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1. Atraso na remessa da prestação de contas anual.

Constatou a instrução que houve atraso de 1 (um) ano, 02


(dois) meses e 12 (doze) dias na remessa da prestação de contas a esse
Tribunal, violando assim o disposto no art. 17 da Resolução TC-16/94, c/c
a Lei Complementar Estadual nº 202/00, art. 4º.

Por razão desta restrição, o Sr. Luciano José Buligon se


manifestou (fls. 179-180), de modo a trazer ao conhecimento desse
Tribunal a informação do falecimento do Contador da SDR – Chapecó,
Sr. Ademir Galeazzi, fato este que criou uma situação atípica na rotina
contábil da secretaria, em razão da falta de um profissional que
continuasse a execução dos trabalhos contábeis.

Entretanto, como bem elucida o relatório de instrução, a


justificativa oferecida serve de atenuante, mas não saneia a
irregularidade apontada, pois não exime a responsabilidade do ordenador
pela remessa do Balanço e seus anexos a esta Casa de Contas. A
presente Prestação de Contas Anual foi encaminhada a este Tribunal
intempestivamente, ou seja, foi protocolada nesta Casa somente na data
de 12/05/2010 (fl. 2), configurando mais de um ano de atraso. Desta
maneira, fica caracterizada a infringência a norma deste Tribunal de
Contas, haja vista que a morte do servidor não justificaria tão longo
período sem a prestação de contas devida.

Ainda que se tratasse de um menor período de atraso e


que este fosse justificado, entendo que não se pode fazer tal juízo de
valor entre um menor ou maior atraso, uma vez que a norma não
comporta exceções quando se trata do prazo fixado para apresentação
das contas.
A falha em questão reflete inércia da administração em
cumprir os prazos legais e normativos impostos à Unidade Gestora, e
pode ainda configurar ineficiência na prática dos atos administrativos que
lhe são afetos.
Cumpre ressaltar que o atraso na remessa de prestação de
contas é matéria que reiteradamente tem sido objeto de aplicação de
multa por essa Corte de Contas. Eis alguns julgados nessa linha:

Acórdão 0458/2011 - Processo nº: PCA-08/00226852 – Sessão:


13.6.2011
ACORDAM os Conselheiros do Tribunal de Contas do Estado de
Santa Catarina, reunidos em Sessão Plenária, diante das razões
apresentadas pelo Relator e com fulcro nos arts. 59 da Constituição
Estadual e 1° da Lei Complementar nº 202, de 15 de dezembro de
2000, em:
6.1. Julgar irregulares, com imputação de débito, com fundamento no
art. 18, III, alínea "c", c/c art. 21, caput, da Lei Complementar n.
202/2000, as contas anuais de 2007 referentes a atos de gestão da
Câmara Municipal de Siderópolis e condenar o Responsável - Sr.
Sérgio Luiz Alves Rodrigues - Presidente daquele Órgão em 2007,
CPF n. 733.139.639-00, ao pagamento da quantia de R$ 683,46
(seiscentos e oitenta e três reais e quarenta e seis centavos)
(quatrocentos e setenta e seis reais e vinte e oito centavos), em
razão do recebimento indevido por majoração dos subsídios de
agentes políticos do Legislativo Municipal sem atender ao disposto
nos arts. 39, § 4º, e 37, X, da Constituição Federal, fixando-lhe o
prazo de 30 dias, a contar da publicação deste Acórdão no Diário
Oficial Eletrônico desta Corte de Contas, para comprovar, perante
este Tribunal, o recolhimento do montante aos cofres do Município,
atualizado monetariamente e acrescido dos juros legais (arts. 40 e 44
da Lei Complementar n. 202/2000), calculados a partir da data da
ocorrência do fato gerador do débito, sem o quê, fica desde logo
autorizado o encaminhamento da dívida para cobrança judicial (art.
43, II, da Lei Complementar n. 202/2000).
6.2. Aplicar ao Sr. Sérgio Luiz Alves Rodrigues – anteriormente
qualificado, com fundamento no art. 70, VII, da Lei Complementar n.
202/00, c/c o art. 109, VII, do Regimento Interno, a multa no valor de
R$ 1.000,00 (mil reais), em face do atraso de 375 dias na remessa,
a este Tribunal, do Balanço Anual do exercício de 2007 da
Câmara, em descumprimento ao estabelecido no art. 25, caput, da
Resolução n. TC-16/94, com alteração dada pelo art. 4º da
Resolução n. TC-07/99, c/c art. 3º da Lei Complementar n. 202/00
(item 2.1 da Conclusão do Relatório DMU), fixando-lhe o prazo de 30
dias, a contar da publicação deste Acórdão no Diário Oficial
Eletrônico Eletrônico desta Corte de Contas, para comprovar ao
Tribunal o recolhimento da multa ao Tesouro do Estado, sem o quê,
fica desde logo autorizado o encaminhamento da dívida para
cobrança judicial, observado o disposto nos arts. 43, II e 71 da Lei
Complementar n. 202/2000.

Acórdão nº: 0415/2011 - Processo nº: PCA-09/00469609 –


Sessão: 6.6.2011
ACORDAM os Conselheiros do Tribunal de Contas do Estado de
Santa Catarina, reunidos em Sessão Plenária, diante das razões
apresentadas pelo Relator e com fulcro no art. 59 c/c o art. 113 da
Constituição Estadual e 1º da Lei Complementar n. 202/2000, em:
6.1. Julgar irregulares, sem imputação de débito, na forma do art. 18,
III, alínea “b”, c/c o art. 21, parágrafo único, da Lei Complementar n.
202/2000, as contas anuais de 2007 referentes a atos de gestão da
Câmara de Vereadores de Ibiam, no que concerne ao Balanço Geral
composto das Demonstrações de Resultados Gerais, na forma dos
anexos e demonstrativos estabelecidos no art. 101 da Lei (federal) n.
4.320/64, de acordo com os pareceres emitidos nos autos.
6.2. Aplicar aos Responsáveis adiante discriminados, as multas a
seguir especificadas, fixando-lhes o prazo de 30 (trinta) dias, a contar
da publicação deste Acórdão no Diário Oficial Eletrônico desta Corte
de Contas, para comprovarem ao Tribunal o recolhimento ao
Tesouro do Estado das multas cominadas, sem o que, fica desde
logo autorizado o encaminhamento da dívida para cobrança judicial,
observado o disposto nos arts. 43, II, e 71 da Lei Complementar n.
202/2000:
[...]
6.2.2. à Sra. SOILI MARIA BORSOI GALAFASSI - Presidente da
Câmara Municipal de Ibiam em 2008, CPF n. 589.591.499-34, com
fundamento no art. 70, VII, da Lei Complementar n? 202/2000 c/c o
art. 109, VII, do Regimento Interno, a multa no valor de R$ 1.000,00
(mil reais), pelo atraso de 380 (trezentos e oitenta) dias na
remessa, a este Tribunal Contas, do Balanço Anual de 2007 da
Câmara, afrontando o disposto no art. 25 da Resolução n. TC-16/94,
com redação dada pelo art. 4º da Resolução n. TC-07/99 (item II-
1.1.1 do Relatório DMU).

Acórdão 0397/2011 – Processo nº: PCA-01/02086079 – Sessão:


1.6.2011
ACORDAM os Conselheiros do Tribunal de Contas do Estado de
Santa Catarina, reunidos em Sessão Plenária, diante das razões
apresentadas pelo Relator e com fulcro nos arts. 59 da Constituição
Estadual e 1° da Lei Complementar nº 202, de 15 de dezembro de
2000, em:
Considerando que o Sr. Hardid Rui Heusser foi devidamente citado,
conforme consta nas f. 77 dos presentes autos;
Considerando que as presentes contas foram objeto de julgamento
pelo Egrégio Tribunal Pleno que, na Sessão de 29/11/2004, mediante
Acórdão n. 2194/2004, julgou regulares com ressalva as contas
anuais de 2000 do Fundo Municipal de Saúde de Mirim Doce;
Considerando que o Recurso de Reconsideração impetrado pelo Sr.
André Luiz Alves de Jesus – Secretário de Saúde de Mirim Doce em
2002, teve como objetivo tão somente afastar a multa constante do
item 6.3. do Acórdão n. 2194/2004, proferido no processo de contas
acima referido;
Considerando que o Acórdão n. 1342/2009, exarado pelo egrégio
Tribunal Pleno no Recurso de Reconsideração n. REC-05/00804230,
anulou apenas o item 6.3 da decisão recorrida, não alterando o
julgamento das contas já levado a efeito por esta Corte;
Considerando a manifestação do Sr. Hardid Rui Heusser no
Processo n. PCA-01/02086079, na qualidade de Responsável pelo
encaminhamento com atraso do Balanço Anual do exercício de 2000
do Fundo Municipal de Mirim Doce;
6.1. Aplicar ao Sr. Hardid Rui Heusser – Secretário Municipal e
Gestor do Fundo Municipal de Saúde em 2001, CPF n. 569.336.909-
97, com fundamento no art. 70, VII, da Lei Complementar nº 202, de
15 de dezembro de 2000, c/c o art. 109, VII, do Regimento Interno
(Resolução nº TC-06, de 28 de dezembro de 2001), a multa abaixo
relacionada, fixando-lhe o prazo de 30 dias, a contar da publicação
deste Acórdão no Diário Oficial Eletrônico desta Corte, para
comprovar ao Tribunal de Contas o recolhimento ao Tesouro do
Estado das multas cominadas, sem o quê, fica desde logo autorizado
o encaminhamento da dívida para cobrança judicial, observado o
disposto nos arts. 43, II, e 71 da citada Lei Complementar:
6.1.1. R$ 500,00 (quinhentos reais), em face da remessa do
Balanço Anual do exercício de 2000 do Fundo Municipal de
Saúde de Mirim Doce fora do prazo regulamentar com atraso de
233 dias em relação à data-limite, em desatendimento ao art. 25,
caput, da Resolução TC 16/94 (item 3.1 do Relatório DMU n.
615/2009).

Dessa forma, não vejo razões para estabelecer nenhum


tratamento diferenciado no presente caso e entendo pertinente a
aplicação de multa ao devido responsável.

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