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ÍNDICE

Introdução .......................................................................................................... 2

Desenvolvimento ................................................................................................ 3

Sociedade Escravagista ..................................................................................... 3

Carácter De Fenómeno Particular................................................................... 3

Carácter De Fenómeno Perpétuo E Permanente ........................................... 4

Carácter Histórico – Classista ......................................................................... 4

Carácter De Gerações .................................................................................... 5

Carácter De Fenómeno Consciente, Deliberado E Intencional ....................... 5

Carácter Teológico .......................................................................................... 6

Confúcio E A Educação Na Antiga China ....................................................... 6

Aspectos Fundamentais Na Educação Da Antiga China ................................ 8

A Centralidade (Zhong) E A Virtude (De) ........................................................ 9

Shi, A Propensão .......................................................................................... 10

As Seis Artes Educativas .............................................................................. 10

Xin, A Sinceridade Moral............................................................................... 12

Xue (Conhecimento Transmitido) E Zhi (Experiência) .................................. 12

Ren, O Humanismo....................................................................................... 13

A Educação Na Grécia Antiga ...................................................................... 13

Características Da Educação Em Atenas E Esparta .................................... 14

Outros Educadores Gregos .......................................................................... 16

Conclusão ........................................................................................................ 17

Referenciais Bibliográficas ............................................................................... 18

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INTRODUÇÃO

A sociedade Esclavagista ou de escravidão é a primeira sociedade


classista, ela consiste em duas classes: a classe de proprietário de
escravos (dominante) e a classe dos escravos ou servos (dominada).
Na respectiva sociedade, a divisão do trabalho estava feita nessa
base.

A sociedade Esclavagista possibilitou a que a administração, a


condução dos assuntos do estado, o exercício da política, a condução
das guerras e a conquista de territórios alheios como também o
exercício da sabedoria (da filosofia das ciências, do pensamento em
geral e do estudo do mundo em que o homem vive, da literatura,
da arte, etc) fosse obrigação social, fundamentalmente, dos proprietários
de escravos. Os membros da classe dominante, estavam libertos de
qualquer trabalho físico ou produtivo (no campo, nos navios, nas
oficinas, em casa). Os trabalhos físicos e de produção era feitos ou
executados pelos escravos.

A Educação é a forma de construção de conhecimentos e


atitudes necessárias para integração do homem à sociedade. Portanto,
acontece em dois momentos distintos: primeiro, como educação familiar,
segundo, como educação erudita. É preciso fazer um retrocesso na
história da educação com a intenção de entender o fazer pedagógico,
observando que o homem é um ser histórico, que retoma seu
passado para projectar o futuro.

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DESENVOLVIMENTO

SOCIEDADE ESCRAVAGISTA

A sociedade esclavagista possibilitou a que a administração, a


condução dos assuntos do estado, o exercício da política, a condução
das guerras e a conquista de territórios alheios como também o
exercício da sabedoria (da filosofia das ciências, do pensamento em
geral e do estudo do mundo em que o homem vive, da literatura,
da arte, etc.) fosse obrigação social, fundamentalmente, dos proprietários
de escravos. Os membros da classe dominante, estavam libertos de
qualquer trabalho físico ou produtivo. Os trabalhos físicos e de
produção era feitos ou executados pelos escravos.

A respeito da educação podemos observar diferentes momentos que


são de fundamental importância para a história de nossa humanidade:
Período Antigo, subdividido em Primitivo, Antigo e Medieval,

Moderno, destacando-se o Renascimento. Como algo inerentemente


humano, a educação se transforma e o processo educacional segue
as normas e os padrões de cada período histórico, respondendo às
necessidades de cada sociedade.

A obrigação desses escravos era de, através do seu trabalho, garantir


ou assegurar a existência da sociedade escravista (esclavagista), como
posição social dos seus proprietários ou patrões. A educação era
somente para as crianças dos senhores proprietários de escravos, visto
que os escravos não podiam constituir família, a eles não era
organizada a educação.

Carácter De Fenómeno Particular


O estudo dos atributos essenciais da natureza do homem nos revela
as diferenças substanciais existentes entre eles e os outros
representantes da escala zoológica, realçando assim o carácter específico
do processo educativo humano. Não existe aspecto da vida dos animais
irracionais que não resulte da influência dominadora dos impulsos inatos.
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A acção que a hereditariedade exerce sobre ela é absoluta e
inelutável. Nada existe na conduta dos animais que seja adquirido por
via externa e social. A aprendizagem pode desenvolver capacidades
inatas e facilitar o jogo das aptidões, mas não é capaz de criar
novas formas de actividade. Toda a vida animal é determinada pelo
equipamento hereditário, pela sua máquina instintiva.

Carácter De Fenómeno Perpétuo E Permanente


A educação constitui uma característica básica, um aspecto essencial
da vida individual e social de todos os povos, em todos os tempos.
Ela se apresenta como uma necessidade imperiosa a vida e o
desenvolvimento do indivíduo e da sociedade. A educação é uma
função vital, necessária, que se exerce em toda a parte e em todo
o tempo em que homens convivem de modo duradouro e por outra,
enquanto existirem homens sobre a face da terra, necessariamente
existirá a transmissão de conhecimentos e o aperfeiçoamento da
personalidade das gerações imaturas.

O homem ao vir ao mundo, não é um ser inteiramente formado


que dispensa auxílio para completar seu desenvolvimento. Pelo contrário,
é entre os animais, o que mais necessita de amparo e orientação para
que nele se possam desabrochar, plena e integralmente, as virtualidades
que especificam a sua natureza. Inferindo com isso que o ser
humano, desde que nasce e até a sua morte está constantemente a
ser educado, pois para o seu desenvolvimento e aperfeiçoamento, vai
assimilando a cultura da sua sociedade e da humanidade, quer pela
acção difusa e assistemática do meio, quer seja pela acção organizada
e intencional de instituições especiais como a escola.

Carácter Histórico – Classista


A educação é um fenómeno dinâmico que acompanha o homem ao
longo dos tempos, relacionando-se sempre com as formas e meios de
produção e produtividade de cada época historicamente determinada. Se
no florescer da humanidade ela esteve associada à actividade laboral

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do homem primitivo, com o desenvolvimento dos meios de produção
e das formas de produtividade o homem, paulatinamente, foi prescindindo desta
prática.

Pois, com assentamento do homem à terra e a actividade de cultivar a


terra e tantas outras, tiveram um extraordinário desenvolvimento que o
estado actual do desenvolvimento da ciência e da técnica teve origem
daquele. A partir dai, a educação tem vindo a adaptar-se e acompanhar
o desenvolvimento de cada época historicamente determinada estando
condicionada às transformações que se produzem na sua base
económica, adquirindo um carácter classista, pois que, em cada nova
sociedade a educação responderá aos interesses da classe
economicamente dominante.

Carácter De Gerações
Como o trabalho, a educação também serve a manutenção e ao
desenvolvimento do homem. E como os conhecimentos do ser humano,
são transmitidos de geração para geração, para a educação pode-se dizer
que ela é também um fenómeno social de gerações, é a transmissão de
experiência da velha sobre a nova geração. A educação é uma condição
necessária da vida do homem em sociedade, é sua parte inseparável ou
componente.

A educação é uma necessidade vital de todos os ovos em todos os tempos.


Ela constitui ou representa a esfera de relações sociais práticas entre
os velhos e os jovens. Sem estas relações educativas é impossível
pensar no desenvolvimento das jovens gerações, nem tão pouco a
existência da sociedade em geral.

Carácter De Fenómeno Consciente, Deliberado E Intencional


A educação é um processo social de influências sobre a geração
imatura. O homem é a única pessoa que deve ser educada, é a
racionalidade da s ua inteligência que confere ao homem o poder de
instruir-se, e educar-se e de aperfeiçoar-se. A actividade humana é uma
actividade inteligente e selectiva. Não consiste numa reacção cega e
inconsciente a estímulos externos, mas num processo consciente, lúcido

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e criador. Mesmo quando se realiza através do ensaio e do erro ou pela
simples imitação, implica sempre discernimento e compreensão daquilo que
se aprende.

Os hábitos, as atitudes e os conhecimentos somente são “aprendidos”


e não apenas “fixados”, quando adquiridos conscientemente e com
intelecção. Por isso, a educação, no sentido restrito, é considerada
como uma actividade voluntária e intencional, visando formar
personalidades aptas para promoverem o próprio aperfeiçoamento e o
do meio social em que vivem.

Carácter Teológico
É outro aspecto que s e vem juntar as características que a educação foi
e vai adquirindo ao longo dos temos, enquanto o homem existir.
Consiste na influência da religião na organização, orientação e definição
da educação no que concerne aos objectivos e conteúdo, principalmente.
Quer dizer que a religião passa a ter o monopólio da educação
numa determinada sociedade e todo processo educativo tem em conta
os ideais religiosos.

Ao contrário, o carácter define-se como laico.

Confúcio e a Educação Na Antiga China


Confúcio, o mais célebre filósofo chinês, viveu em um tempo de
caos e corrupção na China antiga. Sua filosofia priorizava a ética
nas relações pessoais e políticas. Valorizava a família, principalmente
o respeito aos pais. Criou um sistema de moral bem de acordo
com a maneira de ser do povo chinês. Tal sistema valorizava a
tradição, o culto aos mortos, o ensino da virtude e o altruísmo. E
a melhor maneira de transmitir esse ensinamento era, segundo ele, o bom
exemplo.

Confúcio não deixou sua filosofia registada sob a forma de escritos. Seus
discípulos é que o fizeram. Eles resumiram os ensinamentos do mestre
em uma obra chamada Analectos.

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Esses ensinamentos espalharam-se por todo o mundo e continuam
muito influentes até hoje. Num desses ensinamentos, Confúcio resumiu
da seguinte maneira as ideias dos chineses a respeito do mundo
e da vida: “O que o céu conferiu chama-se Natureza; a conformidade
com ela chama-se senda do saber; a direção deste caminho do
saber chama-se instrução” (apud Larroyo, 1970: 51).

A educação na antiga China foi baseada, em grande parte, no


confucionismo. Educados sob essa filosofia, o povo da antiga China
dava ênfase ao cultivo da moralidade, alimentando a nobreza de
carácter, respeitando o Céu e a Terra. Aceitava-se que as vidas
tinham caminhos predestinados e que ao se cultivar o caráter moral
alcançava-se a paz mental, bem como uma aparência saudável em
relação à vida terrena, ao divino, e aos valores sociais.

A base do confucionismo consiste em “benevolência, justiça, moralidade,


sabedoria, fidelidade”. Muitas virtudes como a lealdade, devoção,
coragem, justiça, transparência, honestidade, diligência, etc., se derivam
delas. Estabelecido durante as dinastias Sui e Tang, o sistema
imperial de avaliação deu ao público em geral uma oportunidade de
igualdade para entrar no governo. Muitas pessoas bem-educadas de
origem humilde conseguiram posições muito importantes no governo.

Alguns deles começaram escolas, ou ofereceram aconselhamentos


estratégicos aos governantes; outros praticaram medicina; outros se
tornaram artistas. Na antiga China, o estrato educado teve um enorme
impacto através de seus pensamentos e acções. Seu sistema de valores foi
uma ferramenta para manter a estabilidade.

Outra característica única dos antigos métodos chineses de ens inar


é que os livros principais não mudaram por milhares de anos. Não
importando como as dinastias mudavam, os livros clássicos
permaneciam. As dinastias e as sociedades podem mudar, mas o Tao
nunca muda. Esta é a razão por que o confucionismo permaneceu
por milhares de anos. Não importava que dinastia uma pessoa tinha

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nascido, ela sempre recebia a mesma educação, e era orientada pelos
mesmos ideais ortodoxos.

No entanto, na educação do mundo de hoje é apenas um acúmulo de


habilidades e doutrinas textuais.

O ensino era dogmático e memorizado. As crianças, observando os


caracteres impressos, repetiam cada palavra pronunciada pelo professor.
Depois liam uma linha completa que deveria ser memorizada com a
mesma entonação do professor. Os livros didácticos utilizados para o
aprendizado da leitura e da escrita estavam repletos de preceitos e
sentenças morais, tais como:

 O homem ao nascer é, por natureza, radicalmente bom.


 Criar e não educar é um erro dos pais.
 Pedras não lavradas não podem formar nada útil.

Além da leitura e da escrita, a escola elementar ensinava os


rudimentos de cálculo. Para isso, os alunos se serviam de um ábaco.
O objetivo do ensino superior era o de formar os funcionários e
mandatários do Estado. Era um estudo literário e dogmático e abrangia
toda a história antiga da China. Estudavam-se, também, os grandes
salmos chineses e, ainda, a filosofia através dos comentaristas de Confúcio.

No campo das ciências naturais, eram ensinadas noções sobre


minerais, plantas, astros e sobre grandes feitos da natureza. Os exercícios
mais importantes nesse grau de ensino eram as composições literárias sobre
os textos lidos. Aos 18 ou 19 anos, o aluno se submetia a exames.
Se tivesse êxito, poderia ter acesso às mais cobiçadas oportunidades de sua
vida.

Aspectos Fundamentais Na Educação Da Antiga China


Em chinês, todas as escolas de pensamento (Jia) possuem uma fórmula, método
ou via para se alcançar um objetivo proposto. Esta Via se chama Dao
(também grifado como “Tao”), que podemos traduzir ou compreender
mais facilmente como um caminho racional para atingir a compreensão
da Realidade. Um problema pode ser abordado por vários ângulos

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diferentes: do mesmo modo, pois, pode ser resolvido de modos
diferentes. A preocupação de Confúcio foi, exactamente, de como
pensar uma Via que atingisse e servisse a todos os seres humanos,
e lhes propiciasse uma consciência aproximada sobre o mesmo conjunto de
valores morais importantes para a sobrevivência da sociedade.

O caminho escolhido por Confúcio foi, justamente, o de educar. Sua


teoria baseava-se na percepção das deficiências educacionais da época,
incapazes de manter e transmitir o conhecimento moral e técnico
existente. Tais dificuldades encontravam-se tanto na estrutura do ensino
quanto no que era ensinado, e Confúcio ainda destacava um terceiro
ponto fundamental: qual a função de ensinar e aprender?

Esta colocação tinha um propósito inusitado na China daqueles tempos;


educaremos para formar meros repetidores ou para formar pessoas
conscientes e sábias?

A Centralidade (Zhong) e a Virtude (De)


A educação consistiria, antes de tudo, em atingir a Centralidade (Zhong), ou
o fio condutor que amarra as experiências humanas e que nos dão a
consciência, justamente, de sermos humanos. Representada por um
ideograma cujo significado é o de uma flecha atravessando o meio de um
alvo, a centralidade é, igualmente, o ponto em que percebemos o
que há de comum entre todos nós. Este ponto a ser atingido é a
excelência na prática de tudo aquilo que preserva a vida do ser humano,
e do que o torna melhor.

Tal condição é a Virtude (De), cujo ideograma também nos aponta


uma idéia concreta sobre o que Confúcio queria propor. “De” é
representado por uma junção de três sinais gráficos que significam,
juntos, “andar no caminho reto com o coração”, ou seja, alcançar
um caminho que todos possam compartilhar baseado naquilo que há
de mais adequado para a vivência em sociedade.

Ainda que as Virtudes possam ser apresentadas de modo dogmático


numa sociedade, compreendê-las em sua essência permite ao ser humano

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discutir sua valia e fazê-las evoluir em sentido. O próprio Confúcio
percebeu, por exemplo, que vivia numa sociedade onde a habilidade
na guerra era muito valorizada; mas se tal destacava-se justamente
em momentos de conflito, melhor seria, pois, que s eu valor fosse
reduzido. Afinal, uma civilização repleta de heróis guerreiros significa,
consequentemente, que ela está quase sempre em combate, e isso não é
bom para a sociedade como o um todo.

Shi, a Propensão
Mas se as pessoas são diferentes umas das outras, como convencê-las a
praticar a Virtude e atingir a centralidade? Como foi dito, Confúcio tinha
a preocupação de não criar uma educação meramente repetidora, sem
o que os indivíduos não poderiam realizar-se a si mesmos. A
percepção da individualidade levou o Mestre a pensar não em anulá-
la, mas sim em privilegiá-la nos seus melhores aspectos.

Shi, ou propensão (ou ainda, “Dom”) é aquela potencialidade criativa


que uma pessoa tem em específico, e que deve ser desenvolvida
para que ele possa encontrar a realização no que faz. Segundo o
raciocínio confucionista, o conflito entre a tentativa de educar anulando a
singularidade e a potencialidade íntima dos seres humanos é que
levaria, fatalmente, a perda de um dos dois sentidos. Pessoas com
um talento manifesto perderiam a alegria de viver, por exemplo, por não
poderem realizar suas propensões; da mesma maneira, aqueles que não
vissem vantagem ou sentido em “pensar igual a todos” em breve
sofreriam, transformando-se em “subversivos”, “imorais” ou ainda, tentariam
tirar partido da situação manipulando os outros em função de seus próprios
interesses.

As Seis Artes Educativas


No intuito de despertar a propensão que cada ser tem, a educação
confucionista propunha a prática concomitante de seis tipos de habilidades
específicas na educação básica. No decorrer dos anos, aquela que
mais despertasse o interesse do estudante deveria ganhar uma ênfase
maior, de modo a levá-lo a uma excelência em sua prática.

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Usualmente, estas artes são divididas em Arte Ritual, Música, Caligrafia,
Matemática, Arqueira e Cavalaria.

A Arte Ritual consistia no estudo das práticas de etiqueta, cerimonial,


história e costumes sociais que abrangiam a sociedade. Tal como
uma forma de sociologia, o estudo da ritualística tinha por objetivo
compreender de que modo os mecanismos sociais s urgiram,
desenvolveram-se e suas funções fundamentais, permitindo uma análise
séria das suas condições de permanência ou necessidades de mudança.

O estudo da Música tratava de temas amplos, desde a construção poética até


a melodia, uso de instrumentos e o sentido filosófico da música. Os
chineses acreditavam seriamente no poder da musicalidade, capaz
mesmo de despertar um sentido mais profundo de reflexão sobre os
aspectos da realidade.

A Caligrafia privilegiava o sentido artístico através da prática da


escrita, da pintura e do desenvolvimento da percepção visual. Visava
igualmente o aprimoramento da capacidade de expressão, através do
emprego apropriado da palavra. Os chineses acreditavam firmemente
na capacidade das palavras escritas ou ditas de despertarem no ser
humano o sentimento e a sensação das coisas nomeadas. Tal como
a Música, a Caligrafia atingiria o íntimo não pelo som, mas pela imagem.

Quanto a Matemática, ela visaria estudar e compreender o mundo


por meio de sua quantificação e pelo entendimento de suas leis de
funcionamento. Neste sentido, a Matemática no entendimento
confucionista se aproximaria também da Física, e manteria conexões
possíveis com a Biologia e a Química, pois seu estudo consistiria em
analisar os padrões pelos quais operaria a natureza, fixando-o através do
uso das equações, fórmulas e indicadores numéricos.

Por fim, a Arqueria e a Cavalaria consistiriam no aprendizado do uso de armas,


carruagens, prática física e cultura corporal. Habilidades necessárias em
qualquer época, ainda assim, ambas as Artes tinham um significado
especial para a proposta confucionista: primeiro, que não se pode

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aprender nada, devidamente, sem cultivar o corpo e a mente ao
mesmo tempo; segundo, que o aprimoramento físico através da
consciência corporal traz, igualmente, uma percepção mental sobre o
processo de aprendizado. Confúcio dizia que:

Xin, a Sinceridade Moral

Um aluno devia dar prosseguimento aos seus estudos com afinco. No


entanto, a dedicação não traz consigo nenhum sentido se não vier
acompanhado de um real interesse de realização. Para des pertar-se,
portanto, um estudante deveria agir com X in, ou Sinceridade Moral naquilo
que buscasse e se dedicasse. O educador deveria propiciar ao aluno
a consciência de estar investido em si mesmo (daí a importância do
agir sinceramente). A sinceridade não é apenas pessoal, é também moral;
ela vincula-se a decisão sobre o futuro, sobre a possibilidade de s er
feliz e de auto-realização. Sem essa mentalidade, o aluno engana a
si próprio e tudo ser-lhe-á mais difícil; e não porque alguém lhe
obriga a fazer algo, mas porque ele mesmo será incapaz de fazer qualquer
coisa sem saber no que é bom.

Xue (Conhecimento Transmitido) e Zhi (Experiência)


Dois tipos de conhecimento um estudante irá adquirir no s eu processo
educativo: aquele que foi acumulado e transmitido por seus antecessores
(Xue), e aquele que ele mesmo irá aprender em suas experiências
pessoais (Zhi). Os ideogramas chineses novamente são
claros neste ponto: X ue é a adaptação da imagem de uma mão
que conduz uma criança, enquanto Zhi representa uma flecha em direção
a um alvo (ou seja, a experiência adquirida através do esforço e do treino).
Para Confúcio, no entanto, ambos os conhecimentos se alimentam
reciprocamente, permitindo-se evoluir um ao outro, de acordo com a
necessidade e com uma análise crítica séria e profunda. Quando ambos
os conhecimentos s e harmonizam, atingimos a justa medida (ou justa
centralidade, Zhong Yong) que significam que conseguimos encontrar

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o ponto certo entre os nossos interesses pessoais de acordo (e não
contra) a sociedade.
Conseguimos nos realizar, e da maneira adequada, sem perturbar a
ordem do mundo – e sem sermos perturbados por ela.

Ren, o Humanismo
A plena realização do Ser humano se encontraria na sua perfeita
convivência, pois, com os outros seres. Este aspecto fundamental da
doutrina de Confúcio, Ren, é o que podemos traduzir como Humanismo.
Aquele que foi educado correctamente, realiza-se. Realizando-se,
harmoniza-se com o restante da sociedade (mesmo que essa não tenha,
em sua maioria, conseguido evoluir profundamente). Torna-se um sábio
(Sheng), que dá continuidade a vida, que mantém e ao mesmo tempo
transforma, quando necessário – a estrutura da sociedade. E para
Confúcio, todos poderiam ser sábios. Devido à ilusão derivada da
ignorância, causadora de uma crise social e cultural sem precedentes,
as pessoas teriam perdido a capacidade de acreditar na possibilidade de
mudar s eus destinos. Confúcio não só confiava que isso poderia ser
mudado como ainda, indicava o caminho.

A Educação na Grécia Antiga


Educação na Grécia Antiga foi amplamente "democratizada" no século
V aC, influenciada pelos sofistas, Platão e Isócrates. Mais tarde, no período
helenístico, a educação em um ginásio foi considerada essencial para a
participação na cultura grega. O valor da educação física para os
antigos gregos e romanos tem sido historicamente único. Havia duas
formas de educação na Grécia antiga: formal e informal. A educação
formal foi alcançada através da frequência a uma escola pública ou por um tutor
contratado.
A paideia é o modo como era compreendida a educação na G récia
Antiga. O termo "paideia" deriva da palavra grega paidos (criança) e
significa algo como a "educação das crianças". A educação é um
modo pelo qual algumas sociedades buscam transmitir de geração para
geração, alguns valores que são compreendidos como essenciais para
a manutenção de sua cultura.

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A educação informal foi fornecida por um professor não remunerado
e ocorreu em um ambiente não público. A educação era um
componente essencial da identidade de uma pessoa. A educação formal
grega era principalmente para homens e não escravos. Em algumas
poleis, foram aprovadas leis para proibir a educação de escravos.

Os espartanos também ensinavam música e dança, mas com o objetivo


de melhorar sua capacidade de manobra como soldados. Neste período,
as crianças viviam a primeira infância em família, assistidas pelas
mulheres e submetidas à autoridade do pai, que poderia reconhecê-las
ou abandoná-las, que escolhia seu papel social e era seu tutor legal.

A infância não era valorizada em toda a cultura antiga: era uma


idade de passagem, ameaçada por doenças, incerta nos seus sucessos;
sobre ela, portanto, se fazia um mínimo investimento afectivo. A
criança crescia em casa, controlada pelo “medo do pai”, atemorizada
por figuras míticas semelhantes às bruxas, gratificada com brinquedos
(bonecas) e entretida com jogos (bolas, aros, armas rudimentares),
mas sempre era colocada à margem da vida social. Ou então, era
submetida à violência, a estupro, a trabalho, até a sacrifícios rituais.

A educação grega era centrada na formação integral do indivíduo.


Quando não existia a escrita, a educação era ministrada pela própria
família, conforme a tradição religiosa. A transmissão da cultura grega
se dava também, através das inúmeras atividades colectivas (festivais,
banquetes, reuniões). A escola ainda permanecia etilizada, atendendo aos
jovens de famílias tradicionais da antiga nobreza ou dos comerciantes
enriquecidos. O ensino das letras e dos cálculos demorou um pouco
mais para se difundir, já que nas escolas a formação era mais desportiva
que intelectual.

Características Da Educação Em Atenas E Esparta


Esparta e Atenas deram vida a dois ideais de educação: um baseado
no conformismo e no estatismo, outro na concepção, outro na concepção
de Paideia, de formação humana livre e nutrida de experiências diversas,

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sociais, alimentaram durante séculos o debate pedagógico, sublinhando a
riqueza e fecundidade ora de um, ora de outro modelo.

Foi o mítico Licurgo quem ditou as regras políticas de Esparta e


delineou seu sistema educativo, conforme o testemunho de Plutarco. As
crianças do sexo masculino, a partir dos sete anos, eram retiradas da
família e inseridas em escolas-ginásios onde recebiam, até os 16
anos, uma formação de tipo militar, que devia favorecer a aquisição
da força e da coragem.

O cidadão guerreiro é formado pelo adestramento no uso das armas,


reunido em equipes sob o controle de jovens guerreiros e, depois,
de um superintendente geral (paidonomos).

Levava-se uma vida comum, favoreciam-se os vínculos de amizade,


valorizava-se em particular a obediência. Quanto à cultura ler, escrever,
pouco espaço era dado a ela na formação do espartano "o estritamente
necessário", diz Plutarco, embora fizessem aprender de memória Homero e
Hesíodo ou o poeta Tirteo.

Já em Atenas, após a adopção do alfabeto iónico, totalmente fonético, que


se tornou comum a toda Grécia, teve um esplêndido florescimento em
todos os campos: da poesia ao teatro, da história à filosofia. No
século V, Atenas exercia um influxo sobre toda a Grécia: tinha
necessidade de uma burocracia culta, que conhecesse a escrita. Esta
se difundiu a todo o povo e os cidadãos livres adquiriram o hábito
de dedicar-se à oratória, à filosofia, à literatura, desprezando o trabalho
manual e comercial.

Todo o povo escrevia como atesta a prática do ostracismo. A firmou-


se um ideal de formação mais culto e civil, ligado à eloquência e
à beleza, desinteressado e universal, capaz de atingir os aspectos mais
próprios e profundos da humanidade de cada indivíduo e destinado a
educar justamente este aspecto de humanidade, que em particular a
filosofia e as letras conseguem nele fazer emergir e amadurecer.
Assim, a educação assumia em Atenas um papel chave e complexo,

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tornava-se matéria de debate, tendia a universalizar-se, superando os
limites da polis.

Numa primeira etapa, a educação era dada aos rapazes que


frequentavam a escola e a palestra, onde eram instruídos através da
leitura, da escrita, da música e da educação física, sob a direção de três
instrutores: o grammatistes (mestre), o kitharistes (profes sor de música),
o paidotribes (professor de gramática). O rapaz era depois
acompanhado por um escravo que o controlava e guiava: o paidagogos.
Depois de aprender o alfabeto e a escrita, usando tabuinhas de madeira
cobertas de cera, liam-se versos ricos de ensinamentos, narrativas,
discursos, elogios de homens famosos, depois os poetas líricos” que
eram cantados.

O cuidado com o corpo era muito valorizado, para torná-lo s adio, forte e belo,
realizado no gymnasia. Aos 18 anos, o jovem era "efebo" *no auge
da adolescência), inscrevia-se no próprio demo (ou circunscrição), com
uma cerimonia entrava na vida de cidadão e depois prestava serviço
militar por dois anos. A particularidade da educação ateniense é
indicada pela ideia harmónica de formação que inspira ao processo
educativo e o lugar que nela ocupa a cultura literária e musical,
desprovida de valor prático, mas de grande importância espiritual, ligada
ao crescimento da personalidade e humanidade do jovem.

Outros educadores gregos


Pitágoras foi um dos muitos filósofos gregos . Ele viveu sua vida na
ilha de Samos e é conhecido por suas contribuições à matemática.
Ensinou filosofia de vida, religião e matemática em sua própria escola
em Crotone, uma colónia grega. A escola de Pitágoras está ligada ao
teorema que afirma que o quadrado da hipotenusa (o lado oposto ao
ângulo recto) é igual à soma dos quadrados dos outros dois lados.
Os estudantes de Pitágoras eram conhecidos como pitagóricos.

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CONCLUSÃO
De acordo com o que foi apresentado neste trabalho, chega-se a
conclusão de que a educação apresenta uma expressão contraditória,
que implica vê-la contribuindo para a reprodução da estrutura social
dominante (projecto histórico capitalista) e ao mesmo tempo fermentando
possibilidades de um saber crítico, elevando o nível de intelectualidade
dos trabalhadores no conjunto das relações sociais.

Concomitantemente à contradição como princípio dinâmico de análise da


educação, aponta não só o que pode ser mudado, mas também para
onde o que está mudando pode ser direccionado. Isto se deve ao
fato de que a totalidade social não é algo de fixo que determina o
comportamento e a consciência das classes sociais. Ela é também um
produto, isto é, resultante das lutas pelas quais as classes sociais são agentes
históricos activos.

Portanto, nesse processo, para que o homem também chegue a sua


totalidade é preciso que se assegure e se viabilize o seu acesso à
cultura material e espiritual acumulada historicamente, de modo a
propiciar o desenvolvimento omnilateral, pois, todas as necessidades do
homem devem emergir da sua formação educativa, tais como a busca pela
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sobrevivência, o prazer, a criação e o gozo da cultura, a participação
na vida social, a interacção com os outros homens, auto realização e a auto
criação.

REFERENCIAIS BIBLIOGRÁFICAS
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. História da Educação. São Paulo: Moderna,
1989

BRANDÃO, Carlos Rodrigues. Paulo Freire, O menino que lia o Mundo:


Uma história de pessoas, de letras e palavras. São Paulo: Editora UNESPE,
2005.

COTRIN, Gilberto. Fundamentos da F ilosofia: História e Grandes Temas.


16 ed. São Paulo: Saraiva, 2006.

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