Você está na página 1de 7

TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE MINAS GERAIS

Processo 1104430 – Prestação de Contas do Executivo Municipal


Inteiro teor do parecer prévio – Página 1 de 7

Processo: 1104430
Natureza: PRESTAÇÃO DE CONTAS DO EXECUTIVO MUNICIPAL
Procedência: Prefeitura Municipal de Bambuí
Exercício: 2020
Responsável: Olívio José Teixeira
MPTC: Procuradora Sara Meinberg
RELATOR: CONSELHEIRO MAURI TORRES

SEGUNDA CÂMARA – 3/10/2023

PRESTAÇÃO DE CONTAS. EXECUTIVO MUNICIPAL. EXECUÇÃO DO ORÇAMENTO.


ÍNDICES E LIMITES CONSTITUCIONAIS E LEGAIS. REPASSE AO PODER
LEGISLATIVO MUNICIPAL. APLICAÇÃO NA MANUTENÇÃO E
DESENVOLVIMENTO DO ENSINO. METAS 1 E 18 DO PLANO NACIONAL DE
EDUCAÇÃO. APLICAÇÃO EM AÇÕES E SERVIÇOS PÚBLICOS DE SAÚDE.
DESPESAS COM PESSOAL. DÍVIDA CONSOLIDADA LÍQUIDA. OPERAÇÕES DE
CRÉDITO. RELATÓRIO DE CONTROLE INTERNO. ÍNDICE DE EFETIVIDADE DA
GESTÃO MUNICIPAL. REGULARIDADE. PARECER PRÉVIO PELA APROVAÇÃO
DAS CONTAS. RECOMENDAÇÕES.
1. A Lei Orçamentária ou outro diploma legal não poderá admitir a abertura de créditos
suplementares sem indicar o percentual sobre a receita orçada, limitativo à suplementação de
dotações orçamentárias previstas no Orçamento, devendo o gestor observar o disposto no inciso
VII do art. 167 da Constituição da República de 1988 e no parecer exarado na Consulta deste
Tribunal no processo n. 742472.
2. Devem ser registrados corretamente os valores referentes ao cumprimento dos critérios
estabelecidos no art. 29-A da Constituição Federal, repassados e recebidos pelo Poder
Executivo, bem como certificada junto ao Poder Legislativo a conformidade desses registros
3. As Metas 1 e 18 do Plano Nacional de Educação – PNE devem ser cumpridas integralmente,
em conformidade com o disposto na Lei n. 13.005/2014.
4. Deve-se promover intervenções no âmbito dos programas e políticas públicas do município,
avaliados pelo IEGM, visando melhoria dos resultados parciais de cada dimensão e final da
gestão.
5. Emite-se parecer prévio pela aprovação das contas apresentadas pelo chefe do Poder
Executivo municipal, com recomendações, nos termos do art. 45, inciso I, da Lei Complementar
n. 102/2008, porquanto foram constatados a execução do orçamento segundo os instrumentos
de planejamento governamental e o cumprimento dos demais índices e limites constitucionais
e legais.

PARECER PRÉVIO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, deliberam os Exmos. Srs. Conselheiros da Segunda
Câmara, por unanimidade, na conformidade da Ata de Julgamento e das Notas Taquigráficas,
diante das razões expendidas no voto do Relator, em:

Documento assinado por meio de certificado digital, conforme disposições contidas na Medida Provisória 2200-2/2001, na Resolução n.02/2012 e na Decisão Normativa
n.05/2013. Os normativos mencionados e a validade das assinaturas poderão ser verificados no endereço www.tce.mg.gov.br, código verificador n. 3384626
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE MINAS GERAIS
Processo 1104430 – Prestação de Contas do Executivo Municipal
Inteiro teor do parecer prévio – Página 2 de 7

I) emitir PARECER PRÉVIO pela aprovação das contas anuais de responsabilidade do


Sr. Olívio José Teixeira, Prefeito Municipal de Bambuí, no exercício de 2020, com
fundamento no disposto no art. 45, inciso I, da Lei Complementar n. 102/2008, porquanto
foram constatados a execução do orçamento segundo os instrumentos de planejamento
governamental e o cumprimento dos índices e limites constitucionais e legais;
II) recomendar ao atual gestor que adote providências junto às unidades administrativas
municipais competentes visando garantir:
a) que a Lei Orçamentária ou outro diploma legal não poderá admitir a abertura de
créditos suplementares sem indicar o percentual sobre a receita orçada, limitativo à
suplementação de dotações orçamentárias previstas no Orçamento, devendo o gestor
observar o disposto no inciso VII do art. 167 da Constituição da República de 1988 e no
parecer exarado na Consulta deste Tribunal no processo n. 742472;
b) a exatidão dos registros dos valores referentes ao cumprimento dos critérios
estabelecidos no art. 29-A da Constituição Federal, repassados e recebidos pelo Poder
Executivo, bem como certificar junto ao Poder Legislativo a conformidade desses
registros;
c) o integral cumprimento das Metas 1 e 18 do Plano Nacional de Educação – PNE, em
atendimento à Lei n. 13.005/2014;
d) intervenções no âmbito dos programas e políticas públicas avaliados pelo IEGM
visando melhoria dos resultados parciais de cada dimensão e o final da gestão;
III) determinar que o responsável pelo Órgão de Controle Interno seja cientificado de que, ao
tomar conhecimento de irregularidade ou ilegalidade, deverá dar ciência a este Tribunal,
sob pena de responsabilidade solidária, conforme exige o parágrafo único do art. 81 da
Constituição Estadual de 1989;
IV) determinar o arquivamento dos autos, após cumpridas as disposições dos arts. 238 e 239
da Resolução n. 12/2008.
Votaram, nos termos acima, o Conselheiro José Alves Viana e o Conselheiro Presidente
Wanderley Ávila.
Presente à sessão o Subprocurador-Geral Daniel de Carvalho Guimarães.

Plenário Governador Milton Campos, 3 de outubro de 2023.

WANDERLEY ÁVILA
Presidente

MAURI TORRES
Relator
(assinado digitalmente)

Documento assinado por meio de certificado digital, conforme disposições contidas na Medida Provisória 2200-2/2001, na Resolução n.02/2012 e na Decisão Normativa
n.05/2013. Os normativos mencionados e a validade das assinaturas poderão ser verificados no endereço www.tce.mg.gov.br, código verificador n. 3384626
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE MINAS GERAIS
Processo 1104430 – Prestação de Contas do Executivo Municipal
Inteiro teor do parecer prévio – Página 3 de 7

NOTAS TAQUIGRÁFICAS
SEGUNDA CÂMARA – 3/10/2023

CONSELHEIRO MAURI TORRES:


I – RELATÓRIO
Trata-se das contas do chefe do executivo municipal de Bambuí, relativas ao exercício de 2020,
sob a responsabilidade do Sr. Olívio José Teixeira.
No exame inicial à peça n. 25 do Sistema de Gestão e Administração de Processos - SGAP, a
Unidade Técnica apontou irregularidades que ensejaram abertura de vista ao gestor, conforme
despacho à peça n. 27 do SGAP.
O responsável manifestou-se à peça 30, de acordo com a certidão de manifestação, peça n. 31.
Em 15/2/2023, os autos foram redistribuídos à minha relatoria, à peça n. 33.
Após análise da defesa, a Unidade Técnica manifestou, peça n. 47, pela aprovação das contas,
em consonância com o art. 45, inciso I, da Lei Complementar n. 102/2008.
O Ministério Público de Contas opinou à peça n. 50 do SGAP, pela aprovação das contas, com
base no art. 45, inciso I, da Lei Orgânica do Tribunal de Contas, sem prejuízo das
recomendações sugeridas pela Unidade Técnica.
É o relatório.
II – FUNDAMENTAÇÃO
Passo a examinar a prestação de contas apresentada pelo chefe do poder executivo de Bambuí,
segundo as diretrizes fixadas pelo Tribunal Pleno para o exercício em referência, a
regulamentação disposta na Instrução Normativa n. 4/2017 e as informações e dados
encaminhados pelo responsável por meio do Sistema Informatizado de Contas dos Municípios
– Sicom, para fins de emissão de parecer prévio a ser remetido à Câmara Municipal para
julgamento das contas.
1- Execução Orçamentária
A Lei Orçamentária Anual referente ao exercício de 2020 foi aprovada sob o n. 2605, com
Receita Prevista e Despesa Fixada no valor de R$ 68.938.633,20.
2.1- Dos créditos suplementares
Informou a Unidade Técnica que não foram abertos créditos suplementares sem cobertura legal,
conforme o disposto no art. 42 da Lei n. 4320/1964, contudo, destacou que os valores
autorizados inerentes ao Excesso de Arrecadação e o Superávit Financeiro considerados neste
estudo foram limitados aos dos respectivos créditos abertos, conforme retratado nos decretos
correspondentes constantes no Sicom/Consulta/2020. Tal prática contraria o disposto no
art. 167, inciso VII, da Constituição da República de 1988, que veda a concessão ou utilização
de créditos ilimitados.
Diante dessa constatação, ratifico a recomendação sugerida pela Unidade Técnica no sentido
de que a Lei Orçamentária ou outro diploma legal não poderá admitir a abertura de créditos
suplementares sem indicar o percentual sobre a receita orçada, limitativo à suplementação de
dotações orçamentárias previstas no Orçamento, devendo o gestor observar o disposto no inciso
VII, do art. 167, da Constituição da República de 1988 e no parecer exarado na Consulta deste
Tribunal no processo n. 742.472.

Documento assinado por meio de certificado digital, conforme disposições contidas na Medida Provisória 2200-2/2001, na Resolução n.02/2012 e na Decisão Normativa
n.05/2013. Os normativos mencionados e a validade das assinaturas poderão ser verificados no endereço www.tce.mg.gov.br, código verificador n. 3384626
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE MINAS GERAIS
Processo 1104430 – Prestação de Contas do Executivo Municipal
Inteiro teor do parecer prévio – Página 4 de 7

2.2 - Créditos Adicionais Abertos sem Recursos Disponíveis e sua Execução


2.3.1- Excesso de Arrecadação / Operação de Crédito
O relatório técnico apontou que foram abertos créditos suplementares e especiais, na fonte
excesso de arrecadação/operação de crédito, sem recursos disponíveis no valor R$ 694.772,98,
contrariando o disposto no art. 43 da Lei 4.320/1964 c/c parágrafo único do art. 8º, da Lei
Complementar n. 101/2000 e que, desse total foram empenhados o montante de R$ 693.112,52.
A Unidade Técnica verificou, conforme os registros constantes no Sicom, o total de créditos
adicionais abertos no valor de R$ 5.870.803,36, utilizando recursos do Excesso de Arrecadação,
contempla créditos suplementares de R$ 91.745,32 e extraordinários em R$ 5.779.058,04.
Já os créditos adicionais abertos na ordem de R$ 1.106.273,79 utilizando recursos da fonte 190
- Operações de Crédito Internas, dos quais R$ 694.772,98 não dispunham de recursos
disponíveis, se correlacionam aos Decretos n. 28 de R$ 300.000,00, n. 39 de R$ 417.305,37 e
n. 43 de R$ 388.968,42. Ressaltou que embora os referidos decretos tenham sido editados sob
a forma de extraordinários, neles há indicação de que foram abertos com base na Lei
Orçamentária Anual n. 2605/2019.
Tal apontamento foi objeto de abertura de vista ao defendente que se manifestou, à peça 30,
justificando que a LOA de 2020, constou como previsão para a receita na fonte 190 - Operações
de Crédito Internas, o montante de R$ 2.333.333,20. Entretanto, foi firmado no dia 4/3/2020, o
Contrato de Financiamento n. 0530671/2020 no montante de R$ 3.500.000,00, junto à Caixa
Econômica Federal, o qual previu expressamente que o repasse seria efetuado no exercício de
2020. Sendo assim, justificou que a dotação orçamentária foi suplementada utilizando a
tendência do excesso de arrecadação, nos termos do art. 43, § 3º, da Lei Federal n. 4320/1964.
Alegou ainda, que a efetivação da tendência do excesso de arrecadação ocorre quando o
Município recebe o repasse financeiro, e como é prática da Caixa Econômica Federal, como
consta expressamente no contrato, a transferência só é feita após a apresentação do pedido de
desembolso que é acompanhado da nota fiscal e da medição do que foi efetivamente executado.
Por fim, destacou que a orientação exarada na Consulta TCEMG n. 873706, considera como
fonte de recurso para abertura de crédito adicional, a tendência ao excesso de arrecadação
relacionado à conta de Convênios, mesmo que ao final do exercício não venha a se efetivar,
citando trechos da respectiva Consulta. Concluiu que não há que se falar em irregularidade na
abertura do crédito suplementar, que utilizou como fonte de recurso a tendência do excesso de
arrecadação na fonte 190.
Em face da defesa apresentada, bem como dos dados constantes no Sicom, o Órgão Técnico
entendeu que o apontamento deveria ser afastado, por analogia ao entendimento preconizado
na Consulta TCEMG n. 873706, posicionamento que corroboro.
2.3.2 - Superávit Financeiro
Ademais, a Unidade Técnica constatou que foram abertos créditos suplementares e especiais,
sem recursos, na fonte Superávit Financeiro, no montante de R$ 22.836,94, contrariando o
disposto no art. 43 da Lei 4320/1964 c/c parágrafo único do art. 8º da Lei Complementar
n. 101/2000. Entretanto, não foram empenhadas despesas sem recursos, conforme demonstrado
na coluna “Despesa Empenhada sem Recursos”, não comprometendo o equilíbrio da execução
orçamentária, razão pelo qual o Órgão Técnico afastou o apontamento.
3- Índices e Limites Constitucionais e Legais
3.1-Repasse ao Poder Legislativo Municipal

Documento assinado por meio de certificado digital, conforme disposições contidas na Medida Provisória 2200-2/2001, na Resolução n.02/2012 e na Decisão Normativa
n.05/2013. Os normativos mencionados e a validade das assinaturas poderão ser verificados no endereço www.tce.mg.gov.br, código verificador n. 3384626
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE MINAS GERAIS
Processo 1104430 – Prestação de Contas do Executivo Municipal
Inteiro teor do parecer prévio – Página 5 de 7

De acordo com o estudo técnico, foram repassados ao Poder Legislativo Municipal o montante
de R$ 2.658.788,36, o que representa 5,60% da receita base de cálculo, cumprindo o limite
fixado no artigo 29-A da Constituição da República de 1988.
A Unidade Técnica constatou, por meio do relatório do Sicom Consulta “Demonstrativo das
Transferências Financeiras”, registros feitos pela Câmara Municipal de devoluções para a
Prefeitura de R$ 110.000,00, enquanto a Prefeitura informou o recebimento de R$ 40.000,00 a
título de devolução da Câmara. Foi considerada nesta análise a devolução informada pelo Poder
Legislativo de R$ 110.000,00, o que é compatível com os relatórios do Sicom, “Despesa
Extraorçamentária” e “Caixa/Bancos” desse Poder. Assim, recomendou ao Executivo e ao
Legislativo que informem os valores conforme a realidade ocorrida no Município, para que não
haja divergência entre as informações de repasse e devolução de numerários, posicionamento
que ratifico.
4.1- Aplicação na Manutenção e Desenvolvimento do Ensino – MDE
Conclui o exame técnico que foi aplicado o montante de R$ 14.373.796,11, equivalente a
30,41% da receita base de cálculo, cumprindo o percentual mínimo exigido pelo art. 212 da
Constituição Federal de 1988 na Manutenção e Desenvolvimento do Ensino.
4.2-Plano Nacional de Educação – PNE
Do acompanhamento das metas do Plano Nacional de Educação – PNE priorizadas nas
diretrizes para análise das contas referentes ao exercício, a Unidade Técnica apurou que não
houve o cumprimento integral pelo município da meta 1-A – Universalização da educação
infantil na pré-escola para crianças de 4 (quatro) a 5 (cinco) anos de idade até 2016, conforme
exige a Lei nº 13.005/2014. Ressalta-se que até o exercício de 2020 essa meta não tinha ainda
sido cumprida, tendo alcançado o percentual 85,07%.
No que se refere à Meta 1-B, o município cumpriu, até o exercício de 2020, o percentual de
42,53% no tocante a oferta de creches para crianças de 0(zero) a 3(três) anos, devendo atingir
no mínimo 50% até 2024, conforme disposto na Lei n. 13.005/2014.
Quanto a Meta n. 18 do PNE, o Órgão Técnico apontou que o município não observou o piso
salarial profissional nacional, nos termos do art. 206, inciso VIII, da Constituição da República
c/c o art. 2º, §1º, da Lei Federal n. 11.738 de 2008.
Diante das constatações, ratifico as recomendações da Unidade Técnica no sentido de que o
gestor envide esforços para o cumprimento integral das Metas 1 e 18 do Plano Nacional de
Educação – PNE.
5- Aplicação nas Ações e Serviços Públicos de Saúde – ASPS
Ressai do exame técnico que foram aplicados R$ 11.681.771,76, representando 25,67% da
Receita Base de Cálculo, em atendimento ao mínimo exigido no art. 198 §2º, inciso III, da
Constituição da República de 1988, Lei Complementar n. 141/2012 e Instrução Normativa
TCEMG n. 5/2012.
6- Despesas com Pessoal
De acordo com a análise técnica, foram realizadas despesas com pessoal correspondentes aos
seguintes percentuais da Receita Base de Cálculo:
- 47,62% pelo Poder Executivo, não ultrapassando o limite de 54% estabelecido pela Lei
Complementar n. 101/2000, art. 20, III, b;
- 2,92% pelo Poder Legislativo, não ultrapassando o limite de 6% estabelecido pela Lei
Complementar n. 101/2000, art. 20, III, a;

Documento assinado por meio de certificado digital, conforme disposições contidas na Medida Provisória 2200-2/2001, na Resolução n.02/2012 e na Decisão Normativa
n.05/2013. Os normativos mencionados e a validade das assinaturas poderão ser verificados no endereço www.tce.mg.gov.br, código verificador n. 3384626
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE MINAS GERAIS
Processo 1104430 – Prestação de Contas do Executivo Municipal
Inteiro teor do parecer prévio – Página 6 de 7

- 50,54% pelo Município, não ultrapassando o limite de 60% estabelecido pela Lei
Complementar n. 101/2000, art. 19, III.
7- Demonstrativos da Dívida Consolidada Líquida e das Operações de Crédito
A Unidade Técnica constatou o cumprimento dos limites da Dívida Consolidada e de Operações
de Crédito, fixados pelas Resoluções n. 40 e 43 de 2001, respectivamente, ambas do Senado
Federal.
8- Relatório de Controle Interno
Informa o Órgão Técnico que o relatório do órgão central do sistema de controle interno do
município acompanha a presente prestação de contas e contém parecer no sentido da
regularidade das contas, conforme dispõe o § 3°do art. 42 da Lei Complementar n. 102/2008.
Esclarecem, ainda, que o relatório contempla as informações exigidas no item 1 do Anexo I, a
que se refere o art. 2º, caput e § 2º, art. 3º, § 6º e art. 4º, caput, todos da Instrução Normativa
n. 4/2017.
9- Índice de Efetividade da Gestão Municipal – IEGM
O IEGM integra o conjunto de informações que compõe o parecer prévio, com vistas a
contribuir para a transparência e o aprimoramento da gestão pública, bem como favorecer o
controle social ao evidenciar a correspondência entre as ações dos governos municipais e as
demandas da sociedade. Expressa o esforço da gestão municipal na provisão de políticas e
serviços públicos em sete dimensões: educação, saúde, planejamento, gestão fiscal, meio
ambiente, cidades protegidas e governança em tecnologia da informação.
A metodologia de apuração do índice, adotada nacionalmente, obedece a critérios previamente
estabelecidos para atribuição de notas e enquadramento nas seguintes faixas de resultado: A –
altamente efetiva; B+ – muito efetiva; B – efetiva; C+ – em fase de adequação; C – baixo nível
de adequação.
O indicador é calculado com base nas informações de questionário aplicado anualmente aos
jurisdicionados, além de outras disponíveis ao controle externo, permitindo a construção de
série história, base para acompanhamento, estudo comparado e aperfeiçoamento da gestão
municipal. Os resultados alcançados pelo Município de Bambuí, no período de 2015 a 2020
encontram-se evidenciados no quadro a seguir:

Fonte: SGAP – fl. 54 da Peça n. 25.


No exercício de 2020, os dados demonstram que o resultado final se manteve o mesmo em
relação a 2019, ou seja: C+ (em fase de adequação). Comparado ao exercício de 2019, houve a
melhora das dimensões em i-Governança em Tecnologia da Informação e i-planejamento, por
outro lado, o rebaixamento dos resultados das dimensões i-Educação e i-Saúde. Destaco que as

Documento assinado por meio de certificado digital, conforme disposições contidas na Medida Provisória 2200-2/2001, na Resolução n.02/2012 e na Decisão Normativa
n.05/2013. Os normativos mencionados e a validade das assinaturas poderão ser verificados no endereço www.tce.mg.gov.br, código verificador n. 3384626
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE MINAS GERAIS
Processo 1104430 – Prestação de Contas do Executivo Municipal
Inteiro teor do parecer prévio – Página 7 de 7

dimensões i-Ambiental, i- Cidade e i-Fiscal mantiveram na mesma faixa. Assim, recomendo ao


gestor que promova intervenções efetivas nos programas e políticas públicas que compõem as
dimensões avaliadas, visando sempre a melhoria dos resultados parciais e o final.
III – CONCLUSÃO
Diante de todo o exposto, voto pela emissão de Parecer Prévio pela aprovação das contas, do
gestor responsável pela Prefeitura Municipal de Bambuí, no exercício de 2020, Sr. Olívio José
Teixeira, nos termos do art. 45, inciso I, da Lei Complementar n. 102/2008, porquanto foram
constatados a execução do orçamento segundo os instrumentos de planejamento governamental
e o cumprimento dos índices e limites constitucionais e legais.
Tendo em vista os apontamentos constantes dos relatórios técnicos, peças n. 25 e n. 47 do
SGAP, recomendo ao atual gestor que adote providências junto às unidades administrativas
municipais competentes visando garantir:
- que a Lei Orçamentária ou outro diploma legal não poderá admitir a abertura de créditos
suplementares sem indicar o percentual sobre a receita orçada, limitativo à suplementação de
dotações orçamentárias previstas no Orçamento, devendo o gestor observar o disposto no inciso
VII, do art. 167, da Constituição da República de 1988 e no parecer exarado na Consulta deste
Tribunal no processo n. 742472;
- a exatidão dos registros dos valores referentes ao cumprimento dos critérios estabelecidos no
art. 29-A da Constituição Federal, repassados e recebidos pelo Poder Executivo, bem como
certificar junto ao Poder Legislativo a conformidade desses registros;
- o integral cumprimento das Metas 1-A e B e 18 do Plano Nacional de Educação – PNE, em
atendimento à Lei n. 13.005/2014;
- intervenções no âmbito dos programas e políticas públicas avaliados pelo IEGM visando
melhoria dos resultados parciais de cada dimensão e o final da gestão,
Cientifico o responsável pelo Órgão de Controle Interno que, ao tomar conhecimento de
irregularidade ou ilegalidade, deverá dar ciência a este Tribunal, sob pena de responsabilidade
solidária, conforme exige o parágrafo único do art. 81 da Constituição Estadual de 1989.
Oportuno destacar que a deliberação em sede de parecer prévio não impede a apreciação
posterior de atos relativos ao exercício financeiro, em razão de representação, denúncia ou de
outra ação fiscalizadora do Tribunal.
Cumpridas as disposições dos arts. 238 e 239 da Resolução n. 12/2008, arquivem-se os autos.

CONSELHEIRO JOSÉ ALVES VIANA:


De acordo.

CONSELHEIRO PRESIDENTE WANDERLEY ÁVILA:


Também acompanho.
FICA APROVADO O VOTO DO RELATOR.

(PRESENTE À SESSÃO O SUBPROCURADOR-GERAL DANIEL DE CARVALHO


GUIMARÃES.)
*****
sb/fg

Documento assinado por meio de certificado digital, conforme disposições contidas na Medida Provisória 2200-2/2001, na Resolução n.02/2012 e na Decisão Normativa
n.05/2013. Os normativos mencionados e a validade das assinaturas poderão ser verificados no endereço www.tce.mg.gov.br, código verificador n. 3384626

Você também pode gostar