Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Site: www.mege.com.br
Celular/Whatsapp: (99) 982622200 (Tim)
Fanpage: /cursomege
Instagram: @cursomege
Turma: TJ-CE - 1ª Fase (Reta Final)
Material: Rodada 10
MATERIAL DE APOIO
(Rodada 10)
1
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
SUMÁRIO
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO DA RODADA
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
1. DIREITO CIVIL (conteúdo atualizado em 10-04-2018)
APRESENTAÇÃO
Assim, chegamos ao fim da nossa caminhada nessa Reta Final tendo revisado
os temas mais cobrados, cujo conhecimento permitirá a todos um excelente
desempenho.
4
Desejo infinitamente muito sucesso em seus objetivos e permaneço à
disposição para o que for preciso.
Bons estudos!
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
1.1. DOUTRINA (RESUMO)
1.1.1. SUCESSÕES
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
o herdeiro sucede a título universal, pois a ele é deferida uma
fração (quota-parte) ou toda a herança.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
patrimônio. Conforme art. 1.846 do CC, a legítima corresponde à metade dos bens da
herança.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Não obstante a natureza personalíssima dos alimentos, o art. 1.700 do CC
estabelece que “a obrigação de prestar alimentos transmite-se aos herdeiros do
devedor”. A redação do artigo suscita críticas da doutrina, na medida em que não
restringe o pagamento ao limite da herança, tornando possível que um herdeiro acabe
por receber mais do que outro.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
1.1.1.1.4. Da vocação hereditária
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
de vontade. Entretanto, não se admite que a aceitação se dê por partes ou de modo
condicional ou a termo.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
A renúncia é sempre solene, assim, deve constar expressamente de
instrumento público ou de termo judicial (art. 1.806 do CC), não sendo possível que se
dê por partes ou de modo condicional ou a termo (art. 1.808 do CC).
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Embora tenham características semelhantes, não se deve confundir os
institutos da deserdação e da indignidade, cujas principais distinções estão elencadas a
seguir:
Deserdação Indignidade
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Trata-se de ente despersonalizado, ao qual, juntamente com a herança
vacante, a legislação processual civil brasileira reconhece legitimação ativa e passiva
para demandar judicialmente (art. 75, VI, do CPC/2015).
Assim, considera-se herança vacante aquela que não teve qualquer habilitação
de herdeiro, seja por ser desconhecido, seja porque aqueles de que se têm notícias a ela
renunciaram.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Os sujeitos favorecidos pela sucessão legítima são os herdeiros necessários,
assim considerados os descendentes, ascendentes e o cônjuge/companheiro(a),
conforme determinação legal. Havendo herdeiros necessários, o testador só poderá
dispor de metade da herança (art. 1.789 do CC).
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
1.1.1.2.2. Modos de Arrecadar
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
iii) Autorização da Lei (art. 1.852 e 1.853 do CC) - A lei autoriza a
representação em favor:
a) Dos Descendentes;
16
Nos termos do art. 1.829, I, do CC, havendo cônjuge/companheiro(a)
sobrevivente, este não terá direito de concorrer com o descendente, se o regime de
bens for:
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
(iii) comunhão parcial, se o autor da herança deixou bens
particulares.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
convencional de bens, o cônjuge sobrevivente concorre com os
descendentes do falecido. A lei afasta a concorrência apenas
quanto ao regime da separação legal de bens prevista no art.
1.641 do CC. Interpretação do art. 1.829, I, do Código Civil. (STJ,
Ac. 2ª Seção, REsp. 1.382.170/SP, rel. Min. João Otávio de
Noronha, j. 22.4.2015)”.
Outra questão a ser enfrentada é o teor da Súmula 377 do STF, que assim
dispõe: “No regime de separação legal de bens, comunicam-se os adquiridos na
constância do casamento”. Percebe-se que, na prática, a Súmula acaba por estabelecer
regime de comunhão parcial onde deveria vigorar a separação legal, motivo pelo qual
sofre fortes críticas por parte da doutrina.
18
Conforme dispõe o inciso II do art. 1.829, não havendo descendentes, mas
ascendentes, o cônjuge sobrevivente com estes concorrerá, independentemente do
regime de bens adotado. Ressalte-se que não existe direito de representação em relação
aos ascendentes.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
relativamente ao imóvel destinado à residência da família, desde que seja o único
daquela natureza a inventariar.
De acordo com o Enunciado 271 das Jornadas de Direito Civil, o cônjuge pode
renunciar ao direito real de habitação nos autos do inventário ou por escritura pública,
sem prejuízo de sua participação na herança. Ressalta-se que parte da doutrina discorda
desta posição, pois afirma tratar-se o direito de habitação de direito fundamental e
irrenunciável. O STJ, por esta mesma razão, entende que o bem de família é
irrenunciável.
19
O inciso IV do art. 1.829 trata dos colaterais, que somente serão chamados a
suceder, até o 4º grau, na ausência de descendentes, ascendentes ou cônjuge, segundo
a regra de que os mais próximos excluirão os mais remotos.
O CC não traz regras a respeito da sucessão dos colaterais de quarto grau. Pode-
se concluir, em relação a tais parentes, que herdam sempre por direito próprio. Ato
contínuo, como são parentes de mesmo grau, um não exclui o direito do outro.
Vale lembrar que, para excluir da sucessão os herdeiros colaterais, basta que o
testador disponha de seu patrimônio sem os contemplar (art. 1.850, CC). Isto se dá
porque os colaterais compõem a única classe de herdeiros legítimos, mas não
necessários (facultativos).
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Como visto, a sucessão poderá ser legítima ou testamentária. Naquela, os
herdeiros recebem por força de lei, conforme ordem de vocação hereditária
estabelecida no art. 1.829, CC. Já na sucessão testamentária, não mais prevalece a
ordem legal, mas sim a vontade do de cujus, que deverá ser expressa através de
testamento ou codicilo.
1.1.1.3.1. Do testamento
Sujeito Ativo – O art. 1.860 do CC enuncia que todos podem testar, salvo os
incapazes e os que, no ato de testar, não tiverem pleno discernimento.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Observações Importantes:
iii) O pródigo pode testar, uma vez que a sua interdição somente
atinge os atos de alienação direta de bens, praticada em vida
(art. 1.782 do CC).
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
(“O negócio jurídico nulo não é suscetível de confirmação, nem convalesce pelo decurso
do tempo”), parte da doutrina defende que a decadência seria apenas em relação à
anulabilidade, não contemplando a nulidade do ato.
22
OBSERVAÇÃO: Testamento Vital (living will ou diretivas antecipadas) – Não se trata
propriamente de espécie de testamento, razão pela qual não lhe são aplicáveis as regras
e princípios relativos às disposições testamentárias. Através do testamento vital, a
pessoa detalha antecipadamente suas escolhas em relação a tratamento médico futuro,
caso fique impossibilitada de manifestar sua vontade. A Resolução 1.995/2012,
publicada pelo Conselho Federal de Medicina, estabelece as regras para a realização das
diretivas antecipadas que, reitera-se, não se confundem com qualquer espécie de
testamento.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
verbalmente suas declarações de última vontade para testemunhas, o que só é admitido
na hipótese excepcional de militar ferido na guerra (art. 1.896, CC).
Qualquer pessoa pode realizar este testamento, com exceção daqueles que não
possam transmitir nenhuma vontade.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
CC). Entretanto, a abertura desse testamento será feita só pelo juiz depois da morte (art.
1.875 do CC).
Qualquer pessoa pode fazer testamento cerrado, exceto o cego e quem não
saiba ou não possa ler (art. 1.872 do CC), que somente poderão testar por instrumento
público. Não obstante, há precedente do STJ afirmando que é válido o testamento
cerrado elaborado por testadora com grave deficiência visual. A conclusão foi no sentido
de que deve prevalecer respeito à vontade real do testador (Resp. 1.001.674/SC).
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
1.1.1.3.2.5. Testamento Aeronáutico
É aquele realizado por militar engajado ou por civis que prestem serviços às
forças armadas quando em campanha, no exterior ou em território nacional, se
encontrar em praça sitiada ou em local em que as comunicações estiverem 25
interrompidas, desde que não haja tabelião em condições de formalizá-lo.
1.1.1.3.2.7. Codicilo
Por meio dele, seu autor poderá expressar certas manifestações de vontade, a
respeito de providências menores que quer ver atendidas, após a sua morte. Porém, seu
uso é bem restrito, já que não se presta a disposição patrimonial póstuma de maior
volume.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Assim como qualquer espécie de testamento, o codicilo também pode ser
modificado ou revogado. Pode-se revogar o codicilo através de outro codicilo ou
mediante testamento posterior.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
dos arts. 1.912 e ss do CC. A doutrina subdivide os legados em várias modalidades: puro
e simples; com encargo; condicional; a termo, etc.
Assim, dispõe o art. 1.941 do CC que quando vários herdeiros, pela mesma
disposição testamentária, forem conjuntamente chamados à herança em quinhões não
determinados, e qualquer deles não puder ou não quiser aceitá-la, a sua parte acrescerá à
dos co-herdeiros, salvo o direito do substituto.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
1.1.1.3.5. Das substituições testamentárias
A revogação pode ser total ou parcial e pode ser expressa ou tácita. Será tácita
quando o novo testamento, embora não cancele explicitamente o anterior, é
incompatível com o seu texto.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
fundamento é a presunção de que o testador não teria disposto de seus bens, ou, pelo
menos não teria decidido daquele modo, se tivesse descendente, ou se não ignorasse a
existência do que tinha.
1.1.2.1. INVENTÁRIO
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Estado-Membro, como sanção pelo retardamento do início ou da ultimação do
inventário).
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
(i) inventário comum ou tradicional (arts. 610 a 638 do NCPC),
com fase distinta da partilha;
31
1.1.2.1.4. Dos sonegados
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Há consenso na doutrina e na jurisprudência de que a pena imposta em razão
dos bens sonegados somente é cabível se restar provado o elemento subjetivo (dolo) do
agente. Assim, não basta que os bens não tenham sido trazidos à colação (elemento
objetivo) para que seja aplicada sanção prevista no art. 1.992 do CC.
32
1.1.2.1.5. Da colação
O cálculo dos bens que devem ser colacionados no inventário, ou seja, dos bens
que foram antecipados, por doação, encontra conflito entre o art. 2.004, §1º do CC, que
determina que o cálculo seja feito pelo valor existente na data da liberalidade, e o art.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
639, parágrafo único, do NCPC, que determina que se proceda ao cálculo pelo valor do
bem na data da abertura da sucessão.
1.1.2.2. PARTILHA
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
1.1.2.2.1. Legitimidade para requerer a partilha
A partilha, uma vez feita e julgada, só é anulável pelos vícios e defeitos que
34
invalidam, em geral, os negócios jurídicos, o que poderá ser feito no prazo decadencial
de um ano, conforme parágrafo único do art. 2.027 do CC e 657 (parágrafo único) do
NCPC.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
1.2. LEGISLAÇÃO
LIVRO V
TÍTULO I
Da Sucessão em Geral
CAPÍTULO I
Disposições Gerais
Art. 1.784. Aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde logo, aos herdeiros
legítimos e testamentários.
Art. 1.786. A sucessão dá-se por lei ou por disposição de última vontade.
Art. 1.787. Regula a sucessão e a legitimação para suceder a lei vigente ao tempo da
35
abertura daquela.
Art. 1.788. Morrendo a pessoa sem testamento, transmite a herança aos herdeiros
legítimos; o mesmo ocorrerá quanto aos bens que não forem compreendidos no
testamento; e subsiste a sucessão legítima se o testamento caducar, ou for julgado nulo.
I - se concorrer com filhos comuns, terá direito a uma quota equivalente à que por lei
for atribuída ao filho;
III - se concorrer com outros parentes sucessíveis, terá direito a um terço da herança;
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
IV - não havendo parentes sucessíveis, terá direito à totalidade da herança.
CAPÍTULO II
Art. 1.791. A herança defere-se como um todo unitário, ainda que vários sejam os
herdeiros.
Art. 1.792. O herdeiro não responde por encargos superiores às forças da herança;
incumbe-lhe, porém, a prova do excesso, salvo se houver inventário que a escuse,
demostrando o valor dos bens herdados.
Art. 1.793. O direito à sucessão aberta, bem como o quinhão de que disponha o co-
herdeiro, pode ser objeto de cessão por escritura pública.
Art. 1.794. O co-herdeiro não poderá ceder a sua quota hereditária a pessoa estranha à
sucessão, se outro co-herdeiro a quiser, tanto por tanto.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
(Comentários: A lei 11.441, de 2007, ao tratar do inventário extrajudicial modificou
regras do Código de Processo Civil referentes à modalidade judicial, estabelecendo o
prazo de sessenta dias. Posteriormente, com o NCPC, o prazo passou a ser de 2 (dois
meses, conforme art. 611).
III - ao testamenteiro;
CAPÍTULO III
37
Da Vocação Hereditária
I - os filhos, ainda não concebidos, de pessoas indicadas pelo testador, desde que vivas
estas ao abrir-se a sucessão;
II - as pessoas jurídicas;
III - as pessoas jurídicas, cuja organização for determinada pelo testador sob a forma de
fundação.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
§ 2º Os poderes, deveres e responsabilidades do curador, assim nomeado, regem-se
pelas disposições concernentes à curatela dos incapazes, no que couber.
§ 4º Se, decorridos dois anos após a abertura da sucessão, não for concebido o herdeiro
esperado, os bens reservados, salvo disposição em contrário do testador, caberão aos
herdeiros legítimos.
II - as testemunhas do testamento;
III - o concubino do testador casado, salvo se este, sem culpa sua, estiver separado de
fato do cônjuge há mais de cinco anos;
Art. 1.802. São nulas as disposições testamentárias em favor de pessoas não legitimadas
a suceder, ainda quando simuladas sob a forma de contrato oneroso, ou feitas mediante
interposta pessoa.
Art. 1.803. É lícita a deixa ao filho do concubino, quando também o for do testador.
CAPÍTULO IV
Art. 1.804. Aceita a herança, torna-se definitiva a sua transmissão ao herdeiro, desde a
abertura da sucessão.
Parágrafo único. A transmissão tem-se por não verificada quando o herdeiro renuncia à
herança.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Art. 1.805. A aceitação da herança, quando expressa, faz-se por declaração escrita;
quando tácita, há de resultar tão-somente de atos próprios da qualidade de herdeiro.
Art. 1.808. Não se pode aceitar ou renunciar a herança em parte, sob condição ou a
termo.
Art. 1.810. Na sucessão legítima, a parte do renunciante acresce à dos outros herdeiros
da mesma classe e, sendo ele o único desta, devolve-se aos da subseqüente.
Art. 1.811. Ninguém pode suceder, representando herdeiro renunciante. Se, porém, ele
for o único legítimo da sua classe, ou se todos os outros da mesma classe renunciarem
a herança, poderão os filhos vir à sucessão, por direito próprio, e por cabeça.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Art. 1.812. São irrevogáveis os atos de aceitação ou de renúncia da herança.
CAPÍTULO V
III - que, por violência ou meios fraudulentos, inibirem ou obstarem o autor da herança
de dispor livremente de seus bens por ato de última vontade.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Art. 1.817. São válidas as alienações onerosas de bens hereditários a terceiros de boa-
fé, e os atos de administração legalmente praticados pelo herdeiro, antes da sentença
de exclusão; mas aos herdeiros subsiste, quando prejudicados, o direito de demandar-
lhe perdas e danos.
Art. 1.818. Aquele que incorreu em atos que determinem a exclusão da herança será
admitido a suceder, se o ofendido o tiver expressamente reabilitado em testamento, ou
em outro ato autêntico.
CAPÍTULO VI
Da Herança Jacente 41
Art. 1.819. Falecendo alguém sem deixar testamento nem herdeiro legítimo
notoriamente conhecido, os bens da herança, depois de arrecadados, ficarão sob a
guarda e administração de um curador, até a sua entrega ao sucessor devidamente
habilitado ou à declaração de sua vacância.
Art. 1.821. É assegurado aos credores o direito de pedir o pagamento das dívidas
reconhecidas, nos limites das forças da herança.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Parágrafo único. Não se habilitando até a declaração de vacância, os colaterais ficarão
excluídos da sucessão.
Art. 1.823. Quando todos os chamados a suceder renunciarem à herança, será esta
desde logo declarada vacante.
CAPÍTULO VII
Da petição de herança
Art. 1.825. A ação de petição de herança, ainda que exercida por um só dos herdeiros,
poderá compreender todos os bens hereditários.
Art. 1.826. O possuidor da herança está obrigado à restituição dos bens do acervo,
fixando-se-lhe a responsabilidade segundo a sua posse, observado o disposto nos arts.
1.214 a 1.222.
42
Parágrafo único. A partir da citação, a responsabilidade do possuidor se há de aferir
pelas regras concernentes à posse de má-fé e à mora.
Parágrafo único. São eficazes as alienações feitas, a título oneroso, pelo herdeiro
aparente a terceiro de boa-fé.
Art. 1.828. O herdeiro aparente, que de boa-fé houver pago um legado, não está
obrigado a prestar o equivalente ao verdadeiro sucessor, ressalvado a este o direito de
proceder contra quem o recebeu.
TÍTULO II
Da Sucessão Legítima
CAPÍTULO I
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Art. 1.829. A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte: (Vide Recurso
Extraordinário nº 646.721) (Vide Recurso Extraordinário nº 878.694) – Comentários:
Conforme entendimento do STF, onde se lê “cônjuge”, deve-se ler “cônjuge ou
companheiro(a)”.
IV - aos colaterais.
Art. 1.832. Em concorrência com os descendentes (art. 1.829, inciso I) caberá ao cônjuge
quinhão igual ao dos que sucederem por cabeça, não podendo a sua quota ser inferior
à quarta parte da herança, se for ascendente dos herdeiros com que concorrer.
Art. 1.833. Entre os descendentes, os em grau mais próximo excluem os mais remotos,
salvo o direito de representação.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Art. 1.836. Na falta de descendentes, são chamados à sucessão os ascendentes, em
concorrência com o cônjuge sobrevivente.
§ 1º Na classe dos ascendentes, o grau mais próximo exclui o mais remoto, sem distinção
de linhas.
Art. 1.837. Concorrendo com ascendente em primeiro grau, ao cônjuge tocará um terço
da herança; caber-lhe-á a metade desta se houver um só ascendente, ou se maior for
aquele grau.
Art. 1.838. Em falta de descendentes e ascendentes, será deferida a sucessão por inteiro
ao cônjuge sobrevivente.
Art. 1.839. Se não houver cônjuge sobrevivente, nas condições estabelecidas no art.
1.830, serão chamados a suceder os colaterais até o quarto grau.
Art. 1.840. Na classe dos colaterais, os mais próximos excluem os mais remotos, salvo o
direito de representação concedido aos filhos de irmãos.
44
Art. 1.841. Concorrendo à herança do falecido irmãos bilaterais com irmãos unilaterais,
cada um destes herdará metade do que cada um daqueles herdar.
Art. 1.842. Não concorrendo à herança irmão bilateral, herdarão, em partes iguais, os
unilaterais.
Art. 1.843. Na falta de irmãos, herdarão os filhos destes e, não os havendo, os tios.
Art. 1.844. Não sobrevivendo cônjuge, ou companheiro, nem parente algum sucessível,
ou tendo eles renunciado a herança, esta se devolve ao Município ou ao Distrito Federal,
se localizada nas respectivas circunscrições, ou à União, quando situada em território
federal.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
CAPÍTULO II
Art. 1.846. Pertence aos herdeiros necessários, de pleno direito, a metade dos bens da
herança, constituindo a legítima.
Art. 1.847. Calcula-se a legítima sobre o valor dos bens existentes na abertura da
sucessão, abatidas as dívidas e as despesas do funeral, adicionando-se, em seguida, o
valor dos bens sujeitos a colação.
Art. 1.848. Salvo se houver justa causa, declarada no testamento, não pode o testador
estabelecer cláusula de inalienabilidade, impenhorabilidade, e de incomunicabilidade,
sobre os bens da legítima.
§ 2º Mediante autorização judicial e havendo justa causa, podem ser alienados os bens
45
gravados, convertendo-se o produto em outros bens, que ficarão sub-rogados nos ônus
dos primeiros.
Art. 1.849. O herdeiro necessário, a quem o testador deixar a sua parte disponível, ou
algum legado, não perderá o direito à legítima.
Art. 1.850. Para excluir da sucessão os herdeiros colaterais, basta que o testador
disponha de seu patrimônio sem os contemplar.
CAPÍTULO III
Do Direito de Representação
Art. 1.851. Dá-se o direito de representação, quando a lei chama certos parentes do
falecido a suceder em todos os direitos, em que ele sucederia, se vivo fosse.
Art. 1.852. O direito de representação dá-se na linha reta descendente, mas nunca na
ascendente.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Art. 1.854. Os representantes só podem herdar, como tais, o que herdaria o
representado, se vivo fosse.
TITULO III
DA SUCESSÃO TESTAMENTÁRIA
CAPITULO I
DO TESTAMENTO EM GERAL
Art. 1.857. Toda pessoa capaz pode dispor, por testamento, da totalidade dos seus bens,
ou de parte deles, para depois de sua morte.
CAPÍTULO II
Da Capacidade de Testar
Art. 1.860. Além dos incapazes, não podem testar os que, no ato de fazê-lo, não tiverem
pleno discernimento.
CAPÍTULO III
Seção I
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Disposições Gerais
I - o público;
II - o cerrado;
III - o particular.
Seção II
Do Testamento Público
I - ser escrito por tabelião ou por seu substituto legal em seu livro de notas, de acordo
com as declarações do testador, podendo este servir-se de minuta, notas ou
apontamentos;
II - lavrado o instrumento, ser lido em voz alta pelo tabelião ao testador e a duas 47
testemunhas, a um só tempo; ou pelo testador, se o quiser, na presença destas e do
oficial;
III - ser o instrumento, em seguida à leitura, assinado pelo testador, pelas testemunhas
e pelo tabelião.
Art. 1.865. Se o testador não souber, ou não puder assinar, o tabelião ou seu substituto
legal assim o declarará, assinando, neste caso, pelo testador, e, a seu rogo, uma das
testemunhas instrumentárias.
Art. 1.866. O indivíduo inteiramente surdo, sabendo ler, lerá o seu testamento, e, se não
o souber, designará quem o leia em seu lugar, presentes as testemunhas.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Art. 1.867. Ao cego só se permite o testamento público, que lhe será lido, em voz alta,
duas vezes, uma pelo tabelião ou por seu substituto legal, e a outra por uma das
testemunhas, designada pelo testador, fazendo-se de tudo circunstanciada menção no
testamento.
Seção III
Do Testamento Cerrado
Art. 1.868. O testamento escrito pelo testador, ou por outra pessoa, a seu rogo, e por
aquele assinado, será válido se aprovado pelo tabelião ou seu substituto legal,
observadas as seguintes formalidades:
II - que o testador declare que aquele é o seu testamento e quer que seja aprovado;
III - que o tabelião lavre, desde logo, o auto de aprovação, na presença de duas
testemunhas, e o leia, em seguida, ao testador e testemunhas;
IV - que o auto de aprovação seja assinado pelo tabelião, pelas testemunhas e pelo
48
testador.
Parágrafo único. O testamento cerrado pode ser escrito mecanicamente, desde que seu
subscritor numere e autentique, com a sua assinatura, todas as paginas.
Parágrafo único. Se não houver espaço na última folha do testamento, para início da
aprovação, o tabelião aporá nele o seu sinal público, mencionando a circunstância no
auto.
Art. 1.870. Se o tabelião tiver escrito o testamento a rogo do testador, poderá, não
obstante, aprová-lo.
Art. 1.871. O testamento pode ser escrito em língua nacional ou estrangeira, pelo
próprio testador, ou por outrem, a seu rogo.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Art. 1.872. Não pode dispor de seus bens em testamento cerrado quem não saiba ou
não possa ler.
Art. 1.873. Pode fazer testamento cerrado o surdo-mudo, contanto que o escreva todo,
e o assine de sua mão, e que, ao entregá-lo ao oficial público, ante as duas testemunhas,
escreva, na face externa do papel ou do envoltório, que aquele é o seu testamento, cuja
aprovação lhe pede.
Art. 1.875. Falecido o testador, o testamento será apresentado ao juiz, que o abrirá e o
fará registrar, ordenando seja cumprido, se não achar vício externo que o torne eivado
de nulidade ou suspeito de falsidade.
Seção IV
Do Testamento Particular
Art. 1.876. O testamento particular pode ser escrito de próprio punho ou mediante
49
processo mecânico.
§ 1º Se escrito de próprio punho, são requisitos essenciais à sua validade seja lido e
assinado por quem o escreveu, na presença de pelo menos três testemunhas, que o
devem subscrever.
Art. 1.877. Morto o testador, publicar-se-á em juízo o testamento, com citação dos
herdeiros legítimos.
Art. 1.878. Se as testemunhas forem contestes sobre o fato da disposição, ou, ao menos,
sobre a sua leitura perante elas, e se reconhecerem as próprias assinaturas, assim como
a do testador, o testamento será confirmado.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Parágrafo único. Se faltarem testemunhas, por morte ou ausência, e se pelo menos uma
delas o reconhecer, o testamento poderá ser confirmado, se, a critério do juiz, houver
prova suficiente de sua veracidade.
Art. 1.880. O testamento particular pode ser escrito em língua estrangeira, contanto que
as testemunhas a compreendam.
CAPÍTULO IV
Dos Codicilos
Art. 1.881. Toda pessoa capaz de testar poderá, mediante escrito particular seu, datado
e assinado, fazer disposições especiais sobre o seu enterro, sobre esmolas de pouca
monta a certas e determinadas pessoas, ou, indeterminadamente, aos pobres de certo
lugar, assim como legar móveis, roupas ou jóias, de pouco valor, de seu uso pessoal.
Art. 1.882. Os atos a que se refere o artigo antecedente, salvo direito de terceiro, valerão
50
como codicilos, deixe ou não testamento o autor.
Art. 1.883. Pelo modo estabelecido no art. 1.881, poder-se-ão nomear ou substituir
testamenteiros.
Art. 1.884. Os atos previstos nos artigos antecedentes revogam-se por atos iguais, e
consideram-se revogados, se, havendo testamento posterior, de qualquer natureza,
este os não confirmar ou modificar.
Art. 1.885. Se estiver fechado o codicilo, abrir-se-á do mesmo modo que o testamento
cerrado.
[...]
CAPÍTULO VI
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Art. 1.898. A designação do tempo em que deva começar ou cessar o direito do herdeiro,
salvo nas disposições fideicomissárias, ter-se-á por não escrita.
I - que institua herdeiro ou legatário sob a condição captatória de que este disponha,
também por testamento, em benefício do testador, ou de terceiro;
I - em favor de pessoa incerta que deva ser determinada por terceiro, dentre duas ou 51
mais pessoas mencionadas pelo testador, ou pertencentes a uma família, ou a um corpo
coletivo, ou a um estabelecimento por ele designado;
Art. 1.902. A disposição geral em favor dos pobres, dos estabelecimentos particulares
de caridade, ou dos de assistência pública, entender-se-á relativa aos pobres do lugar
do domicílio do testador ao tempo de sua morte, ou dos estabelecimentos aí sitos, salvo
se manifestamente constar que tinha em mente beneficiar os de outra localidade.
Parágrafo único. Nos casos deste artigo, as instituições particulares preferirão sempre
às públicas.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Art. 1.904. Se o testamento nomear dois ou mais herdeiros, sem discriminar a parte de
cada um, partilhar-se-á por igual, entre todos, a porção disponível do testador.
Art. 1.906. Se forem determinadas as quotas de cada herdeiro, e não absorverem toda
a herança, o remanescente pertencerá aos herdeiros legítimos, segundo a ordem da
vocação hereditária.
Art. 1.908. Dispondo o testador que não caiba ao herdeiro instituído certo e
determinado objeto, dentre os da herança, tocará ele aos herdeiros legítimos.
Art. 1.910. A ineficácia de uma disposição testamentária importa a das outras que, sem
aquela, não teriam sido determinadas pelo testador.
Art. 1.911. A cláusula de inalienabilidade, imposta aos bens por ato de liberalidade,
implica impenhorabilidade e incomunicabilidade.
[...]
TÍTULO IV
Do Inventário e da Partilha
CAPÍTULO I
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Do Inventário
CAPÍTULO II
Dos Sonegados
Art. 1.993. Além da pena cominada no artigo antecedente, se o sonegador for o próprio
inventariante, remover-se-á, em se provando a sonegação, ou negando ele a existência
dos bens, quando indicados.
Art. 1.995. Se não se restituírem os bens sonegados, por já não os ter o sonegador em
seu poder, pagará ele a importância dos valores que ocultou, mais as perdas e danos.
CAPÍTULO III
Art. 1.997. A herança responde pelo pagamento das dívidas do falecido; mas, feita a
partilha, só respondem os herdeiros, cada qual em proporção da parte que na herança
lhe coube.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
bastante da obrigação, e houver impugnação, que não se funde na alegação de
pagamento, acompanhada de prova valiosa, o juiz mandará reservar, em poder do
inventariante, bens suficientes para solução do débito, sobre os quais venha a recair
oportunamente a execução.
Art. 1.998. As despesas funerárias, haja ou não herdeiros legítimos, sairão do monte da
herança; mas as de sufrágios por alma do falecido só obrigarão a herança quando
ordenadas em testamento ou codicilo.
Art. 1.999. Sempre que houver ação regressiva de uns contra outros herdeiros, a parte
do co-herdeiro insolvente dividir-se-á em proporção entre os demais.
CAPÍTULO IV
Da Colação
Parágrafo único. Para cálculo da legítima, o valor dos bens conferidos será computado
na parte indisponível, sem aumentar a disponível.
Art. 2.003. A colação tem por fim igualar, na proporção estabelecida neste Código, as
legítimas dos descendentes e do cônjuge sobrevivente, obrigando também os
donatários que, ao tempo do falecimento do doador, já não possuírem os bens doados.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Parágrafo único. Se, computados os valores das doações feitas em adiantamento de
legítima, não houver no acervo bens suficientes para igualar as legítimas dos
descendentes e do cônjuge, os bens assim doados serão conferidos em espécie, ou,
quando deles já não disponha o donatário, pelo seu valor ao tempo da liberalidade.
Art. 2.004. O valor de colação dos bens doados será aquele, certo ou estimativo, que
lhes atribuir o ato de liberalidade.
§ 1º Se do ato de doação não constar valor certo, nem houver estimação feita naquela
época, os bens serão conferidos na partilha pelo que então se calcular valessem ao
tempo da liberalidade.
§ 2º Só o valor dos bens doados entrará em colação; não assim o das benfeitorias
acrescidas, as quais pertencerão ao herdeiro donatário, correndo também à conta deste
os rendimentos ou lucros, assim como os danos e perdas que eles sofrerem.
Art. 2.005. São dispensadas da colação as doações que o doador determinar saiam da
parte disponível, contanto que não a excedam, computado o seu valor ao tempo da
doação. 55
Parágrafo único. Presume-se imputada na parte disponível a liberalidade feita a
descendente que, ao tempo do ato, não seria chamado à sucessão na qualidade de
herdeiro necessário.
Art. 2.006. A dispensa da colação pode ser outorgada pelo doador em testamento, ou
no próprio título de liberalidade.
Art. 2.007. São sujeitas à redução as doações em que se apurar excesso quanto ao que
o doador poderia dispor, no momento da liberalidade.
§ 1º O excesso será apurado com base no valor que os bens doados tinham, no momento
da liberalidade.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
§ 3º Sujeita-se a redução, nos termos do parágrafo antecedente, a parte da doação feita
a herdeiros necessários que exceder a legítima e mais a quota disponível.
Art. 2.008. Aquele que renunciou a herança ou dela foi excluído, deve, não obstante,
conferir as doações recebidas, para o fim de repor o que exceder o disponível.
Art. 2.009. Quando os netos, representando os seus pais, sucederem aos avós, serão
obrigados a trazer à colação, ainda que não o hajam herdado, o que os pais teriam de
conferir.
Art. 2.010. Não virão à colação os gastos ordinários do ascendente com o descendente,
enquanto menor, na sua educação, estudos, sustento, vestuário, tratamento nas
enfermidades, enxoval, assim como as despesas de casamento, ou as feitas no interesse
de sua defesa em processo-crime.
CAPÍTULO V
Da Partilha
Art. 2.013. O herdeiro pode sempre requerer a partilha, ainda que o testador o proíba,
cabendo igual faculdade aos seus cessionários e credores.
Art. 2.014. Pode o testador indicar os bens e valores que devem compor os quinhões
hereditários, deliberando ele próprio a partilha, que prevalecerá, salvo se o valor dos
bens não corresponder às quotas estabelecidas.
Art. 2.015. Se os herdeiros forem capazes, poderão fazer partilha amigável, por escritura
pública, termo nos autos do inventário, ou escrito particular, homologado pelo juiz.
Art. 2.016. Será sempre judicial a partilha, se os herdeiros divergirem, assim como se
algum deles for incapaz.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Art. 2.017. No partilhar os bens, observar-se-á, quanto ao seu valor, natureza e
qualidade, a maior igualdade possível.
Art. 2.018. É válida a partilha feita por ascendente, por ato entre vivos ou de última
vontade, contanto que não prejudique a legítima dos herdeiros necessários.
Art. 2.019. Os bens insuscetíveis de divisão cômoda, que não couberem na meação do
cônjuge sobrevivente ou no quinhão de um só herdeiro, serão vendidos judicialmente,
partilhando-se o valor apurado, a não ser que haja acordo para serem adjudicados a
todos.
Art. 2.021. Quando parte da herança consistir em bens remotos do lugar do inventário,
litigiosos, ou de liquidação morosa ou difícil, poderá proceder-se, no prazo legal, à
partilha dos outros, reservando-se aqueles para uma ou mais sobrepartilhas, sob a
guarda e a administração do mesmo ou diverso inventariante, e consentimento da
maioria dos herdeiros.
Art. 2.022. Ficam sujeitos a sobrepartilha os bens sonegados e quaisquer outros bens da
herança de que se tiver ciência após a partilha.
CAPÍTULO VI
Art. 2.023. Julgada a partilha, fica o direito de cada um dos herdeiros circunscrito aos
bens do seu quinhão.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Art. 2.024. Os co-herdeiros são reciprocamente obrigados a indenizar-se no caso de
evicção dos bens aquinhoados.
Art. 2.026. O evicto será indenizado pelos co-herdeiros na proporção de suas quotas
hereditárias, mas, se algum deles se achar insolvente, responderão os demais na mesma
proporção, pela parte desse, menos a quota que corresponderia ao indenizado.
CAPÍTULO VII
Da Anulação da Partilha
Art. 2.027. A partilha é anulável pelos vícios e defeitos que invalidam, em geral, os
negócios jurídicos. (Redação dada pela Lei nº 13.105, de 2015) (Vigência)
58
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
1.3. JURISPRUDÊNCIA
Enunciado 119 – Para evitar o enriquecimento sem causa, a colação será efetuada com
base no valor da época da doação, nos termos do caput do art. 2.004, exclusivamente
na hipótese em que o bem doado não mais pertença ao patrimônio do donatário. Se, ao
contrário, o bem ainda integrar seu patrimônio, a colação se fará com base no valor do
bem na época da abertura da sucessão, nos termos do art. 1.014 do CPC, de modo a
preservar a quantia que efetivamente integrará a legítima quando esta se constituiu, ou
seja, na data do óbito (resultado da interpretação sistemática do art. 2.004 e seus
59
parágrafos, juntamente com os arts. 1.832 e 884 do Código Civil).
Enunciado 267 – A regra do art. 1.798 do Código Civil deve ser estendida aos embriões
formados mediante o uso de técnicas de reprodução assistida, abrangendo, assim, a
vocação hereditária da pessoa humana a nascer cujos efeitos patrimoniais se submetem
às regras previstas para a petição da herança.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Enunciado 268 – Nos termos do inc. I do art. 1.799, pode o testador beneficiar filhos de
determinada origem, não devendo ser interpretada extensivamente a cláusula
testamentária respectiva.
Enunciado 269 – A vedação do art. 1.801, inc. III, do Código Civil não se aplica à união
estável, independentemente do período de separação de fato (art. 1.723, § 1º).
Enunciado 529 – O fideicomisso, previsto no art. 1.951 do Código Civil, somente pode
ser instituído por testamento.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Enunciado 612 – O prazo para exercer o direito de anular a partilha amigável judicial,
decorrente de dissolução de sociedade conjugal ou de união estável, extingue-se em 1
(um) ano da data do trânsito em julgado da sentença homologatória, consoante
dispõem o art. 2.027, parágrafo único, do Código Civil de 2002, e o art. 1.029, parágrafo
único, do Código de Processo Civil (art. 657, parágrafo único, do Novo CPC).
SÚMULAS DO STF
Parentes colaterais não são legitimados ativos para a ação de anulação de adoção
proposta após o falecimento do adotante, em virtude da inconstitucionalidade do art.
1.790 do Código Civil declarada pelo Supremo Tribunal Federal. Inicialmente¸ cumpre
destacar que o Plenário do Supremo Tribunal Federal, por meio do RE 878.694-MG
(Tema 809 de Repercussão Geral) e do RE 646.721-RS (Tema 498), declarou que "o art.
1.790 do Código Civil de 2002 é inconstitucional, porque viola os princípios
constitucionais da igualdade, da dignidade da pessoa humana, da proporcionalidade na
modalidade de proibição à proteção deficiente e da vedação ao retrocesso". Com efeito,
extrai-se do voto proferido pelo Ministro Luís Roberto Barroso que o Código Civil, ao
diferenciar o casamento e as uniões estáveis no plano sucessório, promoveu um
retrocesso e uma inconstitucional hierarquização entre as famílias, ao reduzir o nível de
proteção estatal conferido aos indivíduos somente pelo fato de não estarem casados,
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
violando a igualdade, a dignidade da pessoa humana, a proporcionalidade, e
contrariando, ademais, a vedação à proteção insuficiente, bem como a proibição ao
retrocesso. Ainda quanto ao assunto, cumpre registrar que a presente controvérsia foi
julgada de forma semelhante pela Terceira Turma do STJ, no julgamento do REsp
1.332.773-MS, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, DJe 1/8/2017, conforme divulgação
do Informativo de Jurisprudência n. 609 (13/9/2017). No caso dos autos, porém, o art.
1.790, III, do CC/2002 foi invocado para fundamentar o direito de sucessão afirmado
pelos recorridos (irmãos e sobrinhos do falecido) e consequente legitimidade ativa em
ação de anulação de adoção. É que, declarada a nulidade da adoção, não subsistiria a
descendência, pois a filha adotiva perderia esse título, deixando de ser herdeira, e,
diante da inexistência de ascendentes, os irmãos e sobrinhos seriam chamados a
suceder, em posição anterior à companheira sobrevivente. Nessa linha, considerando
que não há espaço legítimo para o estabelecimento de regimes sucessórios distintos
entre cônjuges e companheiros, a lacuna criada com a declaração de
inconstitucionalidade do art. 1.790 do CC/2002 deve ser preenchida com a aplicação do
regramento previsto no art. 1.829 da atual legislação civil, que estabelece a seguinte 62
ordem de sucessão: I- descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente; II-
ascendentes, em concorrência com o cônjuge; III- cônjuge sobrevivente e; IV- colaterais.
Considerando a ordem de vocação engendrada para o casamento, verifica-se que tanto
a sucessão de cônjuges como a sucessão de companheiros devem seguir, a partir da
decisão do STF, o regime atualmente traçado no art. 1.829 do CC/2002 (RE 878.694/MG,
Rel. Min. Luis Roberto Barroso). Desse modo, na falta de descendentes e de
ascendentes, o companheiro receberá a herança sozinho, exatamente como previsto
para o cônjuge, excluindo os colaterais até o quarto grau (irmãos, tios, sobrinhos,
primos, tios-avôs e sobrinhos-netos). (REsp 1.337.420-RS, Rel. Min. Luis Felipe Salomão,
por unanimidade, julgado em 22/8/2017, DJe 21/9/2017)
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
testador era cego e que não teria cumprido todas as formalidades legais exigidas. Na
hipótese, o testamento público, apesar de produzido em cartório, lido em voz alta pelo
tabelião na presença do testador e de duas testemunhas, suprimiu a exigência legal de
uma segunda leitura e da expressa menção no corpo do documento da condição de cego
do testador. Não é desconhecida a jurisprudência do STJ no sentido de que o testamento
confeccionado, não obstante a ausência de algum elemento tido como indispensável,
reproduz a manifestação de vontade do testador. Esses julgados, não obstante a
reiterada insurgência calcada no art. 166, V, do CC/02 (for preterida alguma solenidade
que a lei considere essencial para a sua validade), traduzem a ideia de primazia da
manifestação da vontade, quando essa não colide com preceitos de ordem pública.
Dessa forma, atendidos os pressupostos básicos da sucessão testamentária – i)
capacidade do testador; ii) atendimento aos limites do que pode dispor e; iii) lídima
declaração de vontade – a ausência de umas das formalidades exigidas por lei, pode e
deve ser colmatada para a preservação da vontade daquele que fez o testamento. E diz-
se assim, pois as regulações atinentes ao instituto têm por fim teleológico, justamente,
a garantia do referido desígnio. Logo, se essa vontade fica evidenciada por uma sucessão 63
de atos e solenidades que coesamente a professam, inclusive, e principalmente, quando
já falecido o autor do testamento, não há razão para, em preciosismo desprovido de
propósito, exigir o cumprimento de norma que já teve o seu fim atendido. Na hipótese
em análise, é certo que as exigências de dupla leitura do teor do testamento (pelo
tabelião e por uma das testemunhas) e a confirmação, no próprio instrumento, da
condição de cegueira do testador têm por objetivo assegurar, no momento de oposição
da assinatura, o espelhamento da pretensão do de cujus em relação aos seus bens. Mas,
quanto à garantia de que o testamento representa a efetiva declaração de vontade do
testador, e que esse tinha plena ciência do que fazia e do seu alcance, fica evidenciada,
tanto a capacidade cognitiva do testador quanto o fato de que o testamento, lido pelo
tabelião, correspondia exatamente à manifestação de vontade do de cujus. (REsp
1.677.931-MG, Rel. Min. Nancy Andrighi, por unanimidade, julgado em 15/8/2017, DJe
22/8/2017)
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL - TESTAMENTO - AUSÊNCIA DE VÍCIO DE
VONTADE - REQUISITOS LEGAIS - PREENCHIMENTO - VALIDADE - FINALIDADE DO ATO
- DELIBERAÇÃO MONOCRÁTICA QUE NEGOU PROVIMENTO AO RECURSO. INSURGÊNCIA
DOS AUTORES DA AÇÃO ANULATÓRIA. 1. O conteúdo normativo dos dispositivos legais
tidos por violados - artigos 104, 138, 145, 166, 167, 171 e seguintes do Código Civil - não
foram objeto de exame pela instância ordinária, razão pela qual incide, na espécie, o
enunciado da Súmula 211/STJ. 2. A jurisprudência desta eg. Corte Superior entende
que, na elaboração de testamento particular, é possível sejam flexibilizadas as
formalidades prescritas em lei na hipótese em que o documento foi assinado por
testador e por testemunhas idôneas. Incidência da Súmula 83/STJ. Precedentes: AgRg
nos EAREsp 365011/SP, Rel. Min. Marco Aurélio Belizze, DJe de 20/11/2015.; REsp
302767 / PR, Rel. Min. Cesar Asfor Rocha, DJe de 24/09/2001; REsp 753261/SP, Rel. Min.
Paulo de Tarso Sanseverino, DJE de 05/04/2011. 3. Agravo interno desprovido. (AgInt no
REsp 1521371/MG, Rel. Ministro MARCO BUZZI, QUARTA TURMA, julgado em
28/03/2017, DJe 03/04/2017)
64
RECURSO ESPECIAL - PROCEDIMENTO DE INVENTÁRIO - TESTAMENTO PÚBLICO -
HERDEIRA PRÉ-MORTA - QUOTA-PARTE - CONVERSÃO EM HERANÇA JACENTE -
IMPOSSIBILIDADE - INTERPRETAÇÃO DO TESTAMENTO - PRINCÍPIO DA SOBERANIA DA
VONTADE DO TESTADOR - APLICABILIDADE - RECURSO ESPECIAL DESPROVIDO.
INSURGÊNCIA DO MUNICÍPIO. Hipótese: A quaestio iuris a ser enfrentada diz respeito à
determinação do método interpretativo adequado para as disposições testamentárias
controversas, em atenção ao princípio da soberania da vontade do testador, disposto
no art. 1.899 do Código Civil. 1. Na existência de cláusula testamentária duvidosa, que
remete a interpretações distintas, deve-se compreendê-la de modo que melhor se
harmonize com a vontade manifestada pelo testador, em atenção ao princípio da
soberania da vontade desse, insculpido nos artigos 112 e 1.899 do Código Civil. 2.
Quanto à aplicação do princípio da soberania da vontade do testador na interpretação
dos testamentos pode-se determinar as seguintes premissas : a) naquelas hipóteses em
que o texto escrito ensejar várias interpretações, deverá prevalecer a que melhor
assegure a observância da vontade do testador; b) na busca pela real vontade do
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
testador, deve ser adotada a solução que confira maior eficácia e utilidade à cláusula
escrita; c) para poder aferir a real vontade do testador, torna-se necessário apreciar o
conjunto das disposições testamentárias, e não determinada cláusula que,
isoladamente, ofereça dúvida; e d) a interpretação buscada deve ser pesquisada no
próprio testamento, isto é, a solução deve emergir do próprio texto do instrumento. 3.
O instituto da herança jacente foi desenvolvido para proteger o patrimônio do de cujus
de eventuais abusos de terceiros, destinando-o à coletividade, na pessoa do Estado. Em
assim sendo, a mens legis que orienta o instituto é de considerá-lo como a ultima ratio,
isto é, considerar a ocorrência da jacência em última análise quando, de nenhuma outra
forma, for possível atribuir a herança a quem de direito. 4. Na presente hipótese, a
interpretação teleológica do testamento de acordo com a real vontade do testador, em
observância dos artigos 112 e 1.899 do Código Civil, conduz à conclusão de que a
testadora objetivamente desejava que todo seu patrimônio, à exceção das duas obras
legadas ao MAM/RJ, fosse repartido entre sua irmã e os sobrinhos de seu marido e que,
em consequência, a previsão de substituição recíproca escrita na parte final da
disposição testamentária viesse à abranger à irmã pré-morta, sem que houvesse 65
modificação no texto das últimas vontades. 5. Dessa forma, em razão da interpretação
conjunta das disposições testamentárias combinada com a aplicação do princípio da
soberania da vontade do testador associada às peculiaridades do caso concreto, em que
a testadora foi interditada após a feitura do testamento, de modo que ficou inviabilizada
qualquer alteração deste a fim de adequar-se à nova situação fática, conclui-se pela
inexistência de herança jacente na hipótese, devendo a quota-parte da herdeira pré-
morta reverter ao demais herdeiros testamentários 6. Não houve demonstração de
dissídio jurisprudencial, diante da ausência de similitude fática entre os acórdãos, de
maneira que inviável o inconformismo apontado pela alínea c do permissivo
constitucional. 7. Recurso especial desprovido. (REsp 1532544/RJ, Rel. Ministro MARCO
BUZZI, QUARTA TURMA, julgado em 08/11/2016, DJe 30/11/2016)
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
em julgado da decisão de partilha de bens deixados pelo de cujus, o termo inicial do
prazo prescricional para o ajuizamento de ação de petição de herança é a data do
trânsito em julgado da decisão que reconheceu a paternidade, e não o trânsito em
julgado da sentença que julgou a ação de inventário. A petição de herança, objeto dos
arts. 1.824 a 1.828 do CC, é ação a ser proposta por herdeiro para o reconhecimento de
direito sucessório ou a restituição da universalidade de bens ou de quota ideal da
herança da qual não participou. Trata-se de ação fundamental para que um herdeiro
preterido possa reivindicar a totalidade ou parte do acervo hereditário, sendo movida
em desfavor do detentor da herança, de modo que seja promovida nova partilha dos
bens. A teor do que dispõe o art. 189 do CC, a fluência do prazo prescricional, mais
propriamente no tocante ao direito de ação, somente surge quando há violação do
direito subjetivo alegado. Assim, conforme entendimento doutrinário, não há falar em
petição de herança enquanto não se der a confirmação da paternidade. Dessa forma,
conclui-se que o termo inicial para o ajuizamento da ação de petição de herança é a data
do trânsito em julgado da ação de investigação de paternidade, quando, em síntese,
confirma-se a condição de herdeiro. REsp 1.475.759-DF, Rel. Min. João Otávio de 66
Noronha, julgado em 17/5/2016, DJe 20/5/2016.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
privilegiada; ou de quota-parte, caso seja herdeiro de mesma classe de quem recebeu a
herança (REsp 1.244.118-SC, Terceira Turma, DJe 28/10/2013). Desse modo, o autor terá
o reconhecimento de seu direito sucessório e o recebimento de sua quota-parte, e não
de bens singularmente considerados, motivo pelo qual não haverá alteração na situação
fática dos bens, que permanecerão em condomínio pro indiviso. Assim, caso não se
questione a fração atribuída à meeira, eventual procedência do pedido em nada a
alterará. Ressalte-se que diversa seria a situação se os bens houvessem sido repartidos
entre meeira e herdeiros de forma desigual, e o autor da ação se insurgisse contra a
avaliação e especificação dos bens atribuídos à meeira, alegando prejuízo à metade
destinada aos herdeiros. REsp 1.500.756-GO, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, julgado em
23/2/2016, DJe 2/3/2016.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
aliás, eventualmente composto por outros bens também exclusivos que, nem por isso,
deixam de fazer parte da herança. Não se desconhece a existência de precedente da 4ª
Turma, no qual se decidiu, por maioria, que "estabelecida, pelo testador, cláusula
restritiva sobre o quinhão da herdeira, de incomunicabilidade, inalienabilidade e
impenhorabilidade, o falecimento dela não afasta a eficácia da disposição
testamentária, de sorte que procede o pedido de habilitação, no inventário em questão,
dos sobrinhos da de cujus" (REsp 246.693-SP, DJ 17/5/2004). Ressalte-se, contudo, que
a jurisprudência mais recente do STJ, seguindo a doutrina e a jurisprudência do STF,
voltou a orientar-se no sentido de que "a cláusula de inalienabilidade vitalícia tem
vigência enquanto viver o beneficiário, passando livres e desembaraçados aos seus
herdeiros os bens objeto da restrição" (REsp 1.101.702-RS, Terceira Turma, DJe
9/10/2009). Por outro lado, a linha exegética segundo a qual a incomunicabilidade de
bens inerente ao regime de bens do matrimônio teria o efeito de alterar a ordem de
vocação hereditária prevista no CC/2002 não encontra apoio na jurisprudência
atualmente consolidada na Segunda Seção (REsp 1.472.945-RJ, Terceira Turma, DJe
19/11/2014; REsp 1.382.170-SP, Segunda Seção, DJe 26/5/2015; AgRg nos EREsp 68
1.472.945-RJ, Segunda Seção, DJe 29/6/2015). REsp 1.552.553-RJ, Rel. Min. Maria Isabel
Gallotti, julgado em 24/11/2015, DJe 11/2/2016.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
matrimônios seguia o regime legal da comunhão universal. Assim, em caso de
falecimento de um dos cônjuges, o outro não ficava desamparado, já que a metade dos
bens lhe pertencia, porque lhe era conferida a meação sobre a totalidade do patrimônio
do casal. A partir de 1977, com a edição da Lei 6.515 (Lei do Divórcio), o regime legal
passou a ser o da comunhão parcial de bens, de modo que o cônjuge supérstite não
necessariamente ficaria amparado, em caso de morte de seu consorte, já que a meação
incidia apenas sobre os bens adquiridos onerosamente na constância do casamento.
Neste contexto, a doutrina esclarece que a exclusão do direito sucessório do cônjuge
sobrevivente com a simples separação de fato, independente de lapso temporal ou
arguição de culpa, não exprime "o valor da justiça nos casos de abandono de lar por um
dos cônjuges, ou de decretação de separação de fato pelo Poder Judiciário dos consortes
em virtude de tentativa de morte ou injúria grave, de casais unidos, por exemplo, há
mais de vinte anos, e que estão separados de fato há mais de dois anos". Nesse sentido,
a doutrina continua: "seria absurdo defender que uma mulher que conviveu por anos
com seu esposo e contribuiu para a dilatação do patrimônio do casal, em sendo
abandonada por seu marido não tivesse direito à herança do falecido, por ser 69
legalmente apartada da sucessão". Portanto, não há se falar em ilegalidade ou
impertinência da discussão da culpa no vigente direito sucessório. Por fim, cabe ao
cônjuge sobrevivente o ônus de comprovar que a convivência do casal se tornara
impossível sem a sua culpa, a fim de lhe reconhecer o direito sucessório na sucessão de
seu consorte. Isso porque, conforme se verifica da ordem de vocação hereditária
prevista no art. 1.829 do CC/2002, o cônjuge separado de fato é exceção à ordem de
vocação. Ademais, ao alçar o cônjuge sobrevivente à condição de herdeiro necessário,
a intenção do CC/2002 é proteger as relações unidas por laços de afetividade,
solidariedade e convivência para as quais a proximidade e integração de seus membros
são mais relevantes que os laços mais distantes de parentesco. REsp 1.513.252-SP, Rel.
Min. Maria Isabel Gallotti, julgado em 3/11/2015, DJe 12/11/2015.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
na proporção da parte que lhes coube na herança. De fato, os herdeiros e legatários do
autor da herança não respondem pelas dívidas do de cujus acima das forças dos bens
que receberam. Dessarte, com a abertura da sucessão, há a formação de um condomínio
necessário, que somente é dissolvido com a partilha, estabelecendo o quinhão
hereditário de cada beneficiário no tocante ao acervo transmitido. Nesse contexto, a
herança é constituída pelo acervo patrimonial e dívidas (obrigações) deixadas por seu
autor, sendo que aos credores do autor da herança é facultada, antes da partilha dos
bens transmitidos, a habilitação de seus créditos no juízo do inventário ou o ajuizamento
de ação em face do espólio. Ultimada a partilha, o acervo outrora indiviso, constituído
pelos bens e direitos que pertenciam ao de cujus, transmitidos com o seu falecimento,
estará discriminado e especificado, de modo que só caberá ação em face dos
beneficiários, que, em todo caso, responderão até o limite de seus quinhões. Com efeito,
é nítido do exame do art. 1.997, caput, do CC, c/c o art. 597 do CPC (correspondente ao
art. 796 do novo CPC) que, feita a partilha, cada herdeiro responde pelas dívidas
(divisíveis) do falecido dentro das forças da herança e na proporção da parte que lhe
coube, e não necessariamente no limite de seu quinhão hereditário. Portanto, após a 70
partilha, não há cogitar em solidariedade entre os herdeiros de dívidas divisíveis, motivo
pelo qual caberá ao credor executar os herdeiros pro rata, observando a proporção da
parte que lhes coube (quinhão) no tocante ao acervo partilhado. Precedente citado:
REsp 1.290.042-SP, Sexta Turma, DJe 29/2/2012. REsp 1.367.942-SP, Rel. Min. Luis Felipe
Salomão, julgado em 21/5/2015, DJe 11/6/2015.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
donatário obrigação protraída no tempo, de à época do óbito do doador, trazer o
patrimônio recebido à colação, a fim de igualar as legítimas, caso não seja aquele o único
herdeiro necessário (arts. 2.002, parágrafo único, e 2.003 do CC). Importante destacar
que o dever de colacionar os bens recebidos a título de liberalidade só se dispensa por
expressa manifestação do doador, determinando que a doação seja extraída da parte
disponível de seus bens, o que também não ocorre na hipótese em análise, na qual a
liberalidade de fato configura adiantamento da legítima. Precedentes citados: REsp
730.483-MG, Terceira Turma, DJ 20/6/2005; e REsp 9.081-SP, Terceira Turma, DJ
20/4/1992. REsp 1.298.864-SP, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 19/5/2015,
DJe 29/5/2015.
O valor de colação dos bens doados deverá ser aquele atribuído ao tempo da
liberalidade, corrigido monetariamente até a data da abertura da sucessão. De início,
verifica-se a ocorrência de antinomia entre o Código Civil de 2002 - visto que, no capítulo
IV, "Da Colação", o art. 2.004, caput, estabelece que os bens doados serão trazidos à
colação pelo valor atribuído no ato de liberalidade - e o Código de Processo Civil de 1973,
71
no Capítulo IX, Seção VI, denominada "Das Colações" - em que o art. 1.014, parágrafo
único, determina que os bens recebidos em doação deverão ser calculados pelo valor
que tiverem ao tempo da abertura da sucessão. Essa contradição deve ser solucionada
com observância do princípio de direito intertemporal tempus regit actum. Assim, nas
hipóteses de abertura da sucessão após o início da vigência do Código Civil de 2002,
deve ser aplicada a regra prevista nesse diploma. Dessa forma, consoante se extrai do
texto do art. 2.004 do CC/2002, o valor de colação dos bens deverá ser aquele atribuído
ao tempo da doação. Todavia, apesar da ausência de previsão expressa, o valor dos bens
doados deverá ser corrigido monetariamente até a data da abertura da sucessão para
preservar a igualdade dos quinhões legitimários. Cabe ressaltar que, se o valor atribuído
aos bens no ato de liberalidade não corresponder ao valor que efetivamente possuía à
época, é cabível a realização de avaliação dos bens através de perícia técnica. Ademais,
a interpretação do art. 2.004 do CC/2002 apresentada na I Jornada de Direito Civil
promovida pelo Conselho da Justiça Federal (Enunciado 119), no sentido de que, "para
evitar o enriquecimento sem causa, a colação será efetuada com base no valor da época
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
da doação, nos termos do caput do art. 2004, exclusivamente na hipótese em que o bem
doado não mais pertença ao patrimônio do donatário. Se, ao contrário, o bem ainda
integrar seu patrimônio, a colação se fará com base no valor do bem na época da
abertura da sucessão, nos termos do art. 1.014 do CPC, de modo a preservar a quantia
que efetivamente integrar a legítima quando esta se constituiu, ou seja, na data do óbito
(resultado da interpretação sistemática do art. 2004 e seus parágrafos, juntamente com
os arts. 1.832 e 884 do Código Civil)", não se coaduna com as regras estabelecidas no
Código Civil de 2002 sobre a matéria, bem como afronta o princípio de direito
intertemporal tempus regit actum. (REsp 1.166.568-SP, Rel. Min. Lázaro Guimarães
(Desembargador convocado do TRF da 5ª Região), por unanimidade, julgado em
12/12/2017, DJe 15/12/2017)
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
herança ajuizada após a partilha, cada herdeiro beneficiado pela sucessão responde
na proporção da parte que lhes coube na herança. De fato, os herdeiros e legatários do
autor da herança não respondem pelas dívidas do de cujus acima das forças dos bens
que receberam. Dessarte, com a abertura da sucessão, há a formação de um condomínio
necessário, que somente é dissolvido com a partilha, estabelecendo o quinhão
hereditário de cada beneficiário no tocante ao acervo transmitido. Nesse contexto, a
herança é constituída pelo acervo patrimonial e dívidas (obrigações) deixadas por seu
autor, sendo que aos credores do autor da herança é facultada, antes da partilha dos
bens transmitidos, a habilitação de seus créditos no juízo do inventário ou o ajuizamento
de ação em face do espólio. Ultimada a partilha, o acervo outrora indiviso, constituído
pelos bens e direitos que pertenciam ao de cujus, transmitidos com o seu falecimento,
estará discriminado e especificado, de modo que só caberá ação em face dos
beneficiários, que, em todo caso, responderão até o limite de seus quinhões. Com efeito,
é nítido do exame do art. 1.997, caput, do CC, c/c o art. 597 do CPC (correspondente ao
art. 796 do novo CPC) que, feita a partilha, cada herdeiro responde pelas dívidas
(divisíveis) do falecido dentro das forças da herança e na proporção da parte que lhe 73
coube, e não necessariamente no limite de seu quinhão hereditário. Portanto, após a
partilha, não há cogitar em solidariedade entre os herdeiros de dívidas divisíveis, motivo
pelo qual caberá ao credor executar os herdeiros pro rata, observando a proporção da
parte que lhes coube (quinhão) no tocante ao acervo partilhado. Precedente citado:
REsp 1.290.042-SP, Sexta Turma, DJe 29/2/2012. REsp 1.367.942-SP, Rel. Min. Luis Felipe
Salomão, julgado em 21/5/2015, DJe 11/6/2015.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
não é considerada inválida ou ineficaz pelo ordenamento jurídico, mas impõe ao
donatário obrigação protraída no tempo, de à época do óbito do doador, trazer o
patrimônio recebido à colação, a fim de igualar as legítimas, caso não seja aquele o único
herdeiro necessário (arts. 2.002, parágrafo único, e 2.003 do CC). Importante destacar
que o dever de colacionar os bens recebidos a título de liberalidade só se dispensa por
expressa manifestação do doador, determinando que a doação seja extraída da parte
disponível de seus bens, o que também não ocorre na hipótese em análise, na qual a
liberalidade de fato configura adiantamento da legítima. Precedentes citados: REsp
730.483-MG, Terceira Turma, DJ 20/6/2005; e REsp 9.081-SP, Terceira Turma, DJ
20/4/1992. REsp 1.298.864-SP, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 19/5/2015,
DJe 29/5/2015.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
lado, se o falecido deixou bens particulares e não se adotar o entendimento ora
esposado, seus descendentes ficariam com a metade do acervo de bens comuns e com
o total dos bens particulares, em clara desvantagem para o cônjuge sobrevivente. Para
evitar essa situação, a lei estabelece a participação do cônjuge supérstite, agora na
qualidade de herdeiro, em concorrência com os descendentes do morto, quanto aos
bens particulares. Assim, impõe uma situação de igualdade entre os interessados na
partilha, pois o cônjuge sobrevivente permanece meeiro em relação aos bens comuns e
tem participação na divisão dos bens particulares, como herdeiro necessário,
concorrendo com os descendentes. A preocupação do legislador de colocar o cônjuge
sobrevivente na condição de herdeiro necessário, em concorrência com os
descendentes do falecido, assenta-se na ideia de garantir ao cônjuge supérstite
condições mínimas para sua sobrevivência, quando não possuir obrigatória ou
presumida meação com o falecido (como ocorre no regime da separação convencional)
ou quando a meação puder ser até inferior ao acervo de bens particulares do morto,
ficando o cônjuge sobrevivente (mesmo casado em regime de comunhão parcial) em
desvantagem frente aos descendentes. Noutro giro, não se mostra acertado o 75
entendimento de que deveria prevalecer para fins sucessórios a vontade dos cônjuges,
no que tange ao patrimônio, externada na ocasião do casamento com a adoção de
regime de bens que exclua da comunhão os bens particulares de cada um. Com efeito,
o regime de bens tal qual disciplinado no Livro de Família do Código Civil, instituto que
disciplina o patrimônio dos nubentes, não rege o direito sucessório, embora tenha
repercussão neste. Ora, a sociedade conjugal se extingue com o falecimento de um dos
cônjuges (art. 1.571, I, do CC), incidindo, a partir de então, regras próprias que regulam
a transmissão do patrimônio do de cujus, no âmbito do Direito das Sucessões, que possui
livro próprio e específico no Código Civil. Assim, o regime de bens adotado na ocasião
do casamento é considerado e tem influência no Direito das Sucessões, mas não
prevalece tal qual enquanto em curso o matrimônio, não sendo extensivo a situações
que possuem regulação legislativa própria, como no direito sucessório (REsp 1.472.945-
RJ, Terceira Turma, DJe de 19/11/2014). Por fim, ressalte-se que essa linha exegética é
a mesma chancelada no Enunciado 270 do Conselho da Justiça Federal, aprovado na III
Jornada de Direito Civil. Precedente citado: REsp 974.241-DF, Quarta Turma, DJe
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
5/10/2011. REsp 1.368.123-SP, Rel. Min. Sidnei Beneti, Rel. para acórdão Min. Raul
Araújo, julgado em 22/4/2015, DJe 8/6/2015.
JULGADOS DO STF
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
ROBERTO BARROSO, Tribunal Pleno, julgado em 10/05/2017, ACÓRDÃO ELETRÔNICO
DJe-204 DIVULG 08-09-2017 PUBLIC 11-09-2017)
77
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
1.4. QUESTÕES
1. Suponha que uma pessoa tenha falecido e deixado testamento válido no qual tenha
disposto a propriedade da casa onde residia a sua caseira, ficando o restante dos seus
bens aos herdeiros necessários. Nessa situação,
a) tendo sido a casa alienada a terceiros, considera-se revigorado o legado se for obtida
a anulação do negócio por ocorrência de simulação.
c) a posse direta do imóvel será conferida à caseira por consentimento dos demais
herdeiros, não lhe sendo lícito obtê-la por sua própria autoridade.
e) se for verificado que, após o testamento, a casa foi demolida e reconstruída com 78
algumas transformações, estará configurada a caducidade do legado.
b) O rol das causas enumeradas na lei civil para exclusão da herança por indignidade é
exemplificativo — numerus apertus.
d) Como os efeitos da sentença que decreta a indignidade são pessoais, o excluído terá
direito ao usufruto e à administração dos bens que couberem a seus filhos.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
3. A propósito do direito das sucessões, com fundamento nos dispositivos legais, na
doutrina e no entendimento jurisprudencial pátrio, assinale a opção correta.
b) O filho do autor da herança tem o direito de exigir de seus irmãos a colação dos bens
recebidos por doação, a título de adiantamento da legítima, ainda que não tenha sido
concebido ao tempo da liberalidade.
c) O cônjuge supérstite pode opor o direito real de habitação aos irmãos do cônjuge
falecido, caso eles já fossem, antes da abertura da sucessão, coproprietários do imóvel
em que ela e o marido residiam.
d) Não goza da igualdade de condições com filho legítimo o filho adotado no ano de
1980, se a morte do autor da herança tiver ocorrido antes da vigência da Lei n.º
10.406/2012.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
1.5. GABARITO COMENTADO
1. C
ALTERNATIVA A: INCORRETA
Conforme dispõe o art. Art. 1.939 do CC: “Caducará o legado: II - se o testador, por
qualquer título, alienar no todo ou em parte a coisa legada; nesse caso, caducará até
onde ela deixou de pertencer ao testador”. Assim, tendo em vista que a casa foi alienada
e em se tratando de delegado, operou-se a caducidade.
ALTERNATIVA B: INCORRETA
ALTERNATIVA C: CORRETA
Conforme dispõe o §1º do art. 1.923 do CC: “Não se defere de imediato a posse da coisa,
nem nela pode o legatário entrar por autoridade própria”. Portanto, a assertiva está em
consonância com o que estabelece o Código Civil.
ALTERNATIVA D: INCORRETA
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
ALTERNATIVA E: INCORRETA
2. A
ALTERNATIVA A: CORRETA
Conforme dispõe o art. 1.818 do CC: “Aquele que incorreu em atos que determinem a
exclusão da herança será admitido a suceder, se o ofendido o tiver expressamente
reabilitado em testamento, ou em outro ato autêntico”. Portanto, a reabilitação deve
ser expressa, cabendo somente ao ofendido, razão pela qual a alternativa está correta.
81
ALTERNATIVA B: INCORRETA
ALTERNATIVA C: INCORRETA
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
ascendente ou descendente”. Assim, o ato infracional, por possuir todos os elementos
do crime, seria apto a ensejar a indignidade do menor.
ALTERNATIVA D: INCORRETA
Conforme dispõe o parágrafo único do art. 1.816 do CC: “O excluído da sucessão não
terá direito ao usufruto ou à administração dos bens que a seus sucessores couberem
na herança, nem à sucessão eventual desses bens”.
ALTERNATIVA E: INCORRETA
3. B 82
ALTERNATIVA A: INCORRETA
Conforme dispõe parágrafo único do art. 1.791 do CC: “Até a partilha, o direito dos co-
herdeiros, quanto à propriedade e posse da herança, será indivisível, e regular-se-á
pelas normas relativas ao condomínio”.
ALTERNATIVA B: CORRETA
Conforme REsp 1.298.864-SP: “O filho do morto tem o direito de exigir de seus irmãos
a colação dos bens que estes receberam via doação a título de adiantamento da
legítima, ainda que sequer tenha sido concebido ao tempo da liberalidade. Para efeito
de cumprimento do dever de colação, é irrelevante se o herdeiro nasceu antes ou após
a doação, não havendo também diferença entre os descendentes, se são eles irmãos
germanos ou unilaterais ou se supervenientes à eventual separação ou divórcio do
doador”. (Info 563)
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
ALTERNATIVA C: INCORRETA
ALTERNATIVA D: INCORRETA
ALTERNATIVA E: INCORRETA
Conforme dispõe o art. Art. 1.915 do CC: “Se o legado for de coisa que se determine pelo
gênero, será o mesmo cumprido, ainda que tal coisa não exista entre os bens deixados
pelo testador”.
4. B
ALTERNATIVA A: INCORRETA
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
suceder os colaterais até o quarto grau”. Portanto, havendo cônjuge o colateral não
herda, regra que passou a ser aplicada também aos companheiros.
ALTERNATIVA B: CORRETA
A alternativa está correta, pois se o regime for de comunhão parcial, o cônjuge será
meeiro dos bens comuns, e não herdeiro. Somente se houver bens particulares, ou seja,
que estão fora do patrimônio comum, é que o cônjuge herdará.
ALTERNATIVA C: INCORRETA
84
ALTERNATIVA D: INCORRETA
ALTERNATIVA E: INCORRETA
De acordo com o art. 1.853 do CC: “Na linha transversal, somente se dá o direito de
representação em favor dos filhos de irmãos do falecido, quando com irmãos deste
concorrerem”.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
2. DIREITO PROCESSUAL CIVIL (conteúdo atualizado em 04/04/2018)
APRESENTAÇÃO
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
2.1. DOUTRINA (RESUMO)
2.1.1.2. PRINCÍPIOS
1º Nulla executio sine titulo: significa que NÃO há execução sem título que a
embase, ou seja, exige-se a existência de título que demonstre a possibilidade de que o
crédito representado no título efetivamente exista para justificar essas desvantagens.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
resolução do mérito, mas jamais terá a possibilidade de obter uma decisão de mérito
favorável a ele (art. 797, do NCPC).
Assim, a única forma de o executado obter uma tutela jurisdicional a seu favor
é por meio de uma nova ação, qual seja, os embargos à execução.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
ação idêntica, desde que comprove o pagamento das custas processuais da primeira
ação.
A desistência da execução enseja a perda Por outro lado, caso os embargos versem
88
do objeto, de forma que os embargos sobre matéria de mérito, a extinção dos
serão extintos SEM resolução do mérito, embargos em razão da desistência da ação
condenando-se o embargado ao executória está CONDICIONADA à
pagamento das custas judiciais e aos concordância do embargante.
honorários advocatícios. Isso ocorre porque, como se trata de uma
Isso ocorre porque, eventual acolhimento questão de mérito, é possível se
da matéria aduzida pelo embargante vislumbrar interesse na continuação dos
somente ensejaria uma extinção do embargos, com a obtenção de uma
processo executório SEM resolução do sentença de mérito a favor do executado.
mérito, de forma que, neste caso, é Assim, a coisa julgada material que seria
DISPENSADA a concordância do formada em tal circunstância impede a
executado para a desistência. propositura do processo de execução
Exemplo: ilegitimidade da parte, falta de novamente, o que NÃO ocorre com a
liquidez do título, etc. simples desistência do processo.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
6º Menor onerosidade: como já dito, a execução NÃO é um instrumento de
exercício da vingança privada, de forma que nada justifica que o executado sofra mais
do que o estritamente necessário na busca da satisfação do direito do exequente.
Art. 891. NÃO será aceito lance que ofereça preço VIL.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
8º Contraditório: por muito tempo se defendeu que não se precisaria
oportunizar o contraditório e a ampla defesa ao executado, uma vez que, no processo
de execução, não se resolve o mérito, de forma que já haveria a presunção da existência
do direito do exequente.
2.1.1.3. LEGITIMADOS
1º Legitimidade Ativa
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
para ingressar com a respectiva ação de execução independe de sua participação como
autor no processo em que foi formado o título executivo.
2º Legitimidade passiva
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
II - o espólio, os herdeiros ou os sucessores do devedor;
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Cumpre ressaltar que, nos termos do NCPC, o cumprimento de sentença NÃO
poderá ser promovido em face do fiador, do coobrigado ou do corresponsável que
NÃO tiver participado da fase de conhecimento.
1º Conceito
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
b) Inexistência de responsabilidade pessoal
Mas não existe a prisão civil por dívidas alimentares? Nem mesmo a prisão
civil permitida na CF-88 pode ser considerada uma exceção a esse princípio, já que o
encarceramento NÃO é uma forma de satisfação da obrigação, mas mero meio de
coerção. Tanto é verdade que o indivíduo que ficou 01 mês preso, porque devia 03
meses de alimentos, sairá da prisão devendo 04 meses (se a prisão fosse uma forma de
satisfação da obrigação, ele sairia de lá devendo nada).
94
Em regra, TODOS os bens do responsável patrimonial respondem pelo
cumprimento da obrigação.
d) Bens impenhoráveis
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Em que pese se diga que todo o patrimônio do responsável patrimonial
responde pelo crédito do credor, em respeito ao princípio da dignidade humana,
entende-se que o devedor tem direito a um “patrimônio mínimo”, necessário para que
ele e sua família possam desfrutar de uma vida digna, exatamente porque a execução
não pode ensejar a miséria do devedor.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
IV - os vencimentos, os subsídios, os soldos, os salários, as
remunerações, os proventos de aposentadoria, as pensões, os
pecúlios e os montepios, bem como as quantias recebidas por
liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor e
de sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e os
honorários de profissional liberal, ressalvado o §2º;
2º A LAP (art. 14, §3º, da lei nº 4.717/1965) permite que o réu condenado que
receber dos valores dos cofres públicos tenha um desconto na sua folha de pagamento.
LAP, Art. 14. §3º - Quando o réu condenado perceber dos cofres
públicos, a execução far-se-á por desconto em folha até o
integral ressarcimento do dano causado, se assim mais convier
ao interesse público.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Art. 833. §2º - O disposto nos incisos IV e X do caput não se aplica
à hipótese de penhora para pagamento de prestação
alimentícia, independentemente de sua origem, bem como às
importâncias excedentes a 50 (cinquenta) salários-mínimos
mensais, devendo a constrição observar o disposto no art. 528,
§8º, e no art. 529, §3º.
Por que se falou “em regra”? Existe possibilidade de se penhorar a verba dos
honorários? SIM. O STJ entende que o art. 833, IV, do CPC não pode ser interpretado de
forma literal ou absoluta. Em determinadas circunstâncias, é possível a sua relativização.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
sua natureza alimentar (finalidade de sustento) e passa a ser possível a sua penhora,
liberando-se apenas uma parte desse valor para o advogado. STJ. 2ª Turma. REsp
1.264.358-SC, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 25/11/2014 (Info 553).
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
18/09/1946 até a data de promulgação da CF/88. Além disso, há previsão de que o
anistiado receba uma reparação de natureza econômica a ser paga pela União.
Imagine agora a seguinte situação hipotética: João recebeu 100 mil reais como
reparação econômica por ter sido anistiado político. Ocorre que ele estava sofrendo
execução fiscal por dívidas decorrentes do não pagamento de impostos.
A tese defendida pelo executado está correta? NÃO. Os valores recebidos por
anistiado político a título de reparação econômica são suscetíveis de penhora para a 99
garantia de crédito tributário.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
destas se confundir com a do próprio sócio. Essa limitação se faz necessária, senão
poderia beneficiar indevidamente pessoas jurídicas inadimplentes que não mereceriam
tal proteção.
Como é que eu vou saber se o bem profissional deve ser penhorado ou não?
Araken de Assis fixou os seguintes critérios objetivos para tal aferição. Observe:
100
a) Uso constante: ou seja, o objeto deve ser utilizado no dia a
dia do profissional executado, e NÃO apenas de forma
esporádica e rara. Por óbvio, os bens valiosos e pouco utilizados
poderão ser penhorados, já que representam bens supérfluos à
continuação da atividade laborativa do executado. Exemplo:
biblioteca de um advogado, composta pelos livros que ele
comprou ao longo da vida (logo, maioria desatualizados), pois
tem pouca utilidade prática.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
um aparelho de som existente em escritório de advocacia ou
consultório médico, geralmente destinados ao lazer e
relaxamento dos profissionais, devem ser normalmente
penhorados, já que sua ausência em nada afetará seu exercício
profissional.
Por fim, devemos também nos atentar se esse trabalho é o principal meio de
sustento do devedor. Exemplo: funcionário público, cujo salário é suficiente para o seu
sustento, mas que faz bicos como músico a noite, poderia sim ter seus instrumentos
musicais penhorados. Obviamente se os valores obtidos com a atividade paralela forem
necessários ao seu sustento, os bens relativos a ela serão impenhoráveis.
VI - o seguro de vida;
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
A pequena propriedade rural trabalhada pela família também é impenhorável.
Observe que “pequena propriedade” aqui é até mais ampla do que a norma
constitucional (CF, art. 5º, XXVI e art. 185, I), visto que a única exigência para a
impenhorabilidade é que ela seja trabalhada pela família, pouco importando a natureza
da dívida contraída pelo executado.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
XI - os recursos públicos do fundo partidário recebidos por
partido político, nos termos da lei;
O art. 791 do NCPC, que é uma novidade deste diploma legal, trata da penhora
sobre o bem imóvel sujeito ao regime do direito de superfície, reafirmando, assim, a
autonomia entre o direito de propriedade e o direito de superfície.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
§2º - Aplica-se, no que couber, o disposto neste artigo à
enfiteuse, à concessão de uso especial para fins de moradia e à
concessão de direito real de uso.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Os títulos executivos judicias são aqueles Os títulos executivos extrajudiciais são
formados, em regra, pelo juiz, por meio aqueles formados por ato de vontade das
de uma atuação jurisdicional. partes envolvidas na relação jurídica de
A execução de título executivo judicial se são formados por somente uma das
dá por meio de cumprimento de partes.
sentença, que consiste numa fase A execução de título executivo
processual, adotando-se, aqui, o extrajudicial se dá por meio de ação
chamado sincretismo processual. autônoma de execução, que consiste
numa nova ação.
Para que uma obrigação seja exigível é necessário que ela seja: certa, líquida e
exigível.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
CERTA LÍQUIDA EXIGÍVEL
Significa que não deve Significa que já se deve Significa que NÃO há
haver dúvidas sobre quem saber “o quanto se deve”. qualquer impedimento à
são as partes envolvidas Ou seja, NÃO é necessário eficácia atual da obrigação,
(ou seja, os legitimados que o título indique com que resulta do seu
ativos e passivos
na precisão o quantum inadimplemento e da
execução), qual será a debeatur, mas que ausência de termo,
espécie deexecução contenha elementos condição ou
(quantia certa, fazer, não suficientes para a fixação contraprestação.
fazer ou entrega de coisa), do valor devido.
bem como sobre qual bem
Tanto é verdade que o
incidirão os atos
próprio NCPC prevê que a
executivos.
necessidade de elaboração
A certeza, portanto, NÃO de meros cálculos
significa a indiscutibilidade aritméticos NÃO tira a 106
da existência da obrigação, liquidez do título.
visto que contra qualquer
Art. 786. Parágrafo único.
espécie de título executivo
A necessidade de simples
é permitido o ingresso de
operações aritméticas
embargos à execução ou
para apurar o crédito
impugnação.
exequendo NÃO retira a
liquidez da obrigação
constante do título.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
I - as decisões proferidas no processo civil que reconheçam a
exigibilidade de obrigação de pagar quantia, de fazer, de não
fazer ou de entregar coisa;
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
3º Títulos executivos EXTRAJUDICIAIS.
No NCPC, o art. 784 descreve o rol dos títulos extrajudiciais, ainda que existam
outros previstos em leis extravagantes.
108
Os títulos de crédito descritos no dispositivo legal ora analisado NÃO
necessitam de protestos para que seja considerado como título executivo extrajudicial.
Somente em situações específicas, quando o documento não puder ser considerado um
título executivo em razão da ausência de algum requisito formal, a lei pode exigir o seu
protesto, como é o caso da duplicata sem aceite.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
A escritura pública é um ato privativo do tabelião, enquanto que o documento
público pode ser produzido por qualquer agente público.
Para que o documento PARTICULAR tenha força executiva, é preciso que ele
tenha sido assinado pelo devedor + 02 testemunhas (lembre-se de que, em relação ao
documento PÚBLICO, basta a assinatura do devedor para que o referido documento
tenha título executivo!).
109
IV - o instrumento de transação referendado pelo Ministério
Público, pela Defensoria Pública, pela Advocacia Pública, pelos
advogados dos transatores ou por conciliador ou mediador
credenciado por tribunal;
Vale lembrar que o único contrato de seguro que faz título executivo é o
SEGURO DE VIDA, de forma que os demais contratos de seguro demandarão, para a
cobrança do prêmio não pago pela seguradora, a propositura de processo de
conhecimento, pelo rito comum.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
VIII - o crédito, documentalmente comprovado, decorrente de
aluguel de imóvel, bem como de encargos acessórios, tais como
taxas e despesas de condomínio;
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
NCPC: os créditos da OAB contra os inscritos / cédula de crédito rural / cédula de crédito
industrial / cédula hipotecária / decisão do plenário do CADE / honorários do árbitro no
compromisso arbitral, etc.
111
2.1.1.6. PROCESSO DE EXECUÇÃO
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
1º Competência
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Vale lembrar que a existência de protesto NÃO tem o condão de modificar a
regra de competência, considerando-se o protesto como mera providência de natureza
ADMINISTRATIVA.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
d) Redução do valor do título: se o valor da multa previsto no título for
excessivo, o juiz poderá reduzi-lo. Contudo, o poder do juiz NÃO se limita a apenas
reduzi-lo se excessivo, mas o juiz pode modificar o valor tanto para maior quanto para
menor, bem como a periodicidade da multa, pois a função dessa medida é pressionar
psicologicamente o executado e é função do juiz, que pode realizá-la, inclusive, DE
OFÍCIO, adequar a multa e sua periodicidade às circunstâncias do caso concreto.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
1º Aplicação de astreintes.
1º A aplicação de astreintes.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
OBSERVAÇÃO: será dispensada a liquidação se houver, no caso concreto, a previsão
contratual de multa de natureza compensatória (cláusula penal).
Na obrigação de não fazer, o juiz fixará prazo para que o executado DEIXE de
fazer aquilo que não deveria ter feito.
Se, mesmo após a fixação deste prazo, o executado continuar realizando tal 116
ato, o exequente poderá requerer que o juiz mande desfazer o ato às custas do
EXECUTADO, que responderá, ainda, por perdas e danos.
Se, contudo, NÃO for possível se desfazer o ato, a obrigação será resolvida em
perdas e danos, cuja liquidação será feita nos próprios autos e o procedimento terá
prosseguimento como uma execução por quantia certa.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
liquidação, se observará o procedimento de execução por
quantia certa.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
E. EXECUÇÃO DA OBRIGAÇÃO DE ENTREGAR COISA CERTA
a) Petição inicial: para que haja o início do processo de execução, é preciso que
o exequente apresente uma petição inicial, que deverá ser instruída com o respectivo
título executivo extrajudicial.
c) Medidas cabíveis pelo executado: após a citação, o exequente pode adotar 118
03 posturas:
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Além disso, havendo prejuízos no que diz respeito ao pagamento de frutos e de
ressarcimento de outros prejuízos, mesmo tendo sido entregue a coisa, a execução
prosseguirá relativa a esses valores.
f) Bem NÃO localizado ou, localizado, mas deteriorado: quando o bem NÃO
for localizado ou, então, foi localizado, mas está deteriorado, entende-se que é possível
a conversão em perdas e danos (art. 808, NCPC).
a) Petição inicial
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Para que haja o início do processo de execução, é preciso que o exequente
apresente uma petição inicial, que deverá ser instruída com o respectivo título executivo
extrajudicial.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Art. 799. Incumbe ainda ao exequente:
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
submetido ao regime do direito de superfície, enfiteuse ou
concessão;
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
b) Averbação da execução
Momento: após ter sido admitida a execução pelo juiz, o exequente poderá
obter certidão comprobatória do ajuizamento da execução. Tal certidão servirá ao
exequente para fins de averbação no registro de bens.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Embora a averbação da execução esteja prevista na parte de processo de
execução, entende-se que é sim admissível a averbação da execução no caso de
cumprimento de sentença.
d) Responsabilidade
e) Aviso ao juízo
Exatamente para que juiz possa controlar eventual ato abusivo praticado pelo
exequente, o exequente deve informar ao juízo a realização da averbação no prazo de
10 dias, contados da sua concretização.
E se não for feito esse aviso? NÃO existe qualquer consequência prevista em 124
lei, devendo-se entender que a presunção de fraude à execução NÃO será afetada pelo
descumprimento desta exigência legal.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Tal cancelamento poderá ser determinado, de ofício, pelo magistrado, ou
requerido, pelo executado, quando não for realizado, no prazo hábil, pelo exequente.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
nesse caso, há 02 ações (uma de execução e outra de embargos), de forma que será
possível a fixação de duas verbas de sucumbência, mas o valor total está limitado a 20%
do valor executado.
Art. 827. §2º - O valor dos honorários poderá ser elevado até
20%, quando rejeitados os embargos à execução, podendo a
majoração, caso não opostos os embargos, ocorrer ao final do
procedimento executivo, levando-se em conta o trabalho
realizado pelo advogado do exequente.
O executado será citado para pagar o seu débito no prazo de 03 dias (ATENÇÃO!
NÃO confunda com o prazo para pagamento no cumprimento de sentença de obrigação
de pagar quantia certa, que é de 15 dias).
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Esse prazo de 03 dias conta-se a partir de quando? O termo inicial da contagem
desse prazo é a realização da CITAÇÃO, sendo, portanto, IRRELEVANTE a data da juntada
aos autos do mandado de citação devidamente cumprido, em conformidade com o
disposto no artigo 231, §3º, do NCPC.
i) Arresto executivo
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
De todo modo, havendo citação ficta (seja a por hora certa, em razão de
suspeita de ocultação, ou por edital), caso não haja nenhum advogado constituído nos
autos, o juiz indicará um curador especial, que terá legitimidade para oferecer, inclusive,
embargos à execução, conforme a redação do artigo 72, II, do NCPC e da súmula 196 do
STJ.
Uma vez citado, o executado poderá ter uma das seguintes posturas:
3º Quedar-se inerte.
1º Pagamento do débito
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
a) Honorários advocatícios: sendo feito o pagamento dentro do prazo legal, o
valor devido dos honorários advocatícios será reduzido pela METADE.
b) Extinção da obrigação:
1º Prazo: embora não tenha pago o débito no prazo legal de 03 dias, o NCPC
permite que seja feito o pagamento parcelado do débito dentro do prazo de 15 dias que
o executado tem para apresentar embargos à execução.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Art. 916. No prazo para embargos, reconhecendo o crédito do
exequente e comprovando o depósito de 30% do valor em
execução, acrescido de custas e de honorários de advogado, o
executado poderá requerer que lhe seja permitido pagar o
restante em até 06 (seis) parcelas mensais, acrescidas de
correção monetária e de juros de 1% ao mês.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Art. 916. §6º - A opção pelo parcelamento de que trata este
artigo importa RENÚNCIA ao direito de opor embargos.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Art. 916. §5º - O não pagamento de qualquer das prestações
acarretará cumulativamente:
2º Embargos à execução
132
3º Quedar-se inerte
l) Penhora
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
3º Efeitos: a penhora produz efeitos processuais e efeitos materiais.
De toda forma, deve recair sobre bens suficientes para o pagamento do débito
original + correção monetária + juros + custas + honorários advocatícios.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Art. 831. A penhora deverá recair sobre tantos bens quantos
bastem para o pagamento do principal atualizado, dos juros, das
custas e dos honorários advocatícios.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Apesar da previsão legal, Daniel Amorim entende que a via preferencial não é
a postal, mas a eletrônica.
Observe que tal exigência está limitada à hipótese de penhora de IMÓVEL, NÃO
sendo necessária a intimação do cônjuge não devedor quando a penhora recair sobre
bem de outra natureza.
8º Várias penhoras sobre um mesmo bem: é possível que um mesmo bem seja
penhorado mais de uma vez, de forma que, nesse caso, terá direito de preferência o
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
exequente que primeiro penhorou o bem, desde que seu crédito tenha a mesma
natureza dos créditos dos demais credores.
O que significa dizer “desde que seu crédito tenha a mesma natureza do
crédito dos demais credores”? Assim, se, por exemplo, ainda que um credor
quirografário tenha sido o primeiro a penhorar um bem, um credor com garantia real
terá sempre a preferência, em razão da natureza do seu crédito ser preferencial à do
quirografário.
136
Lembre-se de que, tendo ocorrido arresto executivo e posterior penhora sobre
o mesmo bem, a data do arresto é considerada para fins de preferência, em razão de
sua natureza de pré-penhora.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
10 Ordem legal da penhora:
V - bens imóveis;
VII - semoventes;
É possível que esta ordem seja alterada no caso concreto pelo juiz? Exemplo:
existe um bem previsto no inciso IV, mas o magistrado autoriza que seja penhorado
outro do inciso V?
Nos casos envolvendo dinheiro (inciso Nos casos envolvendo os demais incisos.
I).
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
NÃO. A penhora em dinheiro é prioritária. SIM. O juiz pode, nas demais hipóteses,
Isso significa que, pela redação legal, NÃO alterar a ordem prevista no art. 835 do
se pode penhorar nenhum outro bem se CPC, desde que existam circunstâncias do
houver dinheiro disponível. caso concreto que justifiquem a medida.
Diante da redação do §1º do art. 835 acima transcrito, alguns autores passaram
a defender a tese de que esta súmula deveria ser revista pelo STJ. É o caso de Daniel
Assumpção Neves, que sustenta que, agora, a preferência pela penhora em dinheiro
tem caráter ABSOLUTO por imposição legal (NEVES, Daniel Assumpção Neves. Manual
de Direito Processual Civil. Salvador: Juspodivm, 2016, p. 1164).
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
§2º - Para fins de substituição da penhora, equiparam-se a
dinheiro a fiança bancária e o seguro garantia judicial, desde que
em valor não inferior ao do débito constante da inicial, acrescido
de trinta por cento.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
EXECUTADO, determinará às instituições financeiras, por meio de sistema eletrônico
gerido pela autoridade supervisora do sistema financeiro nacional, que torne
indisponíveis ativos financeiros existentes em nome do executado” (art. 854).
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
depositado que pertença ao correntista que seja sujeito passivo do processo executivo,
PRESUMINDO-SE, ante a inexistência de prova em contrário, que os valores constantes
da conta PERTENCEM EM PARTES IGUAIS AOS CORRENTISTAS.
Exemplo: João e Maria possuem uma conta bancária conjunta, na qual estão
depositados 100 mil reais. João é réu em uma execução de título extrajudicial no qual
lhe é cobrado o valor de 70 mil reais. O juiz da execução ordenou a penhora online,
sendo bloqueados 70 mil da referida conta bancária.
O que o juiz deverá decidir nesse caso? O pedido de Maria poderá ser
atendido? Em parte. A penhora de valores contidos em conta bancária conjunta é
admitida pelo ordenamento jurídico. No entanto, a constrição não pode se dar em
proporção maior que o numerário pertencente ao devedor da obrigação, devendo ser
preservado o saldo dos demais cotitulares. Em outras palavras, deve ser penhorado
141
apenas o dinheiro que pertence ao executado. Assim, quando se penhora o valor
constante em conta bancária conjunta solidária, deve-se permitir que o cotitular prove
que a quantia penhorada pertence a ele. Logo, Maria poderia ter provado que o dinheiro
penhorado pertencia inteiramente a ela. Nesse caso, a verba seria liberada. Se o
cotitular não executado não conseguir provar que a verba penhorada pertencia
inteiramente a ele, deve-se presumir que a quantia existente na conta bancária era
dividida igualmente entre os cotitulares.
Em outras palavras, como Maria não conseguiu provar que o dinheiro era todo
dela, deve-se considerar que dos 100 mil reais, 50 mil eram seus e a outra metade era
de João.
Dessa forma, em nosso exemplo, o juiz deverá manter penhorados 50 mil reais
e desbloquear os 20 mil reais que, presumidamente, são de Maria.
Neste sentido:
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE
SEGURANÇA. EXECUÇÃO DE HONORÁRIOS SUCUMBENCIAIS.
PENHORA "ON LINE". CONTA CONJUNTA. BLOQUEIO DE
METADE DO VALOR DISPONÍVEL. POSSIBILIDADE. INOVAÇÃO
RECURSAL. DESCABIMENTO.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Art. 854. §9º - Quando se tratar de execução contra partido
político, o juiz, a requerimento do exequente, determinará às
instituições financeiras, por meio de sistema eletrônico gerido
por autoridade supervisora do sistema bancário, que tornem
indisponíveis ativos financeiros somente em nome do órgão
partidário que tenha contraído a dívida executada ou que tenha
dado causa à violação de direito ou ao dano, ao qual cabe
exclusivamente a responsabilidade pelos atos praticados, na
forma da lei.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
§3º - Na penhora de percentual de faturamento de empresa,
observar-se-á, no que couber, o disposto quanto ao regime de
penhora de frutos e rendimentos de coisa móvel e imóvel.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Por óbvio, o executado deverá indicar quais bens deverão substituir aqueles
que foram penhorados.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Art. 847. §3º - O executado somente poderá oferecer bem
imóvel em substituição caso o requeira com a expressa anuência
do cônjuge, salvo se o regime for o de separação absoluta de
bens.
Contudo, há quem defenda que, neste caso, houve uma RENÚNCIA do cônjuge 146
não devedor à meação.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
II - ela NÃO incidir sobre os bens designados em lei, contrato ou
ato judicial para o pagamento;
147
Essa substituição da penhora NÃO depende de anuência do exequente.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Como o art. 850 do NCPC NÃO repete a exigência do CPC de 1973 de
requerimento da parte, é correto concluir que o juiz passa a poder determinar a redução
ou ampliação da penhora DE OFÍCIO.
EXCEÇÃO: salvo na execução FISCAL, em razão do previsto no art. 15, II, da LEF.
m) Avaliação
ATENÇÃO! O tema não costuma ser muito cobrado nas provas de concurso,
especialmente, se analisadas as últimas provas da Magistratura elaboradas pelo Cespe.
Desta forma, dispensamos um maior aprofundamento, recomendando, entretanto,
uma leitura atenta dos artigos 870 a 875 do NCPC.
148
n) Expropriação dos bens
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
1º Expropriação em caso de penhora de DINHEIRO: havendo a penhora em
DINHEIRO, a fase de expropriação se mostra DESNECESSÁRIA, já que o levantamento do
valor penhorado servirá como forma de satisfação do direito do exequente, sem a
necessidade de o juiz praticar qualquer ato material de execução.
a) a adjudicação;
1º EMBARGOS À EXECUÇÃO
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
É tradicional o entendimento de que os embargos à execução têm natureza de
ação, porque essa espécie de defesa faz com que, num mesmo processo, tramitem duas
ações: a execução e os embargos à execução.
b) Garantia do juízo
c) Exceção
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Os embargos à execução FISCAL ainda exigem sim a garantia integral da dívida
para a sua apresentação.
Pela regra do art. 738, caput, os embargos à execução devem ser oferecidos no
prazo de 15 dias, contados da data de juntada aos autos do mandado de citação.
ATENÇÃO! Não confunda o prazo do CPC com o prazo das execuções fiscais nem com o
prazo da execução trabalhista! 151
Execução CPC:
Execução Fiscal:
Execução trabalhista:
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Havendo litisconsórcio passivo na execução, o prazo para cada um deles
embargar contar-se-á de forma independente, ou seja, para cada executado a
contagem do prazo tem início com a juntada do seu mandado de citação nos autos da
execução (exceção: quando se tratam de cônjuges).
152
Na execução por carta precatória, o juízo deprecado poderá se valer de
qualquer forma idônea de comunicação (até mesmo pela via eletrônica). O prazo para
apresentação dos embargos à execução contar-se-á, então, a partir da juntada da
comunicação aos autos da execução (e não da devolução da carta precatória ao juízo
deprecante!), o que contribui para diminuição do tempo de duração do processo.
Art. 915. §2º - Nas execuções por carta, o prazo para embargos
será contado:
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Art. 915. §4º - Nos atos de comunicação por carta precatória,
rogatória ou de ordem, a realização da citação será
imediatamente informada, por meio eletrônico, pelo juiz
deprecado ao juiz deprecante.
g) Competência
h) Exceção
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Art. 914. §2º - Na execução por carta, os embargos serão
oferecidos no juízo deprecante ou no juízo deprecado, mas a
competência para julgá-los é do juízo deprecante, salvo se
versarem unicamente sobre vícios ou defeitos da penhora, da
avaliação ou da alienação dos bens efetuadas no juízo
deprecado.
I - quando intempestivos;
Com a atual regra de que os embargos à execução não têm mais efeito
suspensivo, sua interposição, de uma maneira geral, não tem mais como ser meramente
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
protelatória. Assim, este dispositivo legal deve ser entendido da seguinte maneira: o
embargo será meramente protelatório quando houver abuso do direito de defesa, ou
seja, a rejeição fundar-se-á no conteúdo das alegações do embargo, e não nos seus
eventuais efeitos. Exemplos de abusos do direito de defesa: litigar contra o texto
expresso de lei ou contra a verdade dos fatos (já definitivamente esclarecidos e
comprovados).
O que temos certo é de que a rejeição será inaudita altera pars, de modo que
o embargante sequer terá sua pretensão acolhida.
h) Efeito suspensivo
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
1º Requisitos: para que excepcionalmente seja admitido o efeito suspensivo
nos embargos à execução, o embargante terá que provar 04 requisitos CUMULATIVOS
(ou seja, todos eles precisam ser preenchidos no caso concreto):
Além disso, também temos outra hipótese de exceção sem garantia total: é o
que ocorre nos casos de penhora do faturamento, em que a garantia total só ocorrerá
com a soma dos valores desviados.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
2º Exceção: nos embargos à execução FISCAL, mesmo sendo necessária a
garantia integral do juízo para o oferecimento dos embargos, isso, por si só, NÃO
importa na suspensão automática da execução.
A letra da lei não diz como será a forma de citação do embargado, mas a
doutrina afirma ser feita na figura do seu advogado, por meio do Diário Oficial.
j) Revelia
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
A revelia pode gerar a não intimação do réu revel? Embora tenha sido citado
e não tenha se manifestado nem instituído advogado nos autos, o ideal seria intimar o
advogado do exequente-embargado, que está constituído no processo de execução. É
claro que os embargos são ações autônomas, mas não podemos desprezar a ligação do
processo de execução com os embargos.
A revelia pode gerar a presunção de veracidade dos fatos contra réu revel?
Como existe um título executivo em que se presume como verdadeiro o direito de
crédito do exequente, por serem estas duas presunções divergentes e opostas, não
podem as duas prevalecer no caso concreto. Assim, admite-se que deva prevalecer a
presunção do título executivo por ser esta uma presunção legal.
O art. 917 prevê matérias que podem ser alegadas em sede de embargos à
execução na hipótese de execução fundada em título executivo extrajudicial, desde que 158
não tenha como polo passivo a Fazenda Pública, porque, nesse caso, as matérias
alegáveis estão previstas no art. 535.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Observe que o exequente-embargado poderá alegar quaisquer outras matérias
de defesa, desde que lícitas.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
2.2. LEGISLAÇÃO
160
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
2.3. JURISPRUDÊNCIA
Súmula 558 do STJ - Em ações de execução fiscal, a petição inicial não pode ser
indeferida sob o argumento da falta de indicação do CPF e/ou RG ou CNPJ da parte
executada.
Súmula 478 do STJ - Na execução de crédito relativo a cotas condominiais, este tem
preferência sobre o hipotecário. 161
Súmula 453 do STJ - Os honorários sucumbenciais, quando omitidos em decisão
transitada em julgado, não podem ser cobrados em execução ou em ação própria.
Súmula 449 do STJ - A vaga de garagem que possui matrícula própria no registro de
imóveis não constitui bem de família para efeito de penhora.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Súmula 364 do STJ -O conceito de impenhorabilidade de bem de família abrange
também o imóvel pertencente a pessoas solteiras, separadas e viúvas.
Súmula 279 do STJ - É cabível execução por título extrajudicial contra a Fazenda Pública.
Súmula 270 do STJ - O protesto pela preferência de crédito, apresentado por ente
federal em execução que tramita na Justiça Estadual, não desloca a competência para a
Justiça Federal.
Súmula 268 do STJ - O fiador que não integrou a relação processual na ação de despejo
não responde pela execução do julgado.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
moratórios, em sua acepção estritamente jurídica, são juros legais, para cuja incidência
se dispensa pedido expresso ou mesmo condenação (art. 293 do CPC – Vide art. 322,
§1º, do NCPC). Aliás, a Súmula 254 do STJ preceitua que: “Incluem-se os juros
moratórios na liquidação, embora omisso o pedido inicial ou a condenação”. De outro
lado, os juros remuneratórios, no mais das vezes, são contratuais, cujo reconhecimento
depende de pedido expresso e, para ser executado, de condenação na fase de
conhecimento. Nesse contexto, a jurisprudência do STJ é tranquila no sentido de não
permitir a incidência de juros remuneratórios na fase de execução se a sentença foi
omissa quanto ao ponto. Noutro giro, importa assinalar que a jurisprudência do STF e
do STJ é firme no sentido de que a correção monetária não consubstancia acréscimo
material ao débito principal, mas mera recomposição do valor real em face da corrosão
inflacionária de determinado período. Por essa ótica, havendo um montante fixo já
definido na sentença – dependente apenas de mero cálculo aritmético –, a inclusão, na
fase de execução individual, de correção monetária não contemplada na sentença não
hostiliza a coisa julgada, antes, a protege, pois só assim o título permanece hígido com
a passagem do tempo em um cenário econômico no qual a inflação não é nula. Nessa 163
medida, para a manutenção da coisa julgada, há de se proceder à correção monetária
plena do débito reconhecido. Assim, os expurgos inflacionários do período de
inadimplemento devem compor o cálculo, estejam ou não contemplados na sentença
exequenda. Saliente-se, por fim, a existência de duas situações que parecem se baralhar
com relativa frequência: (a) uma é a incidência de expurgos inflacionários resultantes de
planos econômicos não previstos na sentença coletiva a valores eventualmente
existentes em contas de poupança em momento posterior; (b) outra é a incidência, no
débito judicial resultante da sentença, de expurgos inflacionários decorrentes de planos
econômicos posteriores ao período apreciado pela ação coletiva, a título de correção
monetária plena da dívida consolidada. REsp 1.392.245-DF, Rel. Min. Luis Felipe
Salomão, Segunda Seção, julgado em 8/4/2015, DJe 7/5/2015 (Informativo 561).
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
natureza alimentar, e não para a totalidade dos precatórios alimentares de
titularidade de um mesmo credor preferencial, ainda que apresentados no mesmo
exercício financeiro e perante o mesmo devedor. De fato, o art. 100, § 2º, da CF (com
a redação dada pela EC 62/2009) delimita dois requisitos para o pagamento preferencial
nele previsto, quais sejam: a) ser o débito de natureza alimentícia; e b) ser o titular do
crédito maior de 60 anos de idade ou portador de doença grave. A norma constitucional
não elencou a impossibilidade de o beneficiário participar na listagem de credor
preferencial por mais de uma vez no mesmo exercício financeiro, perante um mesmo
Ente Político, não podendo, portanto, o exegeta restringir essa possibilidade. RMS
46.155-RO, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 22/9/2015, DJe 29/9/2015
(Informativo 570).
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
qual, se concordando, recebe o valor da Fazenda Pública de forma voluntária.), ainda
que se trate de hipótese de pagamento mediante Requisição de Pequeno Valor (RPV).
É certo que o STJ possui entendimento de ser cabível a fixação de verba honorária nas
execuções contra a Fazenda Pública, ainda que não embargadas, quando o pagamento
da obrigação for feito mediante RPV. Entretanto, a jurisprudência ressalvou que, nos
casos de “execução invertida”, a apresentação espontânea dos cálculos após o trânsito
em julgado do processo de conhecimento, na fase de liquidação, com o reconhecimento
da dívida, afasta a condenação em honorários advocatícios (AgRg no AREsp 630.235-RS,
Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em 19/5/2015, DJe 5/6/2015 (Informativo 563)).
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
SEGUNDA TURMA. DIREITO PROCESSUAL CIVIL. ARREMATAÇÃO DE BEM POR OFICIAL
DE JUSTIÇA APOSENTADO. A vedação contida no art. 497, III, do CC não impede o
oficial de justiça aposentado de arrematar bem em hasta pública. O real significado e
extensão dessa vedação é impedir influências diretas, ou até potenciais, desses
servidores no processo de expropriação do bem. REsp 1.399.916-RS, Rel. Min. Humberto
Martins, julgado em 28/4/2015, DJe 6/5/2015 (Informativo 561).
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
SEGUNDA TURMA. DIREITO PROCESSUAL CIVIL. POSSIBILIDADE DE PENHORA SOBRE
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. Excepcionalmente é possível penhorar parte dos
honorários advocatícios – contratuais ou sucumbenciais – quando a verba devida ao
advogado ultrapassar o razoável para o seu sustento e de sua família. Não obstante a
regra do artigo art. 833, IV, do NCPC, em determinadas circunstâncias, é possível a sua
relativização, como ocorre nos casos em que os honorários advocatícios recebidos em
montantes exorbitantes ultrapassam os valores que seriam considerados razoáveis para
sustento próprio e de sua família, sendo certo que o princípio da menor onerosidade do
devedor, insculpido no art. 805 do NCPC, tem de estar em equilíbrio com a satisfação do
credor, sendo indevida sua aplicação de forma abstrata e presumida. (REsp 1.264.358-
SC, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 25/11/2014, DJe 5/12/2014 (Informativo
553)). OBS: Atualmente, o §2º do artigo 833 do NCPC dispõe que não se aplica à
referida impenhorabilidade quando for o caso de importâncias excedentes a 50
salários mínimos mensais.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
quem responde com todos os seus bens, pois, nessa espécie, é a pessoa que se
encontra vinculada à coisa. (REsp 1.273.313-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva,
julgado em 3/11/2015, DJe 12/11/2015 (Informativo 573)).
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
prevista em lei (art. 44 da Lei 9.096/1995) e a sujeitar-se a determinada dinâmica de
distribuição, utilização e controle do Poder Público (arts. 40 e 44, §1º, da Lei 9.096/1995
c/c o art. 18 da Resolução TSE 21.841/2004) e, portanto, A NATUREZA JURÍDICA DESSAS
VERBAS PASSA A SER PÚBLICA ou, nos termos do art. 649, XI, do CPC (vide art. 833, XI,
do NCPC), elas tornam-se recursos públicos. REsp 1.474.605- MS, Rel. Min. Ricardo Villas
Bôas Cueva, julgado em 7/4/2015, DJe 26/5/2015 (Informativo 562).
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
pagamento em prestações (art. 690, § 1º, do CPC – vide art. 895 do NCPC) não pode
ser realizada por preço inferior ao da avaliação, mesmo que realizada em segunda
praça (REsp 1.340.965-MG, Rel. Min. Raul Araújo, julgado em 3/9/2015, DJe 11/9/2015
(Informativo 569)). OBS: O NCPC não trouxe a mesma vedação, sendo possível a
arrematação parcelada de bem imóvel (e até mesmo móvel) por valor inferior ao da
avaliação. No entanto, isto somente será possível no segundo leilão, sendo certo que,
no primeiro leilão, a proposta parcelada não poderá ser inferior ao valor da avaliação,
nos termos dos incisos I e II do artigo 895 do NCPC.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
FIGURAREM NO TÍTULO EXECUTIVO EXTRAJUDICIAL, ainda que sejam integrantes do
mesmo grupo econômico da sociedade empresária que firmou o contrato de
prestação de serviços advocatícios. O fato de sociedades empresárias pertencerem a
um mesmo grupo econômico, por si só, não as torna automaticamente solidárias nas
respectivas obrigações, sendo certo que cada pessoa jurídica tem personalidade e
patrimônio próprios, distintos, justamente para assegurar a autonomia das relações e
atividades de cada sociedade empresária, ainda que integrantes de um mesmo grupo
econômico. Somente em casos excepcionais essas distinções podem ser superadas,
motivadamente (art. 50 do CC). Outrossim, segundo o artigo 779, I, do Novo Código de
Processo Civil, a execução poderá ser promovida contra o devedor RECONHECIDO
COMO TAL TÍTULO, o que não ocorre no caso em que o advogado pretende a cobrança
de honorários advocatícios pela prestação de serviço jurídico para determinada
empresa. (REsp 1.404.366-RS, Rel. Min. Raul Araújo, julgado em 23/10/2014, DJe
9/2/2015 (Informativo 555)).
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
tal qual ocorre com o provimento condenatório (REsp 1.324.152-SP, Rel. Min. Luis Felipe
Salomão, Corte Especial, julgado em 4/5/2016, DJe 15/6/2016 (Informativo n. 585)).
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
invariavelmente SUJEITAS AOS RISCOS DE MERCADO, de crédito e de liquidez, o que,
por si só, justifica a diversidade de gradação, para efeito de penhora, imposta pela lei
adjetiva civil. Vê-se, portanto, que as cotas estão incluídas no inciso III do artigo 835 do
NCPC (REsp 1.388.642-SP, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, Segunda Seção, por
unanimidade, julgado em 3/8/2016, DJe 6/9/2016 (Informativo n. 589)).
173
SEGUNDA TURMA. DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. HIPÓTESE DE
IMPENHORABILIDADE DE IMÓVEL COMERCIAL. É impenhorável o único imóvel
COMERCIAL do devedor quando o aluguel daquele está destinado unicamente ao
pagamento de locação residencial por sua entidade familiar. (REsp 1.616.475-PE, Rel.
Min. Herman Benjamin, julgado em 15/9/2016, DJe 11/10/2016 (Informativo n. 591)).
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
porque, a partir da entrada em vigor da Lei n. 11.232/2005, que incluiu, no CPC/1973, o
art. 475-L, passou a existir disposição cumprimento de sentença, a inexigibilidade do
título judicial. Essa norma, diga-se de passagem, foi reproduzida, com pequeno ajuste
técnico na terminologia empregada, no art. 525 do CPC/2015. REsp 1.531.095-SP, Rel.
Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 9/8/2016, DJe 16/8/2016 (Informativo n.
588).
Obs: Sob a égide do Novo CPC, para que o devedor possa alegar a inexigibilidade da
obrigação argumentando que o título é baseado em lei incompatível com a
Constituição, exige-se que a decisão do STF seja anterior à formação da coisa julgada,
tendo em vista o disposto no artigo 525, §13. Se for posterior, a matéria não poderá
ser alegada em impugnação, devendo ser proposta ação rescisória, conforme o artigo
525, § 15 do Novo CPC.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
inexistente, mas apenas válida inter partes como crédito pessoal, a ausência de
registro da hipoteca não afasta a exceção à regra de impenhorabilidade prevista no
art. 3º, V, da Lei n. 8.009/1990. REsp 1.455.554-RN, Rel. Min. João Otávio de Noronha,
julgado em 14/6/2016, DJe 16/6/2016 (Informativo n. 585).
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
crime”) dispensa de condenação criminal transitada em julgado, porquanto inexiste
determinação legal neste sentido. Afinal, caso fosse a intenção do legislador exigir
sentença penal condenatória para a exceção prevista na primeira parte do inciso VI, teria
assim feito expressamente, como o fez com a segunda parte do referido dispositivo.
REsp 1.091.236-RJ, Rel. Min. Marco Buzzi, julgado em 15/12/2015, DJe 1º/2/2016
(Informativo n. 575).
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
pelo débito originário desta. Inclusive, este é o entendimento adotado por esta Corte
nas hipóteses de execução fiscal, que pode ser utilizado, por analogia, na espécie (REsp
1.391.830-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, por unanimidade, julgado em 22/11/2016, DJe
1/12/2016 - Informativo n. 594).
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
IMPEDIMENTO. AUSÊNCIA. A indisponibilidade de bens do executado deferida em
ação civil pública não impede a adjudicação de um determinado bem ao credor que
executa o devedor comum com substrato em título executivo judicial. Isso porque, a
Indisponibilidade de bens é apenas uma medida cautelar atípica, analisada com base na
probabilidade do direito e no perigo da demora, visando garantir a satisfação de um
provimento final. Já a expropriação (adjudicação é uma das formas de expropriação) é
o ato final da execução por quantia certa, consistindo no ato da autoridade judicial por
meio do qual se retira coativamente a propriedade ou posse de alguém com o objetivo
de obter-se a prestação suficiente à satisfação do crédito exequendo. Por se tratar de
atuação coativa do Estado, a adjudicação não pode ser impedida pela cautelar atípica
de indisponibilidade de bens, a qual atua sobre o poder de o devedor dispor sobre todo
seu patrimônio de acordo com sua vontade. Ademais, não havendo um direito de
preferência especial de um outro credor sobre um bem determinado do devedor, a
adjudicação não pode ser obstruída pela indisponibilidade, que não impõe a um bem
específico a situação de inalienabilidade ou impenhorabilidade, afastando sua sujeição
à execução (REsp 1.493.067-RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, por unanimidade, julgado em 178
21/3/2017, DJe 24/3/2017 – Informativo 600).
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
momento da assinatura do contrato, qual será, ao certo, o valor do débito, as parcelas
devidas e a data de início da contagem dos encargos correspondentes. Sendo assim,
inexiste certeza e liquidez no próprio instrumento, exigências que não são alcançadas
mediante a complementação unilateral do credor com a apresentação de extratos
bancários, porquanto não lhe é dado criar títulos executivos à revelia do devedor, o
presente contrato de abertura de crédito carece de exequibilidade (REsp 1.323.951-PR,
Rel. Min. Luis Felipe Salomão, por unanimidade, julgado em 16/5/2017, DJe 14/6/2017
– Informativo 606).
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Tribunal, sendo certo que a jurisprudência entendeu pela aplicação do artigo 19 da Lei
de Ação Popular às hipóteses de ação civil pública (Lei 7.347/85), tendo em vista a
transindividualidade e relevância para a coletividade como um todo. No entanto, não
são observadas em litígios que versem exclusivamente sobre direitos individuais
homogêneos a “transindividualidade e relevância para a coletividade como um todo”,
sendo, apenas, acidentalmente coletivos. Isso porque a coletivização dos direitos
individuais homogêneos tem um sentido meramente instrumental, com a finalidade de
permitir uma tutela mais efetiva em juízo, carecendo de uma razão essencial ou
ontológica para essa classificação (REsp 1.374.232-ES, Rel. Min. Nancy Andrighi, por
unanimidade, julgado em 26/09/2017, DJe 02/10/2017 – Informativo 612).
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
saldo em partes iguais (REsp 1.510.310-RS, Rel. Min. Nancy Andrighi, por unanimidade,
julgado em 03/10/2017, DJe 13/10/2017 – Informativo 613).
181
TERCEIRA TURMA. DIREITO PROCESSUAL CIVIL. CRÉDITOS VINCULADOS AOS FIES.
RECURSO PÚBLICO RECEBIDO POR INSTITUIÇÃO PRIVADA PARA APLICAÇÃO
COMPULSÓRIA EM EDUCAÇÃO. ART. 649, IX, DO CPC/73. IMPENHORABILIDADE. São
absolutamente impenhoráveis os créditos vinculados ao programa Fundo de
Financiamento Estudantil - FIES constituídos em favor de instituição privada de ensino,
nos termos do artigo 833, IX, do NCPC, segundo o qual “são impenhoráveis os recursos
públicos recebidos por instituições privadas para aplicação compulsória em educação,
saúde ou assistência social”. Frisa-se que o programa Fundo de Financiamento
Estudantil-FIES destina-se à concessão de financiamento a estudantes de cursos
superiores não gratuitos, considerando sua renda familiar mensal bruta per capita, a
qual, atualmente, está limitada a 03 (três) salários mínimos. Trata-se, pois, de recursos
vinculados a um fim social, e, portanto, impenhoráveis. Noutro ângulo, permitir a
penhora desses recursos públicos transferidos às instituições particulares de ensino
poderia frustrar a adesão ao programa e, em consequência, o atingimento dos objetivos
por ele traçados (REsp 1.588.226-DF, Rel. Min. Nancy Andrighi, por unanimidade,
julgado em 17/10/2017, DJe 20/10/2017 – Informativo 614)
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
TERCEIRA TURMA. DIREITO PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO. HONORÁRIOS
SUCUMBENCIAIS. PENHORA. CPC/73. SALDO DO FUNDO DE GARANTIA POR TEMPO
DE SERVIÇO. FGTS. IMPOSSIBILIDADE. Não é possível a penhora do saldo do Fundo de
Garantia por Tempo de Serviço - FGTS para o pagamento de honorários de
sucumbência (REsp 1.619.868-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, por unanimidade,
julgado em 24/10/2017, DJe 30/10/2017 – Informativo 614).
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
CORTE ESPECIAL. DIREITO PROCESSUAL CIVIL. Execução contra a Fazenda Pública. RPV.
Juros de mora. Período compreendido entre a data da elaboração da conta de
liquidação e a expedição do requisitório. Incidência. Julgamento proferido pelo STF no
RE n. 579.431/RS, em regime de repercussão geral. Art. 1.030, II, do CPC/2015. Juízo
de retratação. Em adequação ao entendimento do Supremo Tribunal Federal, a Corte
Especial do STJ adota orientação jurisprudencial no sentido de que incidem juros da
mora no período compreendido entre a data da realização dos cálculos e a da
requisição ou do precatório (EREsp 1.150.549-RS, Rel. Min. Og Fernandes, por
unanimidade, julgado em 29/11/2017, DJe 12/12/2017 – Informativo 617).
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
de obrigação de fazer relativa à implementação de pensão de militar, antes do trânsito
em julgado dos embargos do devedor opostos pela Fazenda Pública. (RE 573872/RS, rel.
Min. Edson Fachin, julgamento em 24.5.2017. (RE-573872) – Informativo 866).
184
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
2.4. QUESTÕES
1. (TJ-PR – 2017, Cespe) Assinale a opção correta de acordo com as normas referentes
ao cumprimento de sentença, ao procedimento monitório e ao processo de execução.
2. (TJ/CE – 2012, Cespe) No que diz respeito à fraude à execução, disciplinada no CPC,
assinale a opção correta.
d) A alienação pelo devedor do bem que garanta a execução será eficaz caso não haja a
intimação da penhora.
e) Para que a fraude à execução seja configurada, deve haver prova do dano e pendência
de processo executivo contra o devedor.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
3. (TJ-DFT – 2016, Cespe) Acerca de liquidação de sentença e execução, assinale a
opção correta.
b) O termo inicial para a oposição de embargos à execução fiscal é a data da juntada aos
autos do mandado cumprido.
c) O cumprimento de sentença será feito junto aos tribunais no caso de sua competência
originária, sendo essa funcional e absoluta.
4. (TJ-PB– 2015, Cespe) Acerca do processo de execução, assinale a opção correta com
186
base na legislação e na jurisprudência dos tribunais superiores.
b) O espólio responde pelas dívidas do falecido, de modo que, depois de feita a partilha,
cada herdeiro responderá solidariamente pelo total.
c) Uma ação de execução deve ter como fundamento um título extrajudicial específico,
uma vez que a legislação condena a cumulação de demandas executivas em um mesmo
processo.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
a) Iniciada a execução de título extrajudicial, a fraude contra credores poderá ser
reconhecida em embargos de terceiro, com a consequente anulação do ato jurídico.
c) A citação por hora certa, por ser incompatível com o rito, é vedada no processo de
execução, consoante entendimento sumulado pelo STJ.
187
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
2.5. GABARITO COMENTADO
1. RESPOSTA: B
A – INCORRETA – arts. 518 e 525, §11, ambos do NCPC – “Art. 518. Todas as questões
relativas à validade do procedimento de cumprimento da sentença e dos atos executivos
subsequentes poderão ser arguidas pelo executado nos próprios autos e nestes serão
decididas pelo juiz. / Art. 525, § 11. As questões relativas a fato superveniente ao
término do prazo para apresentação da impugnação, assim como aquelas relativas à
validade e à adequação da penhora, da avaliação e dos atos executivos subsequentes,
podem ser arguidas por simples petição, tendo o executado, em qualquer dos casos, o
prazo de 15 (quinze) dias para formular esta arguição, contado da comprovada ciência
do fato ou da intimação do ato”.
B – CORRETA – Art. 785 do NCPC – “Art. 785. A existência de título executivo extrajudicial
não impede a parte de optar pelo processo de conhecimento, a fim de obter título
188
executivo judicial”. Outrossim, a jurisprudência do STJ orienta no sentido de que não há
impedimento legal para que o credor, possuidor de título executivo extrajudicial, se
utilize do processo de conhecimento ou da ação monitória para a cobrança (AgRg no
AREsp 197026 / DF).
D – INCORRETA – Arts. 528, §1º e 531, ambos do NCPC – “Art. 528, § 1o Caso o
executado, no prazo referido no caput, não efetue o pagamento, não prove que o
efetuou ou não apresente justificativa da impossibilidade de efetuá-lo, o juiz mandará
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
protestar o pronunciamento judicial, aplicando-se, no que couber, o disposto no art.
517. / Art. 531. O disposto neste Capítulo aplica-se aos alimentos definitivos ou
provisórios”.
2. RESPOSTA: C
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
SEM EFEITOS INFRINGENTES. (EDcl no AgRg no Ag 1370942/SP, Rel. Ministro PAULO
DE TARSO SANSEVERINO, TERCEIRA TURMA, julgado em 18/12/2012, DJe 04/02/2013)
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
averbação. Na quarta hipótese, entretanto, a comprovação da má-fé pode ser feita por
outros meios, não sendo eficaz, automaticamente, a alienação pelo fato de não ter
havido intimação da penhora.
3. RESPOSTA: C
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
de embargos à execução, na medida em que as demandas não teriam pontos de contato
a justificar a reunião. Precedente citado: REsp 1.085.689-RJ, Primeira Turma, DJe
4/11/2009. REsp 1.528.049-RS, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em
18/8/2015, DJe 28/8/2015.
C – CORRETA - Art. 516, I, do NCPC – “Art. 516. O cumprimento da sentença efetuar-se- 192
á perante: I - os tribunais, nas causas de sua competência originária”. Segundo Fredie
Didier (DIDIER JR., Fredie. Curso de direito processual civil: execução / Fredie Didier Jr.,
Leonardo Carneiro da Cunha, Paula Sarno Braga, Rafael Alexandria de Oliveira - 8. ed.
rev., ampl. e atual. - Salvador: Ed . JusPodivm, 2018, p. 485), “trata-se de competência
funcional, cujo descumprimento implica incompetência absoluta”.
D - INCORRETA – Art. 515, VII, do NCPC – “Art. 515. São títulos executivos judiciais, cujo
cumprimento dar-se-á de acordo com os artigos previstos neste Título: VII - a sentença
arbitral”.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
15 dias (art. 523 do NCPC), podendo impugnar o cumprimento de sentença nos mesmos
autos (525 do NCPC).
4. RESPOSTA: A
A – CORRETA – Art. 784, §1º, do NCPC – “Art. 784, § 1o A propositura de qualquer ação
relativa a débito constante de título executivo não inibe o credor de promover-lhe a
execução”.
B – INCORRETA – Art. 796 do NCPC – “Art. 796. O espólio responde pelas dívidas do
falecido, mas, feita a partilha, cada herdeiro responde por elas dentro das forças da
herança e na proporção da parte que lhe coube”.
C – INCORRETA – Art. 780 do NCPC – “Art. 780. O exequente pode cumular várias 193
execuções, ainda que fundadas em títulos diferentes, quando o executado for o mesmo
e desde que, para todas elas, seja competente o mesmo juízo e idêntico o
procedimento”.
D – INCORRETA – Súmula 279 do STJ – “É cabível execução por título extrajudicial contra
a Fazenda Pública”.
5. RESPOSTA: D
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
A – INCORRETA - Súmula 195, STJ - Em embargos de terceiro não se anula ato jurídico,
por fraude contra credores.
B – INCORRETA – Arts. 806, §1º e 814, e 821, Parágrafo único, todos do NCPC – “Art.
806. O devedor de obrigação de entrega de coisa certa, constante de título executivo
extrajudicial, será citado para, em 15 (quinze) dias, satisfazer a obrigação. § 1o Ao
despachar a inicial, O JUIZ PODERÁ FIXAR MULTA por dia de atraso no cumprimento da
obrigação, ficando o respectivo valor sujeito a alteração, caso se revele insuficiente ou
excessivo. / Art. 814. Na execução de obrigação de fazer ou de não fazer fundada em
título extrajudicial, ao despachar a inicial, O JUIZ FIXARÁ MULTA por período de atraso
no cumprimento da obrigação e a data a partir da qual será devida. / Art. 821. Na
obrigação de fazer, quando se convencionar que o executado a satisfaça pessoalmente,
o exequente poderá requerer ao juiz que lhe assine prazo para cumpri-la. Parágrafo
único. Havendo recusa ou mora do executado, sua obrigação pessoal SERÁ
CONVERTIDA EM PERDAS E DANOS, caso em que se observará o procedimento de
execução por quantia certa”.
194
C – INCORRETA - Súmula 196 do STJ –“ao executado que, citado por edital ou por hora
certa, permanecer revel, será nomeado curador especial, com legitimidade para
apresentação de embargos”.
E – INCORRETA - Art. 515. São títulos executivos judiciais, cujo cumprimento dar-se-á
de acordo com os artigos previstos neste Título: VI - a sentença penal condenatória
transitada em julgado.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
3. DIREITO DO CONSUMIDOR (conteúdo atualizado em 08-04-2018)
APRESENTAÇÃO
Queridos alunos,
A Defesa do Consumidor em Juízo foi escolhida para ser tratada nesta Turma
de Reta Final porque tem sido cobrada de forma regular em provas CESPE/CEBRASPE.
195
Um abraço!
Beatriz Fonteles.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
3.1. DOUTRINA (RESUMO)
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
tratavam de direitos coletivos até então (ex.: Lei de Ação Civil Pública (LACP) – Lei n.
7.347/85) nem definiam os direitos coletivos, assim como não desciam em minúcias
procedimentais como as trazidas pelo CDC. Em razão disso, com o advento deste
diploma legal, foi incluído o art. 21 à LACP, prevendo a aplicação do mencionado Título
à defesa dos interesses difusos, coletivos e individuais em geral, e não somente àqueles
relacionados às relações consumeristas.
197
a) Interesses ou direitos difusos – são aqueles que pertencem,
a um só tempo, a cada um e a todos que estão numa mesma
situação de fato (por isso transindividuais e de natureza
indivisível).
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Exemplo: o direito a não ser exposto à publicidade enganosa, veiculada em
determinado meio de comunicação social.
Observe-se que, assim como os direitos difusos, são indivisíveis, mas seus
titulares são determináveis, por integrarem determinado grupo, classe ou categoria de
pessoas. Note-se, ademais, que aqui as circunstâncias que unem os titulares são
jurídicas, e não de fato.
A coisa julgada referente aos direitos coletivos stricto sensu, em razão de sua
indivisibilidade e determinabilidade de seus titulares, é ultra partes, ou seja, uma
sentença de procedência beneficiará todas as pessoas que estejam na mesma situação
jurídica base que fundamentou a sentença.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Referidos direitos podem ser veiculados coletivamente e/ou individualmente,
se assim o preferir seu titular. Em razão disso, são essencialmente direitos divisíveis.
ATENÇÃO! Como visto, os direitos individuais homogêneos nada mais são do que
direitos subjetivos individuais que possuem recomendação de serem tratados
judicialmente em conjunto (homogeneidade).
O STJ entende que essa homogeneidade, para estar presente, demanda um número
razoável de consumidores (o que será analisado no caso concreto, vez que não foram
fixados parâmetros quantitativos no julgado abaixo):
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Individuais
Difusos Coletivos
homogêneos
Objeto
Indivisível. Indivisível. Divisível.
jurídico
Indeterminados e
Determináveis Determináveis
Titulares indetermináveis
(determinabilidade). (determinabilidade).
(indeterminabilidade).
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
(...)
A referida alternativa foi apontada como correta, pois cada consumidor foi lesado (pela
mesma origem comum) numa medida diferente, haja vista que os planos, os valores
pagos a título de reajuste, o número de dependentes e outros fatores podem ser
distintos, o que denota a divisibilidade do direito.
Para finalizar o estudo do art. 81, é importante ter-se em mente que um mesmo
episódio ou contexto pode dar ensejo ao nascimento de interesses difusos, coletivos
stricto sensu e individuais homogêneos.
Art. 82. Para os fins do art. 81, parágrafo único, são legitimados
concorrentemente:
I - o Ministério Público;
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
interesses e direitos protegidos por este código, dispensada a
autorização assemblear.
§ 2° (Vetado).
§ 3° (Vetado).
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
OBSERVAÇÃO: Há, porém, uma situação excepcional envolvendo as associações, já que
não são substitutas processuais. Veremos com calma a seguir.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
A jurisprudência atual é fecunda com relação a algumas situações em que o
Ministério Público tem legitimidade ativa para atuação coletiva. Entendemos, todavia,
que o estudo mais aprofundado desses casos é muito mais afeto à matéria de Processo
Civil Coletivo (até porque envolvem temas estranhos às relações de consumo, a exemplo
de questões ambientais, urbanísticas etc.) do que à disciplina de Direito do Consumidor,
bem como às provas de Ministério Público, e não de Magistratura.
Nesse sentido:
Novidade 2018 – Súmula 601 do STJ. O Ministério Público tem legitimidade ativa para
atuar na defesa de direitos difusos, coletivos e individuais homogêneos dos 204
consumidores, ainda que decorrentes da prestação de serviço público.
“No que diz respeito à legitimidade do Parquet, a jurisprudência do STF e do STJ assinala
que, quando se trata de interesses individuais homogêneos, a legitimidade do
Ministério Público para propor Ação Coletiva é reconhecida se evidenciado relevante
interesse social do bem jurídico tutelado, atrelado à finalidade da instituição, mesmo
em se tratando de interesses individuais homogêneos disponíveis”.
(AgRg nos EDcl nos EDcl no REsp 1499300/MG, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN,
SEGUNDA TURMA, julgado em 20/09/2016, DJe 29/09/2016).
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Em sequência, algumas situações específicas que envolvem relações de
consumo:
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
danos materiais decorrentes da inclusão indevida de seus nomes
nos referidos cadastros (Informativo 516, REsp 1.148.179-MG,
Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 26/2/2013).
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Em razão disso, admite-se que órgãos de defesa do consumidor
despersonalizados – como os PROCONs – manejem ações coletivas em prol de direitos
dos consumidores.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Atualmente, há previsão expressa na LACP (art. 5o, II), conferindo legitimidade
ativa à Defensoria Pública para o manejo de ACP (lembrando-se que o art. 90 do CDC
permite a aplicação subsidiária da LACP às ações coletivas de consumo).
Após uma posição inicial restritiva, recentemente o STJ, por sua Corte Especial, 208
reinterpretou o conceito de “necessitados”, não o limitando aos carentes de recursos
econômicos, mas estendendo-o aos juridicamente necessitados (ou
“hipervulneráveis”), isto é, os socialmente estigmatizados ou excluídos, as crianças, os
idosos, as gerações futuras. No caso concreto, admitiu a legitimidade da Defensoria para
“promover ação civil pública em defesa de interesses individuais homogêneos de
consumidores idosos que tiveram plano de saúde reajustado em razão da mudança de
faixa etária, ainda que os titulares não sejam carentes de recursos econômicos” (EREsp
1.192.577/RS, Corte Especial, rel. Min. Laurita Vaz, j. 21.10.2015, DJe 13.11.2015).
3.1.1.2.5. As associações
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
A legitimidade ativa das associações é a que demanda maiores requisitos e
cuidados. Diz-se que, para ter legitimidade, a associação precisa demonstrar sua
representatividade adequada, através dos seguintes requisitos:
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
adstrito à dieta isenta de glúten, sob pena de graves riscos à saúde, o que, em última
análise, tangencia a garantia de uma vida digna”.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
OBSERVAÇÃO: Segundo o STJ, a representatividade adequada de uma associação pode
ser verificada de ofício pelo magistrado, a fim de decidir se possui ou não legitimidade
ativa para propor ação coletiva:
“Com efeito, contanto que não seja exercido de modo a ferir a necessária imparcialidade
inerente à magistratura, e sem que decorra de análise eminentemente subjetiva do juiz,
ou mesmo de óbice meramente procedimental, é plenamente possível que,
excepcionalmente, de modo devidamente fundamentado, o magistrado exerça,
mesmo que de ofício, o controle de idoneidade (adequação da representatividade)
para aferir/afastar a legitimação ad causam de associação. (REsp 1213614/RJ, Rel.
Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 01/10/2015, DJe
26/10/2015).
O CDC, na parte final do inciso IV do art. 82, prevê que para a associação atuar
como legitimada ativa está “dispensada a autorização assemblear”. Poder-se-ia, em
princípio, acreditar que referida previsão legal dispensaria as associações de autorização
dos seus associados (em verdadeira substituição processual). Mas não é nesse sentido
que a jurisprudência dos Tribunais Superiores se firmou.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
STF: RE 573.232/SC (Informativo 746 - Tribunal Pleno, julgado em 14/05/2014,
REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-182 DIVULG 18-09-2014 PUBLIC 19-09-2014).
- declaração individual; ou
ATENÇÃO! Exceção: O mesmo STF considera que a legitimação das associações para
impetrar Mandado de Segurança Coletivo é extraordinária, vez que o inciso LXX do art.
5º da CF/88 não exige autorização dos associados.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
No mesmo passo, a recente decisão do STF:
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
associação, que pretende assumir a titularidade do polo ativo da subjacente ação civil
pública, não detém qualquer autorização para representar os associados do ente
associativo demandante.” (...)
(REsp 1405697/MG, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, TERCEIRA TURMA, julgado
em 17/09/2015, DJe 08/10/2015).
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
§ 3° Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo
justificado receio de ineficácia do provimento final, é lícito ao juiz
conceder a tutela liminarmente ou após justificação prévia,
citado o réu.
O art. 83 não oferece maiores dificuldades e deixa claro que, para a defesa dos 215
direitos do consumidor – seja no plano individual ou no coletivo -, são cabíveis todas as
espécies de ação para a efetiva tutela dos seus direitos, sejam de conhecimento –
declaratórias, constitutivas, condenatórias, mandamentais, executivas etc., previstas ou
não no CDC. Para a doutrina, referido dispositivo consagra o princípio da atipicidade das
ações coletivas (ou seja, pode se fazer uso de quaisquer tipos de ações, previstas em
diplomas legais diversos, desde que preenchidos seus requisitos próprios).
Passa-se então à análise do art. 84 do CDC, este sim alvo de muitas questões e
assertivas em provas de concursos públicos de magistratura, em sua maior parte,
cobrando a literalidade de suas disposições.
O art. 84 diz respeito às ações de obrigação de fazer e não fazer, tratando dos
meios à disposição para se obter a tutela específica da obrigação ou que assegurem o
resultado prático equivalente ao do adimplemento.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
O CDC acolheu, como regra, a tutela específica, consubstanciada na entrega
exata do que é pleiteado ou na concessão de um resultado prático equivalente. Ou seja,
se a tutela específica não puder ser materialmente cumprida, a regra é a adoção de
providências que assegurem um resultado prático equivalente ao adimplemento, razão
pela qual o magistrado é dotado de uma série de medidas executivas, como
exemplificadas no § 5o: busca e apreensão, remoção de coisas e pessoas, desfazimento
de obra, impedimento de atividade nociva, requisição de força policial etc.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
outra periodicidade (mensal, semestral, anual, por hora etc.). Admite-se, inclusive, que
incida a cada descumprimento; por exemplo, no caso de publicidade enganosa ou
abusiva, a incidência de multa a cada nova veiculação.
Uma das abordagens mais frequentes com relação à multa é quanto à previsão
de que pode ser imposta independentemente de pedido do autor. Ou seja, o
magistrado pode fixá-la inclusive de ofício. São variadas as questões e alternativas –
incorretas – que atrelam a imposição de multa à necessidade de formulação de pedido
pela parte autora.
O juiz poderá, de ofício, não somente fixar a multa, mas majorá-la, reduzi-la,
excluí-la, alterar sua periodicidade etc., tudo de forma que seja suficiente para sua
finalidade coercitiva, em parâmetros razoáveis.
Art. 87. Nas ações coletivas de que trata este código não haverá
adiantamento de custas, emolumentos, honorários periciais e
quaisquer outras despesas, nem condenação da associação
autora, salvo comprovada má-fé, em honorários de advogados,
custas e despesas processuais.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
ao décuplo das custas, sem prejuízo da responsabilidade por
perdas e danos.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
OBSERVAÇÃO: A responsabilidade solidária não é de todos os diretores da entidade;
está limitada àqueles responsáveis pela propositura da ação.
NÃO!
** Sabe-se que o art. 13 do CDC refere-se à responsabilidade pelo fato do produto (“o
comerciante é igualmente responsável, nos termos do artigo anterior”).
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
posição extensiva de que a vedação se aplica também à responsabilidade pelo fato do
serviço. (REsp 1165279, T3, Rel. Ministro Paulo de Tarso Sansevrino, DJe 28/05/2012).
220
Todo o Capítulo (inaugurado pelo art. 91 e até o art. 100) refere-se às ações
coletivas para a tutela de direitos individuais homogêneos.
Como visto no início desta Rodada, quando da definição desse tipo de direito,
são interesses essencialmente subjetivos, individuais, mas que, por possuírem uma
origem comum, podem ser mais interessantes de se submeterem a uma tutela coletiva,
e não individual. Depende da análise concreta da conveniência.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Vamos ao art. 92 do CDC:
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Já se o dano ou ameaça apresenta-se sobre várias comarcas/foros de um
mesmo Estado, será de âmbito regional. Tendo em vista que o dano ou risco se
circunscreve ao território de tal Estado, a competência será de um dos juízos da sua
Capital.
Por fim, o dano ou ameaça de dano de âmbito nacional será aquele que
abranger diversas localidades/comarcas em mais de um Estado da Federação. Há quem
defenda que, além da abrangência, o dano ou ameaça deve ter impacto relevante para
o País. Nesse caso, haveria competência territorial concorrente entre o foro das Capitais
dos Estados envolvidos ou do Distrito Federal.
Essa é uma sistematização para explicar o dispositivo legal, que diz menos do
que deveria:
OBS: para parcela da doutrina, pode ser atingido ou do DF, se este estiver
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Art. 94. Proposta a ação, será publicado edital no órgão oficial,
a fim de que os interessados possam intervir no processo como
litisconsortes, sem prejuízo de ampla divulgação pelos meios de
comunicação social por parte dos órgãos de defesa do
consumidor.
A fim de propiciar tal intervenção, deve ser publicado edital no órgão oficial,
havendo estímulo legal para que a divulgação seja a mais ampla possível.
Para o STJ, não há nulidade no caso de não ser publicado o edital previsto no
art. 94 (REsp 205.481/MG, DJ 01/08/2005).
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Art. 97. A liquidação e a execução de sentença poderão ser
promovidas pela vítima e seus sucessores, assim como pelos
legitimados de que trata o art. 82.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
OBSERVAÇÃO: A liquidação dessas sentenças coletivas, no caso de direitos individuais
homogêneos, é denominada por Dinamarco de liquidação imprópria, uma vez que a
sentença condenatória não identifica cada uma das vítimas do evento, que, portanto,
precisam comprovar não apenas o quantum debeatur, mas igualmente a condição de
vítima do evento reconhecido na sentença (titularidade do crédito). Ou seja, o título é
subjetivamente ilíquido.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Diferentemente da ação de conhecimento coletiva (que só pode ser proposta
pelos legitimados ativos do art. 82 do CDC), as respectivas liquidação e execução podem
ser realizadas: a) pelos legitimados coletivos do art. 82; b) pela vítima e seus
sucessores. Ou seja, pode se ter liquidação e execução individual.
No que tange à execução coletiva, serão por ela abrangidas aquelas situações
individuais que já tiverem sido fixadas as respectivas liquidações. O manejo da execução
coletiva para as liquidações individuais já realizadas até então não impede outras
execuções posteriores (ou anteriores).
- da ação condenatória.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
domicílio do beneficiário, porquanto os efeitos e a eficácia da
sentença não estão circunscritos a lindes geográficos, mas aos
limites objetivos e subjetivos do que foi decidido, levando-se em
conta, para tanto, sempre a extensão do dano e a qualidade dos
interesses metaindividuais postos em juízo (arts. 468, 472 e 474,
CPC e 93 e 103, CDC)” - REsp 1243887/PR, Rel. Ministro LUIS
FELIPE SALOMÃO, CORTE ESPECIAL, julgado em 19/10/2011, DJe
12/12/2011.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Apesar da redação um pouco obscura, o dispositivo trata de concurso de
créditos, estabelecendo a prioridade de pagamento quando se tem, de um lado, um
mesmo devedor/condenado, e, de outro, múltiplos direitos a serem ressarcidos
(difusos, coletivos e individuais homogêneos, por exemplo). O que o artigo estabelece é
a preferência de pagamento das indenizações individuais (ou seja, os danos de sujeitos
individualmente determináveis – direitos individuais homogêneos).
No que tange aos direitos difusos e coletivos (que são expressamente previstos
na LACP), havendo condenação em dinheiro (por exemplo, dano moral coletivo), a regra
é a destinação do valor a um fundo (Fundo de Direitos Difusos – FDD), cujos recursos
têm destinação vinculada à reconstituição dos bens lesados (art. 13 da LACP).
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
abarca toda essa universalidade de pessoas (desde que comprovem a titularidade do
direito na fase de liquidação e a extensão do dano sofrido).
Ocorre que esse valor residual executado não reverte diretamente para as
vítimas do evento, e sim para o fundo criado pela LACP (no seu art. 13 e acima
mencionado) – Fundo de Direitos Difusos, cuja finalidade é a reconstituição dos bens
lesados (de forma difusa ou coletiva). A essa forma de reparação/execução a doutrina
229
atribuiu o nome de fluid recovery, haja vista que o benefício às vítimas determináveis
ocorrerá apenas de forma indireta, difusa, fluida.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
II - o réu que houver contratado seguro de responsabilidade
poderá chamar ao processo o segurador, vedada a integração
do contraditório pelo Instituto de Resseguros do Brasil. Nesta
hipótese, a sentença que julgar procedente o pedido condenará
o réu nos termos do art. 80 do Código de Processo Civil. Se o réu
houver sido declarado falido, o síndico será intimado a informar
a existência de seguro de responsabilidade, facultando-se, em
caso afirmativo, o ajuizamento de ação de indenização
diretamente contra o segurador, vedada a denunciação da lide
ao Instituto de Resseguros do Brasil e dispensado o litisconsórcio
obrigatório com este.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
OBSERVAÇÃO: Esse entendimento foi recentemente cobrado em prova de magistratura
(TJ/RS - FAUGRS – 2016 – Juiz Substituto). Considerou-se incorreta a seguinte assertiva:
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
O art. 102 prevê uma forma de tutela essencialmente preventiva (de cunho
inibitório), visando compelir o Poder Público competente a proibir, em todo o território
nacional, a produção, divulgação, distribuição ou venda de produto caso o uso ou
consumo regular se revelar nocivo ou perigoso à saúde pública e à incolumidade
pessoal, ou a determinar a alteração na composição, estrutura, fórmula ou
acondicionamento desse tipo de produto.
Art. 103. Nas ações coletivas de que trata este código, a sentença
fará coisa julgada:
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
III - erga omnes, apenas no caso de procedência do pedido, para
beneficiar todas as vítimas e seus sucessores, na hipótese do
inciso III do parágrafo único do art. 81 [direitos individuais
homogêneos].
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Há dois fatores particulares a serem levados em consideração para aferir os
tipos de coisa julgada: a) o tipo de direito coletivo envolvido; e b) o resultado da
sentença (de procedência ou improcedência).
234
A coisa julgada material no processo coletivo só atinge o seu objeto litigioso,
que é um direito difuso ou coletivo, de modo que não prejudicará os direitos individuais
dos lesados.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Como o tipo de coisa julgada depende do resultado da sentença e, igualmente,
da cognição exauriente ou não do assunto (no sentido de haver provas suficientes), há
duas classificações importantes da coisa julgada nas ações coletivas:
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
improcedência se tiverem sido esgotados todos os meios de
prova; a improcedência por insuficiência de provas, por outro
lado, não gerará coisa julgada material.
Direitos
Direitos Difusos Direitos Coletivos Individuais
Homogêneos
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
julgada
improcedente).
OBSERVAÇÃO: O STJ, interpretando o art. 103, inciso III e seu § 2o (que tratam da coisa
julgada nas ações coletivas em que se visa a tutelar direitos individuais homogêneos),
chegou às seguintes conclusões.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
2) Se a ação coletiva envolvendo direitos individuais homogêneos for julgada
IMPROCEDENTE (não importa o motivo, ou seja, inclusive por insuficiência de provas):
- não cabe a repropositura de nova ação coletiva mesmo que por outro legitimado
coletivo (não importa se ele participou ou não da primeira ação; não pode nova ação
coletiva).
1. Cinge-se a controvérsia a definir se, após o trânsito em julgado de decisão que julga
improcedente ação coletiva para a defesa de direitos individuais homogêneos, é
possível a repetição da demanda coletiva com o mesmo objeto por outro legitimado
em diferente estado da federação.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
5. Em 2004, foi proposta, na 4ª Vara Empresarial da Comarca do Rio de Janeiro/RJ, pela
Associação Fluminense do Consumidor e Trabalhador - AFCONT, ação coletiva com o
mesmo objeto e contra as mesmas rés da ação que deu origem ao presente recurso
especial. Com o trânsito em julgado da sentença de improcedência ali proferida,
ocorrido em 2009, não há espaço para prosseguir demanda coletiva posterior ajuizada
por outra associação com o mesmo desiderato.
No CDC, a coisa julgada criminal só serve para o cível quando for in utilibus
(sentença condenatória). Na liquidação, é necessário comprovar o montante do prejuízo
sofrido, bem como a condição de vítima.
O art. 104, por sua vez, preceitua que não há litispendência entre ação
individual e ação coletiva. Dessa regra, ressai que a ação individual pode ter curso
independente da ação coletiva e que só poderá ser suspensa por iniciativa do seu autor,
bem como que, se não houver pedido voluntário de suspensão pelo autor da ação
individual à vista da ação coletiva, aquela não sofre nenhum efeito decorrente do
julgamento desta, ainda que procedente (posição do STJ: CC 47731/DF, DJ 05/06/2006).
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
de 30 dias, a contar da ciência da existência da ação coletiva, a suspensão do seu
processo individual (CDC, art. 104).
Ou seja, para a Corte Cidadã, se não for cumprido o expediente para a ciência,
na ação individual, acerca da propositura da ação coletiva, os autores daquela poderão
se beneficiar dos efeitos positivos desta.
240
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
3.2. JURISPRUDÊNCIA
NOVIDADE 2018 (Informativo 892 STF): No julgamento da ADPF 165, o Plenário do STF
admitiu a possibilidade de celebração de associações privadas celebrarem acordos em
ações coletivas, a despeito da redação literal do art. 5o, § 6o, da LACP.
A Suprema Corte entendeu que a ausência de previsão legal não configura impedimento
para tanto. O fato de o § 6o do art. 5o da LACP mencionar apenas “órgãos públicos
legitimados” dá-se porque os entes públicos somente podem fazer o que a lei
determina, ao passo em que aos entes privados é dado fazer tudo o que a lei não proíbe.
Para o Ministro Relator, outrossim, não faria sentido prever um modelo que autoriza a
justiciabilidade privada de direitos e, simultaneamente, deixar de conferir aos entes
privados as mais comezinhas faculdades processuais, tais como a de firmar acordos.
241
A eficácia subjetiva da coisa julgada formada a partir de ação coletiva, de rito ordinário,
ajuizada por associação civil na defesa de interesses dos associados, somente alcança os
filiados, residentes no âmbito da jurisdição do órgão julgador, que o fossem em
momento anterior ou até a data da propositura da demanda, constantes da relação
jurídica juntada à inicial do processo de conhecimento. STF. Plenário. RE 612043/PR, Rel.
Min. Marco Aurélio, julgado em 10/5/2017 (repercussão geral) (Info 864). Sobre o
mesmo tema, veja também: STF. Plenário. RE 573232/SC, rel. orig. Min. Ricardo
Lewandowski, red. p/ o acórdão Min. Marco Aurélio, julgado em 14/5/2014
(repercussão geral) (Info 746).
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
3.3. QUESTÕES
Com referência a essa situação hipotética, assinale a opção correta de acordo com o
tratamento dispensado pelo CDC à defesa do consumidor em juízo.
e) O juiz deverá extinguir o processo sem análise do mérito, pois o PROCON não possui
legitimidade para o ajuizamento de ação coletiva.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
consumidor vinculado ao resultado do processo, mesmo no caso de sentença de
improcedência na ação coletiva.
d) Em ação judicial proposta pelo consumidor que tenha por objeto o cumprimento de
obrigação de fazer, é vedado ao magistrado conceder medida diversa da requerida pelo
consumidor, sob pena de se configurar julgamento extra petita.
243
3. (TJPR – Juiz Substituto – 2017 - CESPE). Determinada empresa que fabrica cervejas
divulgou propaganda de sua nova bebida, de cor escura, e estampou uma mulher
negra no anúncio, associando seu corpo às características do produto. O MP ajuizou
ACP pleiteando a alteração do anúncio, sob o argumento de que ele era racista e
sexista e que sua propagação violaria os direitos dos consumidores. Nessa ação,
também foi requerido que o magistrado fixasse dano moral coletivo.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
d) o dano moral coletivo só estará configurado se tiver havido abalo à integridade
psicofísica das mulheres negras.
244
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
3.4. GABARITO COMENTADO
1. B
ALTERNATIVA D – INCORRETA: o erro da assertiva reside na sua parte final “ainda que
tenha integrado a demanda como litisconsorte”. Os efeitos da sentença de
improcedência nas ações coletivas que visem a tutelar direitos individuais homogêneos
abrangem os litisconsortes. Segundo o art. 103, § 2o, apenas aqueles que não tiverem
intervido no processo como litisconsortes é que poderão propor ação de indenização a
título individual.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
ALTERNATIVA E – INCORRETA: o art. 82, III, do CDC menciona expressamente a possível
legitimidade ativa de entes despersonalizados especificamente destinados à defesa
dos interesses e direitos consumeristas.
2. A
ALTERNATIVA A – CORRETA.
A permissão para ingresso como litisconsorte ativo está prevista no art. 94 do CDC e a
vinculação ao resultado do processo, seja de procedência ou de improcedência, ressai
do art. 103, § 2o, do CDC.
ALTERNATIVA B – INCORRETA.
Não há qualquer previsão nesse sentido no CDC. Somente é nula de pleno de direito a
cláusula contratual que imponha a arbitragem de forma compulsória.
ALTERNATIVA C – INCORRETA.
O consumidor pode optar pelo foro de seu domicílio (art. 101, I). Trata-se de uma
faculdade/opção, e não imposição. Nada obsta, por exemplo, que o consumidor abra
mão dessa prerrogativa e opte por foro de eleição previsto contratualmente, conforme
sua conveniência. O STJ também já entendeu desse modo: “Se a autoria do feito
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
pertence ao consumidor, contudo, permite-se a escolha do foro de eleição contratual,
considerando que a norma protetiva, erigida em seu benefício, não o obriga quando
puder deduzir sem prejuízo a defesa dos seus interesses fora do seu domicílio” (CC
107.441/SP, Rel. Ministra MARIA ISABEL GALLOTTI, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em
22/06/2011, DJe 01/08/2011).
ALTERNATIVA D – INCORRETA.
O magistrado pode conceder, inclusive de ofício, medidas que visem à tutela específica
ou ao resultado prático equivalente. A mais notória delas é a possibilidade de imposição
de multa diária, independentemente de pedido da parte, conforme previsto no art. 84,
§ 4o, do CDC.
ALTERNATIVA E – INCORRETA.
3. A
ALTERNATIVA A – CORRETA.
ALTERNATIVA B – INCORRETA.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
se de uma previsão de inversão do ônus da prova que decorre de disposição expressa
da lei (ope legis).
ALTERNATIVA C – INCORRETA.
Não se sabe (nem há condições de saber) todos que vieram ou virão a ser atingidos por
essa publicidade (indeterminabilidade dos sujeitos).
Dessa forma, trata-se de direitos difusos em jogo, eis que presentes suas características
principais conforme art. 81, parágrafo único, I, do CDC. Observe-se que, nesta Rodada,
apresentamos como exemplo de direitos difusos exatamente a publicidade enganosa. O
mesmo aplica-se à abusiva.
248
ALTERNATIVA D – INCORRETA.
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.