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Aula digital – manual Palavras 6 -TESTE DE AVALIAÇÃO | 1.

º PERÍODO – nov 2020

Grupo II – Leitura e Educação literária

A
Lê, com atenção, o texto.
5
Mário Laginha
por Paulo Costa Dias

Edição impressa | Mário Laginha cativa imediatamente pelo sorriso e, posteriormente, por
10 muito mais. Tudo nele parece natural, franco e amável. Da relação com o piano e com a
música, à forma como prepara uma refeição, a simplicidade e generosidade dos seus gestos
refletem uma personalidade inspirada que gosta de partilhar, sem medo; que é talentosa, sem
sobranceria; e que é alegre, com responsabilidade.

15 Foste considerado um menino-prodígio do piano, mas não foste um menino-prodígio à


força pois não?
Não. Bem, não nos costumamos autoclassificar dessa forma. Eu, realmente, tinha muito jeito
e gostava muito de tocar piano. Acho que há mais gente do que nós imaginamos a poder ser
assim considerada. O talento não é uma coisa tão rara como as pessoas pensam, mas, juntar
20 o talento com a vontade de trabalhar esse talento, isso, sim, é uma coisa mais rara. Eu
adorava tocar piano, por isso não ia estudar contrariado – aliás, a minha mãe tinha de me ir
tirar do piano para ir jantar. Aos 10 anos, já tocava muito bem, porque, basicamente, tinha
um prazer enorme em tocar.

25 E depois tiveste o grande ato de revolta da tua adolescência, que foi querer tocar
guitarra e deixar o piano. Porquê? Porque era pop?
Não, porque é o instrumento por excelência da adolescência. Havia o fascínio dos grupos
de rock, onde a figura do guitarrista é simbólica, e é o instrumento que se toca à volta da
fogueira – embora eu, aos 11 anos, ainda não pudesse fazê-lo (risos). Não tive professor
30 nenhum, fui um autodidata, ao contrário do que aconteceu no caso do piano.
(...)
Mas cultivaste o rock sinfónico. O que sentes quando ouves essas bandas hoje?
Os heróis da época da minha adolescência eram os Genesis, os Emerson, Lake & Palmer, os
Gentle Giant, os Jethro Tull, os Yes, os Black Sabbath, os Deep Purple. Não os ouço por
35 sistema, mas, quando se proporciona, tenho aquela nostalgia típica, sinto-me transportado
para uma época que é sempre especial na nossa vida: a adolescência. Algumas coisas eram
chatas, mas havia grandes temas, grandes músicos, e acho que foi uma época que teve a sua
importância na história do rock.
(...)
40 Uma referência da época para ti, e não só, foi o Luiz Villas-Boas e o Cascais Jazz. O
que ficou desse tempo?
O Villas-Boas foi das pessoas mais importantes para que existisse jazz numa época em que
havia um enorme obscurantismo cultural. O Villas-Boas transmitiu o seu amor ao jazz a uma
população que não sabia nada de jazz, e fez isso contra tudo e contra todos, nadando contra
45 uma corrente muito forte, de frente, com grande sacrifício, usando o seu dinheiro sem
nenhum proveito próprio, coisa que eu acho sempre muito importante. Ele é o alicerce de
uma casa que agora tem muitos quartos, tem telhado e tudo.
(...)
Esta tua postura, para um músico, envolve riscos. Se passas a vida a correr esses riscos,
50 pergunto-te se o risco é a tua profissão.
(Risos) Por esse lado, sim. Uma das coisas que fui aprendendo com o tempo é que se nos
dedicarmos muito a sério a uma coisa e se essa coisa acabar por ter uma identidade forte – é
uma das coisas em que eu não sou modesto, o que eu tenho feito tem uma cara – há sempre
gente que acha incrível e há sempre gente que não gosta nada. Há de haver alguém que não
55 gosta nada daquilo que eu faço, mas acho isso natural. Se não incomodamos ninguém, então
é porque não fazemos nada que tenha realmente interesse. Ainda agora fiz um projeto com
guitarra portuguesa, entre o jazz e o fado – de que tem pouco, mas que é o que as pessoas
esperam da guitarra portuguesa. Gostei de o fazer, mas não tenho dúvida nenhuma de que
haverá gente que vai achar aquilo meio esquisito. (risos)
60
(http://espiraldotempo.com/2015/08/19/mario-laginha-em-entrevista-exclusiva/ - consultado a 07/11/2020
Texto com supressões

65
5

Responde, de forma completa, às questões que se seguem:

1. Seleciona, de 1.1. a 1.4., a única opção correta de acordo com o sentido do texto.

1.1. O texto transcrito é

70 (A) uma notícia.


(B) uma entrevista.
(C) um texto de enciclopédia.

1.2. A afirmação “O talento não é uma coisa tão rara como as pessoas pensam, mas, juntar o talento
com a vontade de trabalhar esse talento, isso, sim, é uma coisa mais rara.” (ll. 11 e 12) revela que

75 (A) o músico considera que muitas pessoas têm talento, mas não o aproveitam.
(B) o músico se sente superior aos outros, pois conseguiu juntar talento e vontade.
(C) o músico se sente particularmente feliz por ser diferente dos outros.

1.3. O motivo pelo qual o músico declara “fui um autodidata” (l. 22) prende-se com

(A) o facto de este ser muito teimoso.


80 (B) o facto de este não querer desapontar os seus amigos.
(C) o facto de este ser muito curioso.

1.4. Na expressão “Não os ouço por sistema” (ll.26 e 27), o pronome pessoal destacado refere-se

(A) aos seus amigos.


(B) aos seus músicos preferidos.
85 (C) aos seus parceiros musicais.

2. Justifica, de forma completa, a opção escolhida na questão 1.1., mencionando a estrutura dessa
tipologia textual.

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90 ________________________________________________________________________________
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3. Apresenta três características que definem Mário Laginha enquanto músico, justificando com
95 expressões textuais.
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100 4. Explica o sentido da frase “Ele é o alicerce de uma casa que agora tem muitos quartos, tem
telhado e tudo.”, (ll. 38 e 39), considerando o contexto em que ocorre.
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105
Grupo III – Gramática

1. Identifica a função sintática das expressões sublinhadas, associando-lhe a letra correspondente.

110
1. Este músico é Mário Laginha. A. Complemento direto
2. O músico compôs muitas músicas. B. Complemento indireto
3. O jornalista fez-lhe várias perguntas. C. Sujeito simples
4. Caros leitores, apresento-vos Mário Laginha. D. Sujeito composto
5. Os leitores adoraram ler este texto. E. Vocativo
F. Predicado

Chave: 1________ 2_______ 3_________ 4________ 5_______

2. Reescreve as frases que se seguem, substituindo as expressões sublinhadas por pronomes pessoais.
115 Faz as alterações necessárias.

a) Os leitores desta revista ouvem muitas músicas.


__________________________________________________________________________

120 b) Mário Laginha não faz magia sem trabalho.


__________________________________________________________________________

c) O músico dá vida às músicas.


__________________________________________________________________________
125
3. Preenche os espaços com o tempo e modo verbal indicados entre parênteses.

a) Este músico já ___________________ (ganhar - pretérito perfeito do indicativo) vários


prémios, pois a sua arte _________________________ (ser- presente do indicativo)
130 excelente.

b) O público ________________________________________ (reconhecer - pretérito mais-


que-perfeito composto do indicativo) o mérito do músico há muitos anos.

135 c) Os músicos _____________________________ (ver - pretérito imperfeito do indicativo)


na paisagem uma forma de inspiração.

d) Se ouvires música, __________________________ (conseguir - futuro do indicativo) uma


vida mais feliz e tranquila.
140

145
10
4. Preenche a tabela, indicando a classe de palavras a que pertence cada um dos vocábulos
destacados na passagem que se segue:

150 “Uma das coisas que fui aprendendo com o tempo é que se nos dedicarmos muito a sério a uma
coisa e se essa coisa acabar por ter uma identidade forte – é uma das coisas em que eu não sou
modesto, o que eu tenho feito tem uma cara – há sempre gente que acha incrível e há sempre
gente que não gosta nada. Há de haver alguém que não gosta nada daquilo que eu faço, mas acho
isso natural. Se não incomodamos ninguém, então é porque não fazemos nada que tenha realmente
155 interesse. Ainda agora fiz um projeto com guitarra portuguesa, entre o jazz e o fado – de que tem
pouco, mas que é o que as pessoas esperam da guitarra portuguesa. Gostei de o fazer, mas não
tenho dúvida nenhuma de que haverá gente que vai achar aquilo meio esquisito.”

vocábulo classe vocábulo classe


coisas não
dedicarmos agora
essa com
eu o
modesto esquisito

160 Grupo IV

“A música é tão importante na vida humana que existem pessoas que não conseguem viver sem
ela, desde a hora de acordar até à hora de ir dormir. Ao acordar para se sentirem com mais energia e
ao deitar para relaxarem e descansarem. Ou seja, a música torna-se num hábito diário.”
165
Tony Aiex

Escreve um texto de opinião onde esclareças e comentes a afirmação anterior, utilizando, pelo
menos, dois argumentos a favor da música.
170 ______________________________________________

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

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175 __________________________________________________________________________________
15
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180 __________________________________________________________________________________

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185 __________________________________________________________________________________

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190 __________________________________________________________________________________

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195 __________________________________________________________________________________

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200 __________________________________________________________________________________

Número de palavras: __________


205

Grupo II – Leitura e Educação Literária

A
210 1. _____
1.1. (B)
1.2. (A)
1.3. (C)
1.4. (B)
215
2. O texto transcrito é uma entrevista, uma vez que contém uma introdução, onde se apresenta o entrevistado, Mário Laginha. Para além disso, sugere
a elaboração de perguntas e respostas. As primeiras, que se encontram a negrito, são realizadas pelo entrevistador (Paulo Costa Dias) e as segundas
correspondem às respostas dadas pelo entrevistado.

220 3. Enquanto músico, Mário Laginha é talentoso, (“Eu, realmente, tinha muito jeito e gostava muito de tocar piano.”, ll. 9 e 10), empenhado, (“(...) a
minha mãe tinha de me ir tirar do piano para ir jantar.”, ll. 13 e 14) e curioso (“(...)fui um autodidata (...)”, l. 22).

4. De acordo com o músico, Villas-Boas é um exemplo a seguir, visto que foi ele que, através do seu amor pela música jazz, a transmitiu e deu a
conhecer a grande parte da população. Para além disso, percebe-se que este nunca desistiu e enfrentou todos os obstáculos, daí que, hoje, este seja um
225 género musical aplaudido.
B
1. O narrador desta história é não participante, uma vez que não intervém na ação como personagem, narrando na 3.ª pessoa gramatical, tal como se
pode verificar nas seguintes expressões: “Os ratos desde sempre lá tinham estado e sempre lá haviam de estar.” e “Os valentes habitantes de Hamelin,
impacientes, começaram a dizer […]”.
230
2. “Foi o que aconteceu em Hamelin”, (l. 5).

3. O presidente da Câmara era um sujeito pequeno e muito gordo, com olhos grandes “de carneiro mal morto”. Além disso, era preguiçoso e
enganador, visto que não tomava nenhuma atitude que ajudasse a resolver a situação provocada pelos ratos.
235
4. O recurso expressivo presente é a comparação, que enfatiza o efeito provocado pelo olhar do flautista. Ao compará-lo a alfinetes, destaca-se a
forma intensa e profunda com que olhava os outros nos olhos.
Grupo III
1. _____
240
Chave: 1 – C; 2 – A; 3 – B; 4 – E; 5 - F

2. _____

245 d) Os leitores desta revista ouvem-nas.


e) Mário Laginha não a faz sem trabalho.
f) O músico dá-lhes vida.

3. _____
250
e) ganhou (ganhar - pretérito perfeito do indicativo)
é (ser- presente do indicativo)
f) tinha reconhecido (reconhecer - pretérito mais-que-perfeito composto do indicativo)
g) viam (ver - pretérito imperfeito do indicativo)
255 h) conseguirás (conseguir - futuro do indicativo)

4. _____

vocábulo classe vocábulo classe


20
coisas Nome não Advérbio
dedicarmos Verbo agora Advérbio
essa Determinante com Preposição
eu Pronome o Pronome
modesto Adjetivo esquisito Adjetivo

260 Grupo IV

Resposta livre.

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