Você está na página 1de 3

1.

Ausência de recolhimento da contribuição


previdenciária.

A análise do balanço anual remetido pela Câmara


Municipal de Agronômica identificou que sobre o valor de R$ 1.805,00,
contabilizado no elemento de despesa 36 – Outros Serviços de Terceiros
– Pessoa Física, não foi incidido a contribuição previdenciária obrigatória,
por ocasião da contratação de serviços de terceiros, consoante
estabelecido pela Lei. 8.212/91, no inciso II, do art. 22, nos seguintes
termos:

“Art. 22. A contribuição a cargo da empresa, destinada à Seguridade


Social, além do disposto no art. 23, é de:
[...]
II – vinte por cento sobre o total das remunerações pagas ou
creditadas a qualquer título, no decorrer do mês, aos segurados
contribuintes individuais que lhe prestem serviços.”

O responsável, todavia, não se manifestou quanto à


restrição.

Já a Diretoria Técnica entende que cabe apenas uma


ressalva ante a restrição apontada, o que discorda este membro do
Ministério Público.

A ausência de contabilização dessas importâncias no


balanço anual prejudica o acompanhamento da execução orçamentária e
o conhecimento da composição patrimonial. Nessa esteira, já se
manifestou esse Tribunal, conforme se verifica nas seguintes decisões.

Acórdão: 1300/2008 - Processo: PCA - 05/00997101 – Sessão:


13.8.2008
ACORDAM os Conselheiros do Tribunal de Contas do Estado de
Santa Catarina, reunidos em Sessão Plenária, diante das razões
apresentadas pelo Relator e com fulcro no art. 59 c/c o art. 113 da
Constituição Estadual e no art. 1º da Lei Complementar n. 202/2000,
em:
[...]
6.2. Aplicar ao Sr. Eduardo Alves Pereira - anteriormente qualificado,
as multas abaixo discriminadas, fixando-lhe o prazo de 30 (trinta)
dias, a contar da publicação deste Acórdão no Diário Oficial
Eletrônico desta Corte de Contas, para comprovar ao Tribunal o
recolhimento das referidas multas ao Tesouro do Estado, sem o que,
fica desde logo autorizado o encaminhamento da dívida para
cobrança judicial, observado o disposto nos artigos 43, II, e 71 da Lei
Complementar n. 202/2000:
6.2.1. com base no art. 70, II, da Lei Complementar n. 202/2000 c/c o
art. 109, II, do Regimento Interno, as seguintes multas:
[...]
6.2.1.3. R$ 400,00 (quatrocentos reais), em virtude da não-
contabilização dos valores relativos às contribuições
previdenciárias (parte do empregado e parte patronal) incidentes
sobre os subsídios dos agentes políticos do Poder Legislativo,
relativos aos meses de outubro a dezembro de 2004, prejudicando o
acompanhamento da execução orçamentária e o conhecimento da
composição patrimonial, contrariando os arts. 90 e 105, § 3º, da Lei
(federal) n. 4.320/64 (item B.1.1.1 do Relatório DMU);

Acórdão: 0373/2007 – Processo: PCA - 05/00594163 – Sessão:


28.2.2007
ACORDAM os Conselheiros do Tribunal de Contas do Estado de
Santa Catarina, reunidos em Sessão Plenária, diante das razões
apresentadas pelo Relator e com fulcro no art. 59 c/c o art. 113 da
Constituição Estadual e 1º da Lei Complementar n. 202/2000, em:
[...]
6.2. Aplicar ao Sr. Álvaro Schafer - Presidente da Câmara de
Vereadores de Garuva em 2004, CPF n. 692.820.569-53, com
fundamento no art. 70, inciso II, da Lei Complementar n. 202/2000
c/c o art. 109, II, do Regimento Interno, as multas abaixo
discriminadas, fixando-lhe o prazo de 30 (trinta) dias, a contar da
publicação deste Acórdão no Diário Oficial do Estado, para
comprovar ao Tribunal o recolhimento ao Tesouro do Estado das
multas cominadas, sem o que, fica desde logo autorizado o
encaminhamento da dívida para cobrança judicial, observado o
disposto nos arts. 43, II, e 71 da Lei Complementar n. 202/2000:
[...]
6.2.2. R$ 400,00 (quatrocentos reais), em face da ausência de
contabilização dos valores relativos às contribuições
previdenciárias (parte patronal) dos meses de outubro a dezembro,
prejudicando o acompanhamento da execução orçamentária e o
conhecimento da composição patrimonial, contrariando os arts. 90 e
105, § 3º, da Lei Federal n. 4.320/64 (item A.1.1.1.1. do Relatório
DMU) [grifei].

Considerando que não há nenhuma informação que


aponte para a regularidade da restrição inicialmente apontada, entendo
pertinente a aplicação de sanção pecuniária ao gestor, conforme já
decidiu em hipóteses semelhantes esse Tribunal de Contas.

Ante o exposto, o Ministério Público de Contas, com


amparo na competência conferida pelo art. 108, incisos I e II, da Lei
Complementar n. 202/2000, manifesta-se:

1. pela IRREGULARIDADE, na forma do art. 18, inciso III,


alínea “b”, das contas da Câmara Municipal de Agronômica, relativas ao
exercício de 2007, em face das seguintes irregularidades:

1.1. ausência de recolhimento da contribuição


previdenciária incidente sobre as despesas decorrentes da
contratação de serviços de terceiros – pessoa física no
montante de R$ 370,00, prejudicando o acompanhamento
da execução orçamentária e o conhecimento da
composição patrimonial, contrariando os arts. 90 e 105, §
3º, da Lei Federal n. 4.320/64;

2. pela APLICAÇÃO DE MULTAS ao responsável, Sr.


Odir Lehmkuhl, Presidente da Câmara Municipal de Agronômica no
exercício de 2007, na forma prevista no art. 70, inciso VII, da Lei
Complementar n. 202/2000, em face da irregularidade descrita no item
item 2.1 da conclusão do relatório de instrução, e, ainda, em virtude da
restrição descrita no item 1.1 deste parecer.

Você também pode gostar