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A cerca de 130 km de Brasília DF na região de Formosa GO após

o distrito do Bezerra se encontra o Sitio Arqueológico do Bisnau, é um


paredão de rocha clásticas de arenito de 2.600m² que contém petróglifos em
baixo relevo. Os petróglifos localizado no sítio arqueológico do Bisnau foram
produzidos por ameríndios pré-históricos, estritamente entre 4.500 e 1100
anos atrás.

Os petróglifos eram essencialmente figuras geométricas, e


abstratas. Essas pinturas rupestres parecem simbolizar ideias complexas e
incógnitas para a mente da sociedade contemporânea, André Leroi Gourham
(1987: 298) atribui a essas figuras rupestres não reconhecidas de “categoria
geométrica pura”. Um grupo de pesquisadores da Universidade Nacional de
Brasília (UNB) que tiveram seu artigo publicado em 2019 no anuário do
Instituto de Geociências na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ),
realizaram uma pesquisa utilizando o software GEO PEC estabelecido pela
norma Brasileira. usando a carta topográfica na escala de 1:100.000
nomenclatura SD-23-Y-C-II, bem como os vetores extraídos, foi possível
sobrepor a geometria dos petróglifos com as feições vetoriais da carta
topográfica.

Analisando a carta topográfica e os motivos geométricos dos


petróglifos, foi possível identificar algumas referências espaciais
naturais que foram inscritas. Alguns motivos geométricos são
coincidentes geograficamente com cavernas Escaroba, espiral,
Moura e Andorinhas próximo ao morro do Bisnau, simbolizando
representações de regiões ocupadas ou conquistadas, conforme
comentários de Koch- Grunber (2010). A geometria inscrita na pedra
do Bisnau coincidente à posição do Buraco das Araras, relaciona
motivos astronômicos, como meteoritos e estrelas para formas
geométricas semelhantes. Concluíram o artigo com o resultado de
que essas figuras eram referentes a navegações. IG-UFRJ (2019:
34).

Além da pedra arqueológica, o local possuí diversas cachoeiras, isso


porque a localização do entorno do sítio arqueológico conta com bastante
água. “O Goiás é o único estado brasileiro que contribuí com as suas águas
para três importantes bacias hidrográficas do país: Amazônica, Paraná com
grandes afluentes e São Francisco com pequenos cursos de água”. (Melo
1971: 660). O elemento água faz parta da gênese do município, pois tudo
começa na proximidade da Lagoa Feia conhecida desde o século XVII. Ali na
região boiadeiros e garimpeiros que viajavam pelos sertões rumo as minas do
Guaiazes escolhiam o local como parada de repouso. A pedra do Bisnau
outrora abrigou um caminho de passagem no centro-oeste do Brasil e
testemunhou idas e vindas dos viajantes no século XIX. O primeiro registro de
gravura do Bisnau aparece na ficha do IPHAN datada em 30 de dezembro de
1899, infelizmente não há mais detalhes sobre data e autoria. Nesse registro
realizado no CUSA a pedra do Bisnau foi registrada sob a sigla oficial GO-PA-
001 em 1975, neste documento o sitio recebe o nome de “Petroglifos do
Bisnau”, tendo declarada uma área de 3.500m², lê-se no documento que a
única atividade desenvolvida no local foi o seu registro; sem escavações, ou
outras atividades metodológicas como coleta de superfície ou levantamento
de grafismo.

Mesmo o sitio arqueológico do Bisnau tendo sido declarado de alta


relevância, ele fica dentro de uma propriedade privada. Os moradores locais
não são todos que tem conhecimento do sitio ou de sua importância, mas as
figuras desperta a atenção de pesquisadores nacionais e estrangeiros.

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