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OS SATYROS

Ivam Cabral e Rodolfo García Vásquez


RODOLFO GARCÍA VÁZQUEZ
São Paulo, bairro era Santana, formado basicamente por famílias de imigrantes .
Penitenciária do Carandiru,atiçava a imaginação infantil.
Seu pai era contador e a mãe, dona de casa.
Secos e Molhados, Elis Regina e Bach, os desenhos animados americanos e uma coleção de
clássicos, que incluía Robinson Crusoé, Don Quixote, entre outros.
A família espanhola tinha sempre muitas festas, reuniam os imigrantes, contavam histórias e tinham
sempre a presença dos bailadores e músicos de flamenco. a mãe tocava guitarra espanhola.
Os pais se preocuparam com a dificuldade de relacionamento e o colocaram para fazer judô.
Foi aí que nasceu a paixão por esportes em geral.
Também a partir desse momento, nunca mais apanhou dos meninos da rua.
Nunca mais quiseram brigar com ele também.
• Apesar da timidez, sentia falta do sentido de equipe, de pertencer a uma comunidade.
• Basquete. Jogou por cinco anos e também participava de campeonatos.
• Lições do basquete: a vitória do grupo é o mais importante, perceber na quadra o melhor momento de
cada um, perceber como o adversário se articula, o sentido de união.
• Com 15 anos de idade, a primeira experiência teatral.
• Cultura Inglesa e eles sempre organizavam festivais de teatro, os Drama Competition, entre várias
unidades.
• Foi lá que fez o primeiro vilão.
• Cursou a universidade, nos cursos de Administração (na Fundação Getúlio Vargas) e Sociologia (na
USP) no início da década de 80.
• A administração, por influência paterna. A sociologia, por necessidade pessoal.
• Sociologia (Hobbes, Marx, Adorno e todos os outros pensadores da Escola de Frankfurt, e
Foucault foram fundamentais na formação)..
• Paralelamente um curso profissionalizante de ator no Teatro Escola Macunaíma. Antes do final do
curso eu já havia se decidido: largar administração, para o teatro, mas não tinha condições de ser
ator, tentaria a carreira de diretor.
• Seu trabalho de ator era sofrível como Robespierre em “A morte de Danton”, de Büchner. Mas
fez um cavalo (uma participação de no máximo 3 minutos) em Woyzeck, de Büchner também,
que o salvou. Provavelmente não teria seguido a carreira se tivesse sido reprovado naquela
ocasião.
• No Brasil, viver de teatro? Para me sustentar, começou a dar aulas de línguas: inglês, espanhol,
francês e português para estrangeiros.
• Passou a ganhar um décimo do que ganhava como executivo.
• Como diretor, em 1988, foi com “Y asi se baila el tango”, um delírio de experimentação a partir de
Julio Cortázar, com um grupo de iniciantes, o nome de “Teatro de Ava Gardner”.
• Entre os atores, aquele que hoje é conhecido como a drag queen Nany People.
• O local de apresentação do espetáculo foi o Teatro Bela Vista, um pequeno teatro degradado, que se
situava na Rua Major Diogo.
• Na época, Alberto Guzik escreveu uma crítica nada favorável, mas que apoiava o grupo jovem que
nascia experimentando.
• Também nesse período, pós graduação em Sociologia na USP, com o tema: Teatro Oficina: da ruptura
com o teatro moderno em busca de novas formas. Zé Celso estava ausente da cena teatral e ele
buscava, através das pesquisas, resgatar um dos momentos mais importantes da história do teatro
brasileiro: o Oficina do final da década de 60.
• Chegou a procurar, nessa época, Renato Borghi e Zé Celso para depoimentos para a tese de mestrado.
• Gerald Thomas com sua Trilogia Kafka o influenciou.
• um segundo espetáculo: “Um qorpo santo”, inspirado na vida do dramaturgo
gaúcho que tanto na obra quanto na vida vivia nos limites do razoável e da
loucura.
• O espetáculo era um experimento metateatral a partir dos personagens de suas
peças e dos loucos com os quais Qorpo santo havia convivido no manicômio do
Rio de Janeiro.
• Faltava encontrar o ator protagonista. Fizeram um teste, em fevereiro de 1989.
• Entre os candidatos, um ator recém-formado no Paraná, Ivam Cabral.
IVAM CABRAL
• Pai, José Francisco, era pedreiro e analfabeto.
• A mãe, Eunice, era costureira e frequentou até a quarta série do primário. Eles têm uma
história teatral.
• Nasceu em Ribeirão Claro, interior do Paraná, no dia 25 de junho, dia de São Guilherme.
• De formação católica rigorosa, não se permitiam, naquela época, batismos em bebês que não
tivessem nomes de santos.
• Asssim, o Ivam Cabral do registro civil, virou Ivam Guilherme Cabral no batistério.
• Apesar das dificuldades, o pulso firme da minha mãe, que não tinha estudado, mas que
queria que seus filhos frequentassem a universidade.
• Seu primeiro trabalho foi como engraxate, aos seis anos.
• Seu pai construiu uma caixa branca para ele e outra para o Cláudio, que era um ano e oito meses
mais novo .
• Apesar da pobreza e da falta de recursos, a mãe tinha fixação por livros.
• Era comum, naquela época, nos anos 1970, a visita de vendedores de enciclopédia na porta.
• Sua mãe era sempre uma cliente especial.
• Um destes romances, e o primeiro que leu, foi “O feijão e o sonho”, do Orígenes Lessa.
• Devoreu também vários livros de contos do Machado de Assis e do José de Alencar, as Poesias
completas, de Cecília Meireles.
• O rádio teve uma grande .
• Passava sempre muitas horas ouvindo rádio. E os discos do pai, que eram sempre muitos.
• Seus ídolos na época: Cascatinha e Inhana, Ângela Maria e Vicente Celestino.
• Com uns doze ou treze anos quando aconteceu a sua estréia no teatro, com a peça “A fada dos
moranguinhos”, com texto e direção de uma de uma professora, a dona Maria Luíza Perdão,
apresentada na sede Mariana.
• Na peça, fazia parte do coro e interpretava um morango.
• Na Cruzada Eucarística, sempre na sede Mariana, atuou em “Dan, a pequena mártir de Cristo”,
ainda com direção da professora Maria Luíza.
• Depois dirigiu “Joãozinho e Maria”, com o irmão Cláudio como protagonista.
• Talentoso e expressivo, o irmão encerrou sua carreira nesta sua primeira experiência teatral.
Poderia ter se tornado um ator interessante.
• Trabalhou de sonoplasta na igreja matriz.
• Aos 15 anos era famoso na cidade.
• Organizou, no hoje extinto Cine Brasil, um espetáculo musical que chamou “Por trás das
cortinas”, criava pequenos quadros musicais e cômicos que eram apresentados em sequências.
• No Lions Clube e que animavam as noites artísticas do Clube Atlético Ribeirão clarense,
frequentado apenas pela elite da cidade, o chamaram para atuar em um espetáculo que elas faziam
anualmente, o “Quem é quem”.
• Exército, onde chegou a ser cabo.
• Cursou Administração de Empresas, numa cidade a 40 quilômetros de Ribeirão
Claro. Trabalhava num escritório de contabilidade e o salário custeava a
faculdade.
• Aos 18 anos estava vivendo em Curitiba, com o irmão Dimi numa república com
mais cinco conterrâneos.
• Havia transferido a faculdade para lá e nessa época a vida se resumia ao curso de
Administração de Empresas e ao trabalho burocrático numa grande empresa.
• Aos 20 anos foi morar sozinho, num apartamento muito próximo ao Teatro
Guaíra.
• Nesta mesma época começa a trabalhar na Corretora de Valores do Banco do
Estado do Paraná, onde atuava no mercado financeiro.
• O primeiro grande espetáculo que viu foi “À Moda da Casa”, de Flávio Márcio, com a Yara
Amaral (que também assinava a direção) e Henriqueta Brieba no elenco.
• Em frente ao Teatro Guaíra. “O que vale é o talento”. Havia as máscaras da tragédia e da comédia e
mais embaixo lia-se: “Abertas as inscrições para a primeira turma do Curso Superior de Artes
Cênicas”.
• Parte do sonho realizaria no ano seguinte, quando, depois de ter passado no vestibular, matriculou se
no curso de Artes Cênicas, num convênio entre o Teatro Guaíra e a PUC/PR.
• “O despertar da primavera”, com o Boi Voador.
• O grupo chegou em Curitiba eles, do curso de teatro, hospedaram os atores em suas casas. E tiveram
o privilégio de acompanhar os ensaios que o elenco fazia no palco do Guairinha.
• O Ulysses Cruz, que dirigia aquele trabalho, foi o espelho fundamental para que ele quisesse
empreender o caminho que acabei seguindo: o do teatro de grupo.
• Seu primeiro texto, “Qualquer semelhança é mera coincidência”, escrito em 1985, estreou no
ano seguint e, no Teatro Guaíra, com direção de Izabella Zanchi, e com um elenco formado por
colegas da faculdade.
• Grandes papéis em peças na faculdade. Foi o Teteriev, em Os pequenos burgueses, de Máximo
Gorki; o Noivo, em Senhora dos afogados, de Nelson Rodrigues; o dom Perlimplim em O amor
de Dom Perlimplim com Belisa em seu jardim, de García Lorca; o Viloro, em A bicicleta do
condenado, de Fer nando Arrabal.
• No dia 13 de fevereiro de 1989, uma segunda feira, num ônibus da Viação Garcia, que saiu de
Curitiba às 13h00.
• Era a terceira ou quarta vez que vinha para São Paulo, e o único contato real que tinha na cidade
era com o Márcio Ribeiro, o Marcinho, um amigo querido que tinha conhecido em Curitiba e
que vivia na Vila Nova Cachoeirinha, na zona norte.
ATOR

• Aventuras de Arlequim (1989)


• Um Qorpo Santo Dois – Revisitando (1989)
• Sades ou Noites com os Professores Imorais (1990)
• Saló, Salomé (1991)
• A Filosofia na Alcova (1993)
• Rusty Brown em Lisboa (1993)
• De Profundis (1993)
• Quando Você Disse que me Amava (1995)
• Killer Disney (1997)
• Urfaust (1998)
• Os Cantos de Maldoror (1998)
• Pacto de Sangue (2000)
• Retábulo da Avareza, Luxúria e Morte (2000)
• De Profundis (2002)
• A Filosofia na Alcova (2003)
• Kaspar ou a Triste História do Pequeno Rei do Infinito Arrancado de sua Casca de Noz (2004)
• Transex (2004)
• Cosmogonia – Experimento nº 1 (2005)
• A Vida na Praça Roosevelt (2005)
• O que Restou do Sagrado (2005)
• O Anjo do Pavilhão 5 (2006)
• Inocência (2006)
• Divinas Palavras (2007)
• Vestido de Noiva (2008)
• Liz (2009)
• O Último Stand Up (2011)
• Cabaret Stravaganza (2011)
• Inferno na Paisagem Belga (2012)
• Não Amarás (2014)
• Não Fornicarás (2014)
• Pessoas Perfeitas (2014)
DRAMATURGO

• Qualquer Semelhança é Mera Coincidência – teatro (1986)


• Aventuras de Arlequim – teatro, coautoria com Rodolfo García Vázquez (1989)
• Chove Muito Lá For a – teatro (1990)
• Uma Arquitetura para a Morte – teatro (1991)
• Saló, Salomé – teatro, coautoria com Rodolfo García Vázquez (1991)
• A Proposta – teatro, coautoria com Rodolfo García Vázquez (1991)
• Rusty Brown em Lisboa – teatro, coautoria com Rodolfo García Vázquez (1993)
• De Profundis – teatro (1993)
• Sappho de Lesbos – teatro, coautoria com Patrícia Aguille (1994)
• Gerard, a Tragédia – teatro (1994)
• Electra – teatro (1997)
• Os Cantos de Maldoror – teatro (1997)
• Faz de conta que Tem Sol lá Fora – teatro (2002)
• A Herança do Teatro – teatro (2003)
• De Quem Sois? – teatro (2007)
• A Noiva – telefilme (2007)
• Além do Horizonte – minissérie para TV em 4 episódios (2008)
• Safo – teatro (2009)
• Sobre Todos Nós – série para TV em 13 episódios (2010)
• Hipóteses para o Amor e a Verdade – teatro (2010)
• Pessoas Perfeitas – cinema (2011)
• O Último Stand-Up – teatro (2011)
• Amores Vãos – teatro (2011)
• Pessoas Perfeitas – teatro, co-autoria com Rodolfo García Vázquez (2014)
OBRAS TRADUZIDAS PARA OUTROS IDIOMAS

• Wer seid ihr? – tradução para o alemão do texto De Quem Sois?, por Kathleen Kunath (2008)
• Hazte Idea de que Hay Sol allá Afuera – tradução para o espanhol do texto Faz de Conta que Tem Sol lá Fora, por
Olga Sánchez Guevara, Cuba (2012)

• LIVROS – PUBLICAÇÕES
• Cartazes do Teatro Paranaense (Fundação Cultural de Curitiba) (1999)
• Cia. de teatro Os Satyros – Um Palco Visceral, de Alberto Guzik (Coleção Aplauso) (2006) Download:
http://aplauso.imprensaoficial.com.br/livro-interna.php?iEdicaoID=210
• O Teatro de Ivam Cabral – Quatro Textos para um Teatro Veloz (Coleção Aplauso) (2006) Download:
http://aplauso.imprensaoficial.com.br/livro-interna.php?iEdicaoID=212
• Cinco Biografias do Teatro Paranaense (Fundação Cultural de Curitiba) (2008)
• Coleção Primeiras Obras, Imprensa Oficial do Estado de S. Paulo (10 volumes, Org.) (2009)
• Ivam Cabral – Coleção Primeiras Obras, Imprensa Oficial do Estado de S. Paulo (2009)

• Os Satyros, Imprensa Oficial do Estado de S. Paulo (2010)


• Terras de Cabral – Crônicas de lá e cá, Giostri (2013)
DIRETOR

• Uma Arquitetura para a Morte (1991)


• Medea – diretor de movimento de Rodolfo García Vázquez (1998)
• Os 120 Dias de Sodoma – diretor de movimento de Rodolfo García Vázquez (2006)
• O Dia das Crianças (2007)
• Cidadão de Papel (2007)
• O Santo Parto – assistente de direção de Bárbara Bruno (2007)
• Esse Rio é Minha Rua (2008)
• Azul Doce Azul (2011)
PRODUTOR

• Aventuras de Arlequim (1989)


• Um Qorpo Santo Dois – Revisitando (1989)
• Sades ou Noites com os Professores Imorais (1990)
• A Proposta (1991)
• Saló, Salomé (1991)
• Uma Arquitetura para a Morte (1991)
• Munacuyay (1992)
• Viva a Palhoça (1992)
• A Filosofia na Alcova (1993)
• Rusty Brown em Lisboa (1993)
• De Profundis (1993)
• Sappho de Lesbos (1995)
• Valsa nº 6 (1995)
• Quando Você Disse que me Amava (1995)
• Woyzeck (1996)
• Hamlet-Machine (1996)
• Prometeu Agrilhoado (1996)
• Electra (1997)
• Divinas Palavras (1997)
• Killer Disney (1997)
• Urfaust (1998)
• Os Cantos de Maldoror (1998)
• Medea (1998)
• A Farsa de Inês Pereira (1999)
• Coriolano (1999)
• A Mais Forte (1999)
• A Dança da Morte (2000)
• Pacto de Sangue (2000)
• Retábulo da Avareza, Luxúria e Morte (2000)
• Quinhentas Vozes (2001)
• Sappho de Lesbos (2001)
• Romeu e Julieta (2001)
• De Profundis (2002)
• Kaspar (2002)
• O Terrível Capitão do Mato (2002)
• Pranto de Maria Parda (2002)
• A Filosofia na Alcova (2003)
• Antígona (2003)
• Faz de Conta que Tem Sol lá Fora (2003)
• Kaspar ou a Triste História do Pequeno Rei do Infinito Arrancado de sua Casca de Noz (2004)
• Transex (2004)
• Sobre Ventos na Fronteira (2004)
• Cosmogonia – Experimento nº 1 (2005)
• O Céu É Cheio de Uivos, Latidos e Fúria dos Cães da Praça Roosevelt (2005)
• A Vida na Praça Roosevelt (2005)
• O Anjo do Pavilhão 5 (2006)
• Joana Evangelista (2006)
• Os 120 Dias de Sodoma (2006)
• Inocência (2006)
• Hamlet Gashô (2007)
• E Se Fez a Praça Roosevelt em Sete Dias (2007) Segunda-Feira: O Amor do Sim
• Terça-Feira: Na Noite da Praça
• Quarta-Feira: Impostura
• Quinta-Feira: Hoje é Dia do Amor
• Sexta-Feira: A Noite do Aquário
• Sábado: Assassinos, Suínos e Outras Histórias na Praça Roosevelt
• Domingo: Uma Pilha de Pratos na Cozinha
• Divinas Palavras (2007)
• O Burguês Fidalgo (2007)
• Cidadão de Papel (2007)

• O Dia das Crianças (2007)

• Vestido de Noiva (2008)


• O Amante de Lady Chatterley (2008)
• Esse Rio é Minha Rua (2008)

• Liz (2009)
• Monólogo da Velha Apresentadora (2009)
• Cansei de Tomar Fanta (2009)
• Justine (2009)
• Hipóteses para o amor e a verdade (2010)
• Roberto Zucco (2010)
• Na Real (2010)
• Azul Doce Azul (2011)
• O Último Stand Up (2011)
• Cabaret Stravaganza (2011)
• Satyros Satyricon (2012)
• Trincha
• Satyricon
• Suburra
• Inferno na Paisagem Belga (2012)
• Philosophy in the Boudoir (2013)

• Adormecidos (2013)
• E Se Fez a Humanidade Ciborgue em 7 Dias (2014)
• Não Amarás
• Não Fornicarás
• Não Morrerás
• Não Permanecerás
• Não Saberás
• Não Salvarás
• Não Vencerás
• Pessoas Perfeitas (2014)
MÚSICA

• Compôs a trilha do teleteatro “O Vento nas Janelas”, para a TV Cultura (2007)


• Ao lado do Maestro Marcelo Amalfi, concebeu a trilha do telefilme “A Noiva”, TV Cultura,
com canções gravadas por Zeca Baleiro, Alaíde Costa, Gero Camilo e Vanessa
Bumagny (2008)
• Ao lado do Maestro Marcelo Amalfi, criou o tema do filme “Hipóteses para o Amor e a
Verdade” (2014)
CINEMA

• Teatro em Movimento, direção de Rodolfo García Vázquez – ator e produtor (2002)


• Terceiro Sinal, direção de Rodolfo García Vázquez – ator e produtor (2002)
• Patrimônio Cultural de Curitiba, direção de Rodolfo García Vázquez – produtor (2002)
• Memória Videográfica dos Atores Paranaenses, direção de Rodolfo García Vázquez – produtor (2002)
• Um Espelho Russo, direção de Péricles Cavalcanti – produtor associado de Péricles Cavalcanti (2003)
• Projeto Encontros: Memória da Literatura Paranaense, direção de Rodolfo García Vázquez –
produtor (2004)
• Desde o Fim Até o Começo, direção de Jarbas Capusso Filho – ator (2006)
• Na Praça Roosevelt, direção de Carlos Ebert e Rodolfo Gacía Vázquez – produtor associado de Carlos
Ebert (2006)
• Cuba Libre, direção de Evaldo Mocarzel – produtor associado de Evaldo Mocarzel (2011)
• Vila Verde, direção de Evaldo Mocarzel – produtor associado de Evaldo Mocarzel (2011)
• Luz nas Trevas, direção de Helena Ignez – ator (2011)
• Satyros, direção de Evaldo Mocarzel – produtor associado de Evaldo Mocarzel (em fase de
montagem)
• Satyrianas, 78 Horas em 78 Mnutos, de Daniel Gaggini, Fausto Noro e Otávio acheco
– ator (2012)
• Hipóteses para o Amor e a Verdade – roteirista e ator (2014)
• Pessoas Perfeitas – roteirista e produtor (em fase de produção)
• TELEVISÃO
• Vento nas Janelas – ator (2007)
• A Noiva – autor e ator (2008)
• Além do Horizonte – autor (2009)
• RÁDIO
• Os Cantos de Portugal – roteirista, apresentador e produtor (de 1997 a 2011)
• Rádio Livre Satyros – FM 88,7MHz – idealizador (2002, 2003, 2004 e 2005)
• PROJETOS
• Folias Teatrais – Uma Saudação à Primavera – idealizador e produtor (1991)
• I Mostra de Arte Paranaense em São Paulo – idealizador e produtor (1992)
• Segunda na Caixa – idealizador e produtor (1995 e 1996)
• Tertúlias – Falando de Teatro – idealizador e produtor (1997)
• Instant Acts Against Racism and Violence Performances – produtor (1997 à 2004)
• Fifty Years Difference – produtor (2000)
• Beschädigte Seelen – produtor (2001)
• Stay or Get Away – produtor (2002)
• Satyrianas – Uma Saudação à Primavera – idealizador e produtor (2002-2014)
• Ciclo de Leituras Dramáticas – idealizador e produtor (2003)
• Flap – co-idealizador e co-produtor
• Flap 2005
• Flap 2006
• Flap 2007
• Flap 2008
• Teatro de Livro (2005)
• A Fauna (2008)
• Desfile da Daspu (2008)
FESTIVAIS

• Mostra de Teatro, Sertãozinho (1992)


• I Encontro Nacional de Teatro de Rua, Campinas (1992)
• FITEI – Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica, Porto, Portugal (1992)
• Festival Interceltico do Morrazo, Pontevedra, Galícia, Espanha (1992)
• Festival Castillo de Niebla, Huelva, Andaluzia, Espanha (1992)
• VII Mostra de Teatro de Sertãozinho (1993)
• Festival Avignon Public Off, França (1993)
• The Kirin International Arts Festival, Cambridge, Inglaterra (1993)
• Eddimburgh Fringe Festival, Edimburgo, Escócia (1993)
• British Festival of Visual Theatre, Londres, Inglaterra (1993)
• Festival de Curitiba – Fringe (1997)
• Festival de Curitiba – Mostra Oficial (1998)
• Festival de Curitiba – Fringe (1998)
• Festival de Curitiba – Fringe (2000)
• Festival de Curitiba – Mostra Oficial (2004)
• Festival Internacional de Rio Preto (2004)
• Mostra de Teatro, Sertãozinho (2004)
• Festival de Curitiba – Mostra Paralela (2005)
• Festival de Teatro do Recife (2005)
• Mülheimer Theaater Tage, Mülheim, Alemanha (2006)
• Bunny Hill, Munique, Alemanha (2006)
• Autoren Tage, Hamburgo, Alemanha (2006)
• Play Off, Gelsenkirchen e Dortmund, Alemanha (2006)
• Mostra de Referências Teatrais, Suzano (2006)
• Mostra de Teatro, Sertãozinho (2007)
• Festival de Curitiba – Mostra Oficial (2008)
• Festival de Havana, Cuba (2008)

• Festival de Curitiba – Residência das Artes (2008)


• Bienal de Veneza (2008)
• Festival de Curitiba – Mostra Oficial (2011)
• Festival de Havana, Cuba (2011)
• Semana Nacional da Tolerância, Paris, França (2011)

• Quadrienal de Praga, República Tcheca (2011)


• Festival de Curitiba (2012)
• Semana de Lecturas Dramatizadas de Teatro Brasileño Actual, Havana, Cuba (2012)
• Hollywood Fringe Festival (2013)
• Festival Internacional de Teatro de Belo Horizonte (2014)
• Festlip (2014)
TURNÊS

• Alemanha Áustria Bolívia Cuba


• Dinamarca Escócia Espanha Estados Unidos
• França Holanda
• Inglaterra Itália
• Polônia Portugal
• Suécia
• Suiça
• Ucrânia
• e em várias cidades brasileiras.
PREMIAÇÃO

• Troféu APCA (1989)


• Troféu Mambembe (1989)
• Prêmio APETESP de Teatro (1990)
• Prêmio APETESP de Teatro (1991)
• Troféu APCA (1991)
• Troféu Gralha Azul (1995)
• Troféu Gralha Azul (1996)
• Troféu Gralha Azul (1997)
• Prêmio Café do Teatro – Troféu Poty Lazarotto (1997)
• Troféu Gralha Azul (1998)
• Troféu Gralha Azul (1999)
• Os Melhores do Ano 2000 no Paraná (2000)
• Troféu Gralha Azul (2000)
• Troféu Gralha Azul (2001)
• Prêmio Shell (2001)
• Prêmio Shell (2002)
• Prêmio Ocupação do Novo Rebouças (2002)
• Prêmio Shell (2003)
• Prêmio “Cidadania em Respeito à Diversidade” (2003)
• Troféu Gralha Azul (2004)
• Prêmio Shell (2004)

• Troféu Gralha Azul (2005)


• Prêmio Tempo Ventoforte (2005)
• Prêmio Shell (2005)
• Prêmio Qualidade Brasil (2005)
• Troféu APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) (2006)
• Prêmio Shell (2006)
• Prêmio Bravo! Prime de Cultura (2006-07)
• Prêmio Shell (2007)
• Troféu Gralha Azul (2007)
• Prêmio APCA (2007)
• Prêmio Femsa de Teatro Infantil e Jovem (2007)
• Prêmio Villanueva – UNEAC – Cuba (2008)
• Prêmio Shell (2011)
• Prêmio Cooperativa Paulista de Teatro (2011)
• Troféu APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) (2011)

• Prêmio Jabuti – Melhor Livro de Arte, “Os Satyros” (2011)

• Prêmio “Honrar Honra – Jose Marti”, do Circulo de Amigos del Gran Teatro de La Havana (2011)
• Prêmio Júri Popular – Melhor Documentário: “Cuba Libre”, Festival Mix Brasil, Rio de Janeiro (2011)
• Prêmio Shell (2012)
• Prêmio Funarte Nelson Brasil Rodrigues: Cem anos do Anjo Pornográfico (2012)

• Prêmio Cidadão Sustentável, indicação na categoria Cultura – Catraca Livre/Gilberto Dimenstein (2012)

• Prêmio “Cidadania em Respeito à Diversidade” (2013)


HOMENAGEM

• Ivam Cabral é homenageado pelo deputado Carlos Gianazzi na Assembléia Legislativa


(2008)
• O evento Satyrianas – Uma Saudação à Primavera é incluído no Calendário Oficial do
Estado de São Paulo, através da Lei No. 13.750, de 14 de outubo de 2009(Projeto de Lei N o.
741, de 2008,do Deputado Carlos Giannazi – PSOL) (2009)
• Ivam Cabral é homenageado pela Câmara Municipal de S. Paulo “pelos relevantes serviços
prestados à comunidade” (2011)
MENÇÕES

• “A Filosofia na Alcova” é recomendado pelo jornal O Estado de S.Paulo como um dos melhores
espetáculos em cartaz na cidade. (2003)
• Ao fazer um balanço sobre a 14a. edição do Festival de Teatro de Curitiba, o jornal Folha de
S.Paulo classifica “Cosmogonia – Experimento no. 1” um dos 3 melhores espetáculos da mostra.
(2005)
• “Cosmogonia – Experimento no. 1” é recomendado pelo jornal O Estado de S.Paulo como um
dos melhores espetáculos em cartaz na cidade. (2005)
• “Cosmogonia – Experimento no. 1 é eleito um dos 10 melhores espetáculos em cartaz na cidade,
segundo a revista Veja São Paulo. (2005)
• “A Vida na Praça Roosevelt” é eleito um dos 10 melhores espetáculos em cartaz na cidade,
segundo a revista Veja São Paulo. (2005)
• Na edição de no. 100 da revista BRAVO!, que fez um ranking do melhor da cultura em oito anos
(1997-2005), a “A Vida na Praça Roosevelt” aparece em 11 o. lugar. (2005)
• “Os 120 Dias de Sodoma” é eleito um dos 10 melhores espetáculos em cartaz na cidade, segundo a
revista Veja São Paulo. (2006)
• Paulo Autran afirma: “Vocês aqui no Satyros estão criando um belo movimento e eu não quero ficar
de fora.” (2007)
• A coluna Em Cena, de O Estado de S. Paulo elenca o backstage da cultura em São Paulo e coloca Os
Satyros como destaque na categoria Teatro. (2007)
• “Cidadão de Papel” é recomendado pelo jornal O Estado de S.Paulo como um dos melhores
espetáculos em cartaz na cidade. (2007)
• A Folha de S.Paulo publica os 60 ícones de civilidade em São Paulo. Dois deles são dos
Satyros: responsáveis pela revitalização da Praça Roosevelt e pela criação do Teatro da Vila. (2007)
• O jornalista Ricardo Galhardo, de O Globo, faz um paralelo entre Os Satyros e o movimento teatral
dos anos 60, com o título “Praça Roosevelt com cara de Arena.” (2007)
• Em uma de suas últimas entrevistas, Paulo Autran declara para a Folha Online: “Ivam Cabral é um gênio.”
(2007)
• “Forma Breve – Teatro Mínimo” é publicado pela Universidade do Aveiro, em Portugal. O livro traz o artigo
“De Profundis, de Ivam Cabral: teatro veloz com Oscar Wilde”, assinado por António Manuel Ferreira, que
faz uma profunda análise sobre dois dos quatro textos publicados no livro “O Teatro de Ivam Cabral”
(Imprensa Oficial). Ferreira, o autor do artigo, finaliza seu trabalho com a seguinte frase: “O teatro veloz de
Ivam Cabral e toda a atividade artística e cívica dos Satyros muito têm contribuído para dar dignidade
visível a esse mundo particular que nos serve, ao longo da vida, de única morada verdadeira.” (2007)
• A pesquisadora Ana de Oliveira destaca, na Revista da Folha, do jornal Folha de S.Paulo, o trabalho dos
Satyros na Praça Roosevelt, através de uma reflexão que aproxima a ação do grupo ao movimento cultural
dos anos 60. Escreve: “Essa convergência plural em um espaço público metropolitano remete à atmosfera
contracultural dos anos 60, cujos lemas eram o pacifismo e a diversidade. E o cenário multicultural,
multirracial e multiexpressivo na linha “eu digo não ao não” o reveste do aspecto libertário contido na
ideia de tropicália.” (2007)
• O portal UOL elege as Satyrianas um dos melhores eventos teatrais da cidade, ao lado do Thèâtre
du Soleil, da “Rainha Mentira”, de Gerald Thomas e de “O Avarento”, de Paulo Autran. (2007)
• “Divinas Palavras” é eleito um dos melhores espetáculos de 2007, segundo o Guia da Folha, da
Folha de S.Paulo. (2007)
• Segundo Dib Carmeiro Neto, do jornal O Estado de S.Paulo, a peça “Cidadão de Papel” é eleita,
entre 10, o 2o. melhor espetáculo infanto-juvenil de 2007. (2008)
• A revista Época São Paulo elenca Os Satyros, na 47 a. posição, como uma das 50 razões para amar
São Paulo. (2008)
• Marcelino Freire declara ao Jornal do Commercio de Pernambuco: “Ivam Cabral é um dos
atores mais brilhantes que já vi. Grande, grande! Quando eu for ator, numa outra encarnação,
quero ser o Ivam Cabral.” (2008)
• Ivam Cabral é eleito o Melhor Agitador Cultural da cidade pela coluna Em Cena, do jornal O
Estado de S. Paulo. (2008)
• A revista Época elenca 45 paulistanos que têm a cara de São Paulo, Rodolfo García Vázquez e
Ivam Cabral estão entre eles. (2009)
• Ivam Cabral é uma das 20 personalidades a participar do projeto “Histórias que mudam o
mundo”, do Museu da Pessoa. (2009)
• A revista BRAVO! elenca os melhores espetáculos da primeira década do século e “A Vida
na Praça Roosevelt” aparece na 10a. posição. (2011)
HISTÓRICO

O grupo é fundado em 1989 em São Paulo por Ivam Cabral e Rodolfo García Vázquez, a partir da
montagem Sades ou Noites com os Professores Imorais, adaptação de textos do Marquês de Sade,
que estréia em Curitiba, provocando polêmica e dividindo a crítica. A companhia assume a direção
do Teatro Bela Vista, abandonado no bairro paulistano de mesmo nome.
• À frente do Teatro Bela Vista, Os Satyros realizam diversas iniciativas culturais.
• Em maio de 1991, estreia A Proposta, inspirada em obra de Anton Tchekhov, fazendo uma
crítica bem-humorada das tendências do teatro brasileiro do momento.
• Organiza o evento Folias Teatrais, em que o teatro fica aberto ininterruptamente durante 4 dias e 4
noites, recebendo artistas de várias partes do país.

• Por ter integrantes do Paraná, a companhia, ainda que instalada em São Paulo, mantém contato
estreito com a produção cultural paranaense, o que culmina na 1ª Mostra de Arte Paranaense em
São Paulo, com o apoio do Teatro Guaíra, tendo mais de 50 artistas se apresentando durante 15 dias
de atividade.
• Os Satyros, desde o começo, perseguiram outra ideia, a de um teatro dionísico, a exemplo
de José Celso Martinez Corrêa, que então lutava por reerguer seu Teatro Oficina.
• “Os Satyros surgem buscando essa visceralidade, a embriaguez, o sexo e a perturbação que
o teatro tem de ter”, diz Ivam. Mas há uma diferença básica, segundo o ator: “O dionísico
do Oficina é carnavalesco e alegre, o dos Satyros, triste e sem perspectiva.”
• A primeira sede dos Satyros se estabeleceu na Rua Comendador Macedo, quase esquina
com a Doutor Faivre. Por fim, se instalaram na Rua Westephalen, onde o projeto curitibano
sofreu sua “derrocada”. Atraídos pela Fundação Cultural, que pretendia dinamizar o Novo
Rebouças, o grupo se mudou para o bairro mas não conseguiu levar seu público nem se
sustentar.
• Com Saló, Salomé, também de 1991, de Rodolfo García Vázquez e Ivam Cabral,
Os Satyros marcam presença e começam a definir uma linha própria de pesquisa.
• Por oito meses a sala tem lotação esgotada e o espetáculo é convidado para dois
festivais: FITEI, do Porto, em Portugal, e o Festival Castillo de Niebla, Espanha,
durante a EXPO de Sevilha.

• Nasce assim a sede portuguesa do grupo.


• Instalados em Lisboa, Os Satyros produzem espetáculos e viajam por teatros na
Europa, de Londres a Kiev.
• Em 1993 participam do Festival de Edimburgo, na Escócia, e do Festival de
Avignon, na França. Em Londres, o grupo se apresenta no centro de teatro
experimental Battersea Arts Centre.
SALÓ, SALOMÉ
• Em 1994, implanta em Lisboa o Curso Livre de Interpretação
para Teatro, voltado a formação de jovens atores em Portugal.
• Nesse período, Os Satyros produzem espetáculos de impacto como
Sappho de Lesbos, de Ivam Cabral e Patrícia Aguille, e Valsa nº
6, primeira produção portuguesa do texto de Nelson Rodrigues.
• No mesmo ano recebem o patrocínio da Fundação Calouste
Gulbenkian para a montagem do espetáculo Os Cantos de
Maldoror, inspirado na obra de Lautréamont.
• A partir de 1994, voltam a trabalhar em Curitiba, desenvolvendo
os projetos De Profundis, também de Ivam Cabral, e Quando
Você Disse Que Me Amava, de Rodolfo García Vázquez.
• Em 1996, o grupo trabalha intensamente entre Brasil e Portugal.
• Em Curitiba monta Prometeu Agrilhoado, inspirado em texto homônimo
de Ésquilo, por Rodolfo García Vázquez, utilizando recursos multimídia,
primeira parte da Trilogia Grécia Virtual, completados por Electra, em
1997, e Medea, em 1998, ambos livres adaptações da obra de Sófocles e
Eurípides.
• Em Lisboa, realiza Woyzeck, de Georg Büchner, apresentado-se no Teatro
da Trindade.
• Hamlet-Machine, de Heiner Müller, no Museu da Cidade de Lisboa.
• Em 1997, além da trilogia, a Companhia apresenta Killer Disney, de Philip Ridley,
ambas no Teatro Guaíra.
• Em Lisboa, encena Divinas Palavras, de Ramón del Valle-Inclán, no Museu da
Eletricidade, além do programa radiofônico Os Cantos de Portugal.
• Em 1998 o grupo encena Urfaust, baseado em Goethe, por Rodolfo García
Vázquez.
• No mesmo ano, realiza Maldoror - cuja trilha sonora é composta por
Steven Severin, fundador da banda Siouxsie and the Banshees.
• Medea apresenta-se no Teatro Glória, no Rio de Janeiro; e Os Cantos de
Maldoror participa da mostra paralela do Festival de Teatro de Curitiba,
além de cumprir temporada em São Paulo.
• Em 1999 produz, em Curitiba, A Farsa de Inês Pereira, de Gil Vicente;
Coriolano, de William Shakespeare; e A Mais Forte, de August
Strindberg.
• Em 1999, recorda Ivam, o grupo tentou realizar a maratona de peças Satyrianas na Casa
Vermelha.
• “Numa das madrugadas, chamamos travestis e transexuais para fazerem uma performance.
A responsável pela Casa Vermelha na época – não vou dizer o nome – baixou lá com a
polícia. Achou ‘absurdo’ porque estavávamos ‘denegrindo um espaço publico’. Me lembro
de ter ficado assustado, era muito preconceito.”
• “Agora, Ivam Cabral dirige a São Paulo Escola de Teatro, com verba estadual de R$ 10
milhões ao ano, e que deve ganhar um prédio de 11 andares na Praça Roosevelt, onde Os
Satyros mantêm dois espaços teatrais. Além das peças de repertório, como Justine e A
Filosofia na Alcova, puseram em cartaz este ano a autoral Hipóteses para O Amor e a
Verdade e a montagem de Roberto Zucco, último texto de Bernard-Marie Koltès, sobre o
serial killer italiano.”
• Em 2000 estréia em Curitiba o espetáculo A Dança da Morte, de August Strindberg, e
Retábulo da Avareza, Luxúria e Morte, de Ramón del Valle-Inclán.
• O grupo assume a direção artística do projeto Instant Acts Against Violence and Racism,
patrocinado pela instituição alemã Interkunst.
• No mesmo ano excursiona pela Europa com o espetáculo 50 Years Difference, com
depoimentos de sobreviventes da Segunda Guerra Mundial, em uma produção da Interkunst.
• A inauguração do Espaço dos Satyros em São Paulo ocorre em dezembro de 2000.
• O ano de 2001 inicia-se com a montagem de Quinhentas Vozes, de Zeca Corrêa Leite, dirigido por
Rodolfo García Vázquez.
• Em agosto, o grupo apresenta em Curitiba Sappho de Lesbos e Romeu e Julieta, reapresentados, no
final do ano, em São Paulo.
• Em 2002 a companhia traz à cena paulistana De Profundis, texto de Ivam Cabral e direção de
Rodolfo García Vázquez, baseado em Oscar Wilde.
• Kaspar, de Ivam Cabral e Rodolfo García Vázquez.
• O jornalista Cristian Cancino, que já trabalhou com o grupo observa: "Resistência e tempo são
palavras caras à ideologia-arte promulgada pelos Satyros em seus quase 15 anos de atuação.
• O grupo inicia sua trajetória com o maldito Marquês de Sade e não abandona os autores
profanos, seguindo com Sappho, Lautréamont e Oscar Wilde - seus trabalhos iniciais
quebravam a tradição do palco italiano/burguês e eram apresentados em lugares destinados a
funções que não eram do teatro.
• Alia a essa estética de resistência - que no cinema faria seu paralelo com Pasolini - uma
ampla pesquisa nos procedimentos do emblemático Vsévolod Meyerhold, desenvolvendo o
que viria a chamar de Teatro Veloz, um conjunto de técnicas de interpretação que visam
resgatar o tempo ritualista e a 'suspensão do tempo-vale-ouro capitalista' para o ator".
O TEATRO VELOZ
IVAM
• Método de preparação de atores desenvolvido pelos Satyros.
• Ele só pode ser compreendido se contextualizado dentro do movimento de teatro de grupo
brasileiro, surgido a partir dos anos 1990.
• O Teatro Veloz busca a desalienação do ator, o ator como fundador de sua própria
existência, e, portanto, de sua própria arte.
• Desalienar-se significa, para o Teatro Veloz, fazer o indivíduo entrar em contato com seu eu
profundo, seus fantasmas, seus medos, sua posição na sociedade e as potencialidades de seu
ser, que se encontram não manifestadas.
• Nesse sentido, o ator desvela o que havia sido oprimido pelos mecanismos sociais: sua
potência criativa, sua força como agente social, sua independência artística, seu poder
estético de transformação de consciências.
• O ator, confrontado com seus dilemas pessoais, econômicos, morais, estéticos e sociais, vai
inevitavelmente impregnar sua obra e, consequentemente o espectador, com suas questões.
• Questões essas que não deixam de ser de toda uma sociedade.
• Ao questionar-se a si mesmo, o ator provoca no espectador a reflexão e a crítica.
• Para o Teatro Veloz, a relação dialética do ator com o espectador provoca um
enriquecimento estético fundamental.
• Assim, o Teatro Veloz evita a utilização do termo “teatro colaborativo”, buscando usar
termos que definam melhor a relação dos atores com o processo teatral, tais como “teatro
crítico” ou, ainda, “teatro desalienante”.

• Diante desses objetivos, a reflexão crítica torna-se fundamental no processo de


reconciliação do ator consigo próprio.

• As técnicas e procedimentos desenvolvidos pelo Teatro Veloz, partindo de mestres como


Meyerhold, Artaud, Nietzsche e Reich, são os meios utilizados para dar ao ator o suporte
para o contato com seu eu profundo.
• Técnicas de voz e de corpo, para o Teatro Veloz, são os meios que possibilitam ao ator-
criador não apenas treinar e exercitar suas habilidades de voz e corpo, mas também atingir
novos horizontes de expressão e de criatividade.
• O ator-criador treina sua criatividade através de exercícios que o façam entrar em contato
com suas dimensões adormecidas.
• Numa sociedade que condiciona seus cidadãos a determinados comportamentos e padrões, o
Teatro Veloz pretende dar as condições para que o ator vá além destes e busque expressar
verdades e belezas submersas, que essa mesma sociedade repressora, ironicamente, adoraria
descortinar.
• Nesse descortinamento reside o elemento de maior vitalidade para um teatro
contemporâneo.
TEATRO EXPANDIDO
• A pesquisa começou, com uma peça chamada “Hipóteses para o Amor e a Verdade”, na
qual trabalhava com telefonia e com internet.
• A ideia básica é: hoje, o ser humano não existe mais sem suas próteses tecnológicas e seu
aspecto ciborgue.
• Celulares, tablets, conta bancária virtual, identidade nas redes sociais, eletricidade!
• A vida é impossível sem essas próteses que permitem que a gente viva em sociedade.
• Só coexistimos de maneira expandida. Isso tem uma série de implicações em vários aspectos
da vida, inclusive na arte.
• Se o teatro é um reflexo da sociedade, ele também pode ser expandido.
• O espectador ciborgue se traduz em duas cenas.
• Em “Não Vencerás”, que trata sobre poder e individualidade, temos um ator/hacker que se
propõe a descobrir a senha do seu perfil no Facebook.
• E ele faz isso ao vivo.
• Não lidando com a condição física da plateia, mas com sua condição expandida – a
identidade virtual dele.
• Em “Não Amarás”, tem uma cena em que uma atriz liga para um restaurante e a encomenda
dela chega durante a apresentação. Ou seja, é uma relação que se materializa fisicamente
através de ondas eletromagnéticas!
• se fez a humanidade ciborgue em 7 dias, o grupo Satyros esmiúça a questão em sete
diferentes espetáculos.
• A maratona com duração de 9 hora, sendo que em outros dias, as peças poderiam ser vistas
separadamente.
• O programa marca os 25 anos de trajetória do grupo, responsáveis pela revitalização da
Praça Roosevelt.
• Com E se fez a humanidade ciborgue em 7 dias, a companhia aprofunda questões que já
apareciam em seus espetáculos anteriores.
• Em Hipóteses sobre o amor e a verdade, os espectadores eram instados a deixar seus
celulares ligados durante a encenação. As manifestações tecnológicas foram tomadas como
uma amarra em torno da qual se desenvolviam várias histórias.
• grupo se debruçou sobre diferentes aspectos da relação do homem com o universo
tecnológico.
• “Nossos corpos foram modificados por próteses, manipulações genéticas, aparatos
tecnológicos. Não somos mais aqueles que éramos até o século 19. Somos humanos
expandidos”, argumenta Rodolfo García Vázquez, que assina a coordenação do ciclo. “Os
ciborgues não são coisa de ficção científica. Eles já existem e estão por aí.”
JUSTINE
• Justine é uma adaptação de uma
obra do Marquês de Sade.
• A história se passa na França e
narra os infortúnios de uma jovem
chamada Thèrese, acusada de
vários crimes e a caminho da
execução.
• Ela explica o que a levou a cometer
os delitos e como chegou a esta
situação.
FILOSOFIA NA ALCOVA
• Rebatizada na terra do Tio
Sam de Philosophy in the
Boudoir, Os Satyros
conquista Nova York. Ivam
revelou que o convite para
as apresentações nova-
iorquinas surgiram após o
frenesi que a peça causou
no último Hollywood
Fringe Festival.
• Última peça da Trilogia Libertina, Justine
fala sobre o que é escolher o melhor
caminho. O mundo é feito de equilíbrio:
bem e mal, calor e frio, amor e ódio, vida e
morte e por assim vai. A vida é feita das
constantes escolhas que fazemos dessas
duas – ou mais – opções que equilibram
esse mundo.
HIPÓTESES PARA O AMOR E A VERDADE
• O enredo aborda a vida solitária de moradores do
centro de uma cidade, utilizando o aparelho
celular como objeto central da narrativa. De
forma experimental e inédita no Brasil, as
personagens interagem diretamente com o
público por meio de ligações para os
expectadores tornando-os parte da história. Mas
a interatividade não para por aí. Telefonemas ao
vivo para um chat de relacionamento e uma
pizzaria, colocam anônimos – inconscientes de
sua participação – no enredo, que com sua
originalidade apresenta um paradoxo: o celular e
as redes sociais aproximam e aumentam o círculo
de “amizades” das pessoas, ao mesmo tempo, que
as distancia do contato pessoal e maquia os reais
sentimentos de afetividade.
PESSOAS BRUTAS
• A partir do sequestro da filha de um doleiro denunciado na Operação Lava Jato, os destinos de
vários personagens anônimos de São Paulo se cruzam, em uma teia de relações violentas onde
buscam desesperadamente figuras heroicas para resgatar suas vidas desesperançadas.
• Ficha técnica:
• Texto: Ivam Cabral e Rodolfo García Vázquez
• Direção: Rodolfo García Vázquez
• Elenco:
• Junior Mazzine – Sueco | Ivam Cabral / Gustavo Ferreira – Teodoro | Gabriela Veiga / Dani
Moreno – Turmalina | Fábio Penna – Glicério | Sabrina Denobile – Consolata | Robson
Catalunha – Olívio | Julia Bobrow – Disneilandia | Eduardo Chagas – Sancho | Henrique
Mello – Rael | Felipe Moretti – Tasso | Lorena Garrido – Carolaine | Alex de Jesus – Berilo
PESSOAS PERFEITAS
• A peça lança um olhar sobre moradores anônimos da grande metrópole que, apesar de suas
diferenças abissais, acabam se encontrando e convivendo.
• Ficha técnica:
• Texto: Ivam Cabral e Rodolfo García Vázquez
• Direção: Rodolfo García Vázquez
• Elenco: Ivam Cabral – Ruy | Fábio Penna – Elder | Henrique Mello – Binho | Julia
Bobrow – Medalha | Eduardo Chagas – Robalo | Fernanda D’Umbra – Cacilda | Sabrina
Denobile – Maristela | Rebeca Friedmann – Mãe / Violoncelista.
PESSOAS SUBLIMES
• À beira da represa Guarapiranga, há um condomínio com um portal de passagem entre o
mundo dos vivos e o dos mortos. Lá vivem pessoas que dividem seus dramas, como o jovem
nerd apaixonado pela menina fútil; o casal que cria abelhas sem saber o que os aguarda; as
irmãs que se odeiam e tentam aprender a se suportar; o menino tímido e o ex-matemático.
• Ficha técnica:
• Texto: Ivam Cabral e Rodolfo García Vázquez
• Encenação: Rodolfo García Vázquez
• Elenco: Bel Friósi – Dorisdei | Eduardo Chagas – Uilso | Fabio Penna – Murilo | Felipe
Moretti – Insânio | Fernanda D’Umbra – Sonata | Gustavo Ferreira – Tresvario |
Henrique Mello – Arcanjo | Ivam Cabral – Desatino | Lenin Cattai – Delírio | Luiza
Gottschalk – Tulipa | Maria Tuca Fanchin – Melodia | Sabrina Denobile – Imaculada
CABARE FUCÔ
• Em um cabaré de freaks, discutem-se os caminhos do homem na sociedade contemporânea,
ao som de canções compostas pelo coletivo de artistas. O feminismo, a repressão sexual, os
controles sociais são temas que se transformam em esquetes de um show de variedades onde
o ridículo e o patético se encontram.
• Ficha técnica:
• Texto: Ivam Cabral e Rodolfo García Vázquez
• Encenação: Rodolfo García Vázquez
• Elenco: André Lu – o Ilusionista | Bel Friósi – a Vidente | Eduardo Chagas – o Mágico |
Fabio Penna – a Besta | Felipe Moretti – o Atirador de Facas | Felipe Soares – o Pianista |
Gustavo Ferreira – o Homem-Bala | Henrique Mello – a Bailarina | Ivam Cabral – o Palhaço
| Julia Bobrow – a Mulher Barbada | Robson Catalunha – a Diaba| Sabrina Denobile – a
Cantora Desafinada | Silvio Eduardo – o Bobo da Corte.
O INCRÍVEL MUNDO DOS BALDIOS
• Em uma noite de ano novo, um anjo circula pelo planeta Terra. Um peregrino busca atender
as promessas de pessoas que esperam por milagres para suas vidas. Cinco lugares distintos
propiciam os encontros das outras personagens. Em uma casa de repouso, uma voluntária dá
um banho em um velho palhaço adoentado. Em um ponto de ônibus, uma cantora
maranhense conhece dois verdureiros evangélicos. Na quebrada, um segurança faz um plano
com um amigo para enriquecer rapidamente. Em um cruzeiro, uma advogada bem sucedida
vive seus últimos momentos ao lado de uma médica e um amigo. Em uma área de fumantes
de um clube, uma refugiada palestina conhece um adolescente perdido.
• Texto: Ivam Cabral e Rodolfo García Vázquez
• Direção: Rodolfo García Vázquez
• Assistência de Direção: Emílio Rogê
• Começou como “Folias Teatrais”, um evento em homenagem à primavera, que deixa o
Teatro Bela Vista aberto ininterruptamente durante 4 dias e 4 noites e, assim, pontua a
resistência da cultura naquele difícil momento. Durante o evento, a companhia recebe
artistas de diversos lugares do País, das áreas de artes plásticas, teatro, dança, música,
jornalismo e literatura.
• Desde a sua chegada à Praça Roosevelt, o grupo realiza, no início da primavera, essa
maratona cultural, que agora se intitula Satyrianas.
• O evento que, durante 78 horas ininterruptas, oferece inúmeras atividades teatrais de acesso
livre aos moradores da cidade, passou, a partir de 2009, a integrar o calendário oficial do
Estado de São Paulo. Em sua última edição, a Satyrianas contou com a participação de mais
de 5 mil artistas, ofereceu 600 atrações e atingiu um público de cerca de 60 mil
espectadores.
• No ano de 2013 recebemos o Prêmio Shell na categoria Inovação, “pela projeção,
permanência e abrangência do evento ‘Satyrianas’ na condição de fenômeno histórico-
artístico e social”.
SATYROS TEENS

• O projeto com adolescentes desenvolvido pelos Satyros é baseado nos fundamentos e


métodos do projeto “Stay or Get Away”, desenvolvido na Alemanha pela instituição
Interkunst em 2001, coordenado por Rodolfo García Vázquez.
• Em “Stay or Get Away”, adolescentes de vários países da Europa (Dinamarca, Alemanha e
Polônia) se encontraram e criaram um espetáculo a partir de suas histórias e depoimentos
pessoais.
• O trabalho foi apresentado em todos estes países, com excelente repercussão.
• Desde 2010, o projeto tem sido desenvolvido pelo Satyros, com adolescentes da rede pública
de ensino. Uma das ideias do trabalho é promover nos adolescentes a conscientização de
seu próprio “eu” na sociedade, de forma a colaborar para a formação de cidadãos do futuro
que se empenhem para a evolução da sociedade.
• Geralmente os assuntos escolhidos por esses adolescentes dizem respeito a estrutura
familiar fragmentada, álcool, drogas, gravidez na adolescência, racismo, bullying,
respeito ao próximo, entre tantos outros. Dessa forma, o objetivo é fomentar o diálogo com
esses jovens por meio do teatro, ampliando seus interesses à cultura.
SATYROS LAB

• O grupo de estudos da Cia nasceu há aproximadamente 25 anos atrás, em Portugal, quando


Os Satyros ali residiam.
• Alguns artistas, formados na Oficina Livre de Interpretação d’Os Satyros, são convidados a
integrar a pesquisa teatral, que culmina em um espetáculo e temporada no espaço da Cia.
• Nos últimos anos tivemos espetáculos que pesquisaram a vida e obra do crítico e jornalista
Alberto Guzik, o livro Malleus Maleficarum – O Martelo das Feiticeiras (considerado a
bíblia da inquisição católica) e a obra de Alfred Jarry.
SATYROS SILENOS

• O grupo Satyros Silenos é o núcleo da Cia de pessoas com mais de 60 anos.


• Pessoas de teatro e pessoas que nunca experimentaram o palco se reúnem para trazer suas
vivências e suas histórias para um espetáculo teatral.
PHEDRA D. CÓRDOBA
• Atriz cubana, que na infância, chamava-se Rodolfo.
• Entrou para uma companhia de dança na adolescência, formando uma dupla com a bailarina Lupi Sevilha.
• Participou de uma turnê da companhia pela Argentina em 1958, e então conheceu Walter Pinto, que a
convidou a desistir de voltar para Cuba e ficar no Rio de Janeiro.
• Abandonou definitivamente o nome e a identidade masculinas aos 21 anos de idade.
• Assumindo o nome artístico de Phedra de Córdoba, trabalhou no espetáculo de travestis Les Girls.
• Atuou como vedete ao lado de Costinha.
• Em 2003, entrou para a companhia de teatro Os Satyros.
• Em 2015 estrelou Phedra por Phedra, um espetáculo em formato de cabaré baseado na sua trajetória
pessoal e artística.
• No mesmo ano foi lançado o documentário Cuba Libre, dirigido por Evaldo Mocarzel.
• O filme mostrou o retorno de Phedra a Cuba, 53 anos depois, e a luta contra a transfobia e homofobia no
país.
• Morreu em decorrência de um câncer, no dia 9 de abril de 2016.
FILOSOFIA DE ALCOVA
TRANSEX

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