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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO

EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 4ª REGIÃO.

Proc. nº 0020937-16.2020.5.04.0221

WCA COMERCIO DE ALIMENTOS LTDA, já qualificado nos autos do


processo em epígrafe, vem, respeitosamente, apresentar tempestivamente suas
CONTRARRAZÕES AO RECURSO ORDINÁRIO que seguem anexas, requerendo seu regular
processamento, com a remessa dos autos a instância recursal competente.

Nestes termos,
Pede deferimento.

Guaíba (RS), 24 de junho de 2022.

MAURÍCIO JORGE D’ AUGUSTIN CRUZ MATHEUS CAETANO DUARTE


OAB/RS 35.710 OAB/RS 100.225

Cruz & Caetano - Advogados Associados


Rua São Geraldo, 489, Loja 103 - Bairro Ermo, Guaíba/RS - CEP: 92702-470
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CONTRARAZÕES DE RECURSO ORDINÁRIO

Nº DO PROCESSO ORIGEM: 0020937-16.2020.5.04.0221

RECORRENTE: DANUBIA MACHADO MASSENA

RECORRIDA: WCA COMERCIO DE ALIMENTOS LTDA

EGRÉGIO TRIBUNAL

ÍNCLITOS JULGADORES,

I. DO MÉRITO:

a) DA NÃO CONFIGURAÇÃO DE PRÁTICAS


DISCRIMINATÓRIA – TRANSFERÊNCIA DE LOCALIDADE
LABORAL. DANO MORAL.

Melhor sorte não assiste à parte recorrente, pois nada comprovou para
alteração da sentença recorrida.

Pois bem, por inteligência do art. 1º da Lei 9.029/95 no rol de atos que se
configuram discriminatórios, pode-se compreender de pleno, assim como o nobre saber jurídico
do juízo a quo quando dispõe de que não há comprovação nos autos a fim de evidenciar do
suposto dano moral fundado na dispensa discriminatória por parte da reclamada.

Visto que, primeiramente, a parte Reclamante, não corrobora nos autos a fim de
comprovar o prejuízo sofrido em razão da transferência de localidade, uma vez que o ônus da
prova lhe incumbia conforme art. 373, I do NCPC e art. 818, I da CLT.

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Outrossim, conforme traz a Reclamada, há comprovação nos autos de que o
contrato de trabalho firmado entre as partes previa cláusulas EXPRESSAS a fim de permitir a
alteração do local da prestação do serviço, conforme contrato ID. b0c3c8b, assim como, no ID.
474a198 que se refere ao acordo escrito firmado entre as partes quanto da anuência entre as
partes no que tange a possibilidade de transferência entre filiais.

Conforme denota-se, é inviável a configuração de dano moral no ponto em


questão vista que ao que se refere o caput do art. 469 da CLT, ao fato de que desde o momento
da contratação a Reclamante estava ciente, ou seja, havia anuência devidamente escrita quando
da possibilidade de transferência de localidade.

A Legislação Trabalhista é cautelosa quando ao tema, ainda mais quando


ressalta no artigo supra referido de que a transferência NÃO NECESSARIAMENTE ACARRETA
MUDANÇA DE DOMICÍLIO, considerando a distância entre a Cidade de Guaíba/RS e
Eldorado/RS.

Destarte, não há prova nos autos acerta do suposto abalo sofrido pela recorrida,
referente ao ponto em questão, ao passo de que não é possível a configuração de lesividade
sofrida pela reclamante frente aos atos praticados pela obreira, visto que ambas as partes estão
cientes da possibilidade de alteração da localidade.

Ainda, a fim de corroborar, em momento processual oportuno foram produzidas


provas orais, na qual não se demonstraram a suposta abusividade perpetrada pela Reclamada.
Isso posto, as testemunhas da parte recorrente corroboram com o narrado pela obreira, quando
afirmaram o seguinte:

TESTEMUNHA: JANETE OLIVEIRA BARRETO:


[...]que é comum os funcionários serem transferidos de loja [...]

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TESTEMUNHA: CLÁUDIA DE OLIVEIRA LOPES:
[...] que é comum fazer a transferência dos funcionários [...]

O entendimento do juízo a quo deve ser mantido, uma vez que restou
devidamente comprovado nos autos que a recorrente não há evidências de dano moral fundado
na dispensa discriminatória. Portanto, não deve prosperar o requerido pela Reclamante no
ponto.

ADICIONAR A COMPROVAÇÃO DE TRANSFERÊNCIA DE CIDADE (RO RDA)

b) DO DANO MORAL

c) DA INSALUBRIDADE

A recorrente inconformada com a decisão do juízo a quo, que entendeu por


indeferir o pedido de adicional de insalubridade, haja vista que o laudo pericial elaborado nos
autos restou comprovado que a autora não estava sujeita a condições insalubres, requerendo
assim a reforma no ponto. Alegou ainda que o depoimento do recorrido foi contraditório.

É sabido que o adicional de insalubridade se caracteriza quando o trabalhador é


exposto a agentes prejudiciais a sua saúde. Isso posto, não basta apenas a exposição eventual,
visto que há requisitos para que seja possível ser concedido o adicional, que no caso dos autos,
a Reclamante não faz jus conforme muito bem entendido pelo juiz a quo.

As condições de trabalho foram devidamente verificadas e analisadas por perito


especializado, bem como, analisados os documentos contidos nos autos, na qual pode-se
concluir pelo perito que as atividades exercidas pela autora são classificadas como SALUBRES.

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Desse modo, ainda, não basta apenas alegar que se faz beneficiária do
adicional de insalubridade, uma vez que há a necessidade de comprovar com veemência que se
fazia beneficie do direito, mas que, todavia, a reclamante não o fez.

Ocorre que, para que seja caracterizado o adicional de insalubridade tem-se


alguns critérios a serem comprovamos, qual sejam observados limites de tolerância fixados em
razão da natureza, da intensidade do agente e o tempo de exposição aos seus efeitos, conforme
dispõe o art.189 da CLT.

De toda sorte, a fim de que fosse analisada a possibilidade de caracterização do


adicional, nos autos, fora elaborado por agente especializado a perícia técnica na qual o
ambiente fora verificado bem como analisados os documentos dos autos. Assim, compreendeu-
se que a Reclamante exercia atividades SALUBRES.

Visto isso, conforme demonstra o laudo pericial elaborado por Engenheiro


Químico e de Segurança do Trabalho ID. 6228c6e, restou comprovado que a atividade exercida
pela reclamante inexistia risco a sua saúde, ou que pelo curto período que supostamente
adentrava no frigorífero não perdurava a fim de colocar em risco a sua integridade.

Portanto, ante a ausência de comprovação dos requisitos para que fosse


possível a caracterização do adicional de insalubridade, assim como pela carência de prova de a
fim de corroborar com a tese de que era exposta a agentes insalubres, não merece prosperar o
alegado pela Reclamante no ponto.

a) DA INDENIZAÇÃO PELA ESTABILIDADE PROVISÓRIA.

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Não merece prosperar as alegações da 2ª Reclamada, haja vista que a
Reclamante laborava dentro das dependências do colégio municipal.

Portanto, não assistindo razão à Reclamada em face de que a Reclamante


prestava seus serviços nas dependências do colégio municipal, qual sendo de responsabilidade
da Reclamada a fiscalização dentro do período da responsabilização subsidiária, portanto pugna
a parte recorrida seja negado provimento ao recuso de apelação interposto pela parte
reclamada.

b) DA INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL.

Quanto ao pedido de reforma do julgado com relação a condenação das


multas celetistas do art. 467 e 477 da CLT, melhor sorte não assiste à recorrente, uma vez que
condenada de forma subsidiária, referida condenação abrange todas as verbas decorrentes da
condenação, inclusive multas.
Nesse sentido, precedente do Tribunal Superior do Trabalho:

"A) RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO PELO SEGUNDO RECLAMADO.


ESTADO DO RIO DE JANEIRO. ÔNUS DA
PROVA. RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.
CONDUTA CULPOSA. (...) 3. LIMITES DA RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA. A
decisão regional está em conformidade com a Súmula nº 331, VI, do TST, segundo a
qual "A responsabilidade subsidiária do tomador de serviços abrange todas as
verbas decorrentes da condenação referentes ao período da prestação laboral".
Óbice da Súmula nº 333 do TST do art. 896, § 7º, da CLT. Agravo de instrumento
conhecido e não provido". (ARR-101230-93.2016.5.01.0512, 8ª Turma, Relatora
Ministra Dora Maria da Costa, DEJT 13/09/2019).

De outro sorte, quanto ao pedido de reforma pela exclusão do dano moral pela
ausência de pagamento das verbas rescisórias, melhor sorte não assiste à recorrente.

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Nesse sentido é o entendimento majoritário do Egrégio Tribunal da 4ª Região:

EMENTA INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL. AUSÊNCIA DE


PAGAMENTO DAS VERBAS RESCISÓRIAS. O abalo psicológico causado
ao trabalhador em decorrência da ausência de pagamento da totalidade das
verbas rescisórias devidas no momento da rescisão contratual caracteriza o
dano moral, tendo em vista a inobservância do prazo legal para o
adimplemento de verba de natureza alimentar, justificando-se a
responsabilização do empregador pela sua reparação.
(TRT da 4ª Região, 5ª Turma, 0020934-94.2020.5.04.0016 ROT, em
12/11/2021, Desembargador Claudio Antonio Cassou Barbosa).

Assim, ante os fundamentos alhures, requer o improvimento do Recurso


Ordinário neste aspecto.

II – DOS PEDIDOS:

Diante do exposto, requer:

a) O recebimento e o processamento das contrarrazões, com o não


conhecimento do recurso interposto;
b) Ao final, o TOTAL IMPROVIMENTO do Recurso Ordinário
interposto, nos termos acima contra razoados;

Termos em que pede e espera deferimento.

Guaíba (RS), 24 de maio de 2022.

MAURÍCIO JORGE D’ AUGUSTIN CRUZ MATHEUS CAETANO DUARTE


OAB/RS 35.710 OAB/RS 100.225

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