Entre dores e sabores: a formação cultural Está presente nesse território nacional.
brasileira. Apresento, agora, a todos vocês
Um pouco desse patrimônio cultural, Com várias danças, costumes e comidas Peço licença a vocês Temos uma cultura sensacional. Para meus versos recitar. Através deste cordel, Agora, eu quero falar Eu agora, vou falar Sobre as expressões musicais. De um assunto emocionante O maculelê faz parte delas Do qual vocês vão gostar. Também outras danças mais. O tambor e o berimbau na capoeira, Quando os negros africanos Despertam os movimentos corporais. Para o Brasil foram trazidos, Aqui eram escravizados, Essa representação cultural Maltratados e feridos. Que é chamada ´´Capoeira´´ Esse fato me revolta Mistura esporte, música, E me deixa entristecido. Luta, dança e brincadeira. E nessa cultura popular, Eles trabalhavam muito Sempre se levanta poeira. Nas fazendas da região Moendo cana-de-açúcar, O samba também chegou aqui, Cuidando da plantação É uma dança de arrepiar. Cultivavam feijão e milho Além dele, temos o carimbó Também café e algodão. Que também veio de lá. Até no samba-reggae e no axé Amontoados nas senzalas O negro veio influenciar. Eram mal alimentados Além de trabalharem muito, Também vieram da África Ainda eram castigados. Alguns alimentos que vou citar: Sofriam açoites e também Coco, banana, café e jiló Tinham o corpo retalhado. Que ganharam o gosto popular. Na casa de muitas pessoas, Viveram mais de três séculos O café não pode faltar. Nessa grande escravidão Ate que a princesa Isabel Veio a panela de barro Teve que ceder à pressão Cheia de cocada e mungunzá. E sancionou a Lei Áurea Vieram cuscuz e quibebe Dando-lhes libertação. Também caruru e abará. Culinária que o africano Não vou encerrar agora Trouxe para nos ensinar. Outras coisas, vou dizer: O negro aqui fixado Vou falar das festividades Sua cultura nos fez conhecer Temos carnaval, uma festa popular. Ela se agregou aos nossos costumes Também há a festa de São Benedito E hoje, faz parte do nosso viver. Da qual vocês podem participar. Por isso, a cultura afro-brasileira E por fim, em 02 de fevereiro A grande festa de Iemanjá. Faz o homem inferior? Tenho certeza que não Através das influências africanas Temos o mesmo valor. Várias religiões foram formadas Não importa a nossa raça Surgiu o sincretismo no Brasil E nem mesmo a nossa cor. Com elementos religiosos misturados Assim, apareceram Candomblé, Umbanda Mas se você não concorda E outras religiões que não são aqui Deixo mais uma indignação citadas. Fazem sentido os sentimentos Que causam tanta divisão? A umbanda é uma religião Não basta o sofrimento do negro Da qual vou agora falar. Em mais de 300 anos de escravidão? Surgida no Rio de Janeiro Seu nome significa “Arte de Curar”. No dia 20 de novembro Hoje, há outros templos no Brasil Vamos refletir com amor. Onde acontecem cultos aos orixás. Lembra de Zumbi dos Palmares Que contra a escravidão lutou Já o Candomblé teve sua origem Morreu na luta pelos escravos Nas tradições dos povos Iorubás. E uma grande lição nos deixou. E assim como a Umbanda Cultua os seus orixás. O quilombo dos Palmares Seus cultos são realizados Foi palco de resistência Por um babalorixá. De Pernambuco e Alagoas E toda sua adjacência Tantos costumes e tradições Território onde Zumbi Várias comidas e religiões Tinha toda influência. Embelezando as nossas vidas Com suas grandes variações Aquelas comunidades Contribuindo com a nossa cultura E locais de resistência Enriquecendo nossas manifestações. Formados pelos escravos Fugidos da violência Falei da influência negra, Das mãos dos seus senhores Mas não posso esquecer, não Que lhes negavam clemência Que os brancos e índios também Fazem parte desta nação. Os negros que ali chegavam Os brasileiros são frutos Junto aos irmãos resistiam. Dessa miscigenação. Em sanguinolentas batalhas, Zumbi sempre combatia. Vou mudar o rumo da prosa Contra os senhores de escravos E fazer uma reflexão: Os quilombos defendia. Depois de sancionada a Lei Áurea Que ao negro deu libertação Lutou com todas as forças Por que ele ainda é tratado E sempre foi destemido. Com tanta discriminação? Defendeu todo seu povo Que viveu sendo oprimido. Será que a cor da pele Deixou seu nome na história Jamais será esquecido!
Nesse cordel, eu falei
De um assunto delicado. Pense em tudo que eu disse E seja bem educado. Ao racismo diga não Porque isso é errado.
Lembre-se de que o racismo
É planta que não devemos regar. É uma grande ofensa ao negro Difícil dele suportar. Apesar das diferenças Precisamos saber respeitar.
Minha decisão é verdadeira
Por ela, bato o pé no chão. E na Capoeira brasileira Eu luto pela nossa nação. Todos nós estamos junto Contra a discriminação.
Lembrando que preconceito não é roupa
Então ninguém precisa se despir Tudo que o povo negro mais fez Até hoje foi resistir. Quebramos as amarras do racismo Pelo direito de viver, sonhar e sorrir.
Vou terminar meu cordel
Pedindo a todos um favor: Tratem os negros com carinho, Atenção e muito amor. Sigam o exemplo de Zumbi E acabem com essa dor.