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O Grand Circo

Casa Imperial da Rosa

A lona já está montada, cartazes por toda cidade, números ensaiados, figurinos e
maquiagens prontos, mas as luzes da ribalta estão apagadas, as arquibancadas estão vazias.
O colorido perdeu a cor, o palhaço tirou a maquiagem e se reencontrou com seu criador tão
triste e só...
A tempestade passou e a roseira floriu em verde e rubra emoção.

“Como uma criança que grita e bate palmas / quando o


palhaço faz piruetas e cai, / nós queremos que vocês, / nesse
mundo fantástico, / que abram os olhos / como todas as
crianças do circo, / que acreditem nos pombos / e lenços
vermelhos e azuis / que sairão das cartolas dos mágicos, / e
respirem a felicidade dos circos, / e antes das cortinas se
fecharem, / início da eterna fábula / sempre com final feliz,
/ nós queremos que vocês / por mais uma vez / voltem a ser
cccrrriiiaaannnçççaaasss!!! (Assim, Orlando Orfei, domador
de leões começava o espetáculo de seu circo)

O circo faz parte da história da caminha da humanidade. Das civilizações mais antigas, a
arte circense, divina expressão artística, reduto de alegria, surpresa e de encantamento, carregado de
sonhos em doses de esperança, traz consigo o desejo de superação que emociona, nas inúmeras
possibilidades de linguagens artísticas.

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Famílias de ciganos, saltimbancos, viajavam de cidade em cidade, para apresentar seus
números cômicos, de pirofagia, malabarismo, dança e teatro.
O Palhaço adianta o passo, do compasso da pequena charanga, que repica no dobrado:

“Hoje tem marmelada?


Tem sim senhor!
Hoje tem goiabada?
Tem sim senhor!
E o palhaço o que é?
Ladrão de muié!”

Em Congonhas, que sempre será do Campo, o Imperador desta noite é Momo, que decreta
que a alegria e a felicidade devem reinar.
Senhoras e senhores, orgulhosamente apresentamos o maior show da Terra, que é o desfile
das Escolas de Samba, que traz em cortejo o Grand Circo Casa Imperial da Rosa.
Por um momento, um novo mundo surge com a chegada do Circo. Mãe de todas as artes
que seduz os olhos, do susto a primeira paixão.
Começa o desfile pela cidade. Os cortejos festivos estão presentes em diversas culturas.
Por anos o ser humano nunca deixou de festejar em suas diversas formas de celebração, em ruas e praças
das cidades e vilarejos.
A lona vai se abrindo, brilha sob o chão de estrelas infinitas, as luzes da ribalta.
Respeitável público: abram as cortinas do seu coração que o show vai começar!
A magia da ilusão, leva o Circo, de mãos dadas com a Casa Imperial da Rosa, neste
carnaval, a adentrar aos portões da imaginação, a resgatar no sonho de criança, o brilho no olhar.
Perfume de rosas se espalham neste palco, que hoje é a avenida deste carnaval.
A bailarina Colombina, símbolo da perfeição e da beleza, apaixonada pelo sentimento mais
puro e inocente do Palhaço Pierrot, espera no Carnaval poder encontrar o apaixonado Arlequim.
Surge quente, como se rasgasse a cortina, em meia luz, o trapezista no alto do sétimo céu,
enquanto o equilibrista caminha na corda bamba da vida, sob o calor do fogo dos malabares. Adrenalina à
flor da pele: O Domador estala seu chicote; o atirador lança a faca em direção a sua patner; motociclistas
arriscam a vida no globo da morte; a lágrima do palhaço apaixonado.
A mágica que encanta, esta noite surpreende esta Casa Imperial, retira o Mágico o coelho
da cartola e um turbilhão de Rosas vermelhas;
A plateia vai ao delírio ao som dos calorosos aplausos. O artista humildemente agradece.

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Magia e ternura mergulham no universo do sorriso do palhaço, desenhado rosto triste por
detrás do rosto pintado.
A vida do artista de circo, é uma doce ilusão da dor e da felicidade, onde um não encontra
o outro. Realidade surreal proporcionada pelo Circo nesta noite de Carnaval.
Hoje sou menino Jacubeiro, sou Matriz da história dessa Mocidade Praiana, sou a Rosa
Imperial dessa Casa, uma história de amor e fidelidade.
Vai terminar a brincadeira. É hora de partir, o Circo é coração cigano, nômade, e já prepara
sua partida, em busca de um novo sorriso, de um novo lugar.
O show tem que continuar!!!

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Em cortejo, o Circo se apresenta a toda cidade e surpreende com sua inesperada chegada.

ABERTURA: O QUE VALE O SORRISO DE UMA CRIANÇA, SENÃO A


ESPERANÇA DE UM MUNDO MELHOR? O GRAND CIRCO DA CASA
IMPERIAL DA ROSA

Comissão de Frente: A Caravana Cigana


A Comissão de Frente narra a chegada do Circo Saltimbanco na cidade, depois do
longo período estagnado no nada, sem cor, sem alegria.
Da carroça Cigana, palhaços arlequinais saem em preto e dourado, (triste ausência
de cor, que nos recorda a solidão do isolamento no período pandêmico, da
ausência de amores que se foram, e mais ainda, o período de 28 anos que essa
corte sobreviveu, sem os memoráveis desfiles de escola de samba de nossa
Congonhas).
Com um toque de ilusão, esses Arlequins se transformam na família cigana que
chega, em noite estrelada, no colorido de suas roupas, em dança, cantoria, e cores,
prevendo a chegada da alegria e esperança à cada criança que há dentro de nós.
Elemento Cênico da Comissão de Frente: A Eterna Fábula

1ª ALA: A TEMPESTADE PASSOU E A ROSEIRA FLORIU EM VERDE E


RUBRA EMOÇÃO.
A 1ª Ala traz um tapete de rosas vermelhas. A carta das flores ou do Baralho
Cigano significa uma alegria profunda que vem de nosso interior e
transborda. As flores trazem felicidade, alegria, beleza, fraternidade e união
entre as pessoas. Indica a realização de todos os sonhos. Pode ser
interpretada também como um estado de espírito irradiante.

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O amor vem ao nosso coração e purifica todos os nossos medos, dando-nos
a visão do homem de nossa vida. A Cigana Rosa Vermelha é a figura do
amor, no mundo místico cigano.

2ª ALA: O INÍCIO DA ETERNA FÁBULA: “HOJE TEM MARMELADA?


TEM SIM SENHOR! HOJE TEM GOIABADA? TEM SIM SENHOR!”
A 2ª Ala retrata a chegada do Circo nas pequenas cidades do interior feita
pelos palhaços, na perna de pau, com cartazes do Circo que, acompanhados
por crianças, saem às ruas cantando chulas1, distribuindo ingressos e
convidando toda a cidade para o grande espetáculo.
“Hoje tem marmelada? Tem sim senhor! Hoje tem goiabada? Tem sim senhor! E
o palhaço o que é? Ladrão de muié!”

1º SETOR: O NOVO MUNDO SOB O CÉU DE ESTRELAS

PEDE PASSAGEM: A ETERNA FÁBULA

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Chulas são as músicas de perguntas e respostas cantadas pelos palhaços.

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3ª ALA: DAS BAIANAS: A LONA DO CIRCO
A Ala das Baianas representam a lona do Circo, Mãe de todas as Artes, que seduz
e encanta o olhar. A lona vai se abrindo, em vermelho, verde
As primeiras estruturas de lona como conhecemos hoje, surgiu por volta de 1830,
pela primeira vez, quando o Circo atravessou o Oceano Atlântico a caminho dos
Estados Unidos.
Sua saia é a representação da lona do circo nas cores verde, vermelho e branco,
rodeadas de estrelas que representam as luses da ribalta, o costeiro, é o palhaço, a
alegria e a esperança.

4ª ALA: Palhaço Esperança: Colorindo o Descolorido do Brasil

A 4ª Ala surgem os Palhaços Esperança para colorir o Descolorido Brasil.


A sobrevivência dos Circos dependem de muitas manobras e reinvenções. As
dificuldades econômicas e sociais experimentadas pelas famílias circenses,
agravado pela tragédia da Pandemia, a cada dia tona ainda mais rara a sua prática
cultural.
O Circo hoje no Brasil, é uma arte de resistência.
Uma nova, geração formada em escolas de circo tem lutado para somar forças, ao
lado dos poucos circos familiares que ainda resistem, para manter o circo
brasileiro em atividade.

1º DESTAQUE DE CHÃO: A BAILARINA


Bailarinas de formação clássica vem sambando com sapatilha de ponta.

CARRO: O PICADEIRO DA ILUSÃO

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5ª ALA: OS MALABARES DA VIDA
A 4ª Ala O Malabarista
A arte dos malabares também já era praticada na antiguidade em cerimônias
religiosas. Na China Antiga já se usava pratos girando, equilibrados em
varinhas. Já na Grécia e Egito, a preferência era pelas bolas e mais tarde por
tochas acesas.
A arte dos malabares também já era praticada na antiguidade em cerimônias
religiosas.
Na China Antiga já se usava pratos girando, equilibrados em varinhas. Já na
Grécia e Egito, a preferência era pelas bolas e mais tarde por tochas acesas.
6ª ALA: O BRASIL EQUILIBRISTA
A 4ª Ala do Equilibrista é um artista de circo que faz grandes exibições
demonstrando a destreza que tem e o seu equilíbrio acrobático. Podemos dizer que
ele é, também, um acrobata. Os seus números podem ser feitos em cima de
cordas, arames, bicicletas, animais, entre outros.
Essa arte surgiu na China e data de pelo menos 108 a.C. Durante uma celebração
no palácio do imperador, alguns artistas se apresentaram com números de
acrobacias e corda bamba.

2º Setor: A MAGIA DA ILUSÃO ADENTRAM OS PORTÕES


IMPERIAIS DA IMAGINAÇÃO.
TRIPÉ: E DA CARTOLA A SURPRESA O QUE SERÁ?

7ª ALA das Crianças: A Saída é Tirar o Coelho da Cartola

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A origem do ilusionismo data de 2.000 a.C., relatada em documentos
egípcios.
Também havia ilusionistas durante o período medieval na Europa que foram
apontados como bruxos e bruxas. Apenas mais tarde, no século XIX, que
essa arte foi reconhecida e pôde se desenvolver.

8ª ALA: O Atirador de Facas


A 4ª Ala do Equilibrista é um artista de circo que faz grandes exibições
demonstrando a destreza que tem e o seu equilíbrio acrobático. Podemos
dizer que ele é, também, um acrobata. Os seus números podem ser feitos em
cima de cordas, arames, bicicletas, animais, entre outros.

DESTAQUE: COSPIDOR DE FOGO

CARRO: O Domador de Feras


No Egito Antigo, alguns guerreiros que saíam em busca de novos
territórios, por vezes encontravam animais selvagens e conseguiam
amansá-los. Então, quando voltavam ao seu lugar de origem, levavam
os animais e exibiam para as pessoas.
A palavra "domador" tem origem do latim domare, que significa
“amansar, dominar", essa por sua vez deriva de domus, "casa". Então,
a arte de domar animais sugere que eles ficariam tão mansos que
poderiam conviver nas casas com as pessoas.Hoje em dia, os circos
modernos normalmente não usam mais animais em suas
apresentações, pois havia muitos casos de maus tratos.

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3º SETOR: MOMO, IMPERADOR DA FOLIA, DECRETA NOITE DE
ALEGRIA NA CASA IMPERIAL DA ROSA
Mestre Sala e Porta Bandeira – O Pierrot e a Colombina

A Colombina, símbolo da perfeição e da beleza, apaixonada pelo sentimento


mais puro e inocente do Pierrot.
No final do século XVIII, o circo despontou o interesse de uma gama ampla
de artistas, em praticamente todas as linguagens.
O circo e seu espetáculo, que em seus primórdios estava direcionado ao
público burguês, foi a ferramenta espetacular de tamanha façanha.
Personagens da Comédia Dell’Arte, incorporados ao Circo, influenciando na
sua atitude, imagem, vestimenta, e maquiagem, inspirando os palhaços.
Espetáculos também comportavam seu lado “teatral”, pois esquetes
adaptados dos roteiros da commedia dell’arte e dos teatros das feiras eram
igualmente apresentados, sob a presença imperativa do clown mímico o
circo-teatro, que deve ao palhaço negro, Benjamin de Oliveira, a sua
consolidação no Brasil.

Bateria – A Bandinha do Circo

CARRO: A CORTE MOMESCA SAÚDA O GRAND CIRCO DA CASA


IMPERIAL DA ROSA

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Relembra as Grandes Escolas de Samba de Congonhas

11ª ALA: A Corte Da Matriz


A Escola de Samba Unidos da Matriz, a verde e rosa Congonhense, 1977 à
1994, originou-se do antigo clube Ideal liderado por Lamartine de Freitas,
mais tarde bloco, criado nos anos 30.

12ª ALA: A Corte Da Mocidade

A Escola de Samba Mocidade Independente, a azul e branco, 1980 à 1995,


originou-se do antigo clube Esportivo fundado por João Borges da Costa.

13ª ALA: A Corte Da Jacuba


A Escola de Samba Unidos da Jacuba, a azul e vermelha 1978 à 1995,
originou-se do antigo clube do Cruzeiro fundado por Agostinho Barros e
João Evangelista de Miranda, depois, viraria a Escola de Samba Loucos do
Samba, e em 1978.

14ª ALA: A Corte Do Império Praiano


A Escola de Samba Império Praiano, a azul e rosa 1979 à 1995, venceu
apenas uma vez, quando foi a única a desfilar.

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O Grande Circo Místico é um espetáculo musical brasileiro apresentado em 1983. Criado originalmente para o
Balé Teatro Guaíra, de Curitiba, e Naum Alves de Souza roteirizou o poema homônimo do
parnasianista/modernista Jorge de Lima (da obra A Túnica Inconsútil, 1938) trilha sonora foi musicada pela dupla
Chico Buarque e Edu Lobo e conta a história do grande amor entre um aristocrata e uma acrobata e a saga da
família austríaca proprietária do Grande Circo Knieps, que vagava pelo mundo nas primeiras décadas do século.

https://www.circonteudo.com/colunista/o-rei-momo-mitologia-grega-circo-carnaval-e-cinema-2/
O rei Momo: mitologia grega, circo, carnaval e cinema – Circonteudo

https://g1.globo.com/pe/pernambuco/carnaval/2020/noticia/2020/02/23/com-inspiracao-no-circo-praca-
vira-picadeiro-para-a-alegria-da-garotada-no-carnaval-do-recife.ghtml
Com inspiração no circo, praça vira picadeiro para a alegria da garotada no carnaval do Recife | Carnaval
2020 em Pernambuco | G1

http://www.artistasgauchos.com.br/portal/?cid=182
Hoje tem marmelada? Hoje tem goiabada?!

https://www.funarte.gov.br/wp-content/uploads/2018/12/Circo-teatro-Benjamim-de-Oliveira-e-
Teatralidade.pdf
Circo-teatro-Benjamim-de-Oliveira-e-Teatralidade.pdf

https://www.sampaonline.com.br/embalagemecia/colunas/elmo/coluna2001mar16.htm
Hoje tem marmelada?

https://www.caminhosdorio.net/site/noticias/carnaval/orlando-orfei-o-circo-que-vive-em-mim-e-o-
enredo-do-leao-de-nova-iguacu-para-o-carnaval-2023/
“Orlando Orfei – O circo que vive em mim” é o enredo do Leão de Nova Iguaçu para o Carnaval 2023 |
Caminhos do Rio

https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/tecap/article/viewFile/10261/8047
O CIRCO CHEGOU! MEMÓRIA SOCIAL E CIRCULARIDADE CULTURAL Gilmar Rocha (UFF)

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