2020 Sucessão testamentário: conceito, características, capacidades ativa e passiva.
Conceito - Sucessão Testamentária
A priori Sucessão consiste, em sentido estrito, na transferência, total ou parcial, de herança, devido a morte de alguém, a um ou mais herdeiros, isto é, universalidade de bens do de cujus (direitos e encargos) recolhidos por alguém legitimado. Já em sentido amplo, consiste em todos os modos derivados de aquisição do domínio, dispondo os atos pelos quais alguém sucede a outrem, em todo ou em parte, nos direitos ou encargos a que este detinha.
A Sucessão testamentária, visada pelo trabalho em questão, é um ramo do
Direito das Sucessões – conjunto de normas que disciplinam a transferência do patrimônio (ativo e passivo) de alguém, após a sua morte, aos herdeiros em virtude de lei (Sucessão legítima) ou de testamento (Sucessão testamentária). Posto isso, esta consubstancia como, aquela sucessão que deriva de ultimo ato de vontade do de cujus, isto é, é a transferência patrimonial regulada por testamento, revestida de solenidade requerida por lei respeitando o principio do respeito à vontade do extinto. Outrossim segundo a legislação, se houver testamento, a sucessão testamentária predomina sobre a sucessão legítima (1.788), dentro dos limites da lei (1.789 e 1.845). Tem como princípios basilares a autonomia da vontade e a supremacia da ordem pública.
Características das sucessões testamentárias
A sucessão testamentária se dá: 1. A Título Universal – o herdeiro é chamado para suceder na totalidade da herança, fração ou parte dela, assumindo a responsabilidade relativamente ao passivo. Ocorre na legítima e na testamentária. 2. A Título Singular – o testador deixa ao beneficiário um bem certo e determinado (legado). Entretanto, não responde pelas dividas da herança. Logo, é a sucessão que se faz por meio de um testamento que permite a instituição de herdeiro (a titulo universal) ou legatário (a titulo singular).
Capacidades ativa e passiva
Segundo GONÇALVES (2013), a capacidade testamentária pode ser
ativa ou passiva, classificando aqueles que podem dispor dos bens em testamento e aqueles que podem receber tais bens em testamento, respectiv - amente. A validade do testamento depende da capacidade do agente, sendo a incapacidade exceção, podendo fazer testamento todos os que a lei não proíbe. O art. 1.869, do Código Civil, apresenta a regra para a capacidade testamentária, que se apresenta como limitação, para os que não têm discernimento pleno, e como exceção, para os maiores de dezesseis anos; isto é, podem fazer testamento todas as pessoas que não compreendam as consequências da vida civil e o é permitido aos maiores de dezesseis anos sem a necessidade de representante. Pela interpretação da capacidade testamentária imbuída no dispositivo legal, há que se detalhar a extensão daquilo que se denomina de “discernimento pleno”, pois este é o centro de gravidade para a compreensão da legitimidade para testar.