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Escola de Museologia
Matrícula: 20131342019
Questões
2- Tendo como base a leitura do texto "O Ato Criador" - O que Duchamp quis
dizer por "Ato Criador"? Quais aspectos do texto você considera mais
importantes? A partir disso, escolha e analise uma obra do artista.
Sobre a relação com o público, Duchamp explica que o artista cria sob certas
motivações, estando ou não consciente disso, e a transfere aos espectadores. A reação
do público perante tal obra está diretamente ligada ao o artista quis transmitir e o que ele
transmitiu sem intenção. A essa falha de expressão, ou seja, a diferença entre o que o
artista quis realizar e o que realizou é o “coeficiente artístico” pessoal contido em sua
obra. Em resumo, a arte será refinada pelo público, sendo o ato criador não
completamente executado pelo artista sozinho. É o público quem estabelece relações
entre a obra e o mundo exterior e acrescenta suas significações.
O autor seleciona, segundo ele, sem razão de caráter estético, de bom ou mau
gosto, um porta-garrafas, objeto comum às casas da época com função de escorredor
das garrafas em vidro de leite, formado por cinco suportes de dez andares. O objeto,
comprado no Bazar I’Hôtel de Ville, com o simples gesto e atribuição do artista se
converte em obra de arte, alterando todos os parâmetros de originalidade e autenticidade
no campo das artes. O ato criador aqui não está mais diretamente relacionado a
conhecimentos técnicos, como vinha sendo entendido nas artes até então, mas à uma
escolha do artista.
Tendo esse panorama, ao negar tudo o dadá nega a si mesmo. Aproveitando essa
incoerência, André Breton, com intuito de reconstruir a partir das ruínas desse
movimento algo com formulação teórica e princípios organizados, insere o Dadaísmo
no circuito da história da arte proporcionando, assim, sua defasagem.
O estilo tem o tema fornecido por Freud e seus estudos de psicanálise, campo
clínico e de investigação teórica da psique humana, e embora os surrealistas não
tivessem interesse na interpretação os sonhos – uma vez que, para eles, os sonhos se
sustentavam por si mesmos – acreditavam na ação do inconsciente na produção das
artes, tendo que elas deveriam se originar a partir da sequência das primeiras imagens
ou palavras que viessem à mente. Nas artes plásticas essa característica se demonstra
nas técnicas de frottage e grattage.
O surrealismo herda dos dadaístas a crítica aos ideais de guerra e burguesia, mas
ao invés do anarquismo, se dedicou à formulação teórica e abolição dos vetos aplicados
à arte, eliminando, desta forma, a necessidade da ironia não construtiva. Assim sendo, a
imagem surrealista se estabelece como a justaposição de diferentes realidades. O artista
De Chirico fornece as pistas para o encaminhamento da representação desse estilo. É o
caso da “pintura onírica” surrealista, com o predomínio da técnica ilusionista
identificada em autores como Tanguy, e da “pintura dos sonhos”, em que se tem a
representação da irracionalidade refletindo as condições dos sonhos, cujos alguns dos
expoentes foram Dalí e Magritte. Embora encontrem inspiração nos estudos freudianos,
o próprio Freud criticava a arte surrealista, uma vez que para ele os autores criavam
deliberadamente o inconsciente, assim como encorajavam os desejos indisciplinados do
homem, proposta contrária ao que ele propunha.