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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA 170ª VARA

DO TRABALHO DE CAMPINAS/SP

SHEILA MELODIA, ... (nacionalidade), ... (estado civil), auxiliar de manutenção,


RG ..., CPF ..., CTPS ..., PIS/PASEP ..., filha de ..., residente e domiciliada em ..., vem,
através de seu advogado que esta subscreve (procuração anexa), com fulcro no artigo
890, §1º da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), propor

RECLAMAÇÃO TRABALHISTA
em face de SOLUÇÃO LTDA., pessoa jurídica de direito ..., CNPJ ..., com
endereço ...., e subsidiariamente, por força do artigo 5º-A, §5º, da Lei 6.019/74,
TECNOLOGIA LTDA., pessoa jurídica de direito ..., CNPJ ..., com endereço ..., pelos
fatos e fundamentos expostos a seguir.

I – DA DISTRIBUIÇÃO POR DEPENDÊNCIA

Com base no artigo 286,II, do Código de Processo Civil, pelo fato da


reclamante ter ajuizado ação com mesma pretensão, distribuída com Nº
0100217-58-2021.5.15.0170 que foi arquivada com fulcro no art 884 da CLT.
Deverá então, ser protocolada perante esta Vara do Trabalho.

II – GRATUIDADE DE JUSTIÇA

A reclamante possui renda de um salário mínimo (folha de pagamento anexo),


e não possui condições de arcar com as custas processuais e honorários.
Requer que seja concedida benefício da justiça gratuita, na forma do artigo
790, §3º da CLT.
III – DO CONTRATO DE TRABALHO

A Reclamante foi contratada em 15/10/2019 pela empresa prestadora de


serviço qualificada nos autos, na função de auxiliar de manutenção, exercendo
sua atividade na empresa ( Tecnologia LTDA) de segunda a sexta-feira das 9h
as 15h, com intervalo de 15 minutos, e aos sábados das 8h as 14h, sem
intervalo, percebendo um salário mínimo por mês.
Durante a prestação de serviços, o seu novo supervisor, da prestadora de
serviços,possuía o hábito de enfileirar as empregadas no início do expediente e
exigia que todas lhe dessem um beijo no rosto, sob pena de punição àquela
que não obedecesse, sendo um hábito constrangedor às empregadas.
Além disto, desde o início do contrato de trabalho, consta somente um
depósito de Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), referente a
novembro de 2019. No mês de março de 2020, foi lhe descontado contribuição
sindical no valor de R$ 40,00, sendo que a reclamante nunca autorizou tal
desconto.

IV DOS FUNDAMENTOS
I - DO INTERVALO INTRAJORNADA

O artigo 71,§1º da CLT dispõe que os que laboram em jornada até 6h, é
assegurado 15 minutos de intervalo. Fato que não era respeitado, pois a
reclamante nunca usufruiu do direito, mesmo sua atividade aos sábados sendo
exercida das 8h as 14h.
Requer, que seja indenizado esse intervalo de 15 minutos que foi suprimido
durante todo o período trabalhado, acrescido de 50% na forma do §4º doa
artigo 71 da CLT

II - DA CONTRIBUIÇÃO SINDICAL
Desde o inicio do contrato de trabalho a Reclamante desautorizou qualquer
tipo de desconto referente a contribuição sindical. Ocorre que em março de
2020 houve um desconto referente a respectiva contribuição.
O artigo 579 da CLT é claro ao dizer que é necessária autorização expressa do
empregado para que haja descontos sindicais, o que não aconteceu, tornando
tal cobrança indevida. Dessa forma, requer que seja restituido o valor
indevidamente descontado a titulo de contribuição sindical na importância de
R$40,00

III - NÃO DEPOSITO DO FGTS

O artigo 15 da Lei 8.036/90 é claro em dizer sobre a obrigatoriedade do


empregador quanto ao deposito mensal a titulo de FGTS na importância de 8%
sobre a remuneração do empregado.
Fato que não foi obedecido pela Reclamada desde o período que iniciou suas
atividades laborais. Sendo depositado uma única parcela paga no mês de
novembro de 2019.
Diante do exposto, requer que sejam pagos os valores não depositados com
base no artigo 15 da lei 8.036/90

IV - DA RESCISÃO INDIRETA

A Reclamante sofria constrangimento diário no seu local de trabalho, pois era


exigida do seu empregador que lhe desse um beijo no rosto no inicio de cada
expediente. Em caso de discordância seria demitida.
Diante do exposto, pede que seja rescindido indiretamente o contrato de
trabalho, sendo a Reclamada condenada a pagar as verbas rescisórias com
base no artigo 483, “c”, da CLT.

IV.VI. DAS VERBAS RESCISÓRIAS

Levando-se em conta da rescisão do contrato de trabalho por justa causa do


empregador, são devidas as verbas rescisórias, motivo pelo qual requer seja a
reclamada condenada a pagar o saldo de salário, período de aviso prévio, o 13º
salário proporcional, férias proporcionais + 1/3, bem como o levantamento do
FGTS, indenização de 40% sobre o FGTS e a percepção do seguro-desemprego
pelo período legal

V - DA RESPONSABILIDADE DA TOMADORA DE SERVIÇOS

A reclamante requer a responsabilidade subsidiária da tomadora de serviço


onde desempenhada função, conforme artigo 5º A.§5º, da Lei 6019/74 3
Sumula 331, IV do TST.

V. DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

Tratando-se de parte representada por advogado particular, requer seja a


reclamada condenada ao pagamento dos honorários advocatícios
sucumbenciais no importe de 15% do valor da condenação, nos termos do
artigo 791-A da CLT

VI – DOS PEDIDOS

1) Concedido o pedido de gratuidade de justiça


2) Indenização referente ao intervalo de 15 minutos, durante todo o
período trabalhado com acréscimo de 50%
3) Restituição do valor de contribuição sindical indevida no valor de
R$40,00
4) Rescindido indiretamente o contrato de trabalho
5) Responsabilidade subsidiária da tomadora de serviço
6) Condenação da Reclamada em honorários sucumbenciais de 15%
7) Produção de provas por todos os meios admitidos

Dá-se à presente reclamação o valor de R$ ...

Nestes termos, pede deferimento.


Local, data.

Advogado.

OAB nº .../UF

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