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APRESENTAÇÃO DA CULMINÂNCIA 4° ANO VESPERTINO

CORDEL QUE CONTA, CANTA E ENCANTA. Prof. Thais

Prepare o seu coração, pras terras onde passei


coisas que eu vou contar Andando pelos sertões e dos
Eu venho lá do sertão, eu venho amigos que lá deixei
lá do sertão, eu venho lá do
sertão e posso não lhe agradar..

Andando pelo sertão sou Olha o cordel, olha o cordel


poeta cordelista e a minha É romântico é engraçado é
inspiração vem dessas divertido e animado.
histórias dessa vida, falando
de fé, de amor, assim vou Essa arte popular nasceu no
seguindo em frente, falo século passado, os
também do cangaço do romanceiros populares
vaqueiro valente. deixaram o povo apaixonado,
ensinou inspirou artistas por
Com versos de improvisos todo lado.
conto pra toda essa gente o
que acontece no meu arredor Literatura do Cordel é a
e invenções da minha mente, história verdadeira esse
cordel cantado e rimado nome porque os livrinhos
trago na mala comigo pois eram vendidos nas feiras,
sei que brota da imaginação pendurados em cordões
desse meu cordel vivo. formando grandes fileiras.

Lá ê, lá ê, lá ê, lá ê.... Nesses rústicos folhetos as


Minha vida é andar por esse país capas de xilogravuras com
Pra ver se um dia descanso feliz os versos bem simplistas
Guardando as recordações das feitas de caricaturas e
versos com boas rimas são É poesia popular,
parte da leitura. É história contada em versos
Em estrofes a rimar
Literatura de cordel
Muitos poetas cordelistas Minha terra tem palmeiras,
Se destacaram com os seus versos, Onde canta o Sabiá;
cantaram as dores e os amores da As aves, que aqui gorjeiam,
imensidão do nosso sertão. Não gorjeiam como lá.
E até hoje nossa cultura são ricas dessa
região. Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Terra de cultura viva, Chico Anísio, Nossos bosques têm mais vida,
Gonzagão de Renato Aragão Nossa vida mais amores.
Ariano e Patativa. Gente boa, criativa
Isso só me dá prazer e hoje mais uma Em cismar, sozinho, à noite,
vez eu quero dizer Mais prazer eu encontro lá;
Muito obrigado ao destino, quanto mais Minha terra tem palmeiras,
sou nordestino Onde canta o Sabiá.
Mais tenho orgulho de ser.

Quando oiei a terra ardendo Minha terra tem primores,


Qual fogueira de São João Que tais não encontro eu cá;
Eu preguntei' a Deus do céu, uai Em cismar –sozinho, à noite–
Por que tamanha judiação? Mais prazer eu encontro lá;
Eu preguntei' a Deus do céu, uai Minha terra tem palmeiras,
Por que tamanha judiação? Onde canta o Sabiá.

Sou do sertão terra quente Não permita Deus que eu morra,


que é bem difícil chover Sem que eu volte para lá;
nasci de um povo valente Sem que disfrute os primores
acostumado a sofrer Que não encontro por cá;
sou nordestino oxente Sem qu'inda aviste as palmeiras,
e tenho orgulho de ser Onde canta o Sabiá.

Que falta eu sinto de um bem A todo mundo eu dou psiu (psiu, psiu, psiu)
Que falta me faz um xodó Perguntando por meu bem (psiu, psiu, psiu)
Mas como eu não tenho ninguém Tendo o coração vazio
Eu levo a vida assim, tão só Vivo assim a dar psiu
Eu só quero um amor Sabiá vem cá também (psiu, psiu, psiu)
Que acabe o meu sofrer
Um xodó pra mim, do meu jeito assim Tu que anda pelo mundo (sabiá)
Que alegre o meu viver Tu que tanto já voou (sabiá)
Tu que fala aos passarinhos (sabiá)
Salve, salve a valentia Alivia minha dor (sabiá)
dos vaqueiros do sertão Tem pena d'eu (sabiá)
salve, salve a poesia Diz por favor (sabiá)
que retrata o nosso chão Tu que tanto anda no mundo (sabiá)
salve o amor de Maria Onde anda o meu amor (sabiá)
no coração que explodia
quando via Lampião. Orgulho-me de ser nordestino, não
tenho vergonha de falar, somos um
Como é forte o nordestino povo alegre temos história para contar,
em cada passo dessa andança não fale mal da minha cultura tenho
o vento assobiando o hino orgulho de ser de lá!
dos cordéis da esperança Só, fala mal de nordestino, quem não
cada espinho do seu destino sabe da missa a metade, eu nunca vi um
tem a dor de uma lembrança. povo mais sofrido com tanta
criatividade!
Do sertão ou da cidade são versos doces de mel
pode ser homem ou menino que traduz nossa cultura
pouco importa a sua idade e representa a literatura
sua vida ou o seu destino dos folhetos de cordel.
mas é pela sinceridade
que se nota de verdade Chuva e sol, poeira e carvão
quando o cabra campoazulense é Longe de casa, sigo o roteiro
nordestino de verdade. Mais uma estação
E alegria no coração
são palavras do coração Lá ê, lá ê, lá ê, lá ê....
que ganham vida no papel

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