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Centro Territorial de Educação Profissional de Vitória da Conquista – CETEP/VC

Curso: ________________________________________________ Disciplina: _____________________________________


Docente: ____________________________________ Série: ____________Turma: _________ Turno:__________________
Discentes: ______________________________________________________________________________________________

Canção do exílio, de Gonçalves Dias:

Minha terra tem palmeiras,


Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas,


Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.

Em cismar, sozinho, à noite,


Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Minha terra tem primores,


Que tais não encontro eu cá;
Em cismar sozinho, à noite,
Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Não permita Deus que eu morra,


Sem que eu volte para lá;
Sem que disfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá. "
Desejo – Casimiro de Abreu

Se eu soubesse que no mundo Se a fronte pura e serena


Existia um coração, Brilhasse d’inspiração,
Que só’ por mim palpitasse Se o tronco fosse flexível
De amor em terna expansão; Como a rama do chorão,
Do peito calara as mágoas, Se tivesse os lábios rubros,
Bem feliz eu era então! Pé pequeno e linda mão;

Se essa mulher fosse linda Se a voz fosse harmoniosa


Como os anjos lindos são, Como d’harpa a vibração,
Se tivesse quinze anos, Suave como a da rola
Se fosse rosa em botão, Que geme na solidão,
Se inda brincasse inocente Apaixonada e sentida
Descuidosa no gazão; Como do bardo a canção;

Se tivesse a tez morena, E se o peito lhe ondulasse


Os olhos com expressão, Em suave ondulação,
Negros, negros, que matassem, Ocultando em brancas vestes
Que morressem de paixão, Na mais branda comoção
Impondo sempre tiranos Tesouros de seios virgens,
Um jugo de sedução; Dois pomos de tentação;

Se as tranças fossem escuras, E se essa mulher formosa


Lá castanhas é que não, Que me aparece em visão,
E que caíssem formosas Possuísse uma alma ardente,
Ao sopro da viração, Fosse de amor um vulcão;
Sobre uns ombros torneados, Por ela tudo daria…
Em amável confusão; — A vida, o céu, a razão!
Castro Alves:

O navio negreiro

V
Senhor Deus dos desgraçados! Combatem na solidão.
Dizei-me vós, Senhor Deus! Ontem simples, fortes, bravos.
Se é loucura... se é verdade Hoje míseros escravos,
Tanto horror perante os céus?! Sem luz, sem ar, sem razão. . .
Ó mar, por que não apagas
Co'a esponja de tuas vagas São mulheres desgraçadas,
De teu manto este borrão?... Como Agar o foi também.
Astros! noites! tempestades! Que sedentas, alquebradas,
Rolai das imensidades! De longe... bem longe vêm...
Varrei os mares, tufão! Trazendo com tíbios passos,
Filhos e algemas nos braços,
Quem são estes desgraçados N'alma — lágrimas e fel...
Que não encontram em vós Como Agar sofrendo tanto,
Mais que o rir calmo da turba Que nem o leite de pranto
Que excita a fúria do algoz? Têm que dar para Ismael.
Quem são? Se a estrela se cala,
Se a vaga à pressa resvala Lá nas areias infindas,
Como um cúmplice fugaz, Das palmeiras no país,
Perante a noite confusa... Nasceram crianças lindas,
Dize-o tu, severa Musa, Viveram moças gentis...
Musa libérrima, audaz!... Passa um dia a caravana,
Quando a virgem na cabana
São os filhos do deserto, Cisma da noite nos véus ...
Onde a terra esposa a luz. ... Adeus, ó choça do monte,
Onde vive em campo aberto ... Adeus, palmeiras da fonte!...
A tribo dos homens nus... ... Adeus, amores... adeus!...
São os guerreiros ousados (…)
Que com os tigres mosqueados
Sentindo a leitura...

01.Que sensações a leitura dos poemas provoca?

02.Qual a temática retratada em cada poema?

03. Como os sentimentos do eu-lírico são revelados em cada poema?

04.Existe algum elemento em comum entre os poemas lidos? Relate.

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