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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ - UESPI

CAMPUS PROF. BARROS ARAUJO PICOS PI


CURSO DE BACHARELADO EM DIREITO

Atividade Avaliativa I
Alline Hipolito Leal do Santos
Prática Jurídica de Direito Tributário e Empresarial
Discente: Josenilson Rodrigues

AO JUÍZO FEDERAL DA VARA FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE _

JUAREZ, brasileiro, aposentado, portador da cédula de identidade nº _,


inscrito no CPF sob o nº _, domiciliado na _, por intermédio de seu advogado
constituído, inscrito na OAB sob o número _, com endereço profissional na _, vem à
presença de Vossa Excelência, com fundamento nos artigos 19, inciso I, e 300 do
Código de Processo Civil, bem como nos artigos 151, inciso V, e 165, inciso I, do
Código Tributário Nacional, apresentar a presente
AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE RELAÇÃO
JURÍDICO-TRIBUTÁRIA C/C AÇÃO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO C/C PEDIDO
DE TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA
em face da UNIÃO, pessoa jurídica de direito público, inscrita no CNPJ sob o nº _,
com sede na _, e sua respectiva Fazenda Pública, pelos fatos e fundamentos a
seguir expostos:

I – DOS FATOS

O autor se aposentou no serviço público federal em 15/05/2005 e, três anos


depois, recebeu um diagnóstico de neoplasia maligna em 05/09/2008, confirmado
por um laudo médico do Hospital Vita. Com base nesse diagnóstico, Juarez solicitou
a isenção do imposto de renda sobre seus proventos de aposentadoria, mas o
pedido foi inicialmente negado porque o laudo não era de um serviço médico oficial
da União.
Posteriormente, ele passou por uma perícia realizada por uma junta médica
oficial da entidade que concedeu sua aposentadoria, resultando em um laudo em
06/02/2009 que confirmou sua condição de portador da doença.
Mesmo com o laudo pericial oficial atestando a doença, Juarez apresentou
novamente o pedido de isenção em 15/02/2009, mas mais de um ano se passou e a
entidade pagadora continuou a efetuar os descontos de imposto de renda sobre
seus proventos de aposentadoria.

II – DO DIREITO

II.1 - DO RECONHECIMENTO DA ISENÇÃO TRIBUTÁRIA E DA REPETIÇÃO DO


INDÉBITO

O autor possui o direito à isenção do imposto de renda sobre seus proventos


de aposentadoria, conforme o artigo 6º, XIV, da Lei 7.713/88, e respaldado pelo
artigo 176 do Código Tributário Nacional. Conforme comprovado por laudos médicos
periciais, tanto particulares quanto oficiais, o autor é portador de neoplasia maligna.
O referido laudo médico pericial apenas confirma a existência da doença, não cria o
direito do autor como contribuinte.
O fato gerador da isenção tributária ocorreu desde a data do primeiro laudo
médico apresentado pelo autor, não dependendo de laudo pericial oficial da ré. Além
disso, o laudo pericial oficial possui natureza declaratória, reconhecendo um direito
já existente, e seus efeitos são retroativos.
Portanto, desde a data do primeiro laudo médico em 05/09/2008, o autor tem
direito à isenção do imposto de renda, e os descontos realizados são ilegais. Os
valores indevidamente retidos devem ser devolvidos ao autor, acrescidos de juros e
correção monetária, conforme as súmulas 162 e 188 do Superior Tribunal de
Justiça.

II.2 - DA TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA


Conforme estabelece o artigo 300 do Código de Processo Civil, o juiz deve
conceder a tutela de urgência quando há elementos que evidenciam a probabilidade
do direito e o perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo.
No presente caso, a probabilidade do direito está respaldada na isenção
tributária prevista no artigo 6º, inciso XIV, da Lei 7.713/88, comprovada pelos laudos
médicos periciais, tanto particulares quanto oficiais. A existência da doença é
inquestionável e garante o direito à isenção do imposto de renda sobre os proventos
de aposentadoria.
Além disso, o perigo de dano é evidente, uma vez que os descontos
realizados sobre os futuros rendimentos do autor representam um prejuízo
significativo para alguém que já enfrenta uma grave doença. Portanto, todos os
elementos necessários para a concessão da tutela de urgência estão presentes,
justificando a necessidade de sua concessão.

III – DOS PEDIDOS

Por todo o exposto, requer:

a) A citação da ré para apresentar defesa no prazo legal, sob pena de revelia;

b) A concessão da tutela provisória de urgência para suspender a exigibilidade do


crédito tributário, caso seja lançado durante a ação, com base no art. 300 do CPC e
no art. 151, inciso V, do CTN;

c) A procedência da ação, confirmando a tutela provisória de urgência, declarando a


inexistência da relação jurídico-tributária e condenando a ré a restituir os valores
indevidamente retidos, acrescidos de juros e correção monetária;

d) A condenação da ré nas custas e honorários advocatícios, conforme o artigo 85,


§3º, do CPC;

e) A produção de todas as provas admitidas em direito.

Dá-se à causa o valor de R$ _


Nestes termos, pede-se deferimento.

Local e data.

ADVOGADO
OAB nº xxx

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