CÂMARA DE VEREADORES DA ESTÂNCIA TURÍSTICA DE AVARÉ

Aos 23 de maio de 2023

AO EX. SR. VEREADOR HIDALGO ANDRÉ DE FREITAS

AO EX. SR. CHEFE DO LEGISLATIVO
A MESA DIRETORA
A DIRETORIA ADMINISTRATIVA

Ofício 01/2023 – Presidência

Fica autorizada, nos termos do art. 42, I, “e”, do Regimento

Interno, o DESARQUIVAMENTO das Proposituras abaixo relacionadas:

• Projeto de Lei 09/2023 - Estabelece diretrizes para implantação do

programa material escolar solidário no Município da Estância Turística
de Avaré-SP;

• Projeto de Lei 10/2023 - Proíbe a veiculação de música com insinuação

ou apologia ao sexo, drogas e à violência nos locais que especifica no
âmbito do Município de Avaré;

• Projeto de Lei 11/2023 - Autoriza o Poder Executivo a criar o Festival

Esporte nas férias a ser desenvolvido no período de recesso e férias
escolares, e dá outras providências.

• Projeto de Lei 12/2023 - Autoriza o Poder Executivo a criar o Festival

Esporte nas férias a ser desenvolvido no período de recesso e férias
escolares, e dá outras providências.

• Projeto de Lei 14/2023 - Institui a Campanha Permanente de Combate

à Evasão Escolar no Ensino Público no Município, e dá outras
providências.

• Projeto de Lei 56/2023 - Dispõe sobre a instalação de abrigos

(casinhas), de comedouros e bebedouros para animais comunitários e
em situação de rua no Município de Avaré e dá outras providências.

• Projeto de Lei 105/2023 - Institui o Programa Municipal de Prevenção

contra Desastres Naturais, Incêndios e Atentados Violentos praticados
nas dependências das Escolas Municipais de Ensino de Avaré e dá
outras providências.

• Projeto de Lei 57/2023 - Autoriza a criação do Programa de Incentivo

à Doação de Cabelos para Pessoas em Tratamento de Câncer no
Município de Avaré.

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• Decreto Legislativo 01/2023 - Suspende os efeitos do Decreto

Municipal nº 7.071, de 18 de novembro de 2022, que regulamenta o
exercício de atividade de ambulantes e de guarda de veículos no âmbito
municipal no período de 02 a 11 de dezembro de 2022.

Justificativa:
Conforme preconiza o art. 42, I, “e”, do R.I, é prerrogativa do Presidente, e
somente deste, autorizar o desarquivamento de proposituras, senão vejamos:

“O Presidente é o representante legal da Câmara nas suas relações

administrativa e diretiva de todas as atividades internas, competindo-lhe
privativamente, o disposto no art. 26 da Lei Orgânica Municipal, e também
ao seguinte:

I - quanto às atividades legislativas:

[...]

e) autorizar o desarquivamento de proposições”.

Portanto, não existe espaço para aventuranças interpretativas e jurídicas quanto as

prerrogativas pertencentes ao Presidente deste Legislativo, o que se não respeitado
poderá acarretar em futuras sanções administrativas e judicias.

Desta forma, após analisado o referido artigo, fica cientificado o Sr. Vereador
Hidalgo André de Freitas sobre o deferimento do pedido de
DESARQUIVAMENTO das proposituras de sua autoria, bem como ao Chefe do
Legislativo para tomada de medidas de ofício.

Sem mais para o momento, aproveito para reiterar meus protestos de elevada
estima e distinta consideração.

Câmara Municipal da Estância Turística de Avaré

Carlos Wagner Januário Garcia

Presidente da Câmara

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Ofício 34/2023 - Mesa Diretora/alrp

AO SR. PRESIDENTE CARLOS WAGNER JANUÁRIO GARCIA

Ilmo. Sr. Ver. Pr. Deste Legislativo, Carlos Wagner Januário Garcia,

Após cumprimentá-lo cordialmente, nós, membros da Mesa Diretora viemos através

desta prestar alguns esclarecimentos referentes ao Ofício 01/2023 desta Presidência:

Em resposta à sua comunicação, gostaria de esclarecer que, nos termos do art. 20 do

Regimento Interno desta Casa Legislativa c/c o art. 25 da LOMETA (Lei Orgânica
do Município da Estância Turística de Avaré), é conferida à Mesa Diretora a
competência para conduzir os trabalhos administrativos e legislativos, senão
vejamos:

“Art. 20. A Mesa Diretora é o órgão condutor de todos os trabalhos

Legislativos e administrativos da Câmara Municipal(...)”

“Art. 25. À Mesa, dentre outras atribuições, compete:

I - tomar todas as medidas necessárias à regularidade dos trabalhos
legislativos”.
Neste empasse, o art. 42, I, “e” do R.I encontra-se em discordância com a Lei Maior
desta municipalidade, o que implica na sobreposição da Lei Orgânica Municipal em
face do Regimento Interno deste Parlamento, seguindo, deste modo, o Princípio da
Hierarquia das Normas, apresentada por Miguel Reale. Diante disso, o arquivamento
das matérias em questão, provocado pela Comissão de Constituição, Justiça e
Redação (CCJR), juntamente com a opinião de não-tramitação emitida pelo
Departamento Jurídico desta Casa, conforme aponta o art. 56, §1º, III do Regimento
Interno, possui justificativa legal, descartando qualquer especulação de
"arquivamento indevido e ilegal".
A hipótese de arquivamento da proposição pelas Comissões vigora também na
Câmara dos Deputados, conforme pode se verificar a redação dada ao art. 133 do
Regimento Interno da Câmara dos Deputados, in veris:

“Art. 133. Ressalvada a hipótese de interposição do recurso de que trata o § 2º do

artigo anterior, e excetuados os casos em que as deliberações dos órgãos técnicos
não têm eficácia conclusiva¹, a proposição que receber pareceres contrários,
quanto ao mérito, de todas as Comissões a que

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distribuída será tida como rejeitada e arquivada definitivamente por

despacho² do Presidente, dando-se conhecimento ao Plenário³, e, quando se tratar
de matéria em revisão, ao Senado”.

Portanto, o entendimento que vigora no Parlamento Federal é que pode a propositura

ser arquivada, desde que receba parecer contrário, quanto ao mérito, das Comissões
que forem distribuídas, salvo hipóteses de interposição de recurso a que se trata o art.
132, §2º do RICD.
Considerando o embate de normas e falta de regulamentação específica quanto ao
caso em tela, cumpre-nos invocar, nos limites das atribuições delegadas pela Lei
Orgânica (art. 25), desde logo, o Princípio da Simetria, onde há de existir relação de
paralelismo entre as disposições destinadas à União, compreendendo, assim, a
Câmara dos Deputados, Senado Federal, Congresso Nacional, Presidência da
República e outros entes da União (autarquias e fundações) e demais entes federados,
quais sejam, Estados e Municípios.

Cabe ressaltar, ainda, que o processo de desarquivamento requer autorização

mediante parecer jurídico e a nova análise da Comissão que opinou por seu
arquivamento, a fim de obter parecer sobre o prosseguimento do caso. Somente após
essas etapas é que a matéria deve ser submetida ao plenário para decisão final.
O entendimento trazido à baila decorre da interpretação de que, autorizado o
desarquivamento da proposição, voltará este ao estágio em que se encontrava, ou
seja, eivado, muitas vezes, de vício, inadequação jurídica e orçamentária, o que pode
gerar prejuízo a Administração Pública e, consequentemente, a comunidade como
um todo. Logo, se faz necessário que a conduta adotada por VSª Ex. submeta-se a
reflexão imediata para que não haja irresponsabilidade.

Desta forma, reforçamos que o procedimento seguido até o momento está em

conformidade com as normas internas e legais que regem esta Casa Legislativa,
garantindo a transparência e a legalidade de todas as ações realizadas.

Atenciosamente,

Flávio Eduardo Zandoná Roberto Araujo

Vice-Presidente 1º Secretário

Ana Paula Tibúrcio de Godoy

2ª Secretária

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(ANEXO)

Ref.: Ao ofício 38/2023 – Mesa Diretora/alrp

¹Deliberação dos órgãos técnicos não têm eficácia conclusiva: isso quer dizer que (aplicando-
se o princípio de Hierarquia das Normas) o parecer emitido pelo Departamento jurídico desta
Casa de Leis não possui força, por si só, para arquivar proposições, o que depende de uma
análise minuciosa pelas Comissões Permanentes, ao qual terá tópico específico para tratar de
sua competência e necessidade dentro do Parlamento. (...)
²Quanto ao Despacho a que menciona o artigo supra, faz-se necessário sua conceituação: pelo
dicionário Aurélio, despachar significa expedir ou enviar algo. Portanto, é o ato praticado
apenas para dar a devida sequência ao tramite do processo, ou seja, mera formalidade.
³Quanto ao devido conhecimento ao Plenário: é imperativo que seja dada o devido
conhecimento aos parlamentares e aos cidadãos, respeitando, assim o princípio da moralidade,
publicidade e eficiência, previstos na Constituição Federal, promulgado em 1988.

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