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“A Bíblia não nos foi dada para aumentar o nosso conhecimento, mas para
transformar as nossas vidas” D. L. Moody
Dentre tantos fatores que podem ocasionar esse fato, um pode ser, talvez a forma
como foi exposta e abordada a Palavra. É importante que quem pregue ou ensine a
Palavra não apenas tenha uma vida de oração e estudo diário com a Palavra, mas
conheça, aprenda e aprimore formas de compor e expor sermões. A disciplina de
Homilética está estabelecida nesse propósito. Mas vamos entender exatamente o que
significa Homilética:
Pregação x Ensino
Quando olhamos para Jesus e vemos suas obras enquanto esteve em carne,
percebemos que ele curava e libertava muitas vidas; e quanto à forma de exposição da
Palavra, Jesus pregava e ensinava (Mt 9.35; Mt 4.23). Na grande comissão Jesus nos
comissionou a pregar e ensinar as Escrituras (Mt 28.19,20). No livro de Atos vemos que
os cristãos pregavam e ensinavam as Escrituras (At 5.42). A Bíblia ressalta e distingue
essas práticas porque elas são, na sua essência, diferentes uma da outra. Observe as
definições das mesmas:
Ensina lamad Is 48.14 Instruir; treinar; estimular; incitar; fazer alguém aprender. A
origem do verbo pode ser encontrada no incitar o gado.
Ensinar yarah: instruir, dirigir, ensinar, apontar, atirar, visar, arremessar, lançar em
linha reta. “O significado primitivo de yarah é “atirar em linha reta”, ou “direcionar o
fluxo” de alguma coisa. Daí um termo derivado de yarah seja yoreh, “chuva”. Moreh é
o outro termo derivado, e significa “professor” alguém que lança e arremessa suas
instruções em linha reta, alguém que aponta a verdade. O termo bíblico mais
importante que deriva de yoreh é Torah.
Lei Torah: instrução, ensino direção, lei, preceito. “Uma maneira direta” A idéia é de
que as instruções de Deus para Israel foram dadas de uma direta, franca.
Observando mais ainda de perto essas definições, vemos o quanto elas são
diferentes. A Igreja tem que aprender a andar em equilíbrio entre pregar e ensinar as
Escrituras.
Pregação Ensino
Proclamar, Anunciar Instruir, Treinar
Tem Caráter Geral Mostra Detalhes
Chama o Ouvinte a Deus Instrui a Maneira Correta de Chegar
Fala da Importância de Permanecer na Mostra a Forma de Permanecer na Palavra
Palavra
Proclama o “material” que gera a fé Nos dá fundamentos, bases para a fé
Para que a Palavra seja exposta é necessário que vários elementos presentes no
orador propiciem uma melhor absorção do público ouvinte:
1- Voz
Um sermão mesmo com bom conteúdo pode ser prejudicado pelo modo como o
pregador fala. Como disse Moraes Carvalho: “A voz, pela sua sonoridade, irá
abrir o leito por onde o rio de palavras passará.” A Palavra de Deus será ouvida
pelo som da voz do pregador. Pense nisso. E agora pergunte a si mesmo o que
posso melhorar na minha voz para facilitar o entendimento dos ouvintes? Veja
algumas perguntas importantes a fazer:
Pergunte a pessoas ao seu redor, ouça sua voz numa gravação ou preste atenção
enquanto está pregando nestas perguntas. Muitos pregadores ou professores por falta de
entendimento, rotina ou pelo estado emocional no dia da pregação, comprometem o uso
tão importante da voz em um sermão. Se você tem um tom de voz alto ou baixo aprenda
a modular sua voz durante uma mensagem. Está comprovado que um mesmo som
constante leva o ouvinte ao sono ou a distração.
2- Linguagem
Público alvo
Repetições de expressões
3- Postura e roupa
Além de observar a voz, a linguagem, entenda que as pessoas ouvem o que não é
verbal. Segundo a universidade de Stanford- EUA 65% da comunicação está no tom de
voz e corpo. O nosso corpo mesmo sem falar pode falar muito sobre o conteúdo da
mensagem. Observe algumas orientações:
Não feche os olhos, não olhe para cima, ou para baixo ou apenas para
um lado durante muito tempo, procure colocar seus olhos onde as
pessoas estão de uma forma geral.
Escrita
“Uma boa forma sem conteúdo é como algodão doce, pode até ser bonito, mas
não alimenta.” Jilton Moraes
“Quem está no texto? Como foi abordado o assunto? Quando aconteceu isto?
Qual contexto histórico, cultural, linguístico, geográfico está presente neste texto para
que eu o possa entender melhor? Porque está colocado dessa forma? Qual a motivação
está contida nas pessoas? Que expressões e frases chamam a atenção no texto?”
“O pregador que não fixa com clareza o propósito de sua mensagem tende a
ficar falando em círculos intermináveis. Um bom sermão começa a ser preparado com
a designação do seu propósito. (Jilton Moraes)” “O pregador que não é objetivo está
trabalhando como o caçador que atira sem ter um animal em mira (Fred Spann)”
Jerry Key mencionou que “muitos sermões são semelhantes à viagem de Abraão
(Hb11. 8b): “Abraão saiu sem saber para onde ia”. Isto não pode acontecer! Se Deus te
dirigiu com propósito de falar sobre o “Poder da oração”, não divague em falar sobre a
grande tribulação, atenha-se ao seu propósito. Preste atenção nos benefícios de
estabelecer o seu propósito:
É muito triste perguntar as pessoas no final de um culto, qual foi o tema central da
mensagem e as pessoas não lembrarem. Se ao final do culto a pessoa não lembrar nem
mesmo a temática principal da mensagem este sermão, corre o grande risco de não ter
feito diferença nenhuma para o ouvinte. Organização gera melhor desenvolvimento e
melhor transmissão. Desordem gera distração.
Tipos de Sermão
Ao meditarmos na Palavra, fazendo perguntas ao texto, e em oração; um tema,
um propósito, uma idéia, começa a arder no coração do pregador. Neste momento
começa a nascer uma estrutura do sermão. Na Homilética existem vários tipos de
sermão. Na tentativa de tentar descrevê-los muitos autores homiléticos muitas vezes se
repetem. Em nosso estudo vamos nos concentrar em três que compreendem bem como
pode ser a estrutura de um sermão. São eles: sermão temático, textual e expositivo.
Sermão Temático
Definição: Sermão temático é aquele cujas divisões principais derivam do tema,
independente do texto.
A primeira parte da definição diz que as divisões principais devem ser extraídas
do próprio tema do sermão. Isso significa que esse tipo de sermão tem início com um
tema ou tópico e que suas partes principais consistem em idéias derivadas desse tema.
A segunda parte da definição declara que o sermão não requer um texto como
base da mensagem. Isso não significa que a mensagem não seja bíblica, apenas que a
fonte do sermão temático não é um texto bíblico. O assunto é tirado da bíblia e as
principais divisões do esboço do sermão devem basear-se nesse tópico, e cada divisão
principal precisa apoiar-se em uma referência bíblica. Esses versículos devem ser em
geral, extraídos de porções bíblicas mais ou menos distantes umas das outras.
Vamos entender melhor com um exemplo. Imagine se você esta estudando e crê que
Deus está te concedendo uma mensagem com o propósito (o tema) “Razões para a
oração não respondida”. Este tema não é um texto bíblico, mas evidentemente vai
passear por vários versículos bíblicos. Dele vamos tirar a linha principal para
elaborarmos os pontos que vamos trilhar na mensagem. Veja a elaboração:
1.1 Deus não ouve, pois o pecado cria separação (Is 59.2) subdivisões
1.2 A falta de perdão pode ser um dos pecados (Mc 11.25,26)
Perceba que ao fazer a subdivisão eu não fui ilógico e incoerente com a divisão
principal. Imagine a incoerência se minha subdivisão fosse: “1.1 A importância de orar
em línguas”
Sermão Textual
Definição: Sermão textual é aquele em que as divisões principais são derivadas de um
texto constituído de um breve trecho da bíblia. Cada uma dessas divisões é usada como
linha de sugestão, e o texto fornece o tema do sermão.
O esboço principal mantém-se estritamente dentro dos limites do texto. O texto pode
consistir em apenas uma linha de um versículo bíblico, em um versículo todo ou até
mesmo em dois ou três versículos.
Parte da definição afirma que cada divisão principal originada do texto “é usada como
linha de sugestão”, ou seja, as divisões principais sugerem os pontos a serem discutidos
na mensagem.
Com a linha de sugestão dada pela divisão principal desenvolvemos subdivisões que
podem estar baseadas em outros textos que não estão necessariamente naquele preciso
conjunto de versículos.
Vamos entender melhor no exemplo: “mas os que esperam no Senhor renovam as suas
forças, sobem com asas como águias, correm e não se cansam, caminham e não se
fatigam (Isaias 40.31)”.
1 – esperar no Senhor; 2 – renovar as suas forças; 3 – subir com asas como águia
Agora, a partir dessas divisões principais com lógica e coerência, como vimos
no sermão anterior, vamos estabelecer as subdivisões. No entanto, nas subdivisões,
podemos usar outras referências que não tem como base o texto utilizado acima.
Observe no exemplo:
1 – esperar no Senhor
Um sermão como esse pode ter como propósito esclarecer passos para chegar na
promessa. Primeiro eu espero, depois Deus me renova e me faz subir e viver o que Ele
tem para mim.
Sermão Expositivo
Definição: Sermão expositivo é aquele em que uma passagem mais ou menos extensa
da Escritura é interpretada em função de um tema ou assunto. A maior parte do material
desse tipo de sermão provém diretamente da passagem, e o esboço contém uma série de
idéias progressivas que giram em torno de uma idéia principal.
Note que, de acordo com a definição, o sermão expositivo baseia-se em uma “passagem
mais ou menos extensa da Escritura”. A passagem pode consistir em poucos versículos
ou incluir um capítulo inteiro ou, até mesmo, mais de um capítulo.
A definição tambem afirma que uma passagem mais ou menos extensa da Escritura é
interpretada “em função de um tema ou assunto”. James M. Gray dá ao grupo de
versículos que formam a base do sermão expositivo o nome de “unidade expositiva”, a
qual, mais especificamente, consiste em um número de versículos dos quais emergem
uma ideia central.
Vejamos um exemplo que tem como propósito fornecer instruções importantes para o
crente combater o bom combate da fé (Ef 6.10-18).
Uma outra alternativa para a elaboração do sermão expositivo pode consistir em duas ou
três passagens mais ou menos extensas, extraídas de várias partes da Bíblia, formando a
base de um esboço expositivo. Segundo esse princípio a unidade expositiva não consiste
necessariamente, em uma única passagem com versículos consecutivos; duas ou três
passagens, breves ou extensas, podem ser tratadas como se fosse uma unidade, quando a
relação entre elas é direta.
Título
Objetivos:
Para viver essas características pode se usar elementos do nosso dia-a-dia, humor,
ilustrações, testemunhos, dentre outras alternativas.
Proposição
Características:
Conclusão:
“Um sermão não precisa ser interminável para ter valores eternos”Pentz Croft
Bibliografia:
BRAGA, James. Como preparar mensagens bíblicas. Editora Vida, São Paulo, 2007
MORAES, Jilton. Homilética da pesquisa ao púlpito. Editora Vida, São Paulo, 2005
Apêndice:
- Quais são as referências biblicas onde se encontra o tema (procure por palavras
correlatas)?