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Prefeitura Municipal de São Gonçalo do Pará – Minas Gerais

CNPJ – 18.291.369/0001-66
Av. Presidente Tancredo Neves, 100 – Centro – CEP 35.544-000 Telefone: (37) 3234-
1224|E-Mail: licitacao@saogoncalodopara.mg.gov.br

EXCELENTÍSSIMA SENHORA DOUTORA JUÍZA DE DIREITO DA 2ª VARA


CÍVEL DA COMARCA E PARÁ DE MINAS – ESTADO E MINAS GERAIS

Processo: 0471.15.011.265-7

O MUNICÍPIO DE SÃO GONÇALO DO PARÁ, já qualificado nos autos


em que contende com WALDECH JOSÉ DE MELO E OUTROS, por seu advogado
infrafirmado (DOC. 02), vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência,
apresentar ALEGAÇÕES FINAIS, nos seguintes termos:

1 DOS FATOS

Antes de adentrar ao mérito das alegações dos Réus, cumpre salientar


que as defesas de fls. 189/196 e 444/452 foram reproduzidas em seus mesmos
termos, o que demonstra o elo entre os procuradores.

Os Réus alegam, em apertada síntese, que os atos objurgados e que


são objeto da lide guardam nexo com a legalidade, encontrando amparo na
Constituição da República, e que não haveria qualquer razão para censura.

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Asseveram ainda, que bastaria ao chefe do Executivo enviar um


pedido de suplementação de dotação orçamentária, o que seria comum no dia a dia
das “Prefeituras”.

Ora, como já dito, é cediço que os arts. 165 e 166, § 3º, da Constituição
Federal estabelecem, in verbis:

“Art. 165. As leis de iniciativa do Poder Executivo


estabelecerão:
I – o plano plurianual;
II – as diretrizes orçamentárias;
III – os orçamentos anuais.
(...)
Art. 166. (omissis)
(...)
§ 3º As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou
aos projetos que o modifiquem somente podem ser
aprovadas caso:
I - sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei
de diretrizes orçamentárias. (g.n.)

A partir desta competência estabelecida pela Constituição, o Chefe do


Poder Executivo de São Gonçalo do Pará encaminhou, no prazo legal, os Projetos
de Lei à Casa Legislativa, que os aprovou: o PPA – Lei nº 1.511/2013 (DOC. 04), a
LDO – Lei nº 1.537/2014 (DOC. 05) e a LOA – Lei nº 1.553/2014 (DOC. 06).

A partir do Plano Plurianual, é que a Administração elaborou a Lei de


Diretrizes Orçamentárias, definindo metas e prioridades para a Administração
Pública.

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Desse modo, a Lei nº 1.537/2014, que dispõe sobre a Lei de Diretrizes


Orçamentárias (LDO), prevê, em seu art. 40, § 2º, ipsis litteris:

“Art. 40 – Omissis
(...)
§ 2º - Na Lei Orçamentária deverá conter autorização para
abertura de créditos suplementares, no valor correspondente
a 40% (quarenta por cento) do valor total fixado para as
despesas, com utilização de recursos originados da
anulação de dotações constantes do orçamento”. (g.n.)

Assim, seguindo os rumos ditados pela LDO, os órgãos técnicos da


Administração Municipal elaboraram o Projeto da LOA, posteriormente Lei nº
1553/2014, contendo a programação financeira para o exercício de 2015 com vista
no percentual de até 40% (quarenta por cento) de flexibilização orçamentária através
da abertura de créditos suplementares, nos termos do art. 43 da Lei nº 4.320/64.

Acontece que, contrariamente ao disposto no § 3º do art. 166 da CF/88,


os vereadores Walquíria Aparecida Cunha Nogueira Fonseca, Valdeci Xavier Ribeiro
e Hélio Pereira Maia “plantaram” 6 (seis) emendas, levadas por terceiros, uma vez
que não foram elaboradas pelas Assessorias Jurídica e Contábil da Câmara, com a
redução da meta inicial de até 40% (quarenta por cento) para 20% (vinte por cento)
e do remanejamento em 50% (cinquenta por cento) das dotações, sem se alterar,
contudo, o somatório das despesas já fixadas, o que ocasionou, nos primeiros 6
(seis meses) do exercício de 2015, o desequilíbrio da gestão financeira e a
inviabilidade da execução orçamentária (DOCs. 07/12).

É neste ponto que está a ilegalidade dos atos dos Réus, que, visando
atingir o engessamento da execução orçamentária, levaram 6 (seis) emendas a
efeito, sem que estas guardassem nexo com a programação financeira do Município.
É de se ressaltar que, mesmo após as tentativas do Poder Executivo de restabelecer
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a execução do orçamento, e contando com os pareceres da Assessoria Jurídica e


Contábil atestando a legalidade dos projetos de lei enviados, os Réus optaram por
manter seu posicionamento nefasto ao interesse público, mesmo após a revolta dos
cidadãos, os quais deveriam representar.

Outrossim, o argumento de que a Câmara não votaria por cultura, e


sim de acordo com as normas vigentes e “sobretudo com a nova metodologia de
gestão pública”, não encontra o menor respaldo, vez que os princípios e a legislação
que regem a administração pública e atuação de quem dela participa sempre
existiram, o que não os impediu de, em várias outras ocasiões, aprovarem
percentuais de suplementação que excederam os 100% (cem por cento) (quadro
abaixo), o que sobreleva o intuito dos Réus, que praticaram ato que visa fim
diferente daquele previsto em lei.

AUTORIZAÇÃO DA CÂMARA MUNICIPAL PARA FLEXIBILIZAÇÃO DO ORÇAMENTO POR EXERCÍCIO


FINANCEIRO
% % TOTAL % TOTAL
LEI ARTIGO
EXERCÍCIO PREVISTO % AUTORIZADO EXECUTADO
ORÇAMENTÁRIA DA LOA
FINANCEIRO NA LEI ACRESCIDO POR NO
Nº Nº
ORIGINÁRIA EXERCÍCIO EXERCÍCIO
2005 1.298/2004 6º 40 % - 40 %
2006 1.325/2005 6º 40 % - 40 %
2007 1.350/2006 6º 40 % - 40 % 55,95%
2008 1.372/2007 6º 40 % - 40 % 64,09%
2009 1.407/2008 9º e 10 30 + 100 % 100 % 130 % 29,83%
2010 1.431/2009 9º 40 % - 40 % 47,36%
2011 1.446/2010 9º e 10 30 + 100 % 100 % 130 % 42,02%
2012 1.464/2011 9º e 10 40 + 10 % 10 % 50 % 39,75%
2013 1.480/2012 9º 40 + 10 % 10 % 50 % 35,60%
2014 1.580/2013 5º até 40 % - 40 % 39,97%
2015 1.553/2014 5º 20 % REDUZIDO (?)

Ora, tal procedimento demonstra que os Réus não se preocuparam


com a legalidade, mas tão somente com interesses políticos e pessoais, utilizando-
se do Poder Legislativo para causar prejuízo ao erário e autopromoção.

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O poder de veto do Chefe do Executivo não foi utilizado, tendo em


vista que esse seria derrubado pelos Réus, que agiram em conluio para dificultar a
atual administração municipal. Não fosse dessa maneira, os Edis, ora Réus, teriam
aprovado prontamente a alteração da lei orçamentária, possibilitando a execução do
orçamento, o que sabidamente não ocorreu.

O Prefeito acreditou que, por ser de puro interesse da população, e se


tratar de matéria eminentemente legal, contaria com a aprovação de eventual projeto
de lei que visasse modificar o percentual de suplementação orçamentária por
anulação de despesas.

Impende ressaltar que o Chefe do Executivo, ao contrário do afirmado,


não poderia enviar projeto de lei que visasse a abertura de crédito suplementar, pois
estaria em desacordo com a lei, notadamente o artigo 42 da Lei nº 4.320/64, pelo
simples fato de que sua abertura se faz por meio de decreto que é de sua
competência exclusiva.

Art. 42. Os créditos suplementares e especiais serão


autorizados por lei e abertos por decreto executivo.

Nesta trilha, os Réus demonstraram todo o seu desconhecimento da


legislação e que agiram movidos pelo espírito de tumultuar a administração,
menosprezando o que diz a lei.

Com vênia para ser repetitivo, para que a suplementação efetiva do


orçamento por meio de anulação de dotações pudesse ser realizada, a alteração da
lei orçamentária deveria ser aprovada pelo Poder Legislativo. Após isso, é que o
Poder Executivo, por meio de decreto, abriria os créditos suplementares, dando
continuidade à execução orçamentária.

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Em verdade, o que os Réus pretenderam foi a prestação antecipada de


contas, o que ressalta a ilegalidade que permeia o seu procedimento, ao arrepio do
que diz o texto legal, excedendo-se em seu poder fiscalizatório a ponto de impedir
que o Município pudesse honrar seus compromissos, dada a insuficiência das
dotações orçamentárias necessárias.

A execução orçamentária só foi retomada após a edição do Decreto nº


4.044/2015 que decretou estado de emergência administrativa e determinou a
suplementação orçamentária, possibilitando o pagamento dos servidores e de
fornecedores do Município, o que provocou a ira dos Réus, que, não logrando êxito
em sua empreitada, preferem distorcer a realidade dos fatos.

A afirmação de que haveria saldo nas dotações orçamentárias não


encontra o menor respaldo, não passando de mera ilação. Os extratos do SICOM
juntados aos autos não amparam as inverídicas informações, não tendo
demonstrado, ainda que por amostragem, onde estariam os propalados saldos nas
dotações orçamentárias aptos a autorizar o pagamento dos servidores e
fornecedores do Município, como não poderia deixar de ser.

Por derradeiro, o Autor explicita que a execução orçamentária não


depende apenas de saldo bancário para sua execução, mas também de existência
de saldo nas dotações que o compõem, sendo certo que aquela referente ao
pagamento de vencimentos e encargos inerentes não contava com disponibilidade
para pagamento dos servidores, conforme certidão acostada aos autos.

Dessa forma, restou provado que os Réus agiram ao arrepio da lei, o


que autoriza a procedência do pedido.

2 DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS

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Os Réus impugnaram os fundamentos jurídicos do pedido, sob o


argumento de que não teriam praticado atos de improbidade ou corrupção. Vez
mais, a tese merece pronta reprimenda do Juízo. Senão, vejamos.

A aprovação das emendas na Lei Orçamentária Anual é apenas uma das


medidas tomadas em face do Prefeito Municipal pelos Vereadores da oposição que
justificam inclusive, o afastamento deles do cargo que ocupam.

Perceba, Excelência, que o ato praticado pelos Vereadores constitui clara


afronta aos princípios da Administração Pública, passível de condenação por
improbidade administrativa, conforme preceitua o art. 11, caput e inciso I, da Lei n°
8.429/92, in verbis:

“Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que


atenta contra os princípios da administração pública
qualquer ação ou omissão que viole os deveres de
honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às
instituições, e notadamente:
I - praticar ato visando fim proibido em lei ou
regulamento ou diverso daquele previsto, na regra de
competência;” (g.n.)

É vedado ao Agente Político, no caso o Parlamentar, agir em desacordo


com o que a lei determina ou autoriza e, mais ainda, legislar contrariamente à
Constituição (art. 166, § 3º, inciso I, da CR), sob pena de crime de responsabilidade,
e a documentação acostada espanca quaisquer dúvidas a esse respeito.

Com relação à inconstitucionalidade, a Carta Republicana, em seus arts.


165 e 166, repetida pela Lei Orgânica Municipal, estabelece a prerrogativa de
iniciativa das Leis pelo Poder Executivo quanto à elaboração do Plano Plurianual –
PPA, da Lei de Diretrizes Orçamentária – LDO e da Lei Orçamentária Anual – LOA.
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Cabe, única e exclusivamente, ao Poder Legislativo apresentar emendas


à LOA sem alterar as determinações contidas no PPA e na LDO.

Excelência, a emenda proposta, além de ser ilegal e inconstitucional,


constitui ato passível de cassação de mandato, conforme prevê o art. 7° do Decreto-
Lei n° 201/67, in verbis:

Art. 7º A Câmara poderá cassar o mandato de Vereador,


quando:
I - Utilizar-se do mandato para a prática de atos de
corrupção ou de improbidade administrativa; (g.n.)

Ocorre que a emenda modificativa, inconstitucional (art. 166, § 3º, inciso


I, da CF/88), proposta pelos Vereadores Walquíria Aparecida Cunha Nogueira
Fonseca, Valdeci Xavier Ribeiro e Hélio Pereira Maia, e aprovada por alguns de
seus pares, fere diretamente o art. 5º, inciso II, da Lei n° 1.553/2014, reduzindo o
orçamento, depois de elaborado nos termos da LDO, e bloqueando a execução
orçamentária em algumas dotações, desde o início do exercício financeiro, e
travando-o por inteiro no mês de junho, ou seja, ainda na metade do exercício
financeiro de 2015.

Realce-se, como dito alhures, que a Lei de Diretrizes Orçamentárias,


como definido em sua própria nomenclatura, fixa as diretrizes, normas e critérios a
serem adotados na elaboração da Lei Orçamentária Anual - LOA.

Com efeito, não há como, técnica, jurídica e legalmente, dissociar a Lei de


Diretrizes Orçamentárias da Lei Orçamentária Anual, como está ocorrendo no
presente caso, uma vez que a segunda decorre da primeira.

Os Vereadores que assim procedem devem uma justificativa a seus


eleitores, que neles depositaram sua confiança. Entretanto, ao que tudo indica, em
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São Gonçalo do Pará, alguns edis não estão preocupados com seus eleitores, mas
tão somente com interesses pessoais.

Seria muito cômodo ao Chefe do Poder Executivo lavar as mãos e


justificar o não pagamento dos servidores com as medidas tomadas pelos
Vereadores. Porém, ao ser eleito, o Prefeito Municipal jurou respeitar a Constituição
da República e a Lei Orgânica Municipal, fato este que justifica a propositura da
presente ação.

Cabe salientar, também, que 3 (três) Vereadores legalistas estão,


juntamente com o Poder Executivo, nessa “batalha” pela adequação da LOA à LDO,
corrigindo a ilegalidade perpetrada pelos demais Vereadores.

Os Vereadores Arnaldo Mendes, Manoel Luciano da Silveira e Marcelo


Brandão impetraram Mandado de Segurança - Processo n° 0106410-
68.2015.8.13.0471 (DOC. 29) contra o ato do Presidente da Câmara Municipal que
indeferiu o requerimento para a designação de Reunião Extraordinária. Embora
tenha sido assegurada a decisão favorável do Poder Judiciário, esta não foi
cumprida na forma do Regimento Interno e mais uma vez foram vítimas de uma
manobra ilegal do Presidente para evitar o cumprimento da Constituição Federal, da
Lei Orgânica, do PPA, da LDO e da LOA, e para a votação de novo Projeto de Lei
que visava corrigir a LOA aprovada.

Por todos esses motivos, a permanência dos Vereadores, ora


Requeridos, que atuam contrariamente à letra da lei e visando única e
exclusivamente o interesse pessoal e político, compromete o bom andamento da
máquina pública, eis que sua posição de maioria inviabiliza qualquer aprovação de
Projetos de Leis que busquem a correção da ilegalidade perpetrada por eles na Lei
Orçamentária Anual, como exposto acima, ficando impugnadas as suas alegações.

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3 DOS PEDIDOS

4. Em face do exposto, o Autor requer que seja julgado procedente o


pedido, nos termos da exordial.

Termos em que, pede e espera deferimento.

São Gonçalo do Pará, 07 de março de 2017.

Juliano Toledo Santos


OAB/MG nº 101.657

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