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Para Max Weber, no ideal-tipo da autoridade tradicional, o poder não reside no cargo
do individuo que o exerce mas sim no próprio individuo, ora esta forma de
institucionalização proporciona uma crescente tomada de importância e racionalização
do cargo de poder. É ao cargo que a tradição vai conferir disposições que caracterizam o
tipo e os limites do poder a ser exercido. O soberano é limitado por via da
institucionalização na sua autoridade. Como defendia Max Weber o soberano não tem
necessariamente o livre arbítrio nem nos modelos mais patrimonialistas pois o soberano
pode perder a legitimidade mas a instituição não á perde.
A consideração da Tradição como uma dialética passado-presente permite entender
que o passado pode ser manipulado por indivíduos sem que eles considerem desvirtuoso
da tradição da instituição, assim compreende-se as manipulações ao sistema político
como ascensões ao poder sem uma legitimação pela tradição mas que com o devir da
história são aceites pela sociedade.
Consideram-se atores políticos, os indivíduos que detém lugar no seio da instituição
política, pois pode dar-se o caso de pessoas que detém uma grande influência no poder
político e na vida pública geral como mágicos-religiosos, porem não são autoridades
tradicionais pois não são parte da estrutura política.
Na africa Subsaariana, desde o período pré-colonial estas instituições de poder
político assumem uma pluralidade de formas e conteúdos que não permitem uma
compreensão generalista das mesmas, mas apesar de tal possuem alguns traços comuns
nas formas de organização politica, tais como: o papel das autoridades tradicionais
como guardiões da ordem social; o papel de representação da sociedade do plano
interno e externo; a ambiguidade da sua posição social (para a consideração das relações
destas instituições com o estado quer no período colonial e pós-independência: para
entender a relação das instituições com os representantes e as populações subordinadas).
Entre outras características das autoridades tradicionais Africanas tem a Sacralização
do poder Politico na figura dos representantes mais proeminentes, os reis e os chefes.
Esta sacralização vem do processo divinização do rei que segundo James Frazer o rei
tem poderes sobrenaturais e assume o lugar de senhor supremo dos homens e do
universo, diferente da versão de Luc de Heusch onde o soberano retira o poder da
função de representação e de intermedio entre o divino e o plano humano. Mas a
sacralização também vem da associação do poder político e poder simbólico que
segundo Georges Balandier o poder político é associado a símbolos, imagens, insígnias
e rituais que o conferem uma significação e maior legitimidade.
Bibliografia
Florêncio, Fernando, As Autoridades Tradicionais Vandau, Estado Politico Local Em
Moçambique, ISCTE- IUL, 2003
Sitio: https://www.google.com/amp/Jus.com.br (Poder Tradicional Segundo Weber)
Florêncio, Fernando, Autoridades Tradicionais vaNdau De Moçambique, 2ª Edição,
2008
Massuanganhe, Israel Jacob, O Poder Local, As Autoridades Tradicionais E A
Reforma Da Governação Local, Edição Especial, 2012