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marxismo e a tradição da esquerda (no contexto de ditadura, a união das esquerdas era algo
muito caro); ao contrário, tentaram alargar estas para a inclusão das novas pautas (p. 19)
pode-se dizer que esse esforço se traduziu, no PDT, com a inclusão dos marginalizados, se
atentado para as especificidades de diferentes grupos minoritários (numéricos ou políticos)
A autora foca em esquerdas dissidentes brasileiras. Uma esquerda que surgiu após o fracasso
da luta armada que, em um processo de autocrítica, buscou construir uma alternativa pública,
legal, de intervenção política, tendo por base novas ideias (em relação às que anteriormente as
animou para a guerrilha). (p. 20)
No cap.2 a autora fala sobre as novas esquerdas de um modo geral. Dando um panorama
sobre seu surgimento e características em comum. (p. 71)
[Na página 80, diz que a POLOP se transformou em BOC em 1968. Dela participaram
Theotônio dos Santos, Moniz Bandeira e Vania Bambirra (p. 80). Brigagão diz na entrevista
que foi do BOC. É possível explorar isso.]
Dissidências após o golpe: se davam pela adoção da luta armada. Criticavam o PCB por ser
“imobilista”. Porém, ainda surgiram dissidentes de outras organizações, como POLOP e PCdoB.
Fosso geracional: o golpe fez com que antigos militantes de esquerda “pegassem seu boné”, se
retirando da luta. Isso fez com que a juventude tomasse a frente da luta, criando novas
organizações e assumindo postos de liderança. Todas essas pessoas rejeitavam a tradição da
esquerda brasileira (ver os motivos das dissidências acima). (p. 84) tese de Aarão Reis
concordo haver um “fosso geracional”, no entanto, o motivo apontado por Reis é ridículo.
Na p. 93, aponta alguns elementos centrais ao conceito de populismo e a cisão teórica que
o conceito representou em relação às teses do PCB e da esquerda nacionalista dos anos 50 e
60.
Ruptura em dois pontos (meados dos anos 70) com o movimento anterior: rejeição da
violência; e “valorização da diferença, da singularidade e da alteridade.” (p. 97)
No Brasil (anos 70): fracasso da luta armada autocrítica atuação política legal e luta pelo
restabelecimento democrático (valorização da democracia) (p. 98)
A ideia de democracia participativa sem intermédios trazia consigo uma crítica à prática
tradicional de representação e valorizava a representação direta, o “falar em nome próprio”,
valorizando as especificidades e as diferenças. (p. 99)
Os dissidentes dos anos 60, apesar de sua crítica ao PS’s e PC’s, ainda se mantinham dentro da
“cultura marxista”. No entanto, a dissidência de meados dos anos 70 rompe com essa tradição,
com os (novos) “movimentos da diferença”, se baseando em outros princípios teóricos. (p.
100) a teoria da fragmentação.
Até meados dos anos 70, a esquerda se orientava pelos princípios da totalidade e
universalidade, caros ao marxismo. Antes, ela criticava o socialismo real e os partidos
tradicionais, já trazendo a valorização dos sujeitos em seu cotidiano. No entanto, estes sujeitos
e as suas especificidades e interesses se inseriam dentro de um panorama mais geral. Por
exemplo, a emancipação da mulher e do negro ocorreria apenas com uma revolução socialista.
Ou seja, articulava-se demandadas de grupos específicos a um projeto maior (totalizante).
Desejava-se uma mudança total na sociedade (em sentido econômico, político, no âmbito das
relações pessoais entre gêneros e etnias diferentes, relações familiares etc. Tudo junto e ao
mesmo tempo, integrantes de uma revolução socialista). (p. 108-109)
Meados dos anos 70: a visão acima foi substituída pela valorização (maior) do específico e da
fragmentação (a sociedade é fragmentada em diversos grupos e interesses que, por si só, são
legítimos e merecem ser reivindicados, independentemente de se articularem a algo maior). É
a utopia fragmentada (fragmenta-se a totalidade), onde o sujeito fala e age em nome próprio,
com base na sua diferença e especificidade. (p. 110)
Procura saber como o debate entre totalidade x fragmentação, universal x específico se deu
entre a esquerda brasileira.
Elege 1974 (início da transição) como um marco para analisar os movimentos alternativos o
Brasil