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Expressões históricas da democracia

Somente a partir do século XX, a democracia passou a ser considerada por muitos um critério de legitimação da vida política.
Ao longo de sua trajetória, o pensamento democrático se modificou, incorporando e abolindo diferentes elementos. Desse
modo, duas expressões da democracia, a direta e a representativa, tiveram lugar na história ocidental.
Democracia direta
Uma democracia direta é qualquer forma de organização na qual todos os cidadãos podem participar diretamente no
processo de tomada de decisões. As primeiras democracias da antiguidade foram democracias diretas. O exemplo mais
marcante das primeiras democracias diretas é a de Atenas (e de outras cidades gregas), nas quais o povo se reunia nas
praças e ali tomava decisões políticas. Na Grécia antiga o "povo" era composto por pessoas com título de cidadão
ateniense. Porém, mulheres, escravos e mestiços não tinham direito a esse título, exclusivo para homens que fossem
filhos e netos de atenienses. No mundo atual o sistema que mais se aproxima dos ideais da democracia direta é a
democracia semidireta da Suíça.[1]
AUm dos exemplos do uso da democracia direta são as experiências oriundas do Brasil, como o Plebiscito sobre a forma e o
sistema de governo, referendo do desarmamento, ou mais especificamente a implantação em Porto Alegre[6] do Orçamento
Participativo, em que a democracia direta (assembleias de bairro que no entanto tinham participação limitada a representantes
de associações, cabos eleitorais e cidadãos mais ativos) conviveu com a representativa na deliberação sobre os recursos do
fundo público (não houve operacionalização de um sistema viável aberto ao voto direto de todos os eleitores); ou o Orçamento
Participativo digital de Belo Horizonte, onde uma pequena parte orçamento é colocada a votação direta via Internet do eleitor
por região da cidade, onde este pode escolher entre um grupo de obras pré-determinadas pela prefeitura

Democracia representativa
Democracia representativa é o exercício do poder político pela população eleitoral feita de maneira indireta (ao contrário da
democracia direta), mas através de seus representantes, por si designados, com mandato para atuar em seu nome e por sua
autoridade, isto é, legitimados pela soberania popular. Pela impossibilidade da participação pessoal de todos que façam parte
de uma comunidade, por excederem as proporções da mesma, tanto geográficas como em número, é o ato de eleger um grupo
ou pessoa que os representem e que se juntam normalmente em instituições chamadas Parlamento, Câmara, Congresso ou
Assembleia ou Cortes.
O conceito moderno de Democracia política no Ocidente é este, a da democracia representativa dominada pela forma de
democracia eleitoral e plebiscitária, e na sua maioria é dirigida para aquela que chamamos Democracia liberal que dela faz
parte. Embora, apesar de sua aceitação bastante generalizada desta última, sobretudo no pós-Guerra Fria, ser apenas uma
das formas de representação balanceada de interesses, compreendida num conceito global de isonomia. Usualmente esse
lugar de representante, de um povo ou uma população ou comunidade de um país ou nação, para agir, falar e decidir em
"nome do povo", é alcançado por votação.
O projecto de Constituição Europeia, no seu artigo 46º, incluía uma expressa referência à democracia representativa e no
novo artigo 10º do Tratado de Maastricht, reafirma-se o princípio democrático da representação, expressamente afirmando-
se que o “funcionamento da União baseia-se na democracia representativa”.[1]
Democracia participativa
Democracia participativa ou democracia deliberativa significa a possibilidade de intervenção direta dos cidadãos nos
procedimentos de tomada de decisão e de controle do exercício do Poder[1].
Permite-lhes terem acesso aos seus representantes em permanência e não apenas periodicamente nas eleições, como na
Democracia representativa, mas usual nas Democracia directa e na Democracia semi-directa, fazendo ouvir as suas opiniões
de forma institucionalizada, prévia à tomada de decisões[2], e deliberar sobre elas.
É um regime onde se pretende que existam efetivos mecanismos de controle exercidos pela sociedade civil sobre a
administração pública, não se reduzindo o papel democrático apenas ao voto, mas também estendendo a democracia para a
esfera social.
Em causa está o princípio democrático na sua vertente de princípio da participação. Ela pode assumir as mais variadas
formas, desde as clássicas, como o referendo ou o plebiscito, até formas que propiciam intervenções mais estruturantes no
processo de formação das decisões, como a iniciativa legislativa, o veto popular, os referendos revogatórios[1], os chamados
recalls.
A democracia participativa é considerada um modelo ou ideal de justificação do exercício do poder político pautado no debate
público entre cidadãos livres e em condições iguais de participação. Advoga que a legitimidade das decisões políticas advém
de processos de discussão que, orientados pelos princípios da inclusão, do pluralismo, da igualdade participativa, da
autonomia e da justiça social, conferem um reordenamento na lógica de poder político tradicional.
Um exemplo de democracia participativa é o orçamento participativo, que tem o intuito de submeter o destino de parte dos
recursos públicos à consulta pública, através de reuniões comunitárias abertas aos cidadãos, onde primeiro são coletadas
propostas, depois votadas as prioridades, e encaminhadas ao governo para que ele atenda a solicitação através de
investimento público. Outro será o projecto sueco Demoex que é uma experiência em democracia directa electrónica, com
votações pela internet.
Trabalho de
Sociologia
Escola Estadual Rocha Cavalcanti

Alunas: Cindy Cristina


Anny Gabriela
Keysiane Fernandes
Ana Clara
Turma: 1°C
Professor: Pierry Almeida

"Antes, a questão era descobrir se a vida precisava de ter algum significado


para ser vivida. Agora, ao contrário, ficou evidente que ela será vivida melhor
se não tiver significado."

. Albert Camus
Expressões históricas da democracia

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