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Presidente William Alves

Carnavalesco William Alves

Enredo

As Filhas da Mãe África - Irmandade da Boa Morte

Samba Enredo
Salgueiro 2018 - Senhoras do Ventre do Mundo.

Autor: William Alves

As primeiras mulheres da Irmandade da Boa Morte, foram negras


alforriadas da Nação Ketu, mulheres que tinham grande devoção a Nossa
Senhora, que compravam a liberdade dos escravos, e lutavam por um digno
sepultamento para os escravos “uma boa morte”, segundo a história com a
criação da Irmandade foi criado o primeiro terreiro de candomblé, Ilê Iyá Nassô
Okó, por conta da grande perseguição a Irmandade se mudou para Cachoeira.

Em Cachoeira a Irmandade se instalou na Casa Estrela, uma casa cheia


de mistérios, leva o nome de casa estrela por conta de uma estrela de cinco
pontas na calçada, estrela tal que simboliza os três reis magos crença Católica,
representa também um Exu assentado para o Candomblé, lá também era
comércio de produtos trazidos da África.

As irmãs trabalhavam como comerciantes para dar liberdade aos negros,


Cachoeira passava por uma boa fase econômica por isso a escolha da cidade, a
celebração de a Nossa Senhora da Boa Morte surgiu vinculada ao pedido pelo
fim da escravidão, feita pelas africanas à Nossa Senhora, ao participar da liturgia
católica, as escravas podiam refletir além das fronteiras do trabalho.

Quando a história acontece...

Daí-nós tua proteção Senhora da Boa Morte, assim canta as senhoras da


irmandade pelas rua de cachoeira no mês de agosto, ceias, procissões, missas
e samba de roda, tornam vivas a religiosidade popular brasileira.

A festa começa com o velório de nossa senhora, a irmãs velam Nossa


Senhora lembrando as irmãs, familiares falecidos, logo em seguida ofertam a
ceia branca, comidas feitas sem dendê, nesse dia a irmã se vestem de branco
cor de luto na cultura afro-brasileira, no segundo dia acontece a missa de corpo
presente logo após o cortejo pelas ruas de Cachoeira todas as senhoras com
trajes de gala, no último dia a festa da Glória de nossa Senhora, procissão e
missa as irmãs com trajes de gala deixando a cor vermelha a mostrar e jóias
enormes no pescoço, logo após a irmãs oferecem uma feijoada que é embalada
por sambas de roda, um mistura de sagrado e profano.

Falar de Boa Morte, é falar de resistência cultural, religiosa e negra.

“Ó Maria, ó Maria, salvadora do mortal, Amparai-me e guiai-me para a pátria


celestial”
Compositores: Xande de Pilares / Vanderley
Sena / Renato Galante / Ralfe Ribeiro / Leonardo
Gallo / Jassa / Dudu Botelho / Dema Chagas /
Betinho De Pilares.
Intérprete: Leonardo Bessa, Hudson Luiz, Tuninho
Júnior e Xande de Pilares.

Senhoras do ventre do mundo inteiro

A luz no caminho do meu Salgueiro

A me guiar, vermelha inspiração

Faz misturar ao branco nesse chão

Na força do seu ritual sagrado

Riqueza ancestral

Deusa raiz africana

Bendita ela é e traz no axé um canto de amor

Magia pra quem tem fé

Na gira que me criou

É mãe, é mulher, a mão guardiã

Calor que afaga, poder que assola

No Vale do Nilo, a luz da manhã

A filha de Zambi nas terras de Angola

Guerreira, feiticeira, general contra o invasor


A dona dos saberes confirmando seu valor

Ecoou no quariterê

O sangue é malê em São Salvador

Oh matriarca desse cafundó

A preta que me faz um cafuné

Ama de leite do senhor

A tia que me ensinou a comer doce na colher

À bênção, mãe baiana rezadeira

Em minha vida, seu legado de amor ôô

Liberdade é resistência

E à luz da consciência

A alma não tem cor

Firma o tambor pra rainha do terreiro

É negritude, Salgueiro

Herança que vem de lá (ô)

Na ginga que faz esse povo sambar

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