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Nascida em Parary, atual Nísia Floresta, em 1839, com o nome de Isabel Urbana Carneiro de

Albuquerque Gondim, segundo Câmara Cascudo, fora a única mulher que tivera coragem de
concorrer na produção intelectual ao lado dos homens. Filha do professor Urbano Egidio da
Silva Costa Gondim de Albuquerque e de Isabel Deolinda de Melo Gondim de Albuquerque,
era irmã de Maria Urbana de Albuquerque Gondim.
O meu retrato

(aos vinte e quatro anos de idade)


Morena. Rósea tez macia e fina;
Estatura meã, busto delgado;
O corrido cabelo acastanhado
Com a sobrancelha e olhos combina.
No andar a singeleza prdomina,
O talhe esbelto, o porte conceentrado;
Pescoço alto; nariz, rosto tirado
Na terna voz frescura cristalina.
Lábio rosado, a cor viva e segura,
A fronte larga e alta, a boca estreita.
As mãos... assim; sadia a dentadura.
Aos preconceitos do tempo pouco afeita:
Eis esboçado aqui minha figura,
Não sei se verdadeira ou contrafeita.

Izabel Gondim

No vasto céu, o Condor se ergue majestoso,


Entre montanhas, onde o vento é valente e vistoso.
Suas asas abertas, como um manto de liberdade,
Cortando os ares, desafiando a gravidade.

No eco dos Andes, seu grito ecoa forte,


Um chamado ancestral, uma canção de sorte.

É o símbolo da pátria, da alma indômita e selvagem,


Voando alto, além da dor, além da miragem.

No peito do Condor, bate o coração da nação,


Guardião das alturas, da história e tradição.
Seus olhos perscrutam os segredos da terra,
A força da natureza, a vida que encerra.

Em cada bater de asas, um poema se desvela,


A epopeia dos Andes, a saga daquela tela.
És o símbolo do povo, da luta e da esperança,

Condor, voa alto, na vastidão da bonança.


Sob a luz do luar, suspiros se erguem,
No jardim das rosas, onde os amantes se veem.
Um vento sussurra segredos de amor,

Nas almas apaixonadas, que anseiam o ardor.

Oh, doce donzela, de olhar tão profundo,


Teus cabelos de ébano, teu riso fecundo.
És a musa que inspira, a poesia a tecer,
Neste mundo de sonhos, onde eu quero viver.

Nos teus lábios, o néctar do mais doce beijo,


Nas tuas mãos, o calor de um afago almejo.
Em teus olhos, a luz de um eterno luar,
Neste universo de paixão, quero me entregar.

Que os astros testemunhem este amor tão puro,


Que as estrelas guiem nosso caminho seguro.
Em cada verso, em cada verso, declamo minha sina,
Por ti, meu amor, eterna menina.
Pelos rios que serpenteiam,

Pelas matas que suspiram,


Caminha o índio, ser que sonha,
No coração da terra-mãe que respira.

O sol, seu irmão radiante,

A lua, sua amada dançante,


Na aldeia, onde o fogo arde,
Histórias ecoam pela noite.

Nas flechas que cortam o ar,

Na canoa que desliza no rio,


Há a alma antiga que resiste,
Às tempestades do mundo vazio.

Ecoam os cantos sagrados,


Ao redor da fogueira que brilha,

Enquanto o tempo se desvanece,


Nas estrelas, na brisa, na trilha.

O índio, guardião da natureza,


Em sua pele, as marcas da terra,

Sussurra segredos aos ventos,


Na eterna dança que se encerra.

Oh, índio, guardião das eras,


Teu espírito vive na floresta,
Nos rios, nas montanhas, nas estrelas,

Na poesia que canta tua festa.


Nísia Floresta Brasileira Augusta, cujo nome completo era Nísia Floresta Augusta Brasileira,
foi uma importante escritora, educadora, feminista e abolicionista brasileira do século XIX.
Ela nasceu em 1810, no Rio Grande do Norte, e foi uma das primeiras mulheres a defender
publicamente os direitos das mulheres no Brasil. Além disso, foi uma das pioneiras na luta
pela educação feminina e pela abolição da escravidão.

Nísia Floresta era conhecida por suas ideias progressistas e sua atuação em defesa dos
direitos das mulheres e dos negros, em uma época em que tais posições eram pouco
comuns e até mesmo perigosas. Ela escreveu várias obras, incluindo ensaios, memórias e
romances, nos quais defendia a emancipação das mulheres e criticava as injustiças sociais
de sua época.

Sua contribuição para o movimento feminista e abolicionista no Brasil é amplamente


reconhecida, e seu legado continua a inspirar ativistas até os dias atuais.

Nas margens do rio que canta ao vento,


O índio caminha, sereno e atento.
Seus pés descalços tocam a terra-mãe,

Ecoando os sons de uma antiga canção sã.

Na vasta floresta, onde a vida pulsa,


O índio conhece cada folha, cada grulha.
Seus olhos negros refletem a sabedoria,

Da terra que o acolhe desde a aurora do dia.

Em suas mãos há o dom de curar e plantar,


De respeitar a vida em seu eterno dançar.
Ele é guardião das histórias do passado,
Das lendas, dos mitos, do mundo encantado.

Que o vento sussurre seus cantos ancestrais,


Que as águas o levem por novos cais.
Pois o índio é mais que uma simples figura,
É o elo entre a terra e a alma pura.

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