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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE MINAS GERAIS

PRESTAÇÃO DE CONTAS DO EXECUTIVO MUNICIPAL


N. 1015451
Procedência: Prefeitura Municipal de Tapira
Exercício: 2016
Responsável: Lavater Pontes Júnior
MPTC: Maria Cecília Borges
RELATOR: CONSELHEIRO WANDERLEY ÁVILA

EMENTA

PRESTAÇÃO DE CONTAS ANUAL. EXECUTIVO MUNICIPAL. CRÉDITOS


ORÇAMENTÁRIOS E ADICIONAIS. REPASSE À CÂMARA MUNICIPAL.
APLICAÇÃO DE RECURSOS NA MANUTENÇÃO E DESENVOLVIMENTO DO
ENSINO E NAS AÇÕES E SERVIÇOS PÚBLICOS DE SÁUDE. DESPESA COM
PESSOAL. RELATÓRIO DE CONTROLE INTERNO. EMISSÃO DE PARECER PRÉVIO
PELA REJEIÇÃO DAS CONTAS.
1. Emitido parecer prévio pela rejeição das contas, nos termos do inciso III do art. 45 da Lei
Complementar nº 102/2008.
2. A abertura de Créditos Suplementares e Especiais sem cobertura legal afronta ao disposto
no inciso V do art. 167 da CR/88 e no art. 42 da Lei Federal nº 4.320/64.
3. A abertura de Créditos Adicionais sem recursos disponíveis contraria o disposto no inciso
V do art. 167 da Constituição da República/88 e no art. 43 da Lei Federal nº 4.320/64 c/c o
art. 8º da Lei Complementar nº 101/2000.
4. O repasse à Câmara Municipal acima do limite de 7% contraria o disposto no inciso I do
art. 29-A da CR/88.

NOTAS TAQUIGRÁFICAS
16ª Sessão Ordinária da Segunda Câmara – 23/05/2019

CONSELHEIRO PRESIDENTE WANDERLEY ÁVILA:

I – RELATÓRIO

Tratam os autos da Prestação de Contas da Prefeitura Municipal de Tapira relativa ao


exercício de 2016, sendo responsável o Senhor Lavater Pontes Júnior, Prefeito Municipal, fl.
81.
O Órgão Técnico, no exame preliminar de fls. 02/08v, realizou diligência externa junto à
Prefeitura Municipal de Tapira para que encaminhassem:
 1 - Esclarecimentos quanto à divergência de informação no Sicom módulo IP, sobre a
Lei Orçamentária Anual (LOA), tendo sido anexada a Lei nº 1137/2014 e informada na
PCA/2016 a Lei nº 1184, de 22/12/2015;

Documento assinado por meio de certificado digital, conforme disposições contidas na Medida Provisória 2200-2/2001, na Resolução n.02/2012 e na Decisão Normativa
n.05/2013. Os normativos mencionados e a validade das assinaturas poderão ser verificados no endereço www.tce.mg.gov.br, código verificador n. 1874250
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 2 - Faz-se necessário o envio de cópias das leis abaixo relacionadas:


 Leis autorizativas de Créditos Adicionais (suplementares e especiais)
 Lei nº 1184 – 22/12/2015 – LOA/Suplementação;
 Lei nº 1172 – 01/01/2016 – Crédito Especial – R$19.800,00;
 Lei nº 1180 – 01/01/2016 – Crédito Suplementar – R$6.000.000,00;
 Lei nº 1182 – 01/01/2016 – Crédito Especial – R$105.180,00;
 Lei nº 1183 – 01/01/2016 – Crédito Especial – R$10.000,00;
 Lei nº 1185 – 06/01/2016 – Crédito Especial – R$180.000,00;
 Lei nº 1190 – 07/07/2016 – Crédito Especial - R$37.600,00;
 Lei nº 1203 – 10/11/2016 – Crédito Especial – R$5.360.000,00;
 - Respectivos decretos de abertura de Créditos Adicionais (Suplementares e
Especiais).
 3 - Faz-se necessário esclarecimentos quanto as divergências no Repasse à Câmara
conforme Caput Art. 29 da CF/88:
 Como se verifica no Relatório Demonstrativo das Transferências Financeiras, os
repasses de numerário e devolução informados pela Câmara Municipal e Prefeitura,
diferem entre si:
 - Prefeitura: Repasse – R$4.672.193,18 – Devolução – R$3.462.965,19;
 - Câmara Municipal – Recurso Recebido – R$1.600.000,00 – sem indicação de
numerário devolvido.
A Senhora Liliane Machado Costa Venâncio, Prefeita Municipal de Tapira no exercício de
2018, visando atender à diligência, encaminhou a este Tribunal a documentação juntada às
fls.13/79.
O Órgão Técnico procedeu à análise da Prestação de Contas às fls. 81/95v, considerando,
também, a documentação enviada em virtude da diligência realizada, tendo constatado
irregularidades, conforme sintetizado às fls. 94v/95v.
Em 02/10/2018 foi concedida vista ao Senhor Lavater Pontes Júnior, Prefeito Municipal de
Tapira à época, para que apresentasse defesa acerca dos apontamentos constantes do relatório
técnico de fls. 81/95v, conforme despacho de fl. 231.
Conforme “Certidão de Não Manifestação” à fl. 236, o Senhor Lavater Pontes Júnior não se
manifestou.
O Ministério Público de Contas, em seu parecer de fls. 237/237v, opinou pela emissão de
Parecer Prévio pela rejeição das contas nos termos do inciso III do art. 45 da Lei
Complementar estadual nº 102/2008.
Este é o relatório.

Documento assinado por meio de certificado digital, conforme disposições contidas na Medida Provisória 2200-2/2001, na Resolução n.02/2012 e na Decisão Normativa
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II – FUNDAMENTAÇÃO

Considerando o disposto na INTC nº 04/2016 e na Ordem de Serviço nº 01/2017, observados


os termos da Resolução TC nº 04/2009, para fins de emissão de parecer prévio, destaco a
seguir:

Dispositivo Exigido Apurado


1. Créditos Adicionais Atendimento ao inciso II, V e VII
Não atendido
do art. 167 da CR/88 e arts. 42, 43
(fls. 81v/85 e 94v/95) Vide abaixo
e 59 da Lei Federal 4.320/64
2. Repasse ao Poder Legislativo Máximo de 7% do somatório dos
18,49%
recursos previstos no § 5º do art.
(fls. 85v/86 e 95) Não atendido
153 e nos arts. 158 e 159 da CR/88
(art. 29-A, inciso I – CR/88) Vide abaixo

3. Manutenção e Desenvolvimento Mínimo de 25% dos Impostos e 31,77%


do Ensino – MDE (fls. 86v/88v) Transferências (art. 212 - CR/88)
4. Ações e Serviços Públicos de Mínimo de 15% dos Impostos e
Saúde Recursos (art. 77, III -ADCT/88),
18,47%
não havendo valor residual do
(fls. 89/91v)
exercício anterior a ser aplicado.

5. Despesa Total com Pessoal Máximo de 60% da Receita


Corrente Líquida (art. 19, III e art.
(fls. 92/93v) 44,98%
20, III, “a” e “b”, art. 23 e 66 da
LC 101/2000), sendo:
54% - Poder Executivo 42,02%
6% - Poder Legislativo 2,96%
6. Controle Interno Art. 2º, caput, e §2º, art. 3º, caput e Atendido
§2º, e art. 6º, §2º da INTC 04/16
(fl. 94)

Registro que foram atendidas as exigências constitucionais e legais acima especificadas,


quanto aos itens 3, 4 e 5, bem como o disposto na INTC nº 04/2016, para o item 6,
considerando as ocorrências a seguir destacadas:
Item 1. Créditos Adicionais:
O Órgão Técnico informou às fls. 81v/85 e 94v/95 que:
 Foram abertos Créditos Suplementares sem cobertura legal no valor de
R$7.053.028,19, contrariando o disposto no art. 42 da Lei Federal nº 4.320/64;
 Foram abertos Créditos Especiais sem cobertura legal no valor de R$2.236.403,02,
contrariando o disposto no art. 42 da Lei Federal nº 4.320/64;
 Foram abertos Créditos Suplementares/Especiais, por Excesso de Arrecadação, sem
recursos disponíveis, no valor de R$3.527.290,16, contrariando o disposto no art. 43

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da Lei Federal nº 4.320/64 c/c parágrafo único do art. 8º da LC nº 101/2000, dos quais
foram executados R$3.476.616,52.
Informou, ainda, aquela unidade técnica que, embora o montante das despesas empenhadas
(R$38.614.938,36) não tenha superado o total dos créditos concedidos (R$38.794.683,55), em
um exame analítico dos créditos orçamentários, constatou-se a realização de despesa
excedente no valor de R$404.439,75, contrariando o disposto no art. 59 da Lei Federal nº
4.320/64 e inciso II do art. 167 da Constituição da República de 1988. Desse valor,
R$28.798,07 correspondem ao Poder Executivo e R$375.641,68 ao Poder Legislativo, que
poderá ser apurado em ação de fiscalização própria.
Conforme já mencionado no relatório deste voto, o defendente, embora citado, não se
manifestou, gerando, portanto, os efeitos próprios da revelia.
Dessa forma, mantenho o apontamento acerca da abertura de Créditos Suplementares e
Especiais sem cobertura legal, nos valores de R$7.053.028,19 e R$2.236.403,02,
respectivamente, contrariando o disposto no inciso V do art. 167 da CR/88 e no art. 42 da Lei
Federal nº 4.320/64.
Mantenho, também, o apontamento técnico acerca da abertura de Créditos
Suplementares / Especiais, por Excesso de Arrecadação, sem recursos disponíveis, no
valor de R$3.527.290,16, contrariando o disposto no inciso V do art. 167 da CR/88 e no art.
43 da Lei Federal nº 4.320/64 c/c parágrafo único do art. 8º da LC nº 101/2000, dos quais
foram executados R$3.476.616,52.
Quanto ao apontamento técnico acerca da realização de despesas além dos créditos
concedidos, passo a analisar a seguir.
Ressalto inicialmente que a abertura de créditos adicionais é de competência exclusiva do
Chefe do Poder Executivo, como gestor do Orçamento Municipal1. Já a execução do
orçamento é de responsabilidade do gestor de cada Poder2, Órgão e Entidade.
As despesas executadas pelo Poder Executivo, além dos créditos concedidos
(R$28.798,07), representam 0,096% do orçamento aprovado (R$30.000.000,00), o que, no
meu entender, mostra-se irrelevante para a caracterização da irregularidade. Assim,
fundamentado nos princípios da insignificância e da razoabilidade, desconsidero o
apontamento técnico, conforme precedentes nºs 887.211 e 932612, e recomendo que,
doravante, sejam observadas as normas vigentes afetas à matéria, a destacar o acórdão
referido nos autos de nº 873.001, in verbis:
(...)
Entendo cabível ao processo em análise a aplicação do princípio da insignificância
quando a irregularidade nos créditos adicionais não represente um valor percentual igual
ou maior a 1% da despesa total fixada, pois a irregularidade ínfima não se afigura capaz
de ensejar a rejeição das contas, por sua imaterialidade.

1
Consulta nº 723995 – Sessão Plenária de 03/10/2007
2
Processo nº 987687 – PCA de Faria Lemos/2015 – Sessão da Segunda Câmara de 09/11/2017

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(...)
De fato, devemos distinguir a mera irregularidade administrativa, os pequenos erros
formais, a deficiência inexpressiva de gestão orçamentária, com os atos de improbidade
administrativa que causam lesão ao erário ou firam os princípios estruturadores da
administração pública. Não se pode aquilatar da mesma forma o administrador improbo e
o administrador inábil.
(...)
Por essa razão, entendo desproporcional rejeitar as contas em virtude de diferenças
mínimas, muito mais caracterizadoras de falhas do que necessariamente ilegalidades, com
a consequência da incidência das graves objeções previstas no arcabouço normativo
pátrio.
(...)
Por tudo que dos autos consta e considerando que o Município, tendo aberto créditos
suplementares/especiais sem recursos disponíveis, no valor de R$1.163,00, que
corresponde ao percentual de 0,0012% da despesa total fixada de R$95.912.235,84, uma
vez que o percentual foi ínfimo e não há indícios de que o responsável tenha agido de
forma improba ou dolosa, com base nos princípios da razoabilidade, da proporcionalidade
e da insignificância, na esteira da jurisprudência fixada nos tribunais superiores, constante
da fundamentação deste voto, no caso em concreto, adoto o entendimento pela
EMISSÃO DE PARECER PRÉVIO PELA APROVAÇÃO DAS CONTAS, com
fulcro no art. 45, I, da LC 102/08, tendo em vista a regularidade na execução
orçamentária (arts. 42 e 59 da Lei 4.320/64), no atendimento aos limites constitucionais e
legais referentes ao ensino, à saúde, aos gastos com pessoal e ao repasse de recursos
financeiros à Câmara Municipal, bem como no repasse das contribuições retidas dos
servidores ao regime próprio de previdência.

No que tange às despesas excedentes da Câmara Municipal (R$375.641,68), considerando


que o Prefeito Municipal não tem controle sobre a execução orçamentária dos recursos
destinados à Câmara Municipal, afasto a impropriedade apontada pelo Órgão Técnico.
Acerca do assunto, destaco entendimento firmado por esta Câmara ao apreciar os autos de
Prestação de Contas nº 10120593, quando, ao constatar a ocorrência de despesas excedentes
no âmbito do RPPS, aplicou o princípio da razoabilidade para deixar de considerar a falha
como causa de emissão de parecer prévio pela rejeição das contas.
Tendo em vista que no presente caso permanece o registro de despesas excedentes, em afronta
ao disposto no inciso II do art. 167 da Constituição da República de 1988 e no art. 59 da Lei
4.320/64, determino à Diretoria de Controle Externo dos Municípios que inclua esta
ocorrência na matriz de risco integrante do planejamento de futuras ações de fiscalização no
Município de Tapira.
Determino, ainda, que o atual gestor da Câmara Municipal seja cientificado acerca desta
ocorrência, para que tome as medidas necessárias à adequada execução da parcela do

3
Processo nº 1012059 – PCA de Conceição das Alagoas/2015 – Sessão da Segunda Câmara de 10/05/2018

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orçamento municipal que lhe couber, visando ao atendimento dos dispositivos legais que
regem a matéria.
Item 2. Repasse à Câmara Municipal:
O Órgão Técnico informou às fls. 85v/86 que o repasse à Câmara Municipal não obedeceu ao
limite de 7% fixado no inciso I do art. 29-A da CR/88, haja vista que foi repassado o valor de
R$4.672.193,18, correspondente a 18,49% da receita base de cálculo (R$25.262.351,00).
Informou o Órgão Técnico que o valor do repasse seria de R$1.768.364,57, tendo sido
repassado a maior, portanto, o valor de R$2.903.828,61, correspondente a 11,49%.
Assim, considero irregular o repasse de recursos à Câmara Municipal.

III – CONCLUSÃO

Diante do exposto, não obstante terem sido observados os limites de gastos com Ensino,
Saúde e de Pessoal, voto pela emissão de Parecer Prévio pela rejeição das contas do Senhor
Lavater Pontes Júnior, Prefeito Municipal de Tapira no exercício de 2016, nos termos do
inciso III do art. 45 da Lei Complementar nº 102/2008, em virtude de:
 Abertura de Créditos Suplementares sem cobertura legal, no valor de R$7.053.028,19,
contrariando o disposto no inciso V do art. 167 da CR/88 e no art. 42 da Lei Federal nº
4.320/64;
 Abertura de Créditos Especiais sem cobertura legal, no valor de R$2.236.403,02,
contrariando o disposto no inciso V do art. 167 da CR/88 e no art. 42 da Lei Federal nº
4.320/64;
 Abertura de Créditos Suplementares/Especiais, por Excesso de Arrecadação, sem os
recursos disponíveis, no valor de R$3.527.290,16, contrariando o disposto no inciso V do
art. 167 da CR/88 e no art. 43 da Lei Federal nº 4.320/64 c/c parágrafo único do art. 8º da
LC nº 101/2000, dos quais foram executados R$3.476.616,52; e,
 Repasse à Câmara Municipal acima do limite de 7% estabelecido pelo inciso I do art. 29-A
da CR/88, haja vista que foi repassado o valor de R$4.672.193,18, correspondente a
18,49% da receita base de cálculo.
Registro que, em atendimento às disposições do parágrafo único do art. 1º da Decisão
Normativa nº 02/2009 deste Tribunal, alterada pela de nº 01/2010, os índices constitucionais
relativos à aplicação de recursos na Manutenção e Desenvolvimento do Ensino e nas Ações e
Serviços Públicos de Saúde passaram a ser objeto de apreciação nos autos do processo de
prestação de contas anual do gestor municipal, ainda que as matérias tenham sido examinadas
em processo de fiscalização próprio. Informo que, in casu, não foi realizada inspeção nessa
municipalidade referente ao exercício de 2016 em apreço, conforme pesquisa junto ao SGAP,
permanecendo, assim, os índices indicados na fundamentação deste voto, apurados com base
nos dados apresentados na prestação de contas anual. Esclareço, todavia, que os índices ora
apresentados poderão vir a sofrer alterações em virtude das ações de fiscalização desta Corte.
Ressalto que a manifestação deste Colegiado em sede de parecer prévio não impede a
apreciação posterior de atos relativo ao mencionado exercício financeiro, em virtude de
representação, denúncia de irregularidades ou da própria ação fiscalizadora desta Corte de

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Contas, seja sob a ótica financeira, patrimonial, orçamentária, contábil ou operacional, com
enfoque no exame da legalidade, legitimidade, economicidade, eficiência e eficácia.
Finalmente, quanto aos demais dados referentes à execução orçamentária, financeira e
patrimonial do exercício de 2016, enviados por meio do SICOM pelo Chefe do Poder
Executivo de Tapira, considerando as diretrizes e os procedimentos vigentes nesta Casa
relativos à análise e ao processamento das prestações de contas anuais, deverão ser
observados pela Diretoria de Controle Externo dos Municípios para fins de planejamento de
auditorias e inspeções.
Intime-se.
Cumpridas as disposições regimentais e findos os procedimentos previstos, arquivem-se os
autos.

CONSELHEIRO CLÁUDIO COUTO TERRÃO:


De acordo.

CONSELHEIRO GILBERTO DINIZ:


De acordo.

CONSELHEIRO PRESIDENTE WANDERLEY ÁVILA:


APROVADO O VOTO DO RELATOR, POR UNANIMIDADE.

(PRESENTE À SESSÃO O PROCURADOR GLAYDSON SANTO SOPRANI


MASSARIA.)

PARECER PRÉVIO
Vistos, relatados e discutidos estes autos, deliberam os Exmos. Srs. Conselheiros da Segunda
Câmara, por unanimidade, na conformidade das Notas Taquigráficas e diante das razões
expendidas no voto do Relator, em: I) emitir PARECER PRÉVIO pela rejeição das contas
do Senhor Lavater Pontes Júnior, Prefeito Municipal de Tapira no exercício de 2016, por
terem sido observados os limites de gastos com Ensino, Saúde e de Pessoal, nos termos do
inciso III do art. 45 da Lei Complementar nº 102/2008, em virtude de: abertura de Créditos
Suplementares sem cobertura legal, no valor de R$7.053.028,19, contrariando o disposto no
inciso V do art. 167 da CR/88 e no art. 42 da Lei Federal nº 4.320/64; abertura de Créditos
Especiais sem cobertura legal, no valor de R$2.236.403,02, contrariando o disposto no inciso
V do art. 167 da CR/88 e no art. 42 da Lei Federal nº 4.320/64; abertura de Créditos
Suplementares/Especiais, por Excesso de Arrecadação, sem os recursos disponíveis, no valor
de R$3.527.290,16, contrariando o disposto no inciso V do art. 167 da CR/88 e no art. 43 da
Lei Federal nº 4.320/64 c/c parágrafo único do art. 8º da LC nº 101/2000, dos quais foram

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executados R$3.476.616,52; e, repasse à Câmara Municipal acima do limite de 7%


estabelecido pelo inciso I do art. 29-A da CR/88, haja vista que foi repassado o valor de
R$4.672.193,18, correspondente a 18,49% da receita base de cálculo; II) registrar que: a) em
atendimento às disposições do parágrafo único do art. 1º da Decisão Normativa nº 02/2009
deste Tribunal, alterada pela de nº 01/2010, os índices constitucionais relativos à aplicação de
recursos na Manutenção e Desenvolvimento do Ensino e nas Ações e Serviços Públicos de
Saúde passaram a ser objeto de apreciação nos autos do processo de prestação de contas anual
do gestor municipal, ainda que as matérias tenham sido examinadas em processo de
fiscalização próprio; b) in casu, não foi realizada inspeção nessa municipalidade referente ao
exercício de 2016 em apreço, conforme pesquisa junto ao SGAP, permanecendo, assim, os
índices indicados na fundamentação desta decisão, apurados com base nos dados apresentados
na prestação de contas anual; c) os índices apresentados poderão vir a sofrer alterações em
virtude das ações de fiscalização desta Corte; d) a manifestação deste Colegiado em sede de
parecer prévio não impede a apreciação posterior de atos relativo ao mencionado exercício
financeiro, em virtude de representação, denúncia de irregularidades ou da própria ação
fiscalizadora desta Corte de Contas, seja sob a ótica financeira, patrimonial, orçamentária,
contábil ou operacional, com enfoque no exame da legalidade, legitimidade, economicidade,
eficiência e eficácia; III) determinar, quanto aos demais dados referentes à execução
orçamentária, financeira e patrimonial do exercício de 2016, enviados por meio do SICOM
pelo Chefe do Poder Executivo de Tapira, que sejam observados pela Diretoria de Controle
Externo dos Municípios, para fins de planejamento, de auditorias e inspeções, considerando as
diretrizes e os procedimentos vigentes nesta Casa relativos à análise e ao processamento das
prestações de contas anuais; IV) determinar a intimação do responsável; V) determinar,
cumpridas as disposições regimentais e findos os procedimentos previstos, o arquivamento
dos autos.
Plenário Governador Milton Campos, 23 de maio de 2019.

WANDERLEY ÁVILA
Presidente e Relator

(assinado digitalmente)

jb
CERTIDÃO
Certifico que a Ementa desse Parecer Prévio foi
disponibilizada no Diário Oficial de Contas de
___/___/______, para ciência das partes.
Tribunal de Contas, ___/___/_____.
_______________________________________
Coordenadoria de Sistematização de
Deliberações e Jurisprudência

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