 5).
3. O presidente da Câmara era um sujeito pequeno e muito gordo, com olhos grandes “de carneiro mal morto”. Além disso, era preguiçoso e
enganador, visto que não tomava nenhuma atitude que ajudasse a resolver a situação provocada pelos ratos.
235
4. O recurso expressivo presente é a comparação, que enfatiza o efeito provocado pelo olhar do flautista. Ao compará-lo a alfinetes, destaca-se a
forma intensa e profunda com que olhava os outros nos olhos.
Grupo III
1. _____
240
Chave: 1 – C; 2 – A; 3 – B; 4 – E; 5 - F
2. _____
3. _____
250
e) ganhou (ganhar - pretérito perfeito do indicativo)
é (ser- presente do indicativo)
f) tinha reconhecido (reconhecer - pretérito mais-que-perfeito composto do indicativo)
g) viam (ver - pretérito imperfeito do indicativo)
255 h) conseguirás (conseguir - futuro do indicativo)
4. _____
260 Grupo IV
Resposta livre.