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Nas primeiras décadas do século XX, as transformações industriais, econômicas e sociais têm um profundo

impacto sobre as artes. Nesse novo mundo em que existe fotografia, cinema, rádio, telefone, automóvel, avião e
fábricas, tudo tem que ser repensado. Todos estão em busca de novas linguagens, que possam expressar os
sentimentos contraditórios da modernidade. É um tempo de liberdade total de criação, de pesquisa de novos
materiais, de rompimento das regras já estabelecidas, de independência do realismo e da cópia da natureza, da
revalorização da subjetividade e do inconsciente.
A partir de 1900 há grande multiplicidade de caminhos, correntes, estilos e manifestações estéticas: o fauvismo, o
futurismo, o cubismo, o construtivismo, o expressionismo, o surrealismo, o dadaísmo, o abstracionismo, o
concretismo e outros “ismos” que, de forma sucessiva ou simultânea, apontam cada vez mais para a direção da
liberdade.

Características das principais tendências artísticas:

 Expressionismo: Movimento artístico que se caracteriza pela expressão de intensas emoções. As obras não
têm preocupação com o padrão de beleza tradicional e exibe enfoque pessimista da vida, marcado por
angústia, dor, inadequação do artista diante da realidade e, muitas vezes, necessidade de denunciar problemas
sociais. As principais características são distanciamento da pintura acadêmica, ruptura com a ilusão de
tridimensionalidade, resgate das artes primitivas e uso arbitrário de cores fortes. Muitas obras possuem textura
áspera devido à grande quantidade de tinta nas telas. É comum o retrato de seres humanos solitários e
sofredores.
O grito, Munch

 Fauvismo: É o nome dado à tendência estética na pintura que buscou explorar ao máximo a expressividade
das cores na representação da pintura. tem como características marcantes a simplificação das formas, o
estudo do uso das cores, e uma elevada redução do nível de graduação das cores utilizadas nas obras. Os
seus temas eram leves, retratando emoções e a alegria de viver e não tendo intenção crítica. A cor passou a
ser utilizada para delimitar planos, criando a perspectiva e modelando o volume. Tornou-se também totalmente
independente do real, já que não era importante a concordância das cores com objeto representado, e sendo
responsável pela expressividade das obras.

Mesa Posta (harmonia em vermelho) , Matisse

 Cubismo: Ao pintar, os artistas achatam os objetos, e com isso eliminam a ilusão de tridimensionalidade.
Mostram, porém, várias faces da figura ao mesmo tempo. Retratam formas geométricas, como cubos e
cilindros, que fazem parte da estrutura de figuras humanas e de outros objetos que pintam. Por isso o
movimento ganha ironicamente o nome de cubismo. As cores em geral se limitam a preto, cinza, marrom e
ocre. Não se utiliza da perspectiva, que representa a natureza através de um único ponto de vista ( ponto de
fuga ). Ao contrário , procura dar as muitas faces de um mesmo objeto, a partir da mudança do ponto de vista.
Com o tempo, evoluiu de modo que, se tornou impossível reconhecer qualquer figura retratada.

O Poeta, Picasso

 Abstracionismo: As obras abandonam o compromisso de representar a realidade aparente e não reproduzem


figuras nem retratam temas. O que importa são as formas e cores da composição. Há dois tipos de abstração:
a informal, que busca o lirismo privilegiando as formas livres, e a geométrica, que segue uma técnica mais
rigorosa e não tem a intenção de expressar sentimentos ou idéias.

Orange, Kandinsky
 Surrealismo: Não resulta de pensamentos racionais e lógicos do artista; ela é isto sim, resultado de
pensamentos absurdos e ilógicos, como as imagens dos sonhos. Mesmo quando a obra surrealista representa
aspectos da realidade, eles estão associados a elementos inexistentes na natureza, criando conjuntos irreais.
Características do Surrealismo:
· valoriza a intervenção fantasiosa na realidade;
· as formas da realidade são completamente abandonadas.
· Explorar o inconsciente, o sonho, a loucura; aproximar-se de tudo que fosse antagônico à lógica e estivesse
fora do controle da consciência.
Persistência da Memória, Salvador Dalí

Arte Moderna no Brasil


Nas duas primeiras décadas do século XX muitos artistas estrangeiros que moravam no Brasil, e muitos
brasileiros que estudaram fora do país, trouxeram as novas tendências européias. Inicialmente provocaram muitas
reações indignadas, pois a arte acadêmica tradicional, conservadora e realista estava em pleno auge.
Em fevereiro de 1922, um grupo de intelectuais organiza em São Paulo a Semana de Arte Moderna. Poesia,
pintura, escultura, música etc. Um verdadeiro “festival” em que as novas tendências são apresentadas ao público.
Ao mesmo tempo em que os artistas modernos procuravam se atualizar com as inovações estrangeiras, eles
começam uma redescoberta dos valores nacionais em busca de uma linguagem mais brasileira. Representou uma
verdadeira renovação da linguagem, na busca de experimentação, na liberdade criadora e na ruptura com o passado.
O evento marcou época ao apresentar novas idéias e conceitos artísticos. A nova poesia através da declamação.
A nova música por meio de concertos. A nova arte plástica exibida em telas, esculturas e maquetes de
arquitetura. O adjetivo "novo", marcando todas estas manifestações, propunha algo a ser recebido com curiosidade ou
interesse.
Participaram da Semana nomes consagrados do Modernismo brasileiro, como Mário e Oswald de Andrade,
Víctor Brecheret, Anita Malfatti, Menotti Del Pichia.

A boba, Anita Malfatti Café, Cândido Portinari


O mamoeiro, Tarsila do Amaral Mulatas, Di Cavalcanti

TRABALHO

Nascimento da Vênus (1940), Di Cavalcanti. 54 cm X 65 cm. Coleção Particular

Nascimento de Vênus (1485), Botticelli. 172,5 X 278,5. Galeria degli Uffizi, Florença

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