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Formação CDP
UFCD 7266 – Gestão e tratamento de reclamações
MANUAL DE FORMAÇÃO
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Confederação do Desporto de Portugal
Formação CDP
UFCD 7266 – Gestão e tratamento de reclamações
Âmbito do manual
Objetivos
Conteúdos programáticos
Serviços desportivos
o Características
- Serviço base
- Serviços periféricos
o Importância da satisfação dos clientes e da qualidade dos serviços
o Perspetiva do cliente
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Carga horária
25 horas
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2. Obtenção da informação.......................................................................................................................................
2.1. Formas de recolha da informação: direta vs indireta......................................................................................
2.2. Momentos de recolha da informação.............................................................................................................
3. O modelo de Qualidade........................................................................................................................................
3.1..................................................................................................O modelo de Qualidade
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3.2. Os Gaps..................................................................................................................................................................
3.3. A passagem do modelo Gaps para a medição da satisfação...........................................................................
4. O modelo SERVQUAL...................................................................................................................................
4.1. Dimensões da qualidade dos serviços.............................................................................................................
4.2. Momentos de recolha de informação.............................................................................................................
4.3. A Metodologia................................................................................................................................................
4.4. A metodologia................................................................................................................................................
5. O modelo SERVPERF....................................................................................................................................
5.1. Momentos de avaliação da performance.......................................................................................................
5.2. Conclusões dos autores do modelo................................................................................................................
Bibliografia................................................................................................................................................................
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Alguns gerentes – com mais incidência os gerentes das microempresas – ainda não se
questionaram sobre o que os seus clientes transmitem a respeito da sua própria empresa.
Num mercado competitivo, onde as redes sociais se focam nas interações entre pessoas e
onde qualquer comentário mais negativo é visto por centenas, senão milhares, de
pessoas, é crítico compreender o que o cliente sente, pois só assim se poderá saber o
estado efetivo da organização.
Efetivamente, atualmente, qualquer pesquisa na Internet poderá fornecer uma ideia
genérica, mais ou menos fiável, da satisfação do cliente de uma entidade, bastando, para
tal, consultar o feedback desses clientes, e praticar uma “escuta ativa” (leia-se “leitura
ativa”) dos comentários submetidos, quer para criar empatia perante um determinado
problema e encontrar soluções/compensações negociadas adequadas à situação, bem
como para encontrar ações de melhoria e caminhos de inovação, ao gosto do cliente.
A inclusão do cliente como parte ativa da organização auxilia no processo de
transformação de um cliente em defensor da marca (Promoter).
Nos casos em que hajam diversos colaboradores a entrar em contacto com o cliente de
forma direta, deverá ser aferida a necessidade de capacitação e sensibilização destes para
as vertentes abordadas.
Como também já foi abordado, as funções de maior relevo para a medição da satisfação
do cliente são: a de verificar o índice de competitividade da organização face à sua
concorrência e a de verificação das alterações/inovações que tiveram um bom ou mau
impacto detetando, assim, oportunidades de melhoria.
Não é por acaso que o foco no cliente e a análise da respetiva satisfação são conceitos
são parte integrante na grande maioria dos referenciais normativos de certificação de
sistemas de gestão existentes, dos quais se salienta, os referenciais da família das normas
ISO (ISO 9001, ISO 14001, entre outras), do Modelo EFQM de Excelência; do próprio
referencial da certificação “Ponto de Excelência”. Tal revela que, uma das formas de
melhorar a satisfação do cliente, e por consequência a competitividade da organização é
a própria integração do cliente no processo de avaliação da performance da organização,
garantindo que a sua opinião é tida em consideração e as ações futuras vão e encontro
aos seus gostos, usos, propósitos e expetativas.
Esta abordagem evita os pensamentos falaciosos do género: “o meu produto é o
melhor que há, mas ninguém o compra”. De facto, as especificações dos
produtos/serviços podem ser tecnicamente únicas, funcionalmente perfeitas, robustas,
etc., no entanto, todas estas características podem não ser valorizadas pelo cliente face
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à função e/ou uso que este pretende dar ao produto. Pior ainda é o caso em que essas
melhorias, que por si já não são valorizadas, ainda contribuem para um aumento
considerável do preço do produto, podendo originar uma decrescida da atratividade geral
do próprio produto.
Também a forma de recolha da informação necessária ao tratamento da satisfação do
cliente, pode divergir em formas síncronas e assíncronas.
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2 OBTENÇÃO DA INFORMAÇÃO
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Esta forma de recolha da informação tem a vantagem de ser mais fácil ao nível do
procedimento, pois basta elaborar um modelo de questionário/entrevista e enviar.
Por outro lado tem uma enorme desvantagem, ao colocar o processo do lado do cliente,
esperando que este seja proativo e esteja sensibilizado para a resposta e reenvido do
formulário, fica-se sujeito a uma perda de informação devido à taxa de resposta reduzida.
Outra desvantagem está afeta ao risco a que se fica sujeito, nos casos em que a avaliação
é feita apenas durante um único momento anual, pois o cliente (na realidade o ser
humano em geral), ao avaliar a sua satisfação face a um conjunto agregado de
experiências, revela as seguintes tendências:
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Esta forma de recolha da informação tem a desvantagem de ser mais uma forma mais
laboriosa e complexa de recolha e tratamento da informação proveniente de várias
fontes e canais, já que é um processo de recolha contínua de informação apresentando,
contudo, diversas vantagens:
• A informação recolhida apresenta uma maior tendência a ser imparcial e relativa à
ocorrência a que diz respeito;
• O aumento da informação contribui para uma melhor amostragem para métodos
de aferição estatística;
• Apresenta um maior controlo sobre os processos (quer de medição da satisfação,
quer os restantes), já que as avaliações mais baixas podem ser alvo de uma análise das
suas causas, mais atempadamente.
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3 O MODELO DE QUALIDADE
Neste manual, propõe-se um breve estudo dos modelos mais usuais de
verificação da satisfação do cliente (SERVQUAL E SERVPERF), no entanto, será
dada mais ênfase prática à utilização do modelo SERVPERF, uma vez que o
entrevistado apenas é inquirido uma vez a cada item e o processo de
interpretação e análise são mais simples.
Por outro lado, iremos abordar formas de diferente aplicação das técnicas e os
princípios em vigor na época, que foram o sustentação para a respetiva
evolução destes modelos.
3.2. Os Gaps
Vejamos as lacunas (Gaps) consideradas críticas para o modelo da qualidade que
abordamos:
4 O MODELO SERVQUAL
A partir do modelo dos Gaps surgiu o modelo SERVQUAL, (Qualidade do Serviço)
proposto por Valarie A. Zeithalm, A. Parasuraman e Leonard L. Berry, nos
Estados Unidos da América, tendo como 17
objetivo avaliar a qualidade dos
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4.1.1. Tangibilidade
A Tangibilidade representa os elementos físicos como móveis,
escritórios, formulários, aparência física dos empregados, roupas e
uniformes, equipamentos e disposição física.
4.1.2. Confiabilidade
A Confiabilidade representa a habilidade de se cumprir com o que foi
prometido, cumprindo também com o prazo de entrega acordado.
4.1.3. Compreensão
A dimensão Compreensão é a habilidade de entender os problemas e
dificuldades dos clientes e responder de uma forma positiva, muitas
vezes personalizada.
4.1.4. Segurança
A dimensão Segurança é perceção que o cliente tem da habilidade de
um colaborador da organização responder às suas necessidades.
4.1.5. Empatia
A dimensão de Empatia está relacionada com a disposição que um
colaborador manifesta nos cuidados e atenção individual prestados ao
cliente.
4.3. A Metodologia
Para o modelo SERVQUAL foi utilizado um instrumento (questionário)
desenvolvido para medir a qualidade de serviços, que consiste em 22
itens, quer para o momento de consulta de informação face à visão de
“Empresa Ideal”, quer para o momento de inquirição face ao
desempenho de “Empresa Real”. Assim, procedimento consiste na
aplicação da primeira parte do questionário (22 itens) para medir o
nível desejado do serviço e na aplicação da segunda parte (novamente
os mesmos 22 itens) para medir a perceção objetiva do cliente sobre o
serviço real oferecido pela organização.
A qualidade do serviço é analisada subtraindo-se à qualidade
esperada da “Empresa Ideal” a qualidade percebida na “Empresa Real”.
Nesta análise surgem alguns pontos a ter em conta face ao modelo
SERVQUAL:
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4.4. A metodologia
4.4.1. Alfa de Cronbach
O modelo Servqual envolve o cálculo de um valor denominado “alfa de
Cronbach”, que representa uma demonstração face à não existência de
erros aleatórios.
Tendo em conta que são medidas diversas (n) variáveis, e que não
conseguimos observar diretamente a magnitude do problema, então é
estabelecida uma escala de proporção (valor de 0-1, a que corresponde
0 - 100 ), da seguinte forma: para valores inferiores a 0,6, os itens
medidos são considerados de baixa confiabilidade (não seguros para
tomar decisões) e, para valores de 0,6 a 1, os itens são considerados
altamente confiáveis (logo, mais realistas, para serem tidos em conta no
momento de tomada de decisão).
O alfa de Cronbach permite, assim, quantificar o nível de Skill de uma
escala de medida. No Modelo Servqual, a média e o desvio padrão
(medidas estatísticas descritivas) também devem ser calculados. A média é
calculada para conhecer as possíveis coincidências nas atitudes que os
clientes apresentam antes do atendimento. O desvio padrão é calculado
para conhecer as variações que existem entre os clientes em relação à
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4.4.7. Cálculos
Não fazendo parte do âmbito deste manual abordar o cálculo estatístico
(ainda que se faça uma abordagem ao mesmo, e se aconselha uma breve
revisão através do anexo ao documento), é importante indicar os cálculos
normalmente utilizados no estudo. Assim:
• O alfa de Cronbach calcula-se a partir das correlações dos itens e
são consideradas as correlações lineares das questões (avaliando o erro);
• A análise fatorial realiza-se para examinar os dados obtidos e
identificar os outliers (dados fora do intervalo previsto para analisar de
maneira simples os resultados obtidos);
• Analise estatísticas univariadas e multivariadas (testes de hipóteses
de 1 ou mais amostras, etc.) para analisar dados atípicos;
• A análise univariada de identificação de casos atípicos, examina a
distribuição das observações, selecionando como casos atípicos aqueles
casos que se situam fora do alcance da distribuição (cf. Hair, Anderson,
Tatahm e Black: 1999);
• Para identificar casos atípicos por meio de uma avaliação
multivariada, utilizou-se a medida D de Mahalanobis, que é uma medida da
distância de cada observação em um espaço multidimensional em relação
ao centro médio das observações (cf. Hair, et al: 1999).
• A análise fatorial exploratória permite definir a estrutura das inter-
relações, entre um grande número de variáveis, com a definição de uma
série de dimensões, conhecidas
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como fatores (cf. Hair, Anderson, Tatahm e Black: 1999). Essa análise corresponde
às expectativas dos respondentes, se a forem agrupadas as variáveis de
acordo com as “Dimensões” previstas o modelo Servqual.
4.4.8. Recomendações
Os estudos de satisfação e profiling dos comportamentos dos clientes devem ser
realizados periodicamente (ou constantemente se a tecnologia utilizada assim
o permitir), para medir a qualidade do serviço, com base no que os clientes
esperam e no que recebem da empresa, já que a expetativa do cliente também
se poderá alterar a cada momento. Quanto mais lenta for a adaptação da
empresa ao que o cliente espera, menor será a sua satisfação e maior será a
probabilidade de perda do cliente para a concorrência.
A empresa deve concentrar-se em melhorar as perceções, especialmente as
dimensões de habilidade, capacidade de resposta, segurança e empatia, pois
essas são as dimensões com lacunas negativas.
Por fim, recomenda-se analisar de forma mais profunda as dimensões do Modelo
Servqual no setor publicitário de nosso país, pois através da análise fatorial
exploratória, observou-se que os resultados da estrutura das dimensões foram
semelhantes aos do modelo, mas não os mesmos.
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5 O MODELO SERVPERF
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6.3.2.1. Validade
Este teste consiste na medição do grau em que o instrumento utlizado é
idóneo face ao objetivo para o qual foi elaborado.
Irá possibilitar as inferências e interpretações corretas dos resultados
obtidos e estabelecer a relação com a variável que se pretende medir.
6.3.2.1. Fiabilidade
Este teste ou conjunto de testes indica-nos o grau de precisão do
resultado da análise, definindo coeficientes e erros afetos à análise, que
nos dão uma visão do erro (possível desvio) que podemos esperar entre
a amostra e a sua inferência à população.
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8 BIBLIOGRAFIA 42
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Ficha Técnica
Edição
Centro de Formação da Confederação do Desporto de Portugal
Contactos
Morada: Rua Eduardo Augusto Pedroso, nº 11 A - 1495-047 Algés
Tel: 214113975
Fax: 214113980
Website: http://formacao.cdp.pt/
E-mail: formacao@cdp.pt
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Diretora
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Título
Formação CDP
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Coordenação da Edição
Dr. Luís Guerra
Autor
Sandra Fernandes
Impressão
Maio 2022
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